Ciência
08/03/2016 às 06:30•3 min de leitura
O mundo está repleto de casos policiais que nunca foram resolvidos e se perpetuam na História como verdadeiros mistérios: Quem matou a Dália Negra? O que realmente aconteceu com a Elisa Lam? Mas um dos casos mais desconcertantes é certamente este: quem era o menino da caixa?
Seu rosto tornou-se conhecido em uma tarde de 25 de fevereiro de 1957, quando um viajante que passava na estrada Susquehanna, na Filadélfia, notou uma caixa com letras vermelhas que diziam: “Mobiliário frágil, não abra com a faca”.
Originalmente, a caixa era de um berço, mas, ao abrir, o homem se deparou com algo completamente diferente. A princípio, ele acreditou que se tratava de uma boneca, mas o que ele havia encontrado era o cadáver de uma criança. O garoto estava sem roupas e enrolado em um cobertor. Tinha pouco mais de 1 metro e pesava menos de 14 kg, o que é muito pouco para uma criança desta altura.
Ele parecia ter menos de 6 anos, suas unhas tinham sido cuidadosamente aparadas e seus cabelos estavam cortados de um modo que um barbeiro hábil não faria. Algumas das cicatrizes em seu corpo pareciam ter vindo de procedimentos cirúrgicos e seus olhos mostravam sinais de que ele recebia tratamento para alguma condição crônica.
Foi encontrada uma substância escura em seu esôfago, mas ele não tinha comido antes de sua morte. Devido às contusões, o médico legista determinou que a morte foi causada por golpes na cabeça.
Havia muitas pistas a seguir: primeiro, a polícia tentou descobrir a identidade do garoto, mas nenhuma criança do seu tamanho estava na lista de desaparecidos; depois, eles buscaram impressões digitais em hospitais, mas nenhuma correspondia à do menino; milhares de cartazes e panfletos foram distribuídos, mas ninguém entrou em contato com os oficiais.
Sem ver muitas saídas, a polícia chegou a fotografar o garoto com diferentes tipos de roupas que ele poderia ter usado em vida, na esperança de que alguém se lembrasse dele. Nem assim surgiram novas pistas.
Policiais vestiram o corpo do menino com diferentes roupas
A caixa também foi rastreada, mas a investigação se deparou com outro beco sem saída: quem comprou o berço pagou em dinheiro, não deixando nenhuma identificação.
Uma testemunha apareceu e relatou que, um dia antes de o corpo ser encontrado, viu uma mulher e uma criança na estrada e perguntou se eles precisavam de ajuda. Ela apenas acenou negativamente.
Detetives sondaram famílias da região, principalmente as que tinham mais filhos do que poderiam sustentar. Alguns rumores levaram a uma mulher que tinha nove filhos e já havia respondido a uma acusação por ter despejado o cadáver de uma das filhas no lixo depois que ela morreu de causas naturais.
Em julho de 1957, os oficiais responsáveis pelo caso resolveram pagar um funeral para a criança. O epitáfio simples, gravado em pedra, dizia “Pai Celestial, abençoe este garoto desconhecido”.
O caso foi, aos poucos, esquecido pela população e pelos policiais, com a exceção do investigador legista Remington Bristow – ele não podia deixar que aquilo acabasse assim.
Durante o seu tempo livre e com o seu próprio dinheiro, ele procurou pistas e chegou a consultar médiuns, buscando alguma luz sobre a identidade do garoto. Bristow estava certo de que o pequeno morava em um lar adotivo, mas acabou morrendo, em 1993, sem saber a verdade.
Cinco anos mais tarde, o corpo foi exumado e o seu DNA, levado para testes. Mesmo com os avanços neste campo, o exame não resultou em nada novo.
Em 2002, um psiquiatra de Ohio contatou a polícia da Filadélfia e contou que um dos seus pacientes lhe disse que sabia como o “garoto da caixa” havia morrido. Em uma das sessões, a mulher revelou que seus pais, ambos educadores, tinham comprado a criança para usar como um brinquedo sexual.
Um dia, quando a sua mãe estava banhando o menino, a quem deram o nome de Jonathan, ele começou a lutar e ela o golpeou com força o suficiente para matá-lo. A paciente, que tinha 10 anos na época do assassinato, disse que era ela quem estava na estrada ao lado de sua mãe quando um homem parou para perguntar se precisavam de ajuda.
Tudo parecia fazer sentido e ela sabia de detalhes importantes. Ela até teria esclarecido o que era a substância marrom encontrada no esôfago da criança: ele teria vomitado feijões cozidos que comeu no dia em que morreu.
Mesmo com todos esses relatos, ninguém conseguiu provar se a história contada era realmente verdade.
Há dois dias, o canal NBC publicou o que pode ser um ponto final no mistério. Dois investigadores descobriram uma importante informação que pode conectar as histórias desta trama: um homem relatou que sua família alugou uma casa para um homem que vendeu o filho. Eles localizaram a família e conseguiram retratos dele que, supostamente, seria o pai e de um dos irmãos da criança.
Especialistas analisaram as imagens e afirmaram que existem muitas coincidências na fisionomia dos três. Porém, é preciso esperar o resultado do exame de DNA.
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