Ciência
28/07/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 28/07/2024 às 20:00
Em 1969, Hollywood foi palco de um dos crimes mais chocantes de todos os tempos: o assassinato da atriz Sharon Tate e seus amigos pelos seguidores de um homem chamado Charles Manson, que liderava um culto que denominava "família Manson".
Esposa do diretor Roman Polanski, Sharon estava então grávida de 8 meses. Além dela, a chacina, ocorrida nos dias 9 e 10 de agosto de 1969, vitimou mais cinco pessoas. A questão mais perturbadora é que não se sabe com total certeza por que eles fizeram isso. Mas uma música dos Beatles pode estar envolvida na motivação.
Em 1967, Charles Manson havia saído da cadeia, em São Francisco, e tinha 32 anos. O movimento hippie tomava conta da cidade e Manson começou a entrar em contato com muitas ideias da contracultura. Em seguida, passou a influenciar vários jovens por meio de uma "pregação" que misturava elementos da cientologia, o livro do Apocalipse da Bíblia, alguns escritos de Hitler e as letras dos Beatles.
Dez jovens largaram suas vidas para segui-lo até Los Angeles. Lá eles se hospedaram junto com Manson na casa de um músico até se instalarem em um antigo rancho. A este ponto, Charles Manson já se declarava como a reencarnação de Jesus Cristo, e passou a provocar seus seguidores para que cometessem assassinatos que culminariam em uma explosão violenta entre brancos e negros.
Essa suposta guerra racial ele batizou de Helter Skelter, uma música do álbum duplo dos Beatles pelo qual estava obcecado. Segundo Manson, os Beatles haviam previsto essa revolta dos negros americanos nessa música sob a forma de código. Ao fim, após várias batalhas, o embate terminaria na autoaniquilação dos brancos.
Em 8 de agosto de 1969, quatro membros da família Manson – 'Tex' Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Leslie Van Houten – se dirigiram até a mansão do cineasta Roman Polanski. Entretanto, ele não estava lá, mas sim a sua mulher, Sharon Tate, que naquela noite recebia quatro amigos.
Todos foram mortos em uma cena brutal. Antes de ir embora, a assassina Susan Atkins escreveu a palavra "porco" com sangue na porta da casa, o que seria uma tentativa de incriminar pessoas negras pelo crime (na época, os militantes do movimento negro se referiam aos policiais como porcos).
Na noite seguinte, Manson e seus seguidores invadiram aleatoriamente outra casa onde estava um casal, Leno e Rosemary LaBianca, que foi amarrado e assassinado. Nas paredes, eles escreveram "Morte aos Porcos" e "Helter Skelter" com sangue.
Susan Atkins foi presa ainda em 1969 por conta de outro homicídio. Na prisão, ela prestou depoimentos em que descrevia a sua relação com a "família Manson", o que levou posteriormente à captura e à condenação dos outros assassinatos.
Charles Manson foi acusado de seis assassinatos e levado à justiça ao lado dos outros quatro criminosos, que tinham apenas 19 anos (o líder tinha 37). Embora Manson tenha alegado não ter participação alguma nas mortes, o promotor conseguiu convencer o júri popular de que ele poderia ter influenciado os jovens a matar. Até o dia de sua morte, na prisão, em 2017, aos 83 anos, Manson seguiu declarando que era inocente.