Artes/cultura
28/09/2024 às 03:00•2 min de leituraAtualizado em 28/09/2024 às 03:00
Nascido Cassius Clay, o lutador Muhammad Ali foi provavelmente o maior boxeador de toda a história. Mas a sua trajetória profissional também foi marcada por um episódio de desobediência civil: ele se recusou a se alistar pelo exército americano para lutar na Guerra do Vietnã, em 1967.
Por conta disso, Ali foi proibido de competir na maior parte dos estados americanos. Mas, depois de três anos, em 1970, ele retornou para uma grande luta na Geórgia, onde podia subir nos ringues legalmente, em um embate em que derrotou Jerry Quarry em apenas três rounds. Esse acontecimento, no entanto, ficou marcado também por um crime engenhoso que ocorreu logo depois.
A luta contra Quarry aconteceu no dia 26 de outubro de 1970, em um auditório municipal da Geórgia, com ingressos vendidos a preços altos. Mas, depois do evento, em uma celebração que participavam Muhammad Ali, seus amigos, familiares e apoiadores, um grande assalto foi concretizado, vitimando centenas de pessoas.
Eles foram comemorar na casa Handy Drive. Mas, chegando lá, foram recebidos por três homens com máscaras de esqui e armados com armas, incluindo uma espingarda. Cada convidado que entrava na casa era conduzido a um porão, onde seus bens de valor, como roupas e joias, eram tirados. Como a luta foi um evento chique e caro, vale destacar que muitos estavam com seus melhores trajes e mesmo com maços de dinheiro enfiados no bolso.
O mais bizarro é que poucas vítimas prestaram queixa depois à polícia. Imagina-se que isso tenha se dado por o país estar em forte tensão da luta pelos direitos civis dos negros, sendo que a maior parte das pessoas assaltadas era branca. Os que foram à polícia fizeram seus relatos ao respeitado detetive negro JD Hudson.
De acordo com as notícias divulgadas na época, estima-se que os assaltantes tenham levado naquela noite cerca de US$ 1 milhão em bens. Para começar a elucidar a história, Hudson foi atrás do dono da casa noturna Handy Drive, chegando até um homem chamado Gordon "Chicken Man" Williams – que, conforme depois foi descoberto, era um traficante local, e acabou sendo assassinado. Os rumores eram de que as vítimas teriam se vingado.
Mas Williams apenas tinha emprestado a casa para outro sujeito, que atendia pelo apelido de Fireball. Mais tarde, a polícia identificou o dono da arma usada no crime, que, por sua vez, forneceu mais dois nomes dos envolvidos no crime. Só que algo bizarro então aconteceu: os três foram também assassinados enquanto estavam sentados em um Cadillac. Mais uma vez, houve a suspeita da vingança das vítimas. Embora não se saiba exatamente o que teria acontecido, essa é a versão que permanece viva até hoje.