Malcolm X: a vida do homem que moldou os movimentos pelo poder negro

14/03/2024 às 10:003 min de leituraAtualizado em 15/03/2024 às 15:55

Ativista dos direitos civis e ministro que defendeu o poder negro através de um grupo chamado Nação do Islã, Malcolm X é uma figura histórica totalmente notável. Seu nome, além de altamente conhecido nos Estados Unidos, ajudou a mostrar outro lado do Movimento dos Direitos Civis nas décadas de 1950 e 1960 que muitos não conheciam.

Não sendo exatamente um pacifista, ele acabou sendo confrontado por outros ativistas como Martin Luther King Jr. — mas deixou seu nome marcado para sempre. Porém, o que Malcolm X defendia era diferente de outros ativistas da época, lutando pelo nacionalismo negro de todas as formas possíveis.

A infância de Malcolm X

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Nascido em Malcolm Little no dia 19 de maio de 1925, Malcolm X era o quarto de oito filhos de sua família. Sua mãe, Louise, era dona de casa, e seu pai Earl era um pregador batista e líder local da Marcus Garvey’s Universal Negro Improvement Association. Os primeiros encontros de X com o racismo começaram antes mesmo dele nascer, com grupos de ódio atormentando sua família sempre que possível.

Quando Louise Little descobriu que estava grávida de Malcolm, membros da Ku Klux Klan (KKK) invadiram sua casa armados com rifles e exigiram que Earl Little saísse da região. Por conta disso, a família mudou-se de Nebraska para Wisconsin em 1926 e depois para o Michigan em 1928. A esperança das constantes viagens era escapar da violência da KKK e de seus grupos ramificados, mas o terror sempre os seguiu.

Em 1931, uma multidão de racistas incendiou sua casa e Earl foi encontrado morto nos trilhos do bonde local. Em 1938, Louise sofreu um colapso mental e foi internada no Hospital Estadual de Kalamazoo, onde permaneceu por quase 25 anos. Assim, seus filhos foram enviados para lares adotivos.

Entrada na Nação do Islã

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Malcolm X morou em vários lares adotivos antes de começar o ensino médio em Michigan. Ele era considerado um aluno querido em uma turma com poucos negros e se destacava pela sua inteligência. 

No entanto, depois que um professor lhe disse que seu objetivo de se tornar um advogado não era realista, ele acabou abandonando a escola aos 15 anos, em 1941. Foi então que se mudou para Boston e passou a se envolver com jogos de azar, extorsão e tráfico de drogas.

Em 1946, acabou sendo preso por roubo — supostamente focando famílias brancas ricas — e foi condenado a 8 a 10 anos pelo crime. Após sair da cadeia em 1952, Malcolm substitui o sobrenome Little pelo apelido X e se tornou ministro da Nação do Islã (NOI), uma organização fundada na década de 1930 visando recuperar a identidade islâmica original dos afro-americanos, condenando o cristianismo como uma ferramenta de supremacia branca.

Nos EUA, a NOI pretendia atrair afro-americanos desprivilegiados de bairros pobres e penitenciárias, assim como alunos de universidades. A posição oficial de Malcolm X como Representante Nacional da NOI fez dele o número dois no comando da organização. Durante seu tempo, o número de membros aumentou de cerca de 400 membros para entre 25 a 50 mil membros.

Exercendo o ativismo

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Malcolm X era um rosto público carismático, imponente e apaixonado pela NOI. Sendo um ser humano extremamente articulado, bonito e com seus mais de 1,80 de altura, ele tornou-se o membro da organização mais famoso na mídia, fazendo diversos discursos por grandes universidades, como Harvard e Oxford. 

Porém, X também foi um contraponto ao resto do Movimento dos Direitos Civis em curso. Ele discordava das opiniões dominantes do movimento, nomeadamente aquelas relativas à integração e a não violência, que tanto eram promovidas por Martin Luther King Jr. Ele repreendeu a ideia de que os direitos civis deveriam centrar-se na capacidade de sentar-se para conversar na mesma mesa de seus agressores.

Assassinato e legado

(Fonte: GettyImages)
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Apesar da sua profunda ligação à NOI, Malcolm X rompeu com a organização em 1964 devido a várias diferenças ideológicas. Depois disso, acabou criando sua própria organização nacionalista negra chamada Muslim Mosque Inc., onde expressou o desejo de trabalhar com outros líderes dos direitos civis. Durante esse tempo, ele também se converteu ao islamismo sunita durante uma peregrinação a Meca. 

A ruptura de X com a NOI aumentou significativamente as tensões entre o líder e o grupo. Ameaças de violência, incluindo morte, eram comuns. Além disso, a sua conversão ao islã ortodoxo, bem como sua defesa dos direitos civis que rompeu com a organização, contribuíram para um cenário crescente de hostilidade. 

Em fevereiro de 1965, Malcolm X foi assassinado enquanto fazia um discurso em Nova York. Sua autópsia revelou que ele sofreu 21 ferimentos de bala e três homens armados foram presos pelo crime.

Todos os três assassinos eram membros da Nação do Islã. De todo modo, X ainda é considerado um dos afro-americanos mais influentes da história, influenciando o Movimento dos Direitos Civis de uma forma que outros ativistas nunca conseguiram. 

Ele também é creditado por criar um ar de autoestima para os negros americanos e reconectá-los à sua herança histórica. “No início da minha vida aprendi que se você quer alguma coisa, é melhor fazer barulho” é a frase que mais marca seu legado.  

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