
Estilo de vida
26/07/2012 às 13:51•4 min de leitura
Como Scarlett Johanson no filme "Lost in Translation" (Encontros e Desencontros), nós temos há muito tempo uma fascinação com o estilo e a cultura do extremo leste. Mas se esqueça da Hello Kitty e as garotas Harajuku – os ícones do oriente nos quais estamos interessados aparecem a seguir...
Kenzo
Kenzo Takada - Fonte: Reprodução/Farfetch
Com o seu estilo oriental onde o hippie encontra o tradicional, o designer Kenzo Takada foi um dos designers dominantes nos anos 70 e um grande hit no cenário de Paris, juntamente com seus contemporâneos Karl Lagerfeld e Yves Saint Laurent. Nascido em Hyogo, no Japão, Kenzo foi um dos primeiros estudantes homens da Tokyo’s Bunka Fashion College antes de se mudar para a Europa e abrir a sua primeira loja, a Jungle Jap, na capital francesa em 1970. Lá suas roupas novas e espirituosas – mini quimonos e blusas orientais se tornaram hit instantâneo. Em 2005 Kenzo voltou-se para o design de utilidades domésticas, mas a marca que carrega o seu nome segue forte sob a direção criativa de Humberto Leon e Carol Lim, fundadores da Opening Ceremony.
Designs vintage de Kenzo - Fonte: Reprodução/Farfetch
Rei Kawakubo
Rei Kawakubo - Fonte: Reprodução/Farfetch
Excepcionalmente, para alguém que passou a definir todo um movimento de moda, a designer nascida em Tóquio Rei Kawakubo não teve nenhum treinamento formal, em vez disso ela estudou literatura e belas artes na Keio University. A Comme des Garçons (que significa “Como Garotos”) foi iniciada em 1973, e já no final daquela década Kawakubo estava apresentando suas coleções na semana de moda de Paris. Inicialmente perturbados com as peças desconstruídas, a paleta de cores sombria, formas estranhas e sem acabamento, os editores de moda as apelidaram de “pós-nucleares”, mas ao final dos anos 80 a moda vigente já tinha incorporado totalmente a aproximação anti-fashion da designer e a ideia de que suas roupas desafiavam os consumidores a usá-las mesmo quando controversas.
Roupa da Comme des Garçons de 1990 e coleção primavera verão 12 da Comme des Garçons Homme Plus
Fonte: Reprodução/Farfetch
Junya Watanabe
Junya Watanabe - Fonte: Reprodução/Farfetch
Um dos discípulos de Rei Kawakubo, as peças de Junya Watanabe tem um design com um enfoque mais clínico do que a da marca onde ele refinou sua arte, a Comme des Garçons. Ensinado e refinado, suas coleções tendem à frugalidade nos detalhes, sendo ainda assim inegavelmente surpreendentes, e o mais visível no trabalho realizado pelo designer nascido em Fukushima é a sua visão futurista. Watanabe acolhe tecidos e materiais inovadores, incorporando-os em suas peças, mas assegurando que isso não contradiga sua estética cuidadosamente contida.
Coleções Primavera verão 00 e 12 de Junya Watanabe - Fonte: Reprodução/Farfetch
Issey Miyake
O designer japonês, Issey Miyake fundou sua marca de mesmo nome, em 1970, depois de trabalhar no cenário da moda de Paris e Nova York. Os desenhos de Miyake são inspirados pela tecnologia e sensibilidade do Ocidente e também pelos tecidos fluidos e traços característicos do design do Oriente. Mais famoso por seus vestidos com pregas, ele lançou a primeira de suas coleções inteiramente dedicada a elas – Pleats Please – em 1993, na qual ele usa uma técnica de pregueamento revolucionária. Hoje a marca Issey Miyake está nas mãos do diretor criativo, Dai Fukiwara.
Issey Miyake e um dos famosos vestidos plissados - Fonte: Reprodução/Farfetch
Yohji Yamamoto
Um dos grandes nomes da moda japonesa, Yohji Yamamoto apresentou sua primeira coleção em Tóquio, em 1977, antes de estrear em Paris, com sua linha de prét-a-porter, em 1981. As roupas masculinas vieram em 1984, com o mesmo olhar avant-garde de Yohji Yamamoto. Geralmente partindo da cor preta, ele frequentemente agrega elementos superdimensionados dentro de seus projetos, e com seu conhecimento sobre tecidos e drapeados feitos sobre o corpo ele dá às suas coleções uma qualidade única.
Yohji Yamamoto e um dos looks de seu inverno 2012 - Fonte: Reprodução/Farfetch
Fei Fei Sun
Fei Fei Sun na Vogue China fotografada por Jem Mitchell - Fonte: Reprodução/Farfetch
Escolhida a dedo pelo designer da Chanel, Karl Lagerfeld, para a sua coleção Paris-Shangai, a chinesa Fei Fei Sun é uma das modelos mais requisitadas na indústria da moda. Sua face versátil, porém estranhamente etérea lhe rendeu campanhas para Valentino, CK Cosmetics e Louis Vuitton, assim como capas e ensaios em revistas como Vogue US, i-D, V e Dansk. Já nos desfiles, somente para os nomes mais top, ela já desfilou para Jil Sander, Christopher Kane, Miu Miu, Celine, Dries Van Noten, Vivienne Westwood entre outros.
Fei Fei Sun em um desfile para Dries Van Noten e em uma foto de agência - Fonte: Reprodução/Farfetch
Zhang Ziyi
Zhang Ziyi no tapete vermelho - Fonte: Reprodução/Farfetch
Zhang Ziyi chamou a atenção do mundo pela primeira vez em 2002, em Hero (Herói), um filme chinês sobre uma tentativa de assassinato a Jin Ke no reinado de Qin em 227 a. C.. Este não foi só o filme que mais arrecadou na história chinesa, mas também foi um sucesso arrasador no mundo ocidental, sendo indicado a um Oscar. Até então Ziyi já havia fugido da Academia de dança de Beijing e se inscrito na melhor escola de atuação da China com 17 anos, e apareceu em filmes como The Banquet e Crouching Tiger Hidden Dragon. Uma atriz que foi bem sucedida na difícil tarefa de se destacar pela delicada feminilidade ao mesmo tempo em que poderia facilmente entrar em uma briga, ela estrelou filmes como Memoirs of A Geisha (Memórias de uma Gueixa) e House of Flying Daggers (O segredo dos punhais voadores).
Zhang Ziyi em uma foto e usando um vestido Giorgio Armani na premiação do Globo de Ouro
Fonte: Reprodução/Farfetch
Hiro
Uma foto vintage da Harper’s Bazaar por Hiro - Fonte: Reprodução/Farfetch
Um fotógrafo da alta moda com um toque humorístico, Hiro nasceu em Shangai com o nome Yasuhiro Wakabayashi, mas ao final dos anos 50 mudou-se para Nova Iorque onde trabalhou com Richard Avedon e conseguiu um trabalho como fotógrafo na Harper’s Bazaar, na época uma das revistas mais importante do mercado. Seu trabalho uniu elegância e diversão, tendo como sua foto mais famosa a de um colar de diamantes deslumbrante de Harry Winston colocado na pata de uma vaca. Hiro foi um dos fotógrafos mais celebrados dos anos 60, e uma vez recebeu um editorial inteiro da American Photographer em sua homenagem.
Jerry Hall fotografado por Hiro em 1975 e sua famosa imagem do colar de Harry Winston em uma pata
Fonte: Reprodução/Farfetch
Ang Lee
Ang Lee - Fonte: Reprodução/Farfetch
Como um autor, ele é conhecido pela diversidade de seus filmes, mas uma coisa que todas as suas produções tem em comum é o estímulo visual e a beleza. Nascido em Pingtung, Taiwan, Lee teve um sucesso modesto com hits caseiros como "The Wedding Banquet" (O Banquete) e "Pushing Hands" (Arte de Viver) antes de atingir o auge com a adaptação de "Razão e Sensibilidade", com Emma Thompson. Peças grandiosas como "Crouching Tiger Hidden Dragon" se seguiram, junto com empreendimentos mais comerciais como Hulk, mas foi em 2005 com "O Segredo de Brokeback Mountain" que ele realmente fez seu nome – a melancólica história de amor entre dois cowboys gays lhe rendeu o Oscar de Melhor Diretor, tornando-o a primeira pessoa de descendência asiática a receber tal prêmio.
Cenas de "O Segredo de Brokeback Mountain" e The Wedding Banquet (O Banquete)
Fonte: Reprodução/Farfetch
Fonte: Farfetch por Hollie Moat