Ciência
17/12/2018 às 06:30•2 min de leitura
Mesmo que você não seja muito fã de música clássica, existem alguns trechos que acabaram se transformando em trilhas sonoras oficiais de determinadas situações. E essas canções foram absorvidas de tal forma pela nossa cultura, que basta com ouvi-las para imaginarmos guerras épicas, momentos superdramáticos e até mesmo noivas felizes entrando em uma igreja.
Entretanto, apesar dessas associações, muitas composições foram criadas para embalar momentos bem diferentes. Assim, confira quatro exemplos — selecionados a partir de um divertido artigo do site Cracked — de músicas que foram compostas para expressar ideias muitas vezes opostas das quais imaginamos quando as escutamos:
Composta por Wagner em 1850, a marcha nupcial acima se chama Treulich geführt e é mundialmente conhecida por embalar o desfile de tantas noivas até o altar. Contudo, a composição faz parte da ópera Lohengrin que, por sinal, não é nada feliz. Na trama, a canção é tocada após o casamento dos personagens principais — e não antes —, durante o qual cinco convidados são assassinados pelo noivo, e a pobre noiva, que é abandonada, morre de desgosto.
Vai dizer que você nunca cantou o alegre trecho acima — que faz parte da obra “O Messias”, de Händel — depois de ter conseguido algo importante ou para brincar com aquele amigo que sempre se atrasa, por exemplo! A composição faz parte de uma sequência cronológica criada para descrever a vida de Cristo, e o “aleluia” ali não corresponde a um momento muito alegre nem de comemoração, mas ao temido Apocalipse.
Você já deve ter ouvido a canção acima embalando momentos de grande tensão e dramatismo em filmes, programas de TV, formaturas etc., não é mesmo? Chamada “O Fortuna”, ela faz parte da obra Carmina Burana que, por sua vez, está composta por uma série de poemas satíricos e pra lá de picantes e que não têm nada de catastrófico ou emocionante.
O trecho que você acabou de ouvir acima — conhecido como “Cavalgada das Valquírias” — também foi composto por Wagner (veja o item 1) e talvez seja um dos mais dramáticos do mundo. Tanto que a música já foi usada incontáveis vezes para retratar personagens de filmes, desenhos animados, games e animações partindo para batalhas épicas.
Mas, ao contrário do que você possa imaginar quando ouve a melodia — como guerreiras destemidas cavalgando para a luta —, a peça foi criada para entreter a audiência enquanto as cortinas permaneciam fechadas entre os diferentes atos da ópera “O Anel do Nibelungo”. E, depois que as cortinas se abriam, em vez de mulheres lutando, a música servia de fundo enquanto as valquírias simplesmente se cumprimentavam e cantavam seu grito de guerra.