Ciência
05/04/2012 às 10:05•6 min de leitura
Fonte: Thinkstock
Os alimentos funcionais foram classificados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como alimentos ou ingredientes com propriedades funcionais que podem, além de suas funções nutricionais básicas, produzir efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou benéficos à saúde, sendo seguros para consumo sem supervisão médica.
Dentro desse grupo de alimentos, encontramos os óleos funcionais. Extraídos de sementes, frutas e grãos diversos, o consumo regular desses óleos pode trazer inúmeros benefícios para o corpo, a beleza e a saúde. Basta uma pequena dose diária para prevenir doenças cardíacas, controlar o colesterol, potencializar o emagrecimento, cuidar da pele e até mesmo suavizar os efeitos da tensão pré-menstrual.
Para garantir a eficácia desses óleos, eles são extraídos em uma prensagem fria e não passam por refinamento nem recebem a adição de solventes. Dessa maneira, todas as propriedades benéficas do alimento são devidamente conservadas.
Seguindo esse raciocínio, os especialistas recomendam que os óleos sejam ingeridos em temperatura ambiente, pois o aquecimento também pode eliminar alguns nutrientes importantes e diminuir a eficácia do produto. Para contar com todos os benefícios dos óleos, basta ingerir duas colheres de chá ou de sopa por dia, seguindo a recomendação do seu nutricionista.
Conheça alguns tipos de óleos funcionais e saiba quais são as vantagens de incluí-los em sua dieta.
Óleo de coco
Fonte: Thinkstock
O óleo extraído das frutas maduras do coqueiro não teve sempre uma boa fama. De acordo com o jornal US News, por muito tempo os especialistas desaconselharam o consumo desse tipo de alimento devido à presença das gorduras saturadas. Mas estudos mostraram que ele é formado por uma cadeia de triglicerídeos de tamanho médio (menor do que as cadeias dos outros tipos de gorduras saturadas), que faz com que o óleo seja metabolizado de maneira mais rápida, evitando que o alimento se acumule e se transforme em gordura no organismo.
O jornal The Huffington Post indica que, quando ingerido, o óleo de coco é convertido em energia imediatamente, acelerando o metabolismo e sendo digerido mais rapidamente. Na prática, isso significa que é possível investir no alimento como um grande aliado na busca do emagrecimento. Sua ação no organismo colabora com o gasto energético e, como resultado, temos uma perda significativa de peso e medidas.
Além disso, o jornal The Huffington Post afirma que o alimento é fonte de energia, possui ação antifúngica, diminui a acne e faz bem para unhas e cabelos. A pesquisadora especializada em Ciência Nutricional, Dra. Mary Enig, ainda afirma que o óleo de coco fortalece o sistema imunológico e aumenta a resposta do organismo a inflamações, melhorando a resistência as doenças.
Óleo de macadâmia
Fonte: Thinkstock
O óleo de macadâmia é um poderoso aliado no combate ao colesterol, às doenças do coração e do envelhecimento. Consumido naturalmente, como acompanhamento de saladas, por exemplo, ou presente na formulação de diversos cosméticos por sua ação emoliente, o óleo extraído dos grãos é rico em ômega-7 e vitaminas A e E.
Um estudo realizado em 2003 no Centro de Pesquisas de Nutrição, na Austrália, demonstrou que o consumo regular do óleo diminui consideravelmente os níveis de colesterol total e LDL. Ainda ficou comprovado que, apesar de conter gorduras em sua composição, o óleo de macadâmia auxilia no controle do peso sem aumentar as taxas de colesterol.
Para fins cosméticos, o produto pode ser aplicado diretamente sobre a pele. O jornal The Huffington Post ainda lembra que o óleo é facilmente absorvido pela epiderme, couro cabeludo e cabelos. Além de um ótimo emoliente, o óleo cria uma espécie de barreira protetora sobre a pele e os cabelos, agindo contra os efeitos do vento e do calor excessivo.
O portal Live Strong também lembra que os grãos de macadâmia são ricos em ácido palmitoleico, uma das substâncias que compõem a pele, mas que vai se perdendo com o passar dos anos. Sendo assim, o óleo pode ser usado para repor essa substância, combatendo o ressecamento da pele e o envelhecimento e ajudando a manter um aspecto sempre jovial.
Óleo de gergelim
Fonte: Thinkstock
A pequena semente de origem oriental é rica em propriedades funcionais. Entre elas, a capacidade de reduzir a quantidade de açúcar no sangue para pacientes diabéticos e diminuir a pressão arterial em pacientes cardíacos. E ainda, devido à presença da vitamina E em sua composição, traz alguns benefícios para a saúde da pele.
Um estudo realizado na Índia avaliou 32 voluntários e 18 voluntárias, com idade entre 35 e 60 anos, que foram instruídos a utilizar, sempre que necessário, exclusivamente o óleo de gergelim em suas refeições por 45 dias. A substituição dos óleos comuns pelo óleo de gergelim resultou em uma melhora significativa da saúde dos pacientes. Depois de decorrido o período, os pesquisadores fizeram exames e constataram que os pacientes com pressão arterial alta apresentavam pressão normal, além de demonstrarem uma diferença significativa no peso e na massa corporal. Nos pacientes hipertensos, ainda foi possível notar um aumento nos níveis de antioxidantes, substâncias que protegem o fígado e evitam o acúmulo de toxinas e gorduras no organismo.
Segundo o Live Strong, o óleo da semente ainda pode ser usado para trazer muitos benefícios para a pele. O site afirma que foi possível notar que as pessoas que aplicam óleo de gergelim diretamente sobre a pele diminuem o aparecimento de infecções cutâneas e, se aplicado nas juntas, elimina as dores graças à sua ação antibacteriana e anti-inflamatória. O óleo também foi usado no combate ao câncer de pele e se mostrou muito eficaz na redução do surgimento e desenvolvimento de melanomas.
Óleo de cártamo
Fonte: Thinkstock
O óleo de cártamo é extraído de uma planta bulbosa semelhante ao açafrão, servindo até mesmo como substituto do ingrediente na culinária. Rico em antioxidantes e ômegas, pesquisas revelam que uma pequena dose diária desse óleo traz muitos benefícios para a saúde.
Em 2011, um estudo desenvolvido na Ohio State University, liderado pela pesquisadora Martha Belury e publicado no portal Science Daily apontou que o segredo do óleo de cártamo está no ômega-6 – também conhecido como ácido linoleico – e abundantemente encontrado na planta.
A pesquisa contou com voluntárias do sexo feminino que estavam no período pós-menopausa e apresentavam sobrepeso. Elas foram instruídas a tomar um pouco menos do que duas colheres de chá de óleo de cártamo por dia e, após 16 semanas, apresentaram uma redução significativa nos níveis de colesterol e nas taxas de açúcar presente no sangue – dois fatores de risco muito comuns em pacientes acima do peso.
Esses resultados complementam uma pesquisa realizada pelo mesmo grupo em 2009 e publicada no portal American Journal of Clinical Nutrition. No primeiro estudo, os pesquisadores concluíram que o ácido linoleico encontrado no óleo de cártamo contribui para o emagrecimento, diminui a ocorrência de inflamações e reduz a resistência à insulina. Associando as duas pesquisas, Martha Belury e sua equipe puderam concluir que o alimento aumenta a sensibilidade do organismo à insulina. A boa notícia é que com o aumento da sensibilidade, cai drasticamente o risco do desenvolvimento da diabete de tipo 2.
Óleo de linhaça
Fonte: Thinkstock
Assim como os demais óleos extraídos de grãos e sementes, o óleo de linhaça é vastamente utilizado no controle do colesterol e da pressão arterial, além de apresentar ação anti-inflamatória. Mas o alimento também pode ser usado para algumas finalidades especiais.
O Centro Médico da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, desenvolveu uma extensa pesquisa acerca do óleo extraído das pequenas sementes da linhaça. Os pesquisadores explicam que esse óleo é uma excelente fonte de ômega-3 e ômega-6, que são substâncias importantes para a saúde do organismo.
De acordo com a pesquisa, o alimento contém ácido alfalinolênico (ALA) que, quando consumido, é convertido pelo organismo nos ácidos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA). Os pesquisadores apontam que esses últimos compostos são vastamente encontrados no óleo de peixe, o que faz com que o óleo de linhaça seja uma alternativa aos vegetarianos que desejam complementar sua alimentação e o fazem exclusivamente com alimentos de origem vegetal.
Já o portal Live Strong indica um estudo realizado na Universidade Park, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, conduzido pela pesquisadora Amy Griel e publicado no portal Nutrition Journal acerca da relação entre o consumo do óleo de linhaça e os benefícios na estrutura óssea. As análises feitas com 23 voluntários (20 homens e 3 mulheres) demonstraram que o ômega-3 contido no óleo previne e protege o metabolismo dos ossos.
Naturalmente, a estrutura óssea sofre um desgaste que é recompensado por um ciclo de regeneração pelo qual o organismo passa. Com o envelhecimento e a deficiência da absorção de vitaminas, essa regeneração perde parcialmente sua capacidade de recuperar os ossos, o que acaba resultando no enfraquecimento e, consequentemente, no aparecimento de doenças, como a osteoporose. O estudo revela que o óleo de linhaça tem a capacidade de desacelerar e até mesmo reverter esse processo.
Óleo de girassol
Fonte: Thinkstock
Tão comum quanto o óleo de soja ou de milho, o óleo de girassol representa uma alternativa mais saudável na cozinha. Além disso, as mulheres podem abusar dos benefícios dele, já que o alimento é rico em triptofano, um aminoácido que tem o poder de reduzir o inchaço e ajuda a melhorar o humor. O óleo de girassol ainda representa uma ótima fonte de ácidos graxos (ômage-6 e ômega-9) e vitamina E.
Mas a maior vantagem de inserir esse alimento na sua dieta regular é proteger o seu coração. A vitamina E presente no óleo defende o organismo contra os radicais livres e impede a formação de placas de aterosclerose – uma doença inflamatória que age sobre os vasos sanguíneos.
Um estudo realizado na Tufts University, em Boston, nos Estados Unidos e publicado no portal Journey of the American College of Nutrition também aponta que o óleo de linhaça diminui consideravelmente os níveis de colesterol, o que representa um cuidado a mais com a saúde do coração já que o risco de doenças cardiovasculares cai consideravelmente.
Nunca é demais lembrar que o consumo dos óleos funcionais deve estar associado a uma dieta equilibrada e à pratica regular de exercícios. Além da alimentação e da aplicação na pele, em alguns casos também é possível ingerir os óleos em forma de cápsulas. No entanto, o acompanhamento médico é indispensável em qualquer uma das situações.
. . . . .
Lembre-se de consultar um especialista sempre que desejar fazer mudanças significativas na sua dieta. Ele é um profissional capacitado e saberá indicar os melhores alimentos e a dosagem correta para que você alcance seus objetivos de maneira segura e eficaz.