Estilo de vida
14/07/2017 às 04:00•3 min de leituraAtualizado em 14/05/2024 às 15:20
Charles Darwin, o naturalista cujo trabalho sobre a teoria da evolução fundou a biologia moderna, é um dos maiores cientistas que já viveu. Apesar da figura de Darwin ser adorada por alguns e ignorada por outros, o que nenhum de nós pode negar é a tamanha influência e legado que o pensador nos deixou. Confira algumas curiosidades sobre a vida e o trabalho do pesquisador:
Apesar de quase não falar sobre suas crenças pessoais, Darwin se declarava agnóstico nos seus últimos anos de vida. No entanto, durante suas viagens, o naturalista era conhecido por sua religiosidade. Em sua autobiografia, o cientista conta que era ridicularizado pelos marinheiros a bordo do HMS Beagle por acreditar que a Bíblia era fundamental quando se falava em moralidade.
Mesmo não frequentando qualquer tipo de culto religioso, o jovem Darwin tinha convicção sobre a existência de Deus e a imortalidade da alma. Em sua passagem pelo Brasil, o pesquisador ficou tão impressionado com as belezas naturais que chegou a afirmar que essa seria uma manifestação da grandeza divina. Por manter essas crenças, o pensador teve dificuldades no início de sua conversão ao agnosticismo.
O cientista não só tinha um paladar pra lá de esquisito como também fazia parte de um grupo chamado “Glutton Club” (Clube dos Comilões, em tradução livre), em que os membros se reuniam para provar pratos exóticos que ainda eram desconhecidos do paladar humano.
Quando teve a chance de embarcar no HMS Beagle, o jovem naturalista aproveitou a viagem para reforçar seu gosto e provar tatus, pumas, tartarugas, novas espécies de pássaros e até mesmo um roedor desconhecido, que ele descreveu como a melhor carne que já havia provado. Para celebrar o gosto excêntrico do cientista, seus admiradores comemoram anualmente com um jantar chamado “Phylum Feast”, onde são servidos os pratos mais esquisitos que você pode imaginar.
O fato de Charles Darwin ter se casado com sua prima, Emma Wedgewood, é bastante conhecido. Porém, o que poucos sabem é que o cientista pensou muito antes de realmente assumir esse compromisso. Receoso com as obrigações do matrimônio, o pesquisador fez uma lista com os prós e contra de se ter uma relação duradoura. Até aí, tudo bem. O engraçado é notar o tipo de informação que o naturalista considerava positiva ou negativa com relação ao casamento.
Entre os pontos favoráveis, Darwin elencou os filhos (caso fossem da vontade de Deus) e a companhia constante de “uma pessoa que pudesse amar e com quem pudesse brincar” que, curiosamente, ele considerava “melhor que um cachorro”. Por outro lado, a solteirice interessava ao jovem Darwin, já que casado ele não teria “liberdade para ir onde quisesse”, não poderia “conversar com outros intelectuais nos clubes” e também não poderia mais “ler nos fins de tarde”.
Mesmo com essa lista, digamos, engraçada, Darwin e Wedgewood se casaram, tiveram dez filhos e ficaram juntos por 43 anos até a morte do cientista.
Darwin passou pela terrível experiência de acompanhar os acontecimentos que sucederam um terremoto de 8,8 pontos na escala Richter que aconteceu no Chile em 1835. No total, o tremor durou dois minutos, mas foi preciso apenas seis segundos para destruir a cidade inteira. O pesquisador estava viajando com o HMS Beagle e, assim que chegou ao local, começou imediatamente a investigar a origem do terremoto.
Ele descreveu a situação como “o espetáculo mais horrível e interessante que ele já havia presenciado”. O jovem fez anotações sobre os efeitos do desastre, particularmente das alterações que haviam ocorrido na geografia do local. Além disso, ele recolheu o depoimento dos moradores para reconstruir os eventos anteriores ao terremoto. Depois de semanas de investigação, Darwin concluiu que o desastre havia sido causado por uma cadeia de vulcões que ficava próximo à região e havia entrado em erupção logo antes de tudo acontecer.
Durante a segunda metade do século XIX, quando Darwin já era popular por seu trabalho científico, a figura de Elizabeth Hope começava a ganhar destaque entre os evangélicos. Mesmo sendo bastante improvável que o cientista e a evangelista tivessem se encontrado, um artigo publicado no jornal batista Boston Watchman Examiner em 1915 reuniu as duas personalidades. A notícia detalhava como Darwin havia convidado Hope e confessado a ela seu arrependimento por ter desenvolvido a teoria da evolução.
Logicamente, a ideia de que Darwin havia negado sua teoria fez sucesso entre os criacionistas, que usaram essa história como resposta aos evolucionistas. Mas o boato foi desmentido em pouco tempo, já que o naturalista afirmava repetidamente em sua autobiografia que havia se dissociado do cristianismo e se aproximado do agnosticismo. A esposa de Darwin nunca comentou sobre essa possível conversão, lembrando apenas que as últimas palavras do marido foram “lembre-se da ótima esposa que você foi para mim”, além de revelar que não estava com medo de morrer.
Além de constatar que o pesquisador sofria de uma série de doenças físicas, alguns biógrafos apontam que Darwin tinha problemas com sua autoestima e apresentava uma saúde mental instável. Acreditando que era feio, o cientista se mostrava extremamente crítico com sua aparência. O naturalista precisava da afirmação dos outros constantemente e chegou a recitar um mantra várias vezes por dia para aliviar seus pensamentos obsessivos.
Apesar de ser um homem brilhante, Darwin também deixou cartas que revelavam que ele era atormentado por esses pensamentos. De acordo com essas cartas, ele sofria mais durante a noite: “Não consegui dormir e qualquer coisa que eu tivesse feito durante o dia me assombrava à noite com a mais vívida repetição”. O naturalista também temia passar suas inúmeras doenças para seus filhos.
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