Carlos, o Chacal: conheça um dos terroristas mais infames da História

19/08/2017 às 02:003 min de leitura

Quando pensamos em terroristas, os nomes que normalmente nos vêm à mente são o de Osama Bin Laden ou os de integrantes de grupos como Hamas, Hezbollah e Estado Islâmico, por exemplo. No entanto, muita gente se esquece de um nome lendário, o do venezuelano Ilich Ramírez Sánchez — mais conhecido como “Carlos, o Chacal”.

Caso você não faça ideia de quem foi esse cara, ele se tornou o homem mais procurado do planeta entre as décadas de 70 e 80 e arquitetou uma das ações terroristas mais audaciosas já realizadas. Em 1975, o Chacal sequestrou nada menos do que 11 ministros de países-membros da OPEP, e três deles perderam suas vidas. A seguir, você pode descobrir mais detalhes sobre a vida desse infame criminoso:

1 – Filho de opostos perfeitos

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O pai de “Carlos”, Jose Altagracia Ramirez Navas, foi um advogado brilhante, mas com forte inclinação marxista, enquanto sua mãe, Elba Sanchez, era uma devota cristã. Quando ele nasceu, em 1949, o pai saiu com a melhor — e batizou o filho de Ilich, em homenagem a Lenin (Vladimir Ilich Ulyanov). Aliás, seus irmãos também receberam nomes na mesma linha — Vladimir e Lenin —, mas Ilich foi o único que se tornou um comunista radical.

2 – Início de carreira

Como você pode imaginar, o venezuelano cresceu em um lar desequilibrado e, na adolescência, treinou com grupos revolucionários adeptos ao comunismo. Aos 18 anos, a mãe de Ilich, divorciada de seu pai há muitos anos, enviou os filhos para Londres. Só que Jose ainda tinha muita influência sobre os jovens — e mexeu todos os pauzinhos possíveis para que os três fossem aceitos pela Universidade Patrice Lumumba, em Moscou.

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Surpreendentemente, apesar de ser um comunista ferrenho, Ilich não se adaptou muito bem à estrita vida acadêmica soviética — e acabou sendo expulso da universidade depois de se envolver em protestos com radicais palestinos. Foram eles, aliás, que “adotaram” o jovem venezuelano e deram a ele o codinome Carlos. O venezuelano, por sua vez, tendo se encontrado como revolucionário, se uniu à Frente Popular para a Libertação da Palestina.

3 – Primeiro atentado

Ilich foi enviado a Londres e agiu alguns anos em segredo enquanto seus companheiros palestinos conduziam ataques terroristas mundo afora — incluindo o abominável ataque aos atletas israelenses durante as Olimpíadas de Munique, em 1972. Após a retaliação de Israel contra o ocorrido, que teve fim com a “caçada” e a morte dos envolvidos, os terroristas convocaram Carlos para a sua primeira ação: assassinar um figurão judeu como vingança.

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O alvo escolhido foi o proeminente empresário — e ativo membro da comunidade judaica de Londres — Joseph Sieff, e o ataque a ele foi de uma simplicidade inacreditável. O venezuelano apenas bateu à porta do milionário, apontou sua arma ao mordomo e ordenou que ele fosse levado até o judeu. Ilich atirou no rosto de Sieff e fugiu para Paris e, por sorte, o londrino milagrosamente sobreviveu ao atentado.

4 – Enriquecendo o currículo

Uma vez em Paris, Carlos se fez passar por um estudante estrangeiro e aproveitou o tempo para conduzir uma série de atentados a bomba e tentativas de assassinato na Cidade Luz. Na época, a polícia francesa nem desconfiava que o venezuelano estava envolvido nas ações, mesmo depois de ser levada até ele por um comparsa libanês chamado Michel Moukharbal.

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Esse cara sim estava sendo investigado, e as autoridades francesas pensaram que Ilich poderia dar pistas de quem eram os colaboradores do libanês. Quando chegaram a seu apartamento, Carlos recebeu todos com sorrisos e bebidas — mas aproveitou um momento de descuido para usar uma pistola automática. No ataque, o venezuelano matou Moukharbal, dois policiais e feriu um terceiro.

Depois de fugir para Londres, Ilich foi rastreado e seu esconderijo — um pequeno apartamento na capital inglesa —, descoberto. No local, os policiais britânicos encontraram uma cópia do popular livro “O Dia do Chacal”, de Frederick Forsyth, e foi daí que ele ganhou o infame complemento para o seu apelido.

5 – O grande ataque

Em 1975, a OPEP — Organização dos Países Exportadores de Petróleo — tinha uma reunião marcada em Viena, na Áustria, e o Chacal aproveitou a oportunidade para liderar um grupo de seis pessoas para perpetrar seu mais famoso ataque. O bando invadiu o local da conferência pela porta da frente e, de cara, matou um policial, um cidadão iraquiano e um líbio.

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Depois, os terroristas mantiveram todos os presentes como reféns, incluindo 11 ministros que estavam na reunião, e divulgaram suas exigências. Uma delas era a de que o Governo da Áustria lesse mensagens de apoio aos palestinos a cada duas horas para evitar que os criminosos matassem um refém a cada 15 minutos. Além disso, o grupo exigiu que um avião fosse preparado para a sua fuga.

Após liberar alguns austríacos, o bando embarcou com os ministros com destino ao norte da África, e, depois de tensas negociações, todos foram libertados mediante o pagamento de um resgate de US$ 50 milhões. Bem, a partir desse atentado, o Chacal ganhou fama internacional, se tornou o homem mais procurado do mundo e se envolveu em inúmeros ataques terroristas.

6 – Terrorista infame

Além do audacioso atentado na Áustria, Carlos, o Chacal, se envolveu em inúmeras ações terroristas entre as décadas de 70 e 90. Segundo diversas fontes, Ilich tinha laços tanto com Saddam Hussein como com Moammar Gadhafi, que financiaram alguns de seus “trabalhos”, e assumiu ter matado mais de 80 pessoas.

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No início da década de 90, o venezuelano se converteu ao islamismo e, em 1994, foi capturado por agentes franceses no Sudão. Depois de muitas idas e vindas aos tribunais, Ilich Ramírez Sánchez — ou Carlos, o Chacal — foi condenado à prisão perpétua na França, mas ele ainda continua sendo julgado pelos crimes pelos quais foi acusado.

*Publicado em 22/02/2016

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