Chip anticoncepcional: que negócio é esse?

23/08/2017 às 12:263 min de leitura

Você já ouviu falar a respeito do “chip anticoncepcional”? O nome pode parecer todo moderninho e tal, mas ele é um método contraceptivo também conhecido como “implante anticoncepcional” e consiste em um pequeno tubo flexível de silicone que é inserido sob a pele e cuja ação tem duração de até 3 anos.

O desenvolvimento desse método anticoncepcional começou no final da década de 60 e, em meados dos anos 70, as primeiras patentes começaram a ser criadas — portanto, apesar de serem menos populares do que a boa e velha pílula, os implantes estão por aí já faz um bom tempo.

Palitinho

Os implantes — ou chips — anticoncepcionais costumam medir 4 centímetros de comprimento e 2 milímetros de diâmetro, o que significa que eles contam com o tamanho aproximado de um palito de fósforo. A aplicação geralmente ocorre na parte anterior do braço por meio de um aplicador descartável, através de procedimento médico no qual o ginecologista introduz a haste de silicone sob o efeito de anestesia local.

Discreto e eficaz (Aiken Standard/AP Photo/Merck)

Os pequenos chips contam com um reservatório de hormônio — o progestagênio — que vai sendo liberado de forma contínua na corrente sanguínea em pequenas doses. Isso significa que todo o organismo entra em contato com a substância, ao contrário do que ocorre com outros métodos anticoncepcionais, como o DIU ou o SIU, que têm ação localizada no interior do útero.

Com relação à ação do progestagênio, esse hormônio impede que os ovários liberem o óvulo mensalmente. Além disso, essa substância torna o muco cervical — uma mucosidade de composição ácida e consistente que se forma após o final da menstruação — mais espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides através do colo uterino e, portanto, impedindo que eles se movimentem alegremente pelo útero e fertilizem o óvulo.

Eficácia 

Como você deve ter deduzido, os chips são bastante eficazes em evitar a fertilização dos óvulos — e levantamentos apontaram que menos de uma em cada 100 mulheres que conta com o implante anticoncepcional inserido no organismo engravida. Outra vantagem é que, em caso de que a gravidez seja desejada, o efeito do dispositivo pode ser rapidamente revertido com a simples remoção da haste de silicone.

Viu ele ali? (Mother How)

Além disso, muitas mulheres que fazem uso dos chips relatam reduções — e, em alguns casos, até a ausência completa — do fluxo menstrual, assim como diminuição nas cólicas e outros desconfortos típicos do ciclo. Por outro lado, algumas usuárias dos implantes relataram que seus ciclos se tornaram mais frequentes, irregulares ou mais intensos, mas nenhum desses efeitos é considerado grave, e existem medicamentos que podem ajudar a controlar esses quadros.

Efeitos colaterais

Outras reclamações relativamente comuns são o aumento da sensibilidade nos seios, surgimento de acne, instabilidade emocional, dores de cabeça e abdominal, bem como aumento de peso após o chip ser inserido. Contudo, no caso do aumento de peso, estudos apontaram que, de modo geral, as mulheres não engordam como consequência do uso do implante.

Eles não são indicados para todas as mulheres (Family Planning NSW)

É importante destacar que existem outros efeitos secundários menos frequentes relacionados com o uso dos chips anticoncepcionais, e eles não são recomendados para todas as mulheres. As que têm ou tiveram câncer de mama, trombose, problemas arteriais, doenças hepáticas, diabetes e sangramentos vaginais sem origem conhecida não podem usar os implantes.

Ademais, os chips apenas evitam a gravidez, e não as infecções de doenças sexualmente transmissíveis. Portanto, antes de optar por um método contraceptivo, sempre converse com um especialista para que, com a ajuda dele, você faça a melhor escolha.

O microchip anticoncepcional deve chegar ao mercado norte-americano em 2018 (The Washington Post/Microchips)

Vale mencionar que existe uma nova tecnologia em desenvolvimento que consiste em microchips anticoncepcionais subcutâneos que, assim como os implantes atuais, funcionarão como minúsculos reservatórios de hormônio. Esses dispositivos virão carregados de um fármaco chamado levonorgestrel (um tipo de progesterona sintética), poderão ser ativados remotamente via WiFi e terão duração de até 16 anos. A expectativa é de que eles comecem a ser comercializados nos EUA no ano que vem, mas ainda não existe previsão de chegada ao Brasil.

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