Ciência
18/09/2017 às 04:04•2 min de leitura
Redes sociais são maneiras divertidas e rápidas de entrar em contato com diversas pessoas, saber sobre suas vidas e rotinas e permitir que elas saibam das suas. O problema é que muitas pessoas ainda não entenderam que o que se posta nas redes é sempre a melhor parte do dia de uma pessoa e não um resumo fiel de sua vida.
Durante uma viagem ao Caribe, é óbvio que a pessoa vai postar fotos com os pezinhos na areia ou segurando um belo e colorido drink com um coqueiro ao fundo. Ela não vai postar fotos da dor de barriga que teve, da ressaca ou da briga com o namorado, obviamente. O problema é que acompanhar os melhores momentos da vida de diversas pessoas nos faz crer que a grama do vizinho é sempre mais verde e que a nossa vida não é tão divertida assim.
Um estudo feito com 1,5 mil adolescentes e jovens adultos revelou que o Instagram é a rede social que mais afeta a saúde mental das pessoas, causando altos níveis de ansiedade, depressão e bullying.
A pesquisa analisou os efeitos de outras plataformas e a única que teve resultados positivos foi o YouTube – que veio seguido do Twitter, do Facebook e depois do Snapchat.
Os participantes da pesquisa eram jovens com idades entre 14 e 24 anos, residentes na Inglaterra, na Escócia, no País de Gales e na Irlanda do Norte. Eles tiveram que responder 14 perguntas relacionadas ao uso das redes sociais e à sua saúde física ou mental.
Logicamente, as redes sociais foram relacionadas a alguns benefícios, e todos os sites pesquisados receberam pontuações positivas em termos de autoexpressão e construção de comunidades de apoio emocional, mas quem ganhou mesmo em termos de saúde mental foi o YouTube, citado como de alta ajuda contra depressão, ansiedade e solidão.
As outras redes, no entanto, foram associadas ao aumento de casos de depressão e de ansiedade. Estudos anteriores já haviam revelado que passar mais de duas horas por dia em redes sociais é algo que aumenta o sofrimento psicológico, especialmente em pessoas jovens, justamente por essa comparação que se faz com a vida alheia.
Postagens em redes sociais acabam expondo expectativas irrealistas de vida e criando a sensação de inadequação e baixa autoestima: “O Instagram faz facilmente que as meninas e as mulheres se sintam como se seus corpos não fossem bons o suficiente enquanto as pessoas adicionam filtros e editam suas fotos para que pareçam ‘perfeitas’”, ressaltou o estudo.
Por enquanto, existem medidas que pedem para que as plataformas indiquem, por exemplo, imagens que tenham sido editadas e que solicitem ajudas a usuários que pareçam sofrer de algum tipo de doença mental.
Se você se sente para baixo quando acompanha as imagens que seus amigos postam no Instagram, tente dedicar menos tempo à ferramenta e se lembre sempre de que a vida real não condiz com uma série de fotos bonitas, posadas e editadas – ainda bem!