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05/12/2018 às 07:30•2 min de leitura
A história de Ines Ramirez Perez parece ter saído do episódio de alguma série médica, mas ela faz parte é da vida real. Era a oitava gestação de Ines, que tinha 40 anos e morava em um vilarejo remoto no sul do México. Ela já havia feito seis partos de sucesso e tinha perdido seu último filho devido a complicações no parto e, dessa vez, ao ver que estava tendo problemas depois de 12 horas de trabalho de parto, decidiu tomar uma medida drástica.
O caso aconteceu no dia 5 de março de 2000, quando Ines se viu impossibilitada de buscar ajuda no centro de saúde que ficava a mais de 80 km de distância. Quando o trabalho de parto começou, ela não conseguiu avisar ao marido, que estava trabalhando em uma cantina sem acesso a telefone. Aliás, nem a própria Ines tinha acesso a um telefone para pedir ajuda.
Ela sabia que seu filho estava correndo perigo: “Se meu bebê iria morrer, eu decidi que iria morrer também, mas se ele fosse crescer, eu iria vê-lo crescer”, disse ela em uma declaração sobre o fatídico dia. Para aliviar a dor, ela tomou uns goles de licor e em seguida pegou uma faca cuja lâmina media pouco mais de 15 cm. Sem qualquer conhecimento médico, ela fez três incisões no próprio abdome, cortando verticalmente a região abaixo de seu umbigo enquanto ficava agachada.
Ela não sabia, mas os médicos explicaram que esse corte evitou que ela perfurasse outros órgãos e ajudou a salvar sua vida. Depois de uma hora de tentativas, Ines conseguiu, finalmente, puxar o bebê para fora do próprio útero. O bebê começou a respirar imediatamente, e a mãe cortou o cordão umbilical pouco antes de ficar inconsciente.
Sabendo que estava prestes a desmaiar, ela amarrou uma blusa ao redor da própria barriga e pediu para que um de seus filhos, Benito, de seis anos, fosse buscar ajuda na cidade. Benito retornou com ajuda, e o abdome de Ines foi costurado com agulha e linha. Ines foi finalmente transportada para um hospital, em uma viagem de oito horas, e 16 horas após o nascimento do filho que ela batizou de Orlando, ela e o bebê receberam os devidos cuidados de pós-parto.
A história surpreendeu a equipe médica, principalmente pelo fato de que Ines não apresentou hemorragia interna ou infecção. Além disso, seu útero estava se recuperando tão bem quanto se recuperaria após uma cesariana normal. O caso foi publicado em uma revista de Ginecologia e Obstetrícia, chamando a atenção para situações de mulheres que precisam lutar pela sobrevivência em vilarejos remotos onde não contam com suporte médico adequado.
Além disso, Ines recebeu reconhecimento pelo mérito de ter se tornado a única mulher no mundo a já ter realizado uma cesariana em si mesma, com a feliz sobrevivência tanto da mãe quanto do bebê. Incrível, né?
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