Ciência
24/06/2020 às 04:00•2 min de leitura
O uso de máscaras tem sido considerado um fator decisivo no combate e prevenção contra o novo coronavírus, uma vez que contribuem, junto com outras medidas, para a redução dos níveis de contágio. Entretanto, a proteção facial pode representar um risco para algumas pessoas, especialmente quando o acessório é usado durante a prática de atividades físicas, que também são importantes para a saúde.
As preocupações sobre os possíveis perigos de usar máscara enquanto se pratica exercícios ficaram mais evidentes após um caso noticiado por um canal de notícias australiano: dois jovens adolescentes chineses morreram, com a diferença de uma semana entre um e outro, durante a realização de exames físicos obrigatórios enquanto usavam máscaras faciais.
Prática de atividades físicas com máscaras precisa de alguns cuidados
As autópsias não foram realizadas em decorrência das restrições existentes em vários países visando conter a pandemia, por isso, é impossível saber, realmente, o que provocou a morte dos adolescentes. Por outro lado, isso chamou a atenção para a questão sobre se é ou não seguro praticar exercícios usando máscaras.
Um dos principais pontos, é que a máscara torna mais difícil que a quantidade de ar adequada para as atividades que exigem mais do corpo chegue ao pulmão. Como bem sabemos, esse acessório aumenta a resistência do fluxo de ar e, como os exercícios levam o individuo a respirar mais rápido, ela coloca uma pressão adicional ao processo de inalação.
Quando a pessoa pratica atividades físicas de baixa intensidade ou moderada com uma máscara facial, o esforço sentido parece ser maior, mesmo que não incomode tanto. Porém, o desafio é quando envolve práticas mais intensas, como futebol, corrida, levantamento de peso e bicicleta, por exemplo.
Exercícios pesados levam os músculos do corpo a produzir o chamado ácido lático. Esse ácido passa por um processo de conversão e vira dióxido de carbono para ser exalado. Entretanto, quanto mais intensos os exercícios, maior a possibilidade de o dióxido de carbono ser respirado novamente em decorrência da máscara.
Como consequência, o indivíduo eleva o nível de sua taxa de respiração e corre o risco de ter sua função cognitiva reduzida. Porém, isso não é uma regra, uma vez que tem relação com o próprio organismo da pessoa e até o tipo de máscara que está sendo usada.
Geralmente, sim! Para a maior parte das pessoas, é seguro praticar exercícios físicos enquanto usa máscara. Porém, como se trata de algo anormal, é preciso ficar atento ao comportamento do corpo para ter cuidado com alguns sinais que podem indicar que algo não está bem.
Diminuir a intensidade dos exercícios e fazer pausas ajuda a diminuir o desconforto
Os indivíduos que sofrem com alguma condição respiratória subjacente ou com problemas cardiovasculares os cuidados precisam ser maiores ao se exercitar com máscara no rosto.
Nesses casos, a gravidade da condição é o ponto de partida para avaliar a segurança durante as atividades. Algumas situações que requerem muito cuidado são os distúrbios pulmonares, fibrose pulmonar, asma, bronquite e quaisquer condições que afetem o pulmão e coração.
Dadas as particularidades nesses casos, a recomendação é buscar orientação médica para avaliar se existe ou não riscos de praticar exercícios com máscara — para evitar sair de casa, a pessoa pode procurar um atendimento via telemedicina, oferecido por vários consultórios e clínicas médicas como suporte durante a pandemia.
Prestar atenção ao corpo é o fator mais importante para praticar exercícios de forma segura enquanto é necessário fazer o uso de máscara.
Se a pessoa sentir tonturas e ou ficar extremamente sem fôlego, fazer uma pausa e reduzir a intensidade podem ajudar. Quando o corpo apresenta os sinais apontados, ele está dizendo que o organismo não está conseguindo receber oxigênio o suficiente.
Caso os sintomas não desapareçam rapidamente, a única saída a retirar a máscara para garantir a entrada de ar adequada — sempre lembrando de seguir as regras e orientações de saúde da região.