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Na verdade, o apelido Chico tem origem tupi-guarani e só é usado no Brasil e no Paraguai

Alguns nomes pr&oacute;prios d&atilde;o a impress&atilde;o de virem j&aacute; com um apelido embutido. &Eacute; o caso de crian&ccedil;as registradas com o nome Francisco, que quase certamente ser&atilde;o chamadas de "Chico" em alguma fase da vida. &nbsp;
Mas de onde surgiu este apelido? Contamos a resposta neste texto.
<h2>A origem do nome Francisco</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/21/21144136578175.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
O nome Francisco vem do latim Franciscus que, por sua vez, vem do nome germ&acirc;nico Frank. A palavra, na verdade, une Franco (que quer dizer "livre") e o sufixo isk, que &eacute; usado para denotar a nacionalidade de algu&eacute;m. Juntando tudo, Francisco quer dizer "franc&ecirc;s livre".
O nome surgiu no s&eacute;culo XIII, com um homem italiano nascido na cidade de Assis. Quando seu filho nasceu, ele, que era um admirador da Fran&ccedil;a, resolveu colocar o nome do filho de "Francesco". A crian&ccedil;a cresceu e se tornou ningu&eacute;m menos que S&atilde;o Francisco de Assis, o fundador da Ordem Franciscana e santo conhecido por sua humildade e por seu amor aos <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animais</a>.
Mas engana-se quem pensa que todo Francisco &eacute; Chico. Na verdade, este apelido s&oacute; &eacute; comum no Brasil e no Paraguai, e significa "pequeno". Em outros pa&iacute;ses de l&iacute;ngua espanhola, Francisco costuma ganhar o apelido de Paco ou Paquito. J&aacute; na It&aacute;lia, as pessoas de nome Francesco podem ser apelidadas carinhosamente de Franco. No franc&ecirc;s, o nome aparece pela variante de Fran&ccedil;ois (ou Fran&ccedil;oise, no caso das mulheres).
A raz&atilde;o do surgimento de Chico &eacute; etimol&oacute;gica. Nas l&iacute;nguas oriundas do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118482-16-palavras-da-lingua-tupi-que-usamos-em-nosso-cotidiano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tupi-guarani,</a> h&aacute; algumas consoantes que n&atilde;o existem. Por isso, os povos ind&iacute;genas n&atilde;o conseguiam pronunciar Francisco. Quando os jesu&iacute;tas levaram a imagem de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/104203-13-curiosidades-sobre-sao-francisco-de-assis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">S&atilde;o Francisco de Assis</a> at&eacute; eles, acabavam se enrolando e falando "S&atilde;o Chico", o que acabou pegando.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120519-por-que-tantos-brasileiros-tem-o-mesmo-sobrenome.htm" target="_blank" rel="sponsored">Por que tantos brasileiros t&ecirc;m o mesmo sobrenome?</a>
<h2>Outros usos do termo "chico"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/21/21150345909189.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Mas, al&eacute;m de ser apelido para Francisco, Chico tamb&eacute;m adquiriu diferentes significados na cultura. Uma forma popular, que parece estar caindo em desuso, &eacute; se referir &agrave; menstrua&ccedil;&atilde;o como "ficar de chico". Assim, uma mulher que estivesse <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/73039-9-conceitos-absurdos-sobre-a-menstruacao-em-algumas-partes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">menstruada</a> estaria "de chico".
Nem todo mundo sabe a origem dessa express&atilde;o com esse sentido, mas vale saber que ela n&atilde;o &eacute; positiva. No portugu&ecirc;s europeu falado em Portugal, que foi onde nasceu esse uso, "chico" &eacute; um sin&ocirc;nimo de porco. &Eacute; da&iacute;, por exemplo, que nasce a palavra "chiqueiro".
Ou seja, a express&atilde;o "estar de chico" remete a uma ideia ancestral de que o per&iacute;odo menstrual da mulher era considerado sujo, e posto com um impedimento para as <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122879-dia-do-sexo-como-funciona-nosso-cerebro-durante-a-relacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rela&ccedil;&otilde;es sexuais</a>. A raz&atilde;o desse pensamento tem a ver com os dogmas preconizados pela Igreja Cat&oacute;lica, que desencorajava qualquer atividade sexual que n&atilde;o fosse para a reprodu&ccedil;&atilde;o.
Assim, ao fazer circular a ideia de que mulheres menstruadas eram sujas, al&eacute;m de desestimular o sexo, difundia-se a percep&ccedil;&atilde;o de uma concep&ccedil;&atilde;o bastante nociva quanto ao corpo feminino como algo inferior e polu&iacute;do em rela&ccedil;&atilde;o aos homens. Melhor, ent&atilde;o, permanecer com o Chico de Francisco mesmo.

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Por que todo Francisco é chamado de Chico?

Imagem de Você realmente precisa lavar o arroz antes de cozinhar? no megacurioso

Grupos se dividem quando o assunto é lavar ou não o arroz antes do cozimento, mas o que diz a ciência sobre o assunto?

O arroz &eacute; um alimento b&aacute;sico na alimenta&ccedil;&atilde;o dos brasileiros e essencial para v&aacute;rias partes do mundo. A Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Alimenta&ccedil;&atilde;o e a Agricultura (FAO) estima que 2,5 bilh&otilde;es de pessoas em todos os continentes t&ecirc;m nele a principal fonte nutricional. Estima-se que o mundo produza cerca de 500 milh&otilde;es de toneladas por ano, 90% das quais s&atilde;o consumidas na &Aacute;sia. Apesar disso, o Brasil &eacute; o maior consumidor do cereal nas Am&eacute;ricas.
T&atilde;o numerosas quantas as variedades dele, s&atilde;o as receitas. Cada pa&iacute;s e cada regi&atilde;o desenvolve maneiras de preparo para adicionar e variar o consumo da planta na sua dieta. E com tantos diferentes tipos de preparo, surge uma &ldquo;pol&ecirc;mica&rdquo;:&nbsp;lavar ou n&atilde;o lavar o arroz antes do preparo? Entenda o que a ci&ecirc;ncia diz sobre o assunto.
<h2>Lavagem e textura do arroz</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/20/20232529305002.jpg" alt="Planta&ccedil;&atilde;o de arroz na China. (Fonte: Getty Images)" />Planta&ccedil;&atilde;o de arroz na China. (Fonte: Getty Images)
Por norma, a op&ccedil;&atilde;o pela pr&eacute;-lavagem ocorre quando se busca um resultado mais soltinho. Por outro lado, pratos como risoto e paella se beneficiam da n&atilde;o lavagem. A explica&ccedil;&atilde;o seria a poss&iacute;vel retirada do amido, que faria os gr&atilde;os se grudarem. Por&eacute;m, uma an&aacute;lise cient&iacute;fica pode colocar essa percep&ccedil;&atilde;o popular em cheque.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127330-quanto-tempo-o-arroz-pode-durar-na-geladeira.htm" target="_blank" rel="sponsored">Quanto tempo o arroz pode durar na geladeira?</a>
Uma pesquisa liderada por Hongyan Li, da Universidade Tecnol&oacute;gica e de Neg&oacute;cios de Pequim, comparou tr&ecirc;s tipos de preparo em diferentes tipos de arroz e as conclus&otilde;es podem surpreender. Os pesquisadores analisaram tr&ecirc;s tipos de arroz e o resultado depois de uma lavagem com 10 enx&aacute;gues, outra com 3 enx&aacute;gues e uma sem enx&aacute;gue.
O resultado da pesquisa mostrou que as lavagens n&atilde;o influenciam na textura final do arroz cozido. Por outro lado, o tipo do arroz teve uma influ&ecirc;ncia maior, ainda que n&atilde;o muito grande. Se o resultado n&atilde;o indica a melhor maneira de preparar o arroz, outros fatores devem ser levados em considera&ccedil;&atilde;o.
<h2>Por que lavar o arroz?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/21/21154512829228.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Lavar o arroz &eacute; importante para evitar uma s&eacute;rie de contamina&ccedil;&otilde;es, principalmente dependendo do pa&iacute;s onde se consome. A maioria dos pa&iacute;ses com o agroneg&oacute;cio menos industrializado pode ter altos n&iacute;veis de insetos e subprodutos, como pedra e terra na planta. Mas o perigo pode ser ainda maior, segundo a Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OMS), existe grande risco de contamina&ccedil;&atilde;o por ars&ecirc;nico dependendo do tipo de comida consumida, e a lavagem pode diminuir as chances de ingest&atilde;o.
O ars&ecirc;nico &eacute; um elemento naturalmente presente na terra e na &aacute;gua, mas na sua forma inorg&acirc;nica ele se torna altamente t&oacute;xico. V&aacute;rios pa&iacute;ses, desde a China, Argentina at&eacute; os Estados Unidos, t&ecirc;m altos &iacute;ndices de concentra&ccedil;&atilde;o de ars&ecirc;nico inorg&acirc;nico na sua &aacute;gua, que &eacute; usada para agricultura. E o arroz pode absorv&ecirc;-la, por isso &eacute; importante lav&aacute;-lo antes do preparo.
Um estudo publicado no PubMed, realizado por Nolan S. Horner e Diane Beauchemin &ndash; da Queens University &ndash;, afirmou que lavar o arroz pode diminuir em at&eacute; 90% a quantidade de ars&ecirc;nico ingerido. Por&eacute;m, a lavagem tamb&eacute;m retira outros nutrientes importantes, como ferro, cobre e zinco.&nbsp;Para as popula&ccedil;&otilde;es que t&ecirc;m o arroz como fonte prim&aacute;ria de alimenta&ccedil;&atilde;o, isto pode causar impactos nutritivos.
Outra percep&ccedil;&atilde;o popular falsa &eacute; que lavar o arroz poderia matar bact&eacute;rias. Estas, por&eacute;m, s&atilde;o eliminadas pela alta temperatura do cozimento, tornando o ato de lavar redundante.

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Você realmente precisa lavar o arroz antes de cozinhar?

Imagem de "Regra do polegar": conheça a obscura origem da expressão inglesa no megacurioso

Erroneamente associada ao abuso doméstico, a expressão inglesa 'regra do polegar' é usada para definir um princípio sem fundamento científico

<head></head><body>De maneira geral, todas as pessoas no mundo possuem regras que acabam regendo alguns aspectos de nossas vidas. Por exemplo, você pode considerar uma "lei de ouro" fazer uma longa caminhada ou simplesmente acordar mais cedo em um dia mais agitado. Esses são princípios que aprendemos devido à experiência, mas que não possuem fundamento científico e nem precisam disso.Na língua inglesa, esse tipo de norma também é chamado de "regra do polegar" — o que foi traduzido para o português como "regra prática". Mas de onde esse termo surgiu? Embora nos Estados Unidos algumas pessoas acreditem que essa expressão esteja ligada a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121926-novo-tratamento-contra-abusos-domesticos-mostra-se-promissor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">violência doméstica</a>, suas origens são um pouco mais obscuras.<h2>Busca por origem</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12011330326024.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A frase "regra do polegar" é algo que está em uso há centenas de anos em países que falam inglês, e há muito tempo ela significa uma espécie de regra informal e cotidiana baseada na observação ou na sabedoria convencional. Suas origens exatas são desconhecidas, mas seu primeiro uso documentado aconteceu no século XVII.De acordo com o livro Origins of the Specious: Myths and Misconceptions of the English Language, a frase apareceu pela primeira vez entre os sermões de um pregador escocês chamado James Durham. Em meados de 1600, Durham disse que "muitos cristãos professos são como construtores tolos, que constroem por suposição e por regra do polegar (como costumamos dizer), e não por esquadro e regra".O The New York Times também relatou que a frase foi encontrada por outros documentos entre os séculos XVII e XVIII. A frase em si é provavelmente muito mais antiga que qualquer uma de suas citações e provavelmente surgiu de uma necessidade prática. Historiadores especulam que a expressão possa ter surgido do fato que muitas pessoas usavam partes do corpo para medir coisas.<h2>Associação à violência doméstica</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12011248177022.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em 1982, a Comissão dos Direitos Civis dos Estados Unidos produziu um relatório sobre o abuso doméstico de mulheres intitulado “Sob a regra do polegar: mulheres espancadas e a administração da justiça”. Com isso, essa inocente <a href="https://www.megacurioso.com.br/matematica-e-estatistica/69787-conheca-outras-5-unidades-de-medida-pra-la-de-malucas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">unidade de medida</a> passou a ser transformada em algo muito mais sinistro. E tudo começou com um juiz chamado Francis Buller, no século XVIII.Dois séculos antes desse relatório ser publicado, Buller decidiu a favor dos maridos poderem bater em suas esposas — porém, apenas se a vara ou bastão utilizados não fossem maior do que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/45492-confira-alguns-fatos-interessantes-sobre-os-polegares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">polegar</a> do agressor. Embora não exista qualquer evidência histórica dessa fala de Francis Buller, ele foi ridicularizado pela imprensa.Mesmo com a ausência de provas, pelo menos três juízes americanos citaram essa decisão no século XIX. Dessa forma, é de se entender o motivo da "regra do polegar" passar a ser tão fortemente associada aos casos de violência doméstica. A verdade, no entanto, é que as origens dessa expressão nada têm a ver com o tema. Em vez disso, a frase surgiu como uma unidade de medida semelhante a "pés" e só mais tarde é que foi "ressignificada".</body>

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'Regra do polegar': conheça a obscura origem da expressão inglesa

Imagem de Por quantos quilômetros é seguro dirigir após o carro entrar na reserva? no megacurioso

A luz acendeu? Atenção: você pode ficar no meio do caminho e até perder pontos na habilitação

<head></head><body>O painel do seu carro possui uma série de informações, mas uma das coisas que as pessoas costumam prestar mais atenção é o indicador de combustível. Com o tanque cheio, você não precisa se preocupar. Com meio tanque, você continua tranquilo para a maioria das tarefas e trajetos — se não for uma viagem de longa distância, é claro.&nbsp;Mas, de vez em quando, sua atenção se dispersa e você se vê em uma situação desesperadora em que a temida luz do combustível acende, indicando que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126945-por-que-algumas-pessoas-adoram-cheiro-de-gasolina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gasolina</a> está nas últimas. Nesse momento, bate a dúvida: por quanto tempo posso esticar isso?<h2 style="text-align: justify;">Quanto tempo você realmente consegue dirigir após a luz de combustível acender</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19222233799000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Embora uma resposta universal fosse o ideal, infelizmente ela não existe. A capacidade de rodar um pouco com o tanque quase vazio depende do fabricante e modelo do seu carro, sua eficiência de combustível, velocidade e outras variáveis.&nbsp;Como uma regra geral bastante flexível, a luz acenderá quando você estiver com aproximadamente 10 a 15% da capacidade de combustível. Isso pode significar de um a quatro galões de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125668-o-que-acontece-se-voce-colocar-diesel-em-um-carro-a-gasolina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gasolina</a>, o equivalente a cerca de 32 km a 48 km, chegando até 80 km em um carro maior.Aqueles que dirigem mais devagar são capazes de otimizar os últimos litros de combustível que o motor ainda tem para queimar. Outra dica é evitar o uso de acessórios, como o ar-condicionado, que mantêm o veículo com peso reduzido.<h2 style="text-align: justify;">Impactos negativos de rodar com pouco combustível</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19223311821001.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Embora a informação acima pareça uma margem razoável, não deve ser uma desculpa para ignorar a luz de acesa em seu painel. Dirigir com pouco combustível pode danificar potencialmente a bomba de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123923-existe-uma-maneira-de-produzir-energia-limpa-inesgotavel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">combustível</a>, que precisa funcionar mais com menos gasolina.&nbsp;Um tanque quase vazio também pode começar a movimentar mais detritos para o filtro de combustível. Todo esse risco aumenta quanto mais frequentemente você dirige com um tanque quase vazio. Além de danificar o motor do seu carro, você corre o perigo de ficar no meio do caminho — também chamado de "pane seca", que dá multa de R$ 130,16 além de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação.<h2 style="text-align: justify;">E se o carro estiver parado?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19224641990002.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Não é uma boa ideia ignorar a luz mesmo se planeja deixar seu carro parado por semanas. Isso dificulta a formação de umidade no tanque, o que pode danificar o sistema de injeção de combustível do seu veículo. Além disso, quando o tanque está cheio, há menos espaço para ar, o que ajuda a reduzir a evaporação da gasolina e a formação de depósitos prejudiciais.Em resumo? Se seu tanque estiver quase vazio, abasteça o mais rápido possível para evitar danos ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125379-quando-voce-deve-usar-o-botao-de-recirculacao-de-ar-do-seu-carro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">veículo</a> e garantir que você não fique sem combustível quando mais precisar. Se não puder chegar a um posto de gasolina dentro de alguns quilômetros, considere parar quando for seguro e chamar assistência.&nbsp;E, no futuro, evite deixar a luz acender em primeiro lugar, adotando o hábito de abastecer assim que possível, para manter seu veículo em ótimas condições de funcionamento — e, claro, para evitar o perrengue de ficar no meio do caminho.&nbsp;</body>

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Por quantos quilômetros é seguro dirigir após o carro entrar na reserva?

Imagem de Por que as bruxas costumam ter verrugas? no megacurioso

A ideia de que verrugas são como marcas do demônio começou por crenças bíblicas

<head></head><body>Protagonistas de vários filmes e séries de TV, as bruxas dos dias atuais ganharam glamour e perderam muitas das características que as colocavam como mulheres malignas e manipuladoras das forças do mal. Fruto de uma mentalidade binária, as bruxas milenares eram apresentadas como <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121957-6-formas-que-eram-usadas-para-identificar-uma-bruxa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulheres velhas, feias e, na maioria das vezes, com imperfeições na pele, como verrugas</a>.&nbsp;Nesse sentido, os crescimentos cutâneos funcionariam como uma das famosas "marcas do demônio" buscadas pelos inquisidores entre os séculos XIV e VII, para comprovar a denúncia de bruxaria. No caso, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122131-afinal-o-que-sao-e-de-onde-surgem-as-verrugas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esses registros dermatológicos eram lidos</a>, ao bel-prazer dos religiosos da época, como marcas de degeneração moral, assim como os olhos esbranquiçados (cataratas).&nbsp;Padronizado em toda a Europa e também em algumas colônias ibéricas, o procedimento inquisitorial determinava que muitas vezes o próprio carrasco despisse as acusadas, para que ele manuseasse seu corpo em busca de excrecências, cicatrizes e verrugas. Embora se procurassem associações com o diabo, as investigadas eram sempre mulheres, demonstrando o estereótipo misógino da cultura.&nbsp;<h2>O pensamento medieval</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/07/07171657961001.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Essas perseguições, bizarras aos nossos olhos, eram baseadas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125200-mapa-interativo-permite-explorar-caca-as-bruxas-na-escocia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">em uma crença inabalável na bruxaria e no poder do demônio</a>. Segundo o medievalista Michel Pastoureau, autor do livro Verde: história de uma cor, na Idade Média "o imaginário é uma realidade". A afirmação permite que o imaginário, filtro de experiências, molde a realidade percebida.Embora tenhamos caminhado bastante desde a Idade Média, ainda continuamos dando crédito a certos estereótipos, através dos quais filtramos grande parte das nossas experiências e do nosso aprendizado. No entanto, apesar das culturas ocidentais se pautarem por paradigmas científicos, continuamos acreditando nas verdades emanadas por uma autoridade no assunto.Da Idade Média ao Iluminismo, essa autoridade era exercida com bastante habilidade pelo clero. Com base em sua interpretação dos textos sagrados, os sacerdotes exerciam uma influência extraordinária na forma de se aplicar a justiça, no tecido social e, o que é mais trágico, na vida privada de pessoas que não se enquadravam ao "status quo" vigente.<h2>Como eram as bruxas da Idade Média?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/07/07170515256000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Quando <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125423-como-era-a-vida-de-uma-pessoa-comum-na-europa-da-era-medieval.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os europeus começaram efetivamente a caçar bruxas no século XV,</a> o objeto desse imaginário eram mulheres que não se encaixavam nos preceitos de sua época, mas não por seu desejo. Eram geralmente pobres viúvas solitárias vistas como suspeitas pelos vizinhos, ou curandeiras que vendiam remédios para seu sustento, ou até mesmo mendigas peregrinas.E qual era a transgressão social dessas mulheres ameaçadoras?&nbsp;Simplesmente, não estar sob a proteção de alguma figura de autoridade masculina, seja pai, marido ou filho.&nbsp;Felizmente, o século XVII trouxe uma lufada de ar nessa cultura de julgamentos e cancelamentos literais. O Iluminismo ajudou a derrubar superstições e determinar que mulheres, mesmo sem homens e com verrugas, não eram necessariamente bruxas.&nbsp;</body>

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Por que as bruxas costumam ter verrugas?

Imagem de Quem foi Carlo Acutis, o santo "padroeiro da internet" no megacurioso

Carlo morreu aos 15 anos e chamou atenção na internet nos últimos dias por sua história pouco comum

A igreja cat&oacute;lica tem uma grande lista de pessoas santas, al&eacute;m das muitas outras que est&atilde;o em processo para receber este t&iacute;tulo. Inclusive, alguns poucos nomes dessa lista s&atilde;o bem recentes, como o de Carlo Acutis.
Carlo chama a aten&ccedil;&atilde;o por ser um adolescente que faleceu com 15 anos, e por conta de sua f&eacute; n&atilde;o demorou muito para trilhar os primeiros passos para se tornar um santo. Ali&aacute;s, isso ganhou ainda mais for&ccedil;a por conta de um v&iacute;deo que ganhou as redes sociais no &uacute;ltimo fim de semana, onde podemos ver que seu corpo ainda n&atilde;o se desfez completamente.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/71844-santos-incorruptos-conheca-a-historia-de-10-corpos-que-desafiam-a-natureza.htm" target="_blank" rel="sponsored">Santos Incorruptos: conhe&ccedil;a a hist&oacute;ria de 10 corpos que desafiam a natureza</a>
<h2>Quem foi Carlo Acutis?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19164324482278.jpg" alt="(Fonte: carloacutis.com/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: carloacutis.com/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Carlo Acutis nasceu em Londres, no ano de 1991, e desde pequeno foi conhecido por ser um garoto bondoso. Pouco tempo ap&oacute;s o nascimento, se mudou com os pais para Mil&atilde;o, na It&aacute;lia, onde se tornou cat&oacute;lico.
Al&eacute;m do seu amor pela Igreja, Carlo sempre teve muita facilidade com temas ligados &agrave; computa&ccedil;&atilde;o. Seu conhecimento era considerado acima da m&eacute;dia para os garoto de sua idade &ndash; sua m&atilde;e, inclusive, chegou a dizer que ele tinha o costume de ler livros de engenharia da computa&ccedil;&atilde;o.
"Ele era um especialista em computa&ccedil;&atilde;o, lia livros de engenharia da computa&ccedil;&atilde;o e deixava todos maravilhados, mas colocava seu dom a servi&ccedil;o dos outros e o usava para ajudar seus amigos", explicou Antonia Acutis, m&atilde;e de Carlo, &agrave; ag&ecirc;ncia de not&iacute;cias cat&oacute;licas ACI.
Foi o conhecimento em computa&ccedil;&atilde;o e a proximidade com temas da igreja que fez Carlo dar in&iacute;cio ao seu maior projeto em vida: criar um site que catalogou os milagres realizados pelos santos da igreja cat&oacute;lica, o que o levou a receber o t&iacute;tulo de "padroeiro da internet".
Carlo faleceu em 2006 v&iacute;tima de leucemia, mas sua hist&oacute;ria n&atilde;o termina a&iacute;. Em 2019, quando seu corpo foi exumado para beatifica&ccedil;&atilde;o ap&oacute;s a constata&ccedil;&atilde;o de um milagre alcan&ccedil;ado por um garoto brasileiro, perceberam que ele estava muito bem conservado &ndash; especialmente se considerarmos que o corpo de qualquer pessoa j&aacute; estaria totalmente decomposto ap&oacute;s esse per&iacute;odo.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122567-5-santos-que-voce-talvez-nao-conheca-e-de-quem-sao-padroeiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 santos que voc&ecirc; talvez n&atilde;o conhe&ccedil;a (e de quem eles s&atilde;o padroeiros) </a>
<h2>Corpo incorrupto?</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;CNS/Diocese of Assisi-Nocera Umbra-Gualdo Tadino&nbsp;" data-fonte-url="https://www.catholicnewsagency.com/news/251440/blessed-carlo-acutis-tomb-permanently-reopened-for-public-viewing"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19164702642280.jpg" alt="(Fonte: CNS/Diocese of Assisi-Nocera Umbra-Gualdo Tadino)" />(Fonte: CNS/Diocese of Assisi-Nocera Umbra-Gualdo Tadino)
O que fez Carlo Acutis ganhar aten&ccedil;&atilde;o nas redes sociais foi exatamente o fato de seu corpo permanecer extremamente reconhec&iacute;vel mesmo 17 anos ap&oacute;s o seu falecimento. Entretanto, ele n&atilde;o est&aacute; totalmente incorrupto (ou seja, totalmente preservado da decomposi&ccedil;&atilde;o).
O padre Carlos Ac&aacute;cio Gon&ccedil;alves Ferreira, reitor do Santu&aacute;rio da Despossess&atilde;o, em Assis, na It&aacute;lia, ressaltou que seu corpo "est&aacute; muito completo, n&atilde;o intacto, mas completo. Todos os &oacute;rg&atilde;os est&atilde;o preservados".
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Can&ccedil;&atilde;o Nova/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://img.cancaonova.com/cnimages/canais/uploads/sites/11/2020/10/carlo-acutis-Diocesis-Asis-Nocera-Umbra-Gualdo-Tadinosem-ti%CC%81tulo.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19155929645242.jpg" alt="(Fonte: CNS/Diocese of Assisi-Nocera Umbra-Gualdo Tadino)" />(Fonte: CNS/Diocese of Assisi-Nocera Umbra-Gualdo Tadino)
O padre, inclusive, comenta que j&aacute; foi feito um trabalho em seu rosto para mant&ecirc;-lo mais preservado, mas ainda assim ele &eacute; o &uacute;nico em tempos recentes (inclusive vestindo cal&ccedil;as jeans, moletom e t&ecirc;nis Nike) a ser encontrado dessa forma. Ainda hoje, corpos incorruptos desafiam a l&oacute;gica e a ci&ecirc;ncia, ainda mais porque alguns deles est&atilde;o dessa forma h&aacute; alguns s&eacute;culos.
Assim, o beato Carlo Acutis (que ainda n&atilde;o se tornou santo, j&aacute; que h&aacute; mais <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/112491-como-uma-pessoa-se-torna-santa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">algumas etapas</a> que precisam ser conclu&iacute;das antes de ele receber esse t&iacute;tulo oficialmente) entra para a lista de pessoas pr&oacute;ximas de Deus que est&atilde;o com seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/71844-santos-incorruptos-conheca-a-historia-de-10-corpos-que-desafiam-a-natureza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corpos preservados</a>.

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Quem foi Carlo Acutis, o santo 'padroeiro da internet'

Imagem de Tenochtitlan: cidade asteca perdida é recriada em 3D no megacurioso

Novas imagens detalhadas feitas em computador revelam um passado de glória e glamour na América Latina

Uma equipe de especialistas recentemente recriou com detalhes impressionantes a capital asteca, Tenochtitlan, que j&aacute; foi o centro do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106410-23-megacuriosidades-sobre-o-imperio-asteca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Imp&eacute;rio Asteca</a> at&eacute; a invas&atilde;o espanhola no s&eacute;culo XVI. Pela primeira vez em centenas de anos, podemos vez com maior riqueza de detalhes como era essa bel&iacute;ssima cidade antes de desabar.
O projeto de reconstru&ccedil;&atilde;o 3D, batizado de "<a href="https://tenochtitlan.thomaskole.nl/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A Portrait of Tenochtitlan</a>" (Um Retrato de Tenochtitlan, em tradu&ccedil;&atilde;o livre), foi liderado pelo artista t&eacute;cnico holand&ecirc;s Thomas Kole. O artista e seu grupo de pesquisa passaram 1,5 anos trabalhando nesse projeto usando software de c&oacute;digo aberto. As imagens criadas pelos pesquisadores s&atilde;o impressionantes e muito belas, demonstrando a cidade asteca no seu &aacute;pice e nos permitindo ver como ela se situava no mundo.
<h2>A impon&ecirc;ncia do Imp&eacute;rio Asteca</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19014925671004.jpg" alt="(Fonte: Thomas Kole/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Thomas Kole/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Embora <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119835-veneza-do-novo-mundo-a-historia-asteca-de-tenochtitlan.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tenochtitlan</a> seja uma cidade de bastante relev&acirc;ncia entre pesquisadores, ainda n&atilde;o est&aacute; claro exatamente quando ela foi fundada. No entanto, sabe-se que ela surgiu por volta de 1325 d.C., sendo constru&iacute;da sobre duas ilhas situadas nas &aacute;guas do que era o lago Texcoco. Segundo a lenda local, os astecas escolheram esse local ap&oacute;s verem uma &aacute;guia empoleirada num cacto enquanto comia uma cobra.
Apesar de parecer um sinal aleat&oacute;rio, a escolha por esse terreno teria acontecido justamente porque o deus Huitzilopochtli &mdash; o deus do sol e da guerra &mdash; teria dito para que constru&iacute;ssem a sua cidade justamente onde presenciassem esse sinal divino. Tenochtitlan foi projetada em uma rede quadriculada, inspirada na antiga cidade de Teotihuac&aacute;n, a qual foi estabelecida nas terras altas do centro do M&eacute;xico mil anos antes.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/thomas-kole-reproducao-19125012829138.jpg" alt="Thomas Kole/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte:&nbsp;Thomas Kole/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Dada a sua configura&ccedil;&atilde;o aqu&aacute;tica, a cidade estava ligada por uma mistura de ruas e canais que permitiam &agrave;s pessoas viajar em canoas por toda a cidade e tamb&eacute;m pelos povoados mais pequenos que existiam na costa circundante. Os habitantes que entravam e sa&iacute;am da cidade a p&eacute; podiam faz&ecirc;-lo por meio de tr&ecirc;s cal&ccedil;adas que se conectavam ao mundo exterior.
No seu centro, Tenochtitlan tinha o seu grande Recinto Sagrado, que serviu como epicentro religioso para todo o Imp&eacute;rio Asteca. Era nessa regi&atilde;o que ficava o templo Huitzilopochtli, junto com um templo ao deus Tlaloc, o deus da chuva. Essa era uma regi&atilde;o prestigiada e tamb&eacute;m a sede da elite governante &mdash; incluindo um pal&aacute;cio ricamente decorado, jardins, avi&aacute;rios e jardins zool&oacute;gicos adjacentes.
<h2>A queda de Tenochtitlan</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/19/19015015115005.jpg" alt="(Fonte: Thomas Kole/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Thomas Kole/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ao longo de sua exist&ecirc;ncia, Tenochtitlan esteve entre as maiores cidades do mundo com cerca de 200 mil habitantes no s&eacute;culo XVI. Foi o centro do poder do Imp&eacute;rio Asteca, tanto pol&iacute;tico como econ&ocirc;mico, pois tamb&eacute;m se beneficiou dos tributos pagos por outras regi&otilde;es conquistadas.
Contudo, as coisas mudaram rapidamente quando os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124766-pueblo-revolt-a-luta-que-forcou-os-espanhois-a-sairem-do-mexico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">conquistadores espanh&oacute;is</a> chegaram na regi&atilde;o por volta de 1519. Os europeus, juntamente com uma alian&ccedil;a de tribos ind&iacute;genas, sitiaram a cidade em 1521 e por l&aacute; permaneceram por cerca de 93 dias. No dia 13 de agosto daquele ano, os astecas se renderam, inaugurando um per&iacute;odo de dom&iacute;nio espanhol no centro do M&eacute;xico.
Com a chegada dos europeus, os habitantes locais rapidamente sucumbiram a doen&ccedil;as epid&ecirc;micas para as quais n&atilde;o tinham imunidade natural. Estima-se que cerca de 50% da regi&atilde;o foi morta por var&iacute;ola. Atualmente, a colossal Tenochtitlan foi coberta pela Cidade do M&eacute;xico. Mesmo assim, projetos como o de Kobe permitem que a gl&oacute;ria do passado seja resgatada.

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Tenochtitlan: cidade asteca perdida é recriada em 3D

Imagem de 'Utilitarismo bêbado': excesso de álcool realmente afeta decisões morais? no megacurioso

Nova pesquisa desafia o antigo conceito de que pessoas alcoolizadas são mais propensas a tomar decisões para favorecer o prazer coletivo

Voc&ecirc; j&aacute; ouviu falar no "<a href="https://www.megacurioso.com.br/memes-e-virais/100289-menino-de-2-anos-resolve-classico-dilema-moral-de-maneira-hilaria-e-brutal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dilema do Trem</a>"? Esse desafio hipot&eacute;tico fala sobre um trem fora de controle que est&aacute; prestes a passar por um cruzamento nos trilhos. Se o bonde continuar na mesma dire&ccedil;&atilde;o, ele matar&aacute; cinco pessoas. Contudo, voc&ecirc; (espectador) pode salvar essas pessoas ao puxar uma alavanca que enviar&aacute; o carrinho para outro trilho.
O segundo caminho, no entanto, possui uma pessoa que certamente morrer&aacute; por conta de sua decis&atilde;o. Ent&atilde;o, o que deve ser feito? Salvar mais pessoas, mas ter o peso na consci&ecirc;ncia de ter matado algu&eacute;m que ficaria vivo, ou deixar cinco pessoas serem atropeladas? De acordo com uma vertente filos&oacute;fica, pessoas alcoolizadas tendem a escolher a primeira op&ccedil;&atilde;o, algo que ficou conhecido como "utilitarismo b&ecirc;bado". Entenda!
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124386-misturar-bebidas-alcoolicas-faz-alguma-diferenca-para-a-ressaca.htm" target="_blank" rel="sponsored">Misturar bebidas alco&oacute;licas faz alguma diferen&ccedil;a para a ressaca?</a>
<h2>O que &eacute; o 'utilitarismo b&ecirc;bado'?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/06/06170244664467.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Como &eacute; poss&iacute;vel notar, o "Dilema do Trem" &eacute; um desafio complicado concebido para testar o nosso pensamento e racioc&iacute;nio &eacute;tico. Em muitos casos, o resultado que as pessoas escolhem depende da hist&oacute;ria que envolve o problema, tal qual se os personagens envolvidos representam algu&eacute;m espec&iacute;fico no mundo.
Por&eacute;m, o ponto principal &eacute; saber se um indiv&iacute;duo deve causar danos minorit&aacute;rios para a exist&ecirc;ncia de um "bem maior" &mdash; o que &eacute; a ess&ecirc;ncia do conceito filos&oacute;fico do utilitarismo. E o que motiva essa escola de pensamento? Isso &eacute; o resultado de uma capacidade maior de racioc&iacute;nio deliberado ou resultado de uma diminui&ccedil;&atilde;o da avers&atilde;o a prejudicar os outros?
Para investigar essa quest&atilde;o, dois investigadores examinaram 103 homens e mulheres b&ecirc;bados em 2015 para entender como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124045-por-que-nao-devemos-misturar-alcool-e-remedios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&aacute;lcool</a> impactava nesse pensamento. A hip&oacute;tese inicial era de que altas concentra&ccedil;&otilde;es de &aacute;lcool no sangue eram respons&aacute;veis por um aumento de respostas utilit&aacute;rias a respeito do dilema.
<h2>Questionando os dados</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/06/06170345367469.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Apesar da hip&oacute;tese inicial tra&ccedil;ada em 2015, estudos mais recentes n&atilde;o encontraram qualquer tipo de correla&ccedil;&atilde;o entre o consumo de &aacute;lcool e respostas utilit&aacute;rias em uma r&eacute;plica do experimento feito no passado. Na vis&atilde;o de Mariola Paruzel-Czachura, autora da releitura, o trabalho anterior inclu&iacute;a limita&ccedil;&otilde;es como n&iacute;veis baixos ou inconsistentes de &aacute;lcool consumido e aus&ecirc;ncia de um grupo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120362-o-que-e-o-efeito-placebo-e-de-onde-ele-surgiu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">placebo</a>.
Para abordar essas preocupa&ccedil;&otilde;es, Paruzel-Czachura e seus colegas recrutaram 329 participantes, divididos igualmente entre homens e mulheres com idades de 18 a 52 anos. Os participantes, ent&atilde;o, foram separados em tr&ecirc;s grupos: 106 receberam &aacute;lcool; 144 eram o grupo de controle com placebo; e 109 foram informados de que n&atilde;o estavam ingerindo &aacute;lcool.&nbsp;
Em seguida, os participantes foram solicitados a completar uma s&eacute;rie de 48 dilemas semelhantes ao "Dilema do Trem". Finalmente, os participantes completaram um teste de reflex&atilde;o cognitiva (CRT), que foi concebido para &ldquo;identificar os efeitos potenciais do &aacute;lcool na reflex&atilde;o cognitiva e explorar se os efeitos do &aacute;lcool nos julgamentos morais s&atilde;o mediados por diferen&ccedil;as na reflex&atilde;o cognitiva&rdquo;, explicaram os autores.
O resultado n&atilde;o mostrou qualquer associa&ccedil;&atilde;o significativa do consumo de &aacute;lcool com a prefer&ecirc;ncia pelo utilitarismo. Sendo assim, todo o conceito de "utilitarismo b&ecirc;bado" passou a ser questionado, o que tamb&eacute;m levanta uma s&eacute;rie de outras quest&otilde;es sobre a influ&ecirc;ncia que o &aacute;lcool tem na tomada de decis&otilde;es morais. Segundo os cientistas, mais estudos ser&atilde;o necess&aacute;rios no futuro para a compreens&atilde;o total do tema.&nbsp;

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'Utilitarismo bêbado': excesso de álcool realmente afeta decisões morais?

Imagem de 5 Barbies exóticas que você provavelmente não se lembra no megacurioso

Sem alcançar o mesmo nível de fama que outros modelos da boneca, esses modelos exóticas ainda fazem parte do universo das Barbies

O lan&ccedil;amento do filme Barbie (2023), da diretora Greta Gerwig, fez com que a boneca da Mattel voltasse para o centro dos holofotes neste ano. As bonecas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127334-afinal-qual-e-a-idade-da-boneca-barbie.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Barbie</a> desempenharam um papel importante na forma&ccedil;&atilde;o da inf&acirc;ncia de muitas garotas ao longo das gera&ccedil;&otilde;es, deixando um legado talvez nunca visto antes para brinquedos infantis.
Com o passar das d&eacute;cadas, v&aacute;rias e v&aacute;rias vers&otilde;es da personagem foram lan&ccedil;adas para atingir novos p&uacute;blicos, sendo que alguns desses modelos se tornaram mais famosos que outros. E o que aconteceu com as Barbies que n&atilde;o ficaram t&atilde;o populares assim? Veja s&oacute; cinco Barbies ex&oacute;ticas que voc&ecirc; provavelmente n&atilde;o se lembra!
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125299-as-10-bonecas-barbie-mais-raras-e-caras-do-mundo.htm" target="_blank" rel="sponsored">As 10 bonecas Barbie mais raras (e caras) do mundo</a>
<h2>1. Barbie Astronauta</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/lPW3665AVXU?si=VBFudIOgRaRNjX-x" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Em 1985, a Mattel lan&ccedil;ou a figura ic&ocirc;nica da Barbie <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114802-astronauta-e-a-primeira-mulher-a-ir-ate-ponto-mais-fundo-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Astronauta</a>. Ela n&atilde;o era apenas uma boneca de pl&aacute;stico, mas um s&iacute;mbolo de empoderamento feminino em uma &eacute;poca que nem se cogitava ter uma mulher no espa&ccedil;o. Com seu traje espacial de design impec&aacute;vel e um mini capacete charmoso, essa Barbie transcendeu seu papel como mero brinquedo.
Esta figura ic&ocirc;nica tornou-se uma for&ccedil;a de mudan&ccedil;a, movendo transforma&ccedil;&otilde;es nos paradigmas sociais. Ela n&atilde;o s&oacute; mostrou a import&acirc;ncia feminina em carreiras tradicionalmente dominadas por homens, mas tamb&eacute;m virou um s&iacute;mbolo do que jovens mulheres poderiam conquistar no futuro.
<h2>2. Barbie Day-to-Night</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/tGJYeEm1RqI?si=RFe8N3G7Lcf5K-ed" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Essa inovadora boneca introduziu uma abordagem totalmente nova &agrave; moda de brincar, trazendo consigo a transi&ccedil;&atilde;o da roupa diurna para a eleg&acirc;ncia noturna em um &uacute;nico brinquedo. A Barbie Day-to-Night, ou Barbie Dia-a-Noite, mostrou que mulheres poderiam ter duas personas distintas: uma profissional s&eacute;ria e uma mulher elegante.
No entanto, a verdadeira magia desse modelo era realmente conseguir fazer uma metamorfose do corporativo para o glamuroso em uma &uacute;nica pe&ccedil;a.&nbsp;
<h2>3. Crystal Barbie</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/VYsIO7ds4tU?si=OM8oTn2lbOwxeAbF" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Em 1983, um novo &iacute;cone de luxo e eleg&acirc;ncia surgiu no mundo das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/110915-13-bonecas-que-foram-repintadas-e-ficaram-assustadoramente-realistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bonecas</a>: a ilustre Crystal Barbie. Essa cria&ccedil;&atilde;o conquistou o cora&ccedil;&atilde;o de muitas meninas com seu charme &uacute;nico. Usando um vestido adornado com cristais e lantejoulas, essa Barbie era o s&iacute;mbolo do luxo e sofistica&ccedil;&atilde;o.
O fasc&iacute;nio pela Crystal Barbie ia al&eacute;m de sua forma f&iacute;sica. Ela simbolizou a ideia de que mesmo os momentos mais simples podem ser transformados em ocasi&otilde;es extraordin&aacute;rias. Dessa forma, mesmo um ch&aacute; de pel&uacute;cias era o momento perfeito para demonstrar a melhor vers&atilde;o de uma pessoa.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125580-8-mulheres-homenageadas-com-uma-barbie.htm" target="_blank" rel="sponsored">8 mulheres famosas homenageadas com uma Barbie</a>
<h2>4. Dance Club Barbie</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/jtOR9ghSKx8?si=JRGyQL26gkWUZcWa" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
A exuberante e eletrizante cultura do disco music contaminou o universo das Barbies na d&eacute;cada de 1980 atrav&eacute;s da figura ic&ocirc;nica da Dance Club Barbie. Fazendo sua estreia em 1989, essa boneca de pl&aacute;stico foi vestida com um conjunto que parecia capturar a ess&ecirc;ncia de sua &eacute;poca.
Com uma roupa meticulosamente trabalhada que ostentava tons ousados e lantejoulas brilhantes, ela se tornou uma homenagem viva a uma &eacute;poca de autoexpress&atilde;o e movimento incessante.
<h2>5. My First Barbie</h2>
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Imagine s&oacute; ser dona de uma Barbie mais real. Esse era o conceito por tr&aacute;s da My First Barbie, uma cole&ccedil;&atilde;o de bonecas que ocupa um lugar especial no cora&ccedil;&atilde;o de muitas pessoas pelo seu design mais simples, que servia de porta de entrada para o reino encantador da imagina&ccedil;&atilde;o.
Diferente de outras Barbies, esse modelo convidava as crian&ccedil;as a projetar nele suas fantasias e sonhos, transformando-os em personagens de sua pr&oacute;pria autoria. Essa intera&ccedil;&atilde;o fundamental marca a origem de um universo novo para essas bonecas. Logo, sua simplicidade era uma tela na qual a criatividade podia florescer.

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5 Barbies exóticas que você provavelmente não se lembra

Imagem de Terra Nova: a expedição ao Polo Sul mais catastrófica do mundo no megacurioso

A expedição britânica liderada por Robert Falcon Scott é considerada uma das piores da história

Terra Nova, a pior expedi&ccedil;&atilde;o&nbsp;ao Polo Sul que o mundo j&aacute; presenciou, come&ccedil;ou como qualquer outra que teve impulso entre o final do s&eacute;culo XIX e in&iacute;cio do s&eacute;culo XX: uma combina&ccedil;&atilde;o de fatores que inclu&iacute;am a busca pela explora&ccedil;&atilde;o, pelo desconhecido, competi&ccedil;&atilde;o entre na&ccedil;&otilde;es para adquirir avan&ccedil;os tecnol&oacute;gicos e cient&iacute;ficos, e um enorme desejo de renome e prest&iacute;gio.
Foram essas as motiva&ccedil;&otilde;es por tr&aacute;s da Idade Heroica da Explora&ccedil;&atilde;o da Ant&aacute;rtida, o per&iacute;odo em que v&aacute;rias viagens explorat&oacute;rias buscaram desvendar os mist&eacute;rios do ponto considerado mais remoto e in&oacute;spito do globo, o Polo Sul.
Talvez muito mais que pelas descobertas para a humanidade, essas explora&ccedil;&otilde;es entraram para a hist&oacute;ria ao desvendar a habilidade de sobreviv&ecirc;ncia do ser humano e sua extraordin&aacute;ria capacidade de arriscar a vida apenas por prest&iacute;gio.
<h2>O motivo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11144142813232.jpg" alt="Robert Falcon Scott. (Fonte: Hulton Archive/Getty Images)" />Robert Falcon Scott. (Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Quando o oficial da Marinha Real, Robert Falcon Scott, deu in&iacute;cio ao que se tornaria a "pior viagem do mundo", em 15 de junho de 1910, ele j&aacute; havia explorado a Ant&aacute;rtida uma vez, em 1901.&nbsp;
Nascido em 1868, Scott se tornou um explorador por for&ccedil;a maior. Desde os 13 anos, quando embarcou no navio-escola HMS Brittania, ele esteve envolvido com a carreira naval &ndash; ent&atilde;o era certo que assim seguiria at&eacute; seus &uacute;ltimos dias. Dois anos mais tarde, ele j&aacute; havia se tornado um guarda-marinha e come&ccedil;ava sua ascens&atilde;o na Marinha Real.
Em 1889, Scott era um tenente especializado na nova tecnologia de torpedos, mas isso se provou pouco quando um desastre financeiro abateu sua fam&iacute;lia e ele se viu respons&aacute;vel por sua m&atilde;e vi&uacute;va e duas irm&atilde;s solteiras. Precisando de uma promo&ccedil;&atilde;o, em 1899, Scott se interessou por uma vaga como explorador em uma expedi&ccedil;&atilde;o ant&aacute;rtica organizada pela Royal Geographical Society e a Royal Society.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11144825150238.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte:&nbsp;Hulton Archive/Getty Images)
Apesar de n&atilde;o ter nenhuma experi&ecirc;ncia com explora&ccedil;&atilde;o, tampouco com viagens polares, ainda assim Scott foi nomeado comandante da Expedi&ccedil;&atilde;o Ant&aacute;rtica Nacional, a bordo do navio Discovery, que partiu da Inglaterra em 1901. Foi assim que ele conheceu Ernest Shackleton, que anos mais tarde se tornaria seu oponente na empreitada de conseguir chegar ao Polo Sul. Esse feito n&atilde;o foi alcan&ccedil;ado naquela primeira expedi&ccedil;&atilde;o porque o terreno desconhecido os for&ccedil;ou a abandonar a ideia, se quisessem sobreviver.
Quando Scott retornou &agrave; Inglaterra, em setembro de 1904, para uma recep&ccedil;&atilde;o calorosa, j&aacute; havia se tornado um explorador e estava certo de que era isso que faria daquele momento em diante. Sendo assim, se apressou a captar fundos para conseguir terminar o que se prop&ocirc;s a fazer: alcan&ccedil;ar o Polo Sul.
Nem mesmo a partida de Shackleton, em 1907, a bordo do seu navio Nimrod, o impediu de continuar tentando. E isso foi bom, afinal, seu concorrente s&oacute; conseguiu chegar a 100 quil&ocirc;metros do Polo Sul. O homem voltou para a Gr&atilde;-Bretanha como um her&oacute;i e recebeu at&eacute; t&iacute;tulo de cavaleiro. Na mente de Scott, a marca a ser batida e o caminho ainda estavam livres.
<h2>Tr&ecirc;s dias de caos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11145326977239.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images)
Finalmente, a expedi&ccedil;&atilde;o de Scott partiu da Ba&iacute;a de Cardiff, a bordo do seu Terra Nova, com intuito de explorar a parte da Ant&aacute;rtida ao redor do Mar de Ross, descobrir mais sobre os animais, o clima e a geologia do local.
Ao longo do caminho, eles passaram pela &Aacute;frica do Sul, Austr&aacute;lia e Nova Zel&acirc;ndia, onde a expedi&ccedil;&atilde;o quase teve seu primeiro fim desastroso. Enquanto deixavam o pa&iacute;s rumo ao mar de Ross, em 29 de novembro de 1910, uma forte tempestade quase condenou o baleeiro Terra Nova, pequeno demais para a carga que transportava. O navio foi quase inundado pela &aacute;gua, e teve suas bombas entupidas por uma pasta espessa de p&oacute; de carv&atilde;o, sujeira e &oacute;leo, que o fizeram parar de funcionar.
Todos os tripulantes, at&eacute; mesmo os cientistas, lutaram por horas no escuro para conseguir impedir que o Terra Nova&nbsp;fosse destru&iacute;do ou naufragasse. Nisso, eles tiveram que abrir m&atilde;o de muita carga, desde combust&iacute;vel a suprimentos. Os animais tamb&eacute;m sofreram, alguns morreram estrangulados pelas correntes que os impediam de derrapar pelo conv&eacute;s, e outros acabaram no mar ao se soltarem.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11145403233240.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Foram tr&ecirc;s noites de caos at&eacute; que o mar se acalmasse e a tempestade parasse de tentar destru&iacute;-los. E parece que o n&uacute;mero tr&ecirc;s se tornou um companheiro para os expedicion&aacute;rios, porque demorou quase tr&ecirc;s semanas para que atravessassem a crosta de gelo que abria caminho para o mar de Ross.
Em 2 de janeiro de 1911, eles avistaram o Monte Erebus, o enorme vulc&atilde;o que domina a Ilha Ross, onde Scott pretendia montar acampamento na praia abaixo do Cabo Crozier, no extremo leste da ilha. No entanto, devido aos perigos que os penhascos de gelo ofereciam, ele optou por ir para o oeste e entrar no Estreito de McMurdo, escolhendo o Cabo Evans como o melhor lugar para o acampamento base.
<h2>A maior frustra&ccedil;&atilde;o de todas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11145823312241.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Em 25 de janeiro, uma vez que a base em Cabo Evans estava pronta, Scott partiu em sua empreitada para os preparativos da viagem rumo ao Polo Sul. Ele estimou que seus homens tinham cerca de um m&ecirc;s para estabelecer uma s&eacute;rie de postos avan&ccedil;ados de suprimentos ao longo da primeira parte do caminho. Isso era vital, visto que n&atilde;o havia como carregarem tudo o que precisariam.
O plano de Scott era deixar suprimentos em intervalos de uma dist&acirc;ncia significativa, mas o clima adverso e o desempenho dos p&ocirc;neis e tren&oacute;s motorizados que usou para isso agiram contra ele. No final das contas, seu &uacute;ltimo posto avan&ccedil;ado, chamado "One Ton", foi estabelecido a cerca de 60 quil&ocirc;metros do alvo, em 17 de fevereiro. Esse foi seu segundo maior erro.
Ao longo dos nove meses at&eacute; o in&iacute;cio da viagem ao Polo Sul, a equipe de Scott se manteve ocupada em Cabo Evans fazendo medi&ccedil;&otilde;es di&aacute;rias, realizando curtas viagens de campo para fins de coleta ou mapeamento, e fazendo estudos sobre animais e a geologia do local. Os marinheiros e tratadores de animais se dedicaram a fazer ou alterar o que fosse necess&aacute;rio para a viagem, como botas de esqui, crampons, pe&ccedil;as de tren&oacute;, barracas e outros equipamentos.
Em 1 de novembro de 1911, Scott e seus homens partiram com p&ocirc;neis e c&atilde;es rumo &agrave; sua tentativa em alcan&ccedil;ar finalmente o Polo Sul. A princ&iacute;pio, o clima permitiu que avan&ccedil;assem de maneira consider&aacute;vel, mas isso mudou no in&iacute;cio de dezembro, com neve torrencial seguida por um degelo que tornou a viagem extremamente dif&iacute;cil, tanto para os homens quanto para os animais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11152632056256.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Os p&ocirc;neis foram fuzilados, esfolados e sua carne armazenada em um posto avan&ccedil;ado para ser usada como alimento para a equipe. Pouco antes de alcan&ccedil;arem a Geleira Beardmore, eles mandaram os c&atilde;es de volta, e ent&atilde;o eram apenas os 12 homens no planalto polar carregando seus tren&oacute;s.
No &uacute;ltimo dia de dezembro, eles alcan&ccedil;aram o ponto de Shackleton e comemoraram com ra&ccedil;&otilde;es extras. Em 4 de janeiro, com cerca de 290 quil&ocirc;metros pela frente at&eacute; o Polo Sul, Scott enviou de volta o &uacute;ltimo grupo de apoio, restando uma equipe de quatro homens (Edward Wilson, Edgar Evans, Lawrence Oates e Birdie Bowers). A essa altura, os homens j&aacute; estavam desnutridos com uma dieta inadequada e com a sa&uacute;de extremamente fragilizada pela baixa temperatura.
Em 16 de janeiro, a equipe confrontou algo que Scott evitava h&aacute; quase um ano: chegar ao Polo Sul era uma corrida publicit&aacute;ria. No mesmo ano em que Scott partiu em expedi&ccedil;&atilde;o, tamb&eacute;m o fez o noruegu&ecirc;s Roald Amundsen, dando in&iacute;cio a uma disputa silenciosa pelo t&iacute;tulo de primeiro lugar.
Scott s&oacute; admitiu para si mesmo que a expedi&ccedil;&atilde;o n&atilde;o era mais pela explora&ccedil;&atilde;o, mas por puro prest&iacute;gio, quando viu a bandeira norueguesa tremulando no vento frio, marcando a chegada ao Polo Sul. O que o transtornou &eacute; que poderia ser a dos brit&acirc;nicos, se naquele 1 de novembro, quando partiram de Cabo Evans, n&atilde;o tivessem esperado por condi&ccedil;&otilde;es de tempo melhores.
<h2>O primeiro a cair</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11154302100265.jpg" alt="Edgar Evans. (Fonte: Library of Congress/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Edgar Evans. (Fonte: Library of Congress/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a frustra&ccedil;&atilde;o pesando nas costas e com o t&iacute;tulo de segundo lugar, os brit&acirc;nicos enfrentaram a dura viagem de volta. Scott calculou que eles precisavam percorrer 33 km por dia se quisessem sair daquela regi&atilde;o antes que as condi&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas come&ccedil;assem a piorar. Afinal, eles ainda estavam sob o ver&atilde;o que passava pela Ant&aacute;rtida naquela &eacute;poca do ano.
Em 25 de janeiro, eles chegaram a um posto avan&ccedil;ado e conseguiram reabastecer seus suprimentos, mas n&atilde;o havia nada de prote&iacute;na em estoque. A equipe j&aacute; sofria com hemorragias nasais, forte desidrata&ccedil;&atilde;o e dores de cabe&ccedil;a causada pela fome. Os dedos de Evans estavam gangrenando e os transportadores Wilson e Scott n&atilde;o conseguiam mais se mover de tanta dor.
Em 4 de fevereiro, o estado de Evans piorou, espalhando desespero pelo grupo. Seus cortes e feridas supuraram e ele enfrentava dificuldades para respirar pelo nariz. De acordo com o di&aacute;rio de Oates, faltando 800 km para alcan&ccedil;arem o acampamento, Evans j&aacute; havia perdido o ju&iacute;zo. Ele se soltou do cinto que os conectava e come&ccedil;ou a se arrastar atr&aacute;s da comitiva at&eacute; que Scott o perdesse de vista e tivesse que voltar apenas para o encontrar &ldquo;com a roupa desarrumada, as m&atilde;os nuas e congeladas e um olhar selvagem nos olhos&rdquo;.&nbsp;
Edgar Evans faleceu naquela noite, dia 13 de fevereiro de 1912.
<h2>O anti-her&oacute;i</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11154410614275.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Apesar de tentar se manter firme, a frustra&ccedil;&atilde;o, o cansa&ccedil;o e a imin&ecirc;ncia da morte enfraqueceram Scott. Al&eacute;m disso, o homem n&atilde;o conseguia mais andar e era improv&aacute;vel que os outros pudessem fazer muito por ele. &ldquo;A amputa&ccedil;&atilde;o &eacute; o m&iacute;nimo que posso esperar por enquanto&rdquo;, escreveu ele em seu di&aacute;rio.
Apesar disso, em 21 de mar&ccedil;o, Bowers e Wilson tentaram chegar ao pr&oacute;ximo posto avan&ccedil;ado, o "One Ton", na esperan&ccedil;a de conseguir comida e medicamentos para Scott, mas s&oacute; conseguiram chegar at&eacute; onde o comandante deveria t&ecirc;-lo estabelecido, meses atr&aacute;s. Aceitando que aquele seria o fim, eles voltaram ao mini acampamento e tiraram o pouco de tempo que tinham para se despedir.
Scott assumiu seu papel de m&aacute;rtir ao escrever ao almirante Sir Francis Bridgeman: &ldquo;Eu n&atilde;o era muito velho para esse papel&rdquo;. Ele lembrou que os mais jovens ca&iacute;ram primeiro, ent&atilde;o significava que os mais velhos estavam dando um bom exemplo. Apesar disso, ele exaltou a coragem e dignidade de sua equipe que &ldquo;morreria com um esp&iacute;rito ousado, lutando at&eacute; o fim&rdquo;. Em momento nenhum, ao longo das v&aacute;rias cartas que escreveu, Scott culpou sua organiza&ccedil;&atilde;o defeituosa, respons&aacute;vel por aquele fim tr&aacute;gico; apenas o clima, a debilita&ccedil;&atilde;o e o infort&uacute;nio.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11155154622300.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Peter Macdiarmid/Getty Images)
Ele e a equipe ainda resistiram por nove noites at&eacute; 29 de mar&ccedil;o de 1912, quando os ventos da neve tomaram conta e silenciaram os gemidos dos homens para sempre.
A not&iacute;cia s&oacute; foi entregue &agrave; na&ccedil;&atilde;o brit&acirc;nica em 11 de fevereiro de 1913, quando ela mal havia se recuperado do rastro de horror deixado pelo naufr&aacute;gio do Titanic, em abril do ano anterior. Robert Falcon Scott n&atilde;o entrou para a hist&oacute;ria da maneira que imaginava, e as d&eacute;cadas que seguiram ap&oacute;s o an&uacute;ncio da sua miss&atilde;o fracassada mais constru&iacute;ram uma imagem de um homem mal preparado que marchou com sua equipe para a morte do que um her&oacute;i que desbravou a paisagem in&oacute;spita do Polo Sul.
"Se tiv&eacute;ssemos vivido, eu teria um conto sobre a dureza, resist&ecirc;ncia e coragem de meus companheiros, capaz de agitar o cora&ccedil;&atilde;o de cada ingl&ecirc;s. Essas cartas penosas e nossos cad&aacute;veres, por&eacute;m, devem contar a hist&oacute;ria", escreveu ele em sua carta intitulada "Mensagem ao P&uacute;blico". E sobre isso ele estava certo.

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