Imagem de "Mel louco": o alucinógeno usado como remédio nas montanhas do Nepal no megacurioso

O 'mel louco' é empregado em várias terapias alternativas, mas as grayanotoxinas presentes na substância podem causar efeitos alucinógenos

<head></head><body>Vendido comercialmente nos EUA, mas proibido em muitos países do mundo pelas suas propriedades psicodélicas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124397-5-drogas-recreativas-comumente-usadas-na-antiguidade.htm#:~:text=Mel%20louco&amp;text=Quando%20consumida%2C%20a%20subst%C3%A2ncia%20causa,digestivo%2C%20problemas%20card%C3%ADacos%20e%20paralisia." rel="noopener noreferrer" target="_blank">o "mel louco" tem sido empregado por séculos</a> no tratamento de doenças como diabetes, distúrbios gastrointestinais e artrite. Também conhecido como deli bal, em turco, diz a tradição que a substância é um poderoso elixir com propriedades afrodisíacas para melhorar o desempenho físico e mental.Além disso, o mel é também usado há mais de 2,4 mil anos por pessoas em busca dos efeitos alucinógenos que comprovadamente alteram a percepção sensorial e proporcionam experiências intensas de euforia ou sensações de conexão espiritual.Produzido nas altas montanhas do Himalaia, no Nepal, ou na região do Mar Negro, na Turquia, o "mel louco" é fabricado pelas maiores abelhas melíferas do mundo, a Apis dorsata laboriosa, a partir das flores de rododendro. Em muitas espécies dessa planta, há um composto químico chamado grayanotoxina, responsável pelos efeitos psicoativos do produto.<h2>A tradição milenar da caça ao mel</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/07/07194026910434.jpg" alt="(Fonte: Bees for Peace)">(Fonte: Bees for Peace)Equilibrando-se em escadas precárias nas falésias do Himalaia, um número cada vez menor de representantes do povo Gurung, do Nepal Central, arrisca a vida <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128149-metodos-atuais-de-apicultura-podem-causar-sofrimento-as-abelhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">na secular tradição de caça ao mel</a>. Por várias gerações, a substância vem sendo usada para diversos tratamentos medicinais e também em cerimônias religiosas.&nbsp;Após sedar as abelhas com fumaça, os caçadores usam varas compridas de bambu para retirar as colmeias do alto dos penhascos, jogando-as em um balaio abaixo. Para manter o equilíbrio, os nativos tentam permanecer calmos, mesmo submetidos a uma série de dolorosas picadas de abelhas.&nbsp;Após extração do mel, os participantes se reúnem para compartilhá-lo e saboreá-lo, além de reservar uma parte para o mercado negro, onde 500 gramas do produto chegam a US$ 80 (cerca de R$ 393), segundo o&nbsp;Atlas Obscura.<h2>Os riscos de consumir "mel louco"</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/07/07174159507368.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Com o aumento da popularidade do "mel louco", principalmente pelos seus efeitos de alteração da mente, casos de intoxicação por grayanotoxina têm sido relatados em muitos países ao redor do mundo, como Turquia, China, Filipinas, Coreia, Indonésia, Japão, Nepal, Áustria, Alemanha, Brasil e América do Norte. No entanto, a maioria de casos continua ocorrendo na Ásia Menor e Turquia.Pessoas que consomem o "mel louco", <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128061-psicodelicos-podem-ser-a-solucao-para-os-disturbios-alimentares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tanto como remédio como pelo seu efeito alucinógeno</a>, devem ficar cientes que, embora as abelhas diluam a grayanotoxina com outras substâncias presentes no néctar, ela pode, dependendo da quantidade de mel consumida, causar desorientação, tontura, náusea, vômito, queda de pressão, perda de controle muscular, disritmia e até paralisia temporária.De acordo com um estudo publicado na revista RSC Advances, essas reações podem durar até 24 horas, mas, "exceto por um único caso no condado de Lanping (sudoeste da China), o prognóstico para intoxicação por "mel louco" é ótimo, e nenhuma morte foi relatada na literatura médica moderna", dizem os autores, &nbsp;</body>

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'Mel louco': o alucinógeno usado como remédio nas montanhas do Nepal

Imagem de Como o aquecimento global está contribuindo para o abuso de drogas no megacurioso

Na Índia, famílias se afundam na toxicodependência por não conseguirem lidar com as consequências das secas e inundações extremas

<head></head><body>Segundo o relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Droga e Crimes (UNODC), cerca de 284 milhões de pessoas de 15 a 64 anos usaram drogas em 2020. Na África e na América Latina, as pessoas com menos de 35 anos representam a maioria das pessoas em tratamento por transtornos relacionados ao uso de drogas. Globalmente, o relatório estima que 11,2 milhões de pessoas estavam usando drogas injetáveis, sendo que cerca de metade desse número vivia com hepatite C; 1,4 milhão com HIV e 1,2 milhão com ambas as doenças.Além de transtornos de saúde mental e fatores genéticos, já foi provado cientificamente que o meio em que o indivíduo está inserido também é responsável por contribuir no desencadeamento da toxicodependência.O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) relatou que o uso de substâncias nocivas e as mortes por overdose aumentaram muito durante a pandemia de covid-19, devido ao isolamento social, aumento da ansiedade, depressão e pensamentos suicidas.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29152638089276.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)No primeiro ano da pandemia nos Estados Unidos, o CDC diz que mais de 99 mil pessoas morreram de overdose de drogas. Isso representa um aumento de quase 30% em relação aos 77 mil que morreram nos 12 meses anteriores a 2020. Aproximadamente 75% das mortes estavam relacionadas ao abuso de opioides sintéticos, como fentanil. Também houve um aumento no uso de outras drogas mais pesadas, como heroína, metanfetaminas e cocaína.Como se isso tudo não bastasse, cientistas descobriram como o aquecimento global está aumentando o abuso de drogas, principalmente na Índia.<h2>Meio ambiente vs. vulnerabilidade emocional</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29152752773277.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Publicado em setembro desse ano, um estudo da Communications Medicine mostrou que as mudanças climáticas são associadas ao aumento de visitas a hospitais devido a distúrbios de álcool e substâncias. Vinte anos de dados coletados mostraram um aumento de 24,6% nas hospitalizações relacionadas ao transtorno alcoólico e um aumento de 38,8% por outras substâncias, incluindo opioides, cocaína, maconha e sedativos.Segundo os pesquisadores, o planeta aqueceu uma média de 0,08 graus Celsius por década desde meados de 1800, embora parte significativa desse aquecimento seja de 1975 em diante. Os especialistas ainda especulam que os números apontados no estudo não refletem todo o escopo do problema, uma vez que nem todos que lutam contra o abuso de substâncias procuram ajuda médica.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29152947301279.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em “Mudanças Climáticas e Comportamentos de Uso de Substâncias: Uma Estrutura de Caminhos de Risco”, publicado em 2022 na Sage Journals, os autores do estudo determinaram que as mudanças climáticas podem aumentar a toxicodependência em todo o mundo por pelo menos cinco vias: estresse psicossocial decorrente da desestabilização dos sistemas de apoio social, ambiental, econômico e geopolítico; aumento das taxas de transtornos mentais; aumento da carga de saúde física; mudanças prejudiciais incrementais aos padrões de comportamento estabelecidos; e o excesso de preocupação com os perigos das mudanças climáticas descontroladas. Todas essas vias podem operar de forma independente para aumentar a vulnerabilidade ao uso de substâncias nocivas.“A exposição a estressores relacionados ao clima, como tempestades, inundações, incêndios e secas; pode levar a um sofrimento físico e psicológico que, muitas vezes, persiste por meses após o evento”, disse Francis Vergunsta, coautor do estudo de 2022, em entrevista à revista Wired. “Os jovens enfrentam riscos desproporcionais devido a sua alta vulnerabilidade a problemas de saúde mental e transtornos por uso de substâncias”.<h2>A Índia está definhando</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29153014798280.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Ou seja, o custo do aquecimento global já não é mais apenas social e econômico, mas também emocional, e está cada vez mais alto, sobretudo em idades extremas, que são os muito jovens ou idosos. Esses e os indivíduos com problemas de ordem psiquiátrica e emocional pré-existentes são os que correm maior risco de desenvolver toxicodependência pelos traumas causados pelo deslocamento e escassez oriundos das mudanças climáticas.Segundo a Global Drug Policy Index, a Índia figura no ranking de um dos países com mais adictos do mundo, sendo que seu "vício" por crescimento econômico a qualquer custo está contribuindo para a toxicodependência de sua população. Na cidade de Gorakhpur, no estado de Uttar Pradesh, norte do país, a alta dependência de álcool entre os homens arrastou famílias para a miséria. Isso aconteceu também devido à disponibilidade do produto nas fronteiras e as consequências emocionais das condições climáticas extremas nessas regiões, onde as inundações são predominantes.Na área rural a oeste do estado de Maharashtra, o tempo começou a piorar em 2019, quando duas inundações, um calor insuportável, chuvas incessantes, tempestades de granizo e uma seca destruíram a economia dos agricultores. Mais de 36 milhões de hectares de cana-de-açúcar, cebola, arroz e outras culturas foram devastados, conforme notificou o Departamento de Agricultura de Maharashtra.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29153050078283.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Os trabalhadores têm dificuldade em conseguir pelo menos 8 dias de trabalho por mês, graças aos danos nas colheitas. Sendo assim, muitos recorrem às drogas para tentar controlar a ansiedade e outras questões de ordem emocional. Alguns procuraram o tabaco de mascar, que custa US$ 0,12 o pacote, porque contém nicotina, um estimulante do sistema nervoso central. Os usuários alegam que isso melhora o humor, a concentração, alivia a raiva, tensão e o estresse.“Eles dessensibilizam a dor, a tristeza e a negatividade por um tempo”, disse à Wired a psicóloga clínica Shalmali Ranmale Kakade, de Kolhapur, referindo-se ao tabaco e outras substâncias comumente abusadas, como o álcool.Não só causa dependência, como mascar tabaco também aumenta os riscos de muitos tipos de câncer, incluindo os de boca, esôfago, estômago e bexiga.<h2>Um problema generalizado</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29153131966284.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Esse fenômeno causado pelo aquecimento global de longe é algo que não se limita apenas à Índia, tampouco a países com salário predominantemente de baixo e médio rendimento. Em 2019 e 2020, a Austrália padeceu com vários incêndios florestais que queimaram 19 milhões de hectares de terras e mais de 3 mil casas, matando cerca de 56 mil animais de criação para a agricultura. Um artigo publicado no Journal of Environment Management, que avaliou a saúde mental de 746 australianos com idades entre 16 e 25 anos, encontrou maior abuso de substâncias em decorrência de ansiedade, estresse e preocupação oriundos das mudanças climáticas, mesmo entre aqueles que não foram expostos diretamente aos incêndios.O estudo ainda descobriu uma relação entre ondas de calor, declínio da saúde mental e consumo de álcool entre os chineses com 50 anos ou mais. O calor extremo na China levou a um consumo mais frequente de álcool e a uma redução drástica em comportamentos positivos, como o exercício físico.Ainda é desconhecida a extensão total do abuso de substâncias relacionadas ao clima em todo o mundo. O que preocupa os especialistas, no entanto, é que esse comportamento não muda depois que um evento climático ruim passa ou que a situação dessas pessoas melhora.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29153451418286.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Marianthi-Anna Kioumourtzoglou, professora associada de ciências da saúde ambiental na Columbia Public Health, disse em um comunicado à imprensa que devem ser uma prioridade de saúde pública as intervenções à toxicodependência causada pelo clima. "A melhoria da infraestrutura social e das intervenções do sistema de saúde poderiam mitigar esses impactos", observou ela.Um relatório governamental de 2019 reconheceu que o alcance de programas nacionais para o tratamento de toxicodependência é amplamente inadequado. A Índia, por exemplo, não possui profissionais de saúde mental suficientes. Para os 883 milhões de pessoas que habitam as zonas rurais, o país tem apenas 1.224 hospitais subdistritais e 764 hospitais distritais. As estatísticas mais recentes da OMS mostram que, por milhão de pessoas, a Índia tem apenas três psiquiatras e menos de um psicólogo.Para ser tratado e prevenido, o abuso de substâncias relacionadas ao clima precisa ser melhor reconhecido.</body>

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Como o aquecimento global está contribuindo para o abuso de drogas

Imagem de Irmandade do Amor Eterno: o culto hippie que tentou viciar a sociedade dos EUA de 1960 em LSD no megacurioso

A Irmandade do Amor Eterno não tinha interesse em lucrar com a droga, muito pelo contrário, tentou barateá-la ao máximo para promover uma 'revolução espiritual'

Moritz Zimmermann tem uma intelig&ecirc;ncia excelente, principalmente no que diz respeito a &aacute;rea de tecnologia, programa&ccedil;&atilde;o e desenvolvimento de programas e sites. Em sua empreitada para tentar reconquistar sua ex-namorada Lisa, que ficou com outro jovem mais popular e atraente, ele resolve aplicar sua intelig&ecirc;ncia em algo t&atilde;o lucrativo quanto descolado na escola: as drogas sint&eacute;ticas.
Essa poderia ser apenas a premissa da premiada s&eacute;rie alem&atilde; Como Vender Drogas Online R&aacute;pido, distribu&iacute;da pela Netflix em 2019, mas &eacute; baseada na hist&oacute;ria real de um jovem alem&atilde;o de 18 anos chamado Maximilian Schmidt. Por meio do seu site Shiny Flakes, ele comercializou por mais de um ano cerca de 900 quilos de haxixe, coca&iacute;na, ecstasy, LSD e medicamentos prescritos.
Ele despachava as mercadorias pelos correios para todo o mundo, usando carteiros como seus mensageiros incautos e recebendo pagamentos via Bitcoin. Foi assim que, no conforto do seu quarto na casa dos pais, e sem que algu&eacute;m soubesse, ele construiu um verdadeiro imp&eacute;rio de narc&oacute;ticos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30173608272491.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Schmidt &eacute; apenas o resultado de um movimento que surgiu a partir dos anos 2000, com a populariza&ccedil;&atilde;o da World Wide Web, quando os "dark markets" ofereceram uma plataforma para compra e venda de produtos ilegais, incluindo drogas.
Mas antes da internet, o com&eacute;rcio de drogas j&aacute; era um problema anterior at&eacute; mesmo &agrave; denominada "Guerra &agrave;s Drogas". No s&eacute;culo XIX, a China j&aacute; lutava contra o com&eacute;rcio e a adi&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o com o &oacute;pio. N&atilde;o &eacute; para menos que, em 1912, foi assinada a Conven&ccedil;&atilde;o Internacional do &Oacute;pio, um tratado que representou o primeiro esfor&ccedil;o significativo para regulamentar e controlar o com&eacute;rcio e uso de subst&acirc;ncias psicoativas, como o &oacute;pio e a coca&iacute;na.
Em 1960, no auge dos movimentos de contracultura, surgiu a&nbsp;Irmandade do Amor Eterno, a maior m&aacute;fia de LSD do s&eacute;culo XX, que tentou viciar a sociedade americana para promover uma revolu&ccedil;&atilde;o espiritual.
<h2>A contracultura e as drogas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30165819335454.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Na d&eacute;cada de 1960, os EUA experimentaram o nascimento do movimento de contracultura, uma rea&ccedil;&atilde;o radical &agrave; ideia de sociedade tradicional, ao conservadorismo, ao per&iacute;odo de guerra, &agrave; discrimina&ccedil;&atilde;o e ao consumismo. Defendendo valores como liberdade, igualdade, autenticidade, amor, paz e liberdade; o movimento foi recebido como um ato de rebeldia, quando, na verdade, foi essencial para empurrar a busca pelos direitos civis, a coibi&ccedil;&atilde;o da discrimina&ccedil;&atilde;o racial, transformar a cultura musical e questionamento a politicagem.
As drogas entraram nesse contexto e foram hipervalorizadas por v&aacute;rios motivos, desde porque eram uma forma de desafiar a conformidade com os valores e a autoridade estabelecida pelo governo, at&eacute; por serem vistas como meios de alcan&ccedil;ar novos estados de consci&ecirc;ncia para explorar formas de pensamento e aumentar a criatividade e express&atilde;o art&iacute;stica.
Vale ressaltar que, apesar de sua preval&ecirc;ncia em grande escala, as drogas n&atilde;o eram parte intr&iacute;nseca do movimento de contracultura. Muitos apoiadores n&atilde;o aderiram ao uso, inclusive at&eacute; alertaram sobre seus riscos devido &agrave; quantidade de experi&ecirc;ncias negativas ou problemas de sa&uacute;de.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30170054726456.jpg" alt="(Fonte: Archive Holdings Inc./Getty Images)" />(Fonte: Archive Holdings Inc./Getty Images)
A busca por alternativas espirituais, filos&oacute;ficas e pol&iacute;ticas na d&eacute;cada de 1960 foram objetivos precursores do movimento "New Age", que permeou todos os aspectos da contracultura. Assim, em 14 de janeiro de 1967, surgiu na Calif&oacute;rnia o denominado "Ver&atilde;o do Amor", um intenso per&iacute;odo hist&oacute;rico e cultural. Isso foi durante o Human Be-In, um evento que aconteceu no Parque Golden Gate, em S&atilde;o Francisco, organizado em oposi&ccedil;&atilde;o &agrave; proibi&ccedil;&atilde;o do LSD.
O governo estadual e federal alegava que a droga psicod&eacute;lica amea&ccedil;ava a vida dos cidad&atilde;os devido aos seus efeitos, mas um grupo de evangelistas que havia formado uma igreja em devo&ccedil;&atilde;o ao poder transformador da droga estava firme em advogar a favor dela. Essa era a Irmandade do Amor Eterno.
<h2>A origem da Irmandade do Amor Eterno</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30170206008457.jpg" alt="Timothy Leary. (Fonte: Michael Ochs Archives/Getty Images)" />Timothy Leary. (Fonte: Michael Ochs Archives/Getty Images)
Foi um efeito em cascata o que fez a organiza&ccedil;&atilde;o, fundada por John Griggs, escalar de um culto a uma droga que o havia salvado da viol&ecirc;ncia para uma imensa rede de tr&aacute;fico de drogas que visava "salvar" a sociedade americana por meio do v&iacute;cio em LSD.
Quando Griggs roubou um produtor de Hollywood sob a mira de um rev&oacute;lver, seu corpo estava cheio de hero&iacute;na, e ele apenas queria dinheiro para poder comprar mais e se entorpecer. Segundo ele, depois que tomou LSD pela primeira vez, renunciou &agrave; viol&ecirc;ncia e aos pecados causados por ela. Sua transforma&ccedil;&atilde;o n&atilde;o foi t&atilde;o at&iacute;pica, afinal, um experimento de pesquisa do Projeto Psilocibina, feito pela Universidade de Harvard em 1962, sugeriu que as taxas de reincid&ecirc;ncia poderiam ser reduzidas drasticamente tratando prisioneiros com psicod&eacute;licos.
A princ&iacute;pio, o objetivo da Irmandade fundada por Griggs era abandonar a sociedade, recome&ccedil;ar em uma ilha paradis&iacute;aca e viver da autossufici&ecirc;ncia comunal. Segundo o escritor Nicholas Schou, os disc&iacute;pulos acreditavam que o LSD poderia "curar e revelar", e era considerando uma janela, um sacramento e uma chave para destrancar as portas da percep&ccedil;&atilde;o divina.
N&atilde;o &eacute; para menos que o professor e psic&oacute;logo Timothy Leary, com sua filosofia de expans&atilde;o da mente baseada no uso de psicod&eacute;licos, se tornou um messias da contracultura da d&eacute;cada de 1960. A h&oacute;stia da Irmandade do Amor Eterno era o LSD e, buscando a isen&ccedil;&atilde;o religiosa da proibi&ccedil;&atilde;o, foram atr&aacute;s em derrubar a Lei de Controle de Subst&acirc;ncias de 1965, que restringia severamente a produ&ccedil;&atilde;o, distribui&ccedil;&atilde;o e posse do psic&oacute;tico.
<h2>Droga e revolu&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30170302508460.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
O evento Human Be-In foi a plataforma perfeita para que Griggs e sua igreja psicod&eacute;lica protestassem em larga escala contra a proibi&ccedil;&atilde;o, afinal, eram 30 mil pessoas reunidas em prol de um objetivo. Sendo assim, o evento foi alimentado por LSD em tamanha quantidade que a gangue de motociclistas Hells&rsquo; Angels foi convidada para administrar a banca de drogas.
O LSD entregue aos espectadores fazia parte da marca da Irmandade, chamada Orange Sunshine, fabricada em cima de fundos arrecadados com o contrabando de haxixe afeg&atilde;o que disc&iacute;pulos traficaram de Cabul e Kandahar. No ano seguinte, ap&oacute;s o sucesso da distribui&ccedil;&atilde;o no evento, a sede da Irmandade se mudou para Laguna Beach, na Calif&oacute;rnia, para poder ficar mais em contato com o esquema de contrabando.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30170332836461.jpg" alt="(Fonte: Tim Brown/iStock Photo)" />(Fonte: Tim Brown/iStock Photo)
Engana-se quem imagina que foi nesse momento que a funda&ccedil;&atilde;o de Griggs perdeu o prop&oacute;sito e se tornou um neg&oacute;cio extremamente lucrativo. Em todos os bra&ccedil;os da Irmandade, o desejo era apenas que o LSD chegasse a maior quantidade de pessoas o poss&iacute;vel, por isso era vendido a pre&ccedil;o de "droga barata", mesmo sendo da melhor qualidade. &ldquo;N&oacute;s n&atilde;o &eacute;ramos gananciosos, s&oacute; quer&iacute;amos que as pessoas ficassem chapadas&rdquo;, disse Michael Randall, um dos primeiros membros da Irmandade, em mat&eacute;ria &agrave; BBC.
Prova disso &eacute; que eles lan&ccedil;aram de um avi&atilde;o cerca de 25 mil comprimidos de LSD durante 3 dias em Laguna Beach, em uma tentativa de promover ainda mais a revolu&ccedil;&atilde;o espiritual em massa que visavam.&nbsp;
Quando Griggs morreu aos 25 anos de uma overdose de cristais de psilocibina, a Irmandade redobrou seu compromisso com o prop&oacute;sito espiritual e expandiu suas opera&ccedil;&atilde;o para conseguir produzir 100 milh&otilde;es de doses de LSD. O plano era reduzir o pre&ccedil;o da droga por meio da produ&ccedil;&atilde;o em massa para que se tornasse praticamente gratuita.
<h2>O plano de Nixon</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30170445211463.jpg" alt="(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
No in&iacute;cio da d&eacute;cada de 1970, a administra&ccedil;&atilde;o de Richard Nixon lan&ccedil;ou a "Guerra &agrave;s Drogas", uma pol&iacute;tica de combate ao tr&aacute;fico de drogas nos EUA, que foi continuada e expandida por Ronald Reagan e George Bush. Ela tinha como objetivo reduzir o consumo de drogas ilegais no pa&iacute;s e combater os cart&eacute;is de narcotr&aacute;fico por meio de pol&iacute;ticas e esfor&ccedil;os da pol&iacute;cia federal e estadual.
Em 5 de agosto de 1972, o FBI realizou uma s&eacute;rie de ataques &agrave;s propriedades da Irmandade do Amor Eterno, batizada como "M&aacute;fia Hippie" pela pol&iacute;cia. Muitos membros conseguiram fugir e evitar a condena&ccedil;&atilde;o, usando m&uacute;ltiplas identidades para escapar da detec&ccedil;&atilde;o e permanecerem social e politicamente influentes.
Para Timothy Leary, o messias moderno da contracultura, foi a guerra de Nixon &agrave;s drogas que diluiu a Irmandade, mas tamb&eacute;m a crescente popularidade da coca&iacute;na, considerada um narc&oacute;tico alternativo "n&atilde;o espiritual". Isso tirou toda a espiritualidade das pessoas, destruindo fam&iacute;lias, causando viol&ecirc;ncia e transformando todo mundo em "animais paranoicos".

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Irmandade do Amor Eterno: o culto hippie que tentou viciar a sociedade dos EUA de 1960 em LSD

Imagem de Vacina experimental brasileira promete curar vício em cocaína no megacurioso

A Calixcoca é uma vacina brasileira, ainda em fase de testes, que poderá tratar dependentes químicos em cocaína

<head></head><body>A dependência química em <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111982-cocaina-faz-cerebro-associar-lugares-a-vontade-de-usar-a-droga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cocaína</a> e seus derivados, como o crack, tem se tornado um grande desafio para a saúde pública em todo o mundo. Por isso, o anúncio feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre o desenvolvimento de uma vacina para o tratamento desse problema foi recebido com entusiasmo por pesquisadores e profissionais da área.A vacina, chamada de “Calixcoca”, ainda está em fase de testes. Contudo, os resultados apresentados até agora em testes com animais mostraram-se animadores. Ao contrário de outros fármacos que não foram eficientes em testes clínicos, a vacina brasileira conseguiu bloquear moléculas da droga que estariam associadas ao vício.Mais do que isso, os pesquisadores relataram que os fetos das ratas usadas nos testes também adquiriram proteção contra a dependência química. Isso indica a possibilidade de proteger fetos humanos gerados por mulheres dependentes químicas.A iniciativa brasileira recebeu um prêmio pelos seus resultados: 500 mil euros por conquistar o Euro Health Innovation Awards para medicina latino-americana, patrocinado pela Eurofarma, gigante do setor de medicamentos.“Sabemos como é difícil ter uma pessoa dependente em casa, como é sofrido para um acometido pela dependência ter que lidar com a ambivalência de usar ou não droga e como é ainda mais difícil para uma gestante dependente proteger seu feto e lidar com a dor da abstinência. Temos a missão de cuidar dessas questões”, disse Frederico Garcia, coordenador do projeto de pesquisa, em seu discurso durante a premiação.<h2>Como a Calixcoca funciona?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/11/01/01133014159282.jpg" alt="(Fonte: Divulgação: UFMG)">(Fonte: Divulgação: UFMG)Quando falamos em vacinas, imaginamos a prevenção de doenças causadas por organismos externos que tenham algum tipo de vida, como os vírus e as bactérias.No caso da dependência química, ela não é consequência da invasão desses seres microscópicos ao nosso organismo, não sendo, portanto, ligada ao nosso sistema imunológico. A dependência química é, como o nome sugere, uma resposta orgânica relacionada a alterações químicas induzidas pelo consumo de drogas. &nbsp;Ainda assim, os pesquisadores perceberam que poderiam fazer com que o sistema imunológico atuasse nesse caso, protegendo o paciente. Para isso, foi preciso fazer com que a cocaína fosse notada pelo sistema imunológico, o que era um desafio, pois a substância, ao ser consumida, torna-se muito pequena para chamar a atenção do nosso sistema de defesa.Assim, a vacina traz um ativo que se junta às pequenas moléculas da droga, criando uma macromolécula. Essa macromolécula consegue chamar a atenção do sistema imunológico."Então, o sistema imunológico começa a produzir anticorpos específicos que se encaixam, no modelo chave-fechadura, a essa macromolécula que, por ter o desenho molecular da <a href="https://www.megacurioso.com.br/publicidade-e-marketing/40390-tem-coca-ai-na-geladeira-mas-sera-que-tem-cocaina-na-coca-cola-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cocaína</a> na superfície da coroa superior, poderá se ligar à cocaína livre presente no sangue do indivíduo que fez uso da droga. Dessa forma, não haverá cocaína livre na corrente sanguínea para se ligar aos receptores que poderiam desencadear a dependência química da cocaína e todos seus efeitos deletérios", explicou o professor Felipe Terra, do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (IQ-UFG), ao site da UFG. Felipe também faz parte da equipe que está desenvolvendo a vacina.</body>

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Vacina experimental brasileira promete curar vício em cocaína

Imagem de 4 substâncias alucinógenas usadas por nossos ancestrais no megacurioso

Esses produtos naturais já foram utilizados para alterar a mente e provocar alucinações

<head></head><body>Os seres humanos sempre procuraram por maneiras de alterar seu estado mental, seja para relaxar ou simplesmente para ter sensações novas. E, muitas vezes, foi na própria natureza que eles encontraram as ferramentas para conseguir fazer isso.&nbsp;Ao longo da história, houve uma série de substâncias que já foram experimentadas por seu potencial alucinógeno. Confira a seguir quatro desses casos.<h2>1. Cravagem</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/14/14174559052048.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Cravagem é o nome em português dado para ergot,&nbsp;que, no francês, significa “esporão”. Trata-se de uma doença causada por fungos e que acomete certas gramíneas, provocando o apodrecimento da espiga antes que chegue à maturação.Quando consumida por humanos, a cravagem transmite uma doença chamada <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125187-fogo-de-santo-antonio-a-doenca-que-devastou-a-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ergotismo</a>, que pode ser fatal. Os sintomas incluem alucinações, delírios, espasmos musculares e convulsões.Há indícios históricos que sugerem que, na Grécia antiga, durante os rituais de iniciação dos mistérios de Elêusis, dedicados às deusas agrícolas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121251-os-12-deuses-mais-importantes-do-olimpo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Deméter</a> e Perséfone, as pessoas consumiam uma bebida contendo centeio infectado. Já na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121757-6-fatos-importantes-para-entender-a-queda-da-bastilha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução Francesa</a>, a cravagem pode ter a ver com o episódio conhecido como <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/42423-mais-10-casos-inacreditavelmente-insanos-de-histeria-em-massa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grande Medo</a>, quando os camponeses ficaram aterrorizados pela possibilidade de que suas colheitas fossem roubadas e se revoltaram contra os seus senhores.<h2>2. Castanheiro-do-diabo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/14/14174912728050.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)O castanheiro-do-diabo (também chamado de espinheiro) é uma erva daninha que chamou a atenção em 2022, quando contaminou grandes lotes de espinafre na Austrália. As pessoas que comeram o vegetal infectado descreveram depois ter tido <a href="https://www.megacurioso.com.br/ilusao-de-optica/42690-entre-aqui-para-ter-uma-alucinacao-e-ficar-doidao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alucinações</a>, visão turva e cólicas abdominais.Assim como a cravagem, o castanheiro-do-diabo possui alcaloides. Alguns deles são tóxicos e podem bloquear neurotransmissores, afetando o sistema nervoso e provocando delírios, inquietação e confusão.No século XVI, uma unidade de soldados britânicos na Virginia teria experimentado uma grande alucinação coletiva ao compartilhar uma refeição contendo essa planta. Eles se despiram e, supostamente, começaram a se beijar. Foi a partir de então que a erva ganhou a associação com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120409-como-o-diabo-mudou-de-cara-e-funcao-ao-longo-dos-seculos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diabo</a>.<h2>3. Noz-moscada</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/14/14175455675054.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122751-por-que-a-noz-moscada-e-uma-droga-tao-poderosa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">noz-moscada</a> é uma especiaria comercializada e consumida em receitas pelo mundo todo, inclusive no Brasil. E ela já foi considerada uma das mais valiosas o mundo. Tanto que a Companhia Holandesa das Índias Orientais escravizou as populações das ilhas onde ela crescia, punindo com morte quem resolvesse plantá-la em outro lugar.Ela sempre foi muito cobiçada, pois se acreditava que ela tinha poderes medicinais. Na Idade Média, achava-se que ela seria capaz de afastar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122440-a-peste-bubonica-criou-a-maior-disputa-cientifica-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peste bubônica</a>. Mas, além disso, a noz-moscada tem miristicina, composto que pode alterar a mente e provocar alucinações. Ainda hoje há quem tente consumi-la em grandes quantidades para obter esse efeito.Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122751-por-que-a-noz-moscada-e-uma-droga-tao-poderosa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que a noz-moscada é uma droga tão poderosa?</a><h2>4. Sálvia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/14/14175824120055.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A sálvia é uma plantinha mexicana bastante conhecida aqui no Brasil. Só que, em sua "casa" original, ela tem caráter sagrado e é empregada no tratamento de pessoas com vícios em drogas. A crença ancestral é de que a sálvia seria capaz de curar os seres humanos de vários malefícios, caso consumida da forma correta.O povo mazateca do sul do México costuma preparar rituais em que os pacientes entram em uma dieta rigorosa e se abstêm de sexo, álcool e alguns alimentos, antes de começar a consumir a sálvia. Supostamente, isso provocaria a limpeza do organismo.&nbsp;Recentemente, a ciência começou a comprovar que há algum fundamento nessa ideia: a sálvia é capaz de alterar o nível de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121985-jejum-de-dopamina-e-so-mais-uma-invencao-de-marketing-incoerente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dopamina</a> no cérebro, ajudando no tratamento para sair do vício em cocaína, por exemplo, já que a pessoa passaria a se sentir "desligada" do seu corpo, diminuindo seu sofrimento.</body>

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4 substâncias alucinógenas usadas por nossos ancestrais

Imagem de O que é o "cacau alucinógeno" que viralizou na internet? no megacurioso

Especialistas expliquem se o cacau pode ter efeitos psicodélicos

<head></head><body>Recentemente, um vídeo viralizou na internet com um jovem que fala sobre uma festa regada a "cacau puro" e um set de músicas xamânicas. A festa, que ocorre no Rio de Janeiro, levou muita gente a se perguntar sobre a tal bebida e se ela teria de fato algum poder alucinógeno.Na verdade, este uso feito do cacau remete a uma cerimônia tradicional na cultura de povos antigos nas Américas Central e do Sul. Fomos entender o que era esse ritual e quais seriam os efeitos do consumo dessa bebida.<h2>A cerimônia do cacau</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/14/14133553766225.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Há uma tradição xamânica sul-americana que envolve o consumo de plantas alucinógenas, sendo a mais famosa delas a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112827-ayahuasca-altera-ondas-cerebrais-e-causa-estado-de-sonho-acordado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ayahuasca</a>, que ajudaria o indivíduo a atingir outros níveis de percepção da realidade. Mas os povos antigos descobriram também que o cacau teria efeitos semelhantes.A bebida feita com essa fruta seria capaz de aumentar a produtividade, a criatividade e melhorar o humor, espantando a depressão. O efeito tem uma explicação química: é causado pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/nutricao-e-saude/83660-chocolate-pode-diminuir-tosses-frequentes-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">teobromina</a>, uma substância química parecida com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-e-beleza/37837-10-fatos-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-a-cafeina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cafeína</a>, que atua também no sistema nervoso central. Só que, diferente da cafeína, que é estimulante, a teobromina acalma, relaxa e aumenta a vasodilatação.As terapias alternativas também creditam ao cacau um efeito no chamado chacra cardíaco. “A pessoa se torna mais criativa, mais compassiva, mais amorosa. Nesse sentido, o cacau é um potencializador”, explica a terapeuta Marília Lins. Na cerimônia, cada participante toma cerca de 45 gramas de cacau misturado com outras ervas e especiarias, e é convidado pelo terapeuta a observar os efeitos no próprio corpo.Sabe-se que esse uso do cacau já era feito há 3 mil anos pela cultura olmeca, a primeira civilização complexa da Mesoamérica, surgida no golfo do México. Os maias e os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106410-23-megacuriosidades-sobre-o-imperio-asteca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">astecas</a> também usavam a bebida.<h2>O cacau é alucinógeno?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/14/14133629964227.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Por conta de todas as suas propriedades, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123576-por-que-o-chocolate-pode-deixar-de-existir-em-40-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cacau</a> é tido como um "remédio para o coração", o que significa que ele tem propriedades vasodilatadoras, mas também que, para os que creem, ele interferiria também na esfera dos sentimentos.Segundo o neurocientista James Giordano, o "cacau é neuroativo, não fortemente <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124397-5-drogas-recreativas-comumente-usadas-na-antiguidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">psicoativo</a>". Isso significa que ele tem capacidades orgânicas, mas não é psicodélico — ou seja, não tem a potencialidade de causar alucinações.Giordano explica que a fruta é capaz de produzir efeitos químicos no cérebro associados ao bem estar: ele relaxa os músculos, libera serotonina e pode causar sensações positivas em geral. Esta também seria uma boa substância para ser consumida após ou durante uma experiência psicodélica.Mas a sensação de estar alucinando após consumir cacau puro pode ter mais a ver com uma percepção individual autoinduzida. No artigo Cacao, the Love Drug,&nbsp;a especialista Nicki Adams escreveu: "combine cacau com um cenário e cenário intencionais, e qualquer um pode ter uma experiência poderosa de expansão da mente". Talvez seja apenas uma questão de vontade para quem quiser "viajar" a partir do cacau.</body>

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O que é o 'cacau alucinógeno' que viralizou na internet?

Imagem de O que é o chemsex e por que a prática é tão perigosa? no megacurioso

Descubra como a combinação de drogas e sexo pode ser intensa e fatal 

Chemsex, ou &ldquo;sexo qu&iacute;mico&rdquo;, &eacute; o termo utilizado para o uso de drogas durante a pr&aacute;tica de atividades sexuais, com ou sem penetra&ccedil;&atilde;o. Os praticantes do chemsex&nbsp;usam diferentes subst&acirc;ncias para aumentar a libido e intensificar os sentidos durante o ato. Isso gera uma verdadeira explos&atilde;o de dopamina no c&eacute;rebro, tornando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126806-4-animais-que-fazem-sexo-por-prazer-alem-dos-humanos-claro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">experi&ecirc;ncia sexual</a> muito mais intensa &mdash; e tamb&eacute;m fatal.&nbsp;
Entender por que a pr&aacute;tica &eacute; perigosa &eacute; bem simples. N&atilde;o estamos falando apenas de pessoas que j&aacute; s&atilde;o viciadas em drogas. Mesmo quem usa ocasionalmente corre o risco de se tornar dependente dessa pr&aacute;tica. O chemsex&nbsp;est&aacute; diretamente ligado ao uso de drogas, o que pode resultar em dupla ou tripla depend&ecirc;ncia &mdash; v&iacute;cio em sexo, drogas e no combo dos dois ao mesmo tempo. Outro ponto importante &eacute; o aumento do risco de contrair infec&ccedil;&otilde;es sexualmente transmiss&iacute;veis, incluindo o HIV, devido &agrave; diminui&ccedil;&atilde;o da precau&ccedil;&atilde;o antes da atividade sexual.
<h2 style="text-align: justify;">Pr&aacute;tica vem crescendo ao redor do mundo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/26/26125113186217.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
Existem v&aacute;rias raz&otilde;es pelas quais a pr&aacute;tica vem se tornando constante entre os mais jovens. Pessoas que j&aacute; usam drogas recreativamente s&atilde;o mais propensas a experimentar coisas novas. Para muitos, as drogas sint&eacute;ticas s&atilde;o uma parte essencial da divers&atilde;o &mdash; seja experimentando novas subst&acirc;ncias psicoativas ou buscando a sensa&ccedil;&atilde;o de euforia. Nesse contexto, o chemsex&nbsp;pode parecer uma combina&ccedil;&atilde;o perfeita.
Al&eacute;m disso, os aplicativos de relacionamento facilitam a dissemina&ccedil;&atilde;o do ato. Outro fator &eacute; que as pessoas que experimentam o chemsex&nbsp;pela primeira vez e tem uma experi&ecirc;ncia positiva, costumam divulgar como se fosse uma grande descoberta. O problema &eacute; que, com o tempo, os efeitos negativos podem come&ccedil;ar a aparecer.&nbsp;
<h2 style="text-align: justify;">Quais s&atilde;o as drogas mais usadas?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/26/26125158285218.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
No universo das drogas utilizadas no chemsex, a lista pode ser bem extensa, pois h&aacute; constantemente novas subst&acirc;ncias sendo produzidas e lan&ccedil;adas. Basicamente, qualquer <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125246-stf-volta-a-julgar-descriminalizacao-de-porte-de-drogas-para-consumo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">droga&nbsp;</a>sint&eacute;tica que afete diretamente o sistema nervoso central pode ser usada na pr&aacute;tica.
Algumas das drogas mais comuns incluem:
<ul style="text-align: justify;">
<li>Metanfetamina: Conhecida por sua pot&ecirc;ncia, a metanfetamina causa dist&uacute;rbios do sono, indisposi&ccedil;&atilde;o, depress&atilde;o e euforia. Al&eacute;m disso, intensifica o apetite sexual;</li>
<li>Ecstasy: Popular em festas de m&uacute;sica eletr&ocirc;nica, o ecstasy era inicialmente utilizado para prolongar a energia necess&aacute;ria para dan&ccedil;ar por v&aacute;rias horas. Al&eacute;m de proporcionar uma sensa&ccedil;&atilde;o de alegria intensa, muitas pessoas tamb&eacute;m a usam antes do sexo devido &agrave; facilidade de encontr&aacute;-la e &agrave; associa&ccedil;&atilde;o com o ambiente festivo;</li>
<li>Poppers: Tamb&eacute;m comum em festas, o poppers&nbsp;tem o apelo de real&ccedil;ar a vis&atilde;o e a audi&ccedil;&atilde;o. &Eacute; amplamente utilizado em diferentes tipos de eventos.&nbsp;</li>
</ul>
<h2>Riscos fatais&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/26/26125807244222.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
O chemsex&nbsp;pode ser fatal, especialmente devido ao aumento do ritmo card&iacute;aco, o que pode levar a um infarto agudo. Al&eacute;m disso, o uso combinado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125086-k9-k4-k2-que-droga-e-essa-e-quais-riscos-ela-traz-para-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">drogas&nbsp;</a>pode levar a um excesso de relaxamento da consci&ecirc;ncia, podendo levar o indiv&iacute;duo a um estado de coma.
O risco de overdose tamb&eacute;m &eacute; uma preocupa&ccedil;&atilde;o, j&aacute; que o sexo e o uso de drogas podem potencializar as altera&ccedil;&otilde;es no organismo. A frequ&ecirc;ncia card&iacute;aca aumenta naturalmente nos momentos que antecedem o orgasmo, mesmo sem o uso de drogas, mas a adi&ccedil;&atilde;o de subst&acirc;ncias pode tornar esse intervalo fatal.
<h2 style="text-align: justify;">Existem tratamentos?&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/26/26125916691225.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
Os tratamentos variam de acordo com as particularidades de cada pessoa e seu v&iacute;cio. Em geral, &eacute; essencial combinar tratamentos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126762-como-a-mafia-da-industria-farmaceutica-fatura-as-custas-da-dor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicamentosos&nbsp;</a>com sess&otilde;es de terapia cognitivo-comportamental.
Essa abordagem terap&ecirc;utica &eacute; crucial para quebrar os h&aacute;bitos solidificados pelo chemsex, que precisam ser alterados. Em alguns casos, a terapia familiar tamb&eacute;m pode ser &uacute;til no processo de recupera&ccedil;&atilde;o. &Eacute; importante buscar ajuda profissional para enfrentar os desafios associados ao chemsex e iniciar um caminho rumo &agrave; recupera&ccedil;&atilde;o.

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O que é o chemsex e por que a prática é tão perigosa?

Imagem de Tubarões da Flórida podem estar viciados em cocaína jogada no mar no megacurioso

Os predadores estariam consumindo os pacotes de drogas lançados na água por traficantes

<head></head><body>Os tubarões que habitam a costa da Flórida, nos Estados Unidos, podem estar “viciados” em cocaína após consumirem parte das toneladas de drogas despejadas no mar por traficantes tentando escapar das autoridades locais. A possibilidade foi levantada por pesquisadores marinhos, desconfiados dos comportamentos dos animais.A desconfiança surgiu depois que o biólogo marinho Tom Hird e a engenheira ambiental Tracy Fanara realizaram experimentos para verificar se os animais consomem os narcóticos jogados ao mar e como isso os afeta. A investigação começou após as histórias de tubarões viciados ganharem força entre os pescadores que trabalham por ali.Pacotes com grandes quantidades de drogas têm sido encontrado nas praias da Flórida ao longo das últimas décadas, deixados para trás por criminosos em fuga. Dados da Guarda Costeira dos EUA indicam que mais de US$ 186 milhões em narcóticos, o equivalente a R$ 879 milhões pela cotação do dia, foram recuperados na costa da região somente em junho.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/24/24192442713538.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)Em entrevista ao The Guardian no sábado (22), Fanara comentou que uma abertura mínima desses pacotes é capaz de espalhar a cocaína na água com facilidade, devido à alta solubilidade do composto químico. Dessa forma, é “muito plausível” que as drogas estejam afetando a vida marinha, especialmente os tubarões.<h2>Comportamentos estranhos</h2>Nos mergulhos para determinar se a substância química está sendo consumida pelos animais, os pesquisadores se depararam com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123790-5-comportamentos-incomuns-de-tubaroes-que-te-deixariam-surpreso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comportamentos incomuns de algumas espécies de tubarões</a>. Conhecido por evitar as pessoas, o tubarão-martelo chegou perto do grupo nadando de forma “errática”.Já um tubarão-cinzento foi flagrado nadando em círculos e com o olhar fixo em uma área na qual não havia nada que o chamasse a atenção. Além disso, a equipe jogou pacotes parecidos com os usados pelos traficantes, na água, que acabaram imediatamente atacados pelos predadores.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/24/24192541092539.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)Outro experimento consistiu no uso de bolas de iscas cheias de farinha de peixe altamente concentrada, simulando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/publicidade-e-marketing/40390-tem-coca-ai-na-geladeira-mas-sera-que-tem-cocaina-na-coca-cola-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cocaína</a>, para verificar a reação dos bichos. “Isso deixou seus cérebros em chamas. Foi uma loucura”, comentou Hird no documentário "Cocaine Sharks", que será exibido pelo Discovery Channel&nbsp;esta semana, acompanhando a pesquisa.Além da cocaína, é possível que os tubarões e os demais habitantes do mar estejam sendo afetados por outras substâncias químicas jogadas ao mar, não apenas pelos traficantes. Anfetaminas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118799-como-a-cafeina-funciona-no-nosso-corpo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cafeína</a>, antidepressivos, lidocaína e remédios de controle da natalidade são alguns dos produtos citados.<h2>Efeitos precisam ser estudados</h2>Apesar dos comportamentos estranhos apresentados pelos “tubarões-cocaína” no estudo, os pesquisadores disseram que isso não necessariamente confirma o consumo da droga pelos animais. Há muitos outros fatores capazes de explicar as mudanças observadas durante a investigação.Os experimentos precisariam ser repetidos várias vezes para conclusões completas a respeito do suposto <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117981-cocaine-bear-filme-conta-historia-do-urso-que-morreu-de-overdose.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vício dos animais na substância química</a>. A equipe também pretende analisar amostras de tecido e sangue dos tubarões para verificar evidências de cocaína nos tubarões.</body>

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Tubarões da Flórida podem estar viciados em cocaína jogada no mar

Imagem de STF volta a julgar descriminalização de porte de drogas para consumo no megacurioso

Parado há oito anos, o processo que trata da descriminalização do porte de drogas para consumo próprio volta a ser julgado pelo STF esta semana

<head></head><body>Nesta quarta-feira (24), o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124113-jorge-zalszupin-o-refugiado-polones-que-mobiliou-o-stf.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Supremo Tribunal Federal</a> vai retomar, depois de oito anos, o julgamento do processo que trata da descriminalização do porte de drogas para consumo próprio. A ação inicial pede a inconstitucionalidade do artigo 28 da lei 11.343, de 2006, que prevê penas para quem “adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal”.&nbsp;Esta ação foi movida pela Defensoria Pública de São Paulo após um indivíduo ter sido condenado por portar 3 gramas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122557-maconha-como-ela-ja-foi-aceita-e-muito-disputada-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha</a>. No argumento da defensoria, há a acusação de que este artigo viola os princípios constitucionais da intimidade, vida privada, da honra e da autodeterminação.O caso levado ao Supremo envolveu um homem chamado Francisco Benedito de Souza, condenado em 2010 a prestar dois meses de serviços comunitários por guardar as 3 gramas de maconha. Na época, ele estava preso no Centro de Detenção Provisória de Diadema (SP).O julgamento está parado desde 2015, quando o então ministro <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/105107-in-memoriam-os-famosos-que-faleceram-em-2017.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Teori Zavascki</a> (que morreu em um acidente aéreo em 2017) pediu vista aos autos (o que ocorre quando um magistrado não se sente apto para votar e pede para rever o processo).&nbsp;<h2>Os desdobramentos possíveis do julgamento</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/24/24104334571108.jpg" alt="(Fonte: Jota)">(Fonte: Jota)Até então, os ministros já haviam dado três votos. O relator do caso, Gilmar Mendes, havia concordado com a tese de inconstitucionalidade e acrescentado que a descriminalização deveria se estender a outras substâncias além da maconha. Os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin foram favoráveis à inconstitucionalidade do artigo. Contudo, Barroso enviou uma proposta de limite de quantidade (25 gramas) para que o usuário seja considerado pela lei como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123023-rainha-vitoria-a-maior-traficante-de-drogas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">traficante</a>.O processo foi recebido em 2018 pelo ministro Alexandre de Moraes, que assumiu o lugar de Zavascki. No dia 18 de maio de 2023, a ministra Rosa Weber trouxe novamente o caso à pauta do STF.Até o presente momento, segundo a legislação, qualquer pessoa que for pega com quantidades baixas de maconha pode receber várias punições, como advertência, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a algum curso. A proposta é mudar essa legislação para que essas punições sejam retiradas.<h2>A repercussão da sociedade</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;O Globo&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/nXUpyQSx-92kz0nhv0uPE6KlDSg=/1200x/smart/filters:cover():strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/c/W/S5XmnbQ3efO7PLYbKfww/maconha-medicinal-1-.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/24/24104407271109.jpg" alt="(Fonte: O Globo)">(Fonte: O Globo)O tema é acompanhado com muito interesse por várias camadas da sociedade, uma vez que pode trazer mudanças importantes. Atualmente, como não há critérios objetivos para diferenciar uso de tráfico, isso fica por conta da decisão dos policiais envolvidos no caso, o que dá margem, por exemplo, a avaliações <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120981-como-o-racismo-se-manifestou-em-palavras-ao-longo-do-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">racistas</a> (pessoas negras serem consideradas traficantes e brancas não) e a uma superlotação no sistema carcerário.Outro aspecto importante é que isso irá trazer mais tranquilidade para as pessoas e famílias que fazem uso terapêutico da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/116084-como-a-cannabis-age-no-organismo-do-ser-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cannabis</a> e seus derivados para tratamentos de saúde. Hoje, é necessário que a pessoa porte um habeas corpus que autorize o cultivo e o uso da maconha, mas mesmo assim há relatos de situações constrangedoras, uma vez que a avaliação sobre a quantidade de maconha ainda permanece no campo da subjetividade.“Hoje, temos o crime ainda sem pena de prisão para usuários ou quem cultiva para uso pessoal. Então, dando um fim para o processo e ele sendo favorável para o lado dos usuários, entra muito na questão da sua individualidade de poder usar drogas, que vem por uma questão de saúde, e não de segurança pública”, afirmou ao Metrópoles o advogado Fernando Finger Santiago, que é presidente do Clube Social de Cannabis do Distrito Federal (CSCDF).</body>

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STF volta a julgar descriminalização de porte de drogas para consumo

Imagem de Cabelo da Idade do Bronze provou o uso de drogas na Antiguidade no megacurioso

E há quem diga que a prática começou no século passado...

Existe um extenso debate e vis&otilde;es opostas sobre o motivo de as <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124397-5-drogas-recreativas-comumente-usadas-na-antiguidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pessoas usarem drogas</a>. Algumas come&ccedil;am porque querem se sentir bem, outras querem um desempenho melhor nos estudos, ou no trabalho. Existe tamb&eacute;m os curiosos e aqueles que querem fazer uso s&oacute; para terem uma falsa sensa&ccedil;&atilde;o de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123178-geracao-z-e-a-obsessao-pela-fama-a-qualquer-custo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pertencimento</a>.
O segredo das drogas &eacute; que elas estimulam partes do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124398-cerebros-humanos-vem-diminuindo-de-tamanho-ha-3-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">c&eacute;rebro</a> que fazem a pessoa se sentir bem. Mas, ap&oacute;s um tempo, a pessoa se acostuma com a sensa&ccedil;&atilde;o de bem-estar e desperta o desejo de se manter naquilo sempre.
No entanto, muito diferente do que mentes conservadoras possam acreditar, a droga n&atilde;o &eacute; um tipo de "mal do s&eacute;culo" ou apenas "coisa de joven". Muito pelo contr&aacute;rio, o uso da droga data de milhares de anos, come&ccedil;ando j&aacute; na Idade do Bronze &ndash; e um fio de cabelo milenar provou isso.
<h2>Um h&aacute;bito antigo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/09/hans-ollermann-brooklyn-museum-09162138906291.jpg" alt="Hans Ollermann/Brooklyn Museum" />(Fonte: Hans Ollermann/Brooklyn Museum/Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os seres humanos sempre foram obcecados por subst&acirc;ncias que alteram o estado da mente. N&atilde;o &eacute; para menos que a estrutura megal&iacute;tica mais antiga do mundo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121893-gobekli-tepe-a-antiga-construcao-que-teria-invertido-a-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Gobekli Tepe</a>, na Turquia, tem cisternas gigantes onde cerveja era armazenada h&aacute; 12 mil anos.
Nesse sentido, a bebida alco&oacute;lica foi usada por muito tempo como <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124286-egipcios-foram-pagos-em-cerveja-durante-a-construcao-das-piramides.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">combust&iacute;vel e moeda de troca</a>, sobretudo no Egito Antigo, onde os trabalhadores receberam gal&otilde;es de cerveja para colocar em p&eacute; as famosas pir&acirc;mides. Quando o assunto &eacute; o lado fumante da hist&oacute;ria, os citas n&ocirc;mades montados a cavalo trouxeram com eles a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122557-maconha-como-ela-ja-foi-aceita-e-muito-disputada-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha</a> dos estepes de Altai da &Aacute;sia Central para a Gr&eacute;cia Antiga.
<span data-fonte="Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e4/Arabischer_Maler_des_Kr%C3%A4uterbuchs_des_Dioskurides_004.jpg/727px-Arabischer_Maler_des_Kr%C3%A4uterbuchs_des_Dioskurides_004.jpg" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/09/wikimedia-commons-09162244595292.jpg" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Um estudo publicado na revista Nature em abril desse ano combinou v&aacute;rios campos de estudo diferentes, de arqueologia a iconografia, para conseguir rastrear o h&aacute;bito do consumo de plantas medicinais at&eacute; os tempos pr&eacute;-hist&oacute;ricos. As subst&acirc;ncias que alteram a mente s&atilde;o geralmente invis&iacute;veis no registro arqueol&oacute;gico, com sua presen&ccedil;a sendo inferida a partir de evid&ecirc;ncias indiretas, como tipologia e a fun&ccedil;&atilde;o de certos artefatos possivelmente relacionados &agrave; pr&aacute;tica.
Sendo assim, como os agentes psicoativos costumam permanecer preservados por mil&ecirc;nios, a an&aacute;lise qu&iacute;mica que fizeram dos res&iacute;duos arqueol&oacute;gicos puderam fornecer evid&ecirc;ncias indiretas do consumo de drogas no passado, como os alcaloides do &oacute;pio que foram detectados em recipientes da Idade do Bronze.
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<h2>A droga e o homem</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/03/03135258236196.jpg" alt="(Fonte: P. Witte/Scientific Reports/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: P. Witte/Scientific Reports/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Dessa vez, no entanto, os cientistas descobriram evid&ecirc;ncias diretas de que as pessoas na Europa usavam drogas psicoativas durante a Idade do Bronze, detectando tra&ccedil;os de subst&acirc;ncias alcaloides que causam del&iacute;rio e euforia em fios de cabelo humano datados de cerca de 3 mil anos atr&aacute;s.
O chuma&ccedil;o de cabelo foi encontrado com outros artefatos funer&aacute;rios na caverna Es C&agrave;rritx, em Menorca, uma das Ilhas Baleares na costa leste da Espanha, no Mar Mediterr&acirc;neo. Ao passar por uma an&aacute;lise, estavam presentes os estimulantes efedrina, atropina e escopolamina &ndash; todos compostos psicoativos que podem causar desorienta&ccedil;&atilde;o, perturba&ccedil;&atilde;o sensorial e alucina&ccedil;&otilde;es v&iacute;vidas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/09/alfredo-dagli-orti-shuterstock-09162340858293.png" alt="Alfredo Dagli Orti/Shuterstock" />(Fonte: Alfredo Dagli Orti/Shutterstock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de o uso de drogas entre humanos ser uma pr&aacute;tica conhecida a partir de pistas descobertas na Eur&aacute;sia e nas Am&eacute;ricas, foi s&oacute; por meio dessa revela&ccedil;&atilde;o que os cientistas puderam ter certeza. &Eacute; poss&iacute;vel que os nossos ancestrais da Idade do Bronze consumissem esses compostos ao comer certas plantas, como mandr&aacute;gora, meimendro, macieira e pinheiro comum.
Como ressaltou a principal autora do estudo, Elisa Guerra-Doce &ndash; professora associada de pr&eacute;-hist&oacute;ria da Universidade de Valladolid, na Espanha &ndash;, o motivo pelo qual essas comunidades consumiam as subst&acirc;ncias ainda n&atilde;o est&aacute; totalmente claro, embora a suspeita seja que os xam&atilde;s possam t&ecirc;-las usado em cerim&ocirc;nias religiosas.

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