Imagem de Sementes alucinógenas utilizadas na Roma Antiga são encontradas dentro de ossos animais no megacurioso

Estudo indica que romanos escondiam sementes venenosas e alucinógenas numa espécie de frasco feito de ossos

Arque&oacute;logos na Holanda fizeram uma descoberta intrigante que revela um pouco mais sobre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antigos costumes romanos</a>: um estoque de sementes venenosas, guardado em um recipiente feito de osso de animal, datado de cerca de 2.000 anos. Essa &eacute; a primeira evid&ecirc;ncia concreta de que os romanos n&atilde;o s&oacute; coletavam, mas tamb&eacute;m armazenavam sementes da planta do meimendro-preto (Hyoscyamus niger), conhecida por seus efeitos venenosos e alucin&oacute;genos.
O achado, feito no assentamento rural romano de Houten-Castellum, na prov&iacute;ncia holandesa de Utreque, foi publicado no peri&oacute;dico&nbsp;Antiquity&nbsp;da Universidade de Cambridge, e revisitou n&atilde;o apenas a presen&ccedil;a dessas sementes, mas tamb&eacute;m a intencionalidade por tr&aacute;s de seu armazenamento.
Al&eacute;m de suas propriedades medicinais, as sementes de meimendro-preto tamb&eacute;m foram utilizadas por seus efeitos alucin&oacute;genos, conforme relatam textos antigos. Esta descoberta nos leva a repensar n&atilde;o apenas a medicina e os rituais dos romanos, mas tamb&eacute;m a difus&atilde;o do conhecimento e pr&aacute;ticas dentro do Imp&eacute;rio.
<h2 style="text-align: justify;">Pensando no futuro</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Groot &amp; van Haasteren, BIAX Consultant&nbsp;" data-fonte-url="https://www.cambridge.org/core/journals/antiquity/article/evidence-of-the-intentional-use-of-black-henbane-hyoscyamus-niger-in-the-roman-netherlands/A06E000B17E1642C878E469157D5131C#article"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/16/16121327643112.jpg" alt="Osso usado como frasco (esq.) e sementes de meimendro-preto (dir.). (Fonte: Groot &amp; van Haasteren, BIAX Consultant/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />Osso usado como frasco (esq.) e sementes de meimendro-preto (dir.). (Fonte: Groot &amp; van Haasteren, BIAX Consultant/Divulga&ccedil;&atilde;o)
O frasco, feito de um osso oco oriundo de cabras ou ovelhas, estava selado com um tamp&atilde;o de casca de b&eacute;tula-preta, mantendo cerca de 1.000 sementes de meimendro-preto no seu interior. A preserva&ccedil;&atilde;o dessas sementes dentro do frasco sugere que elas eram armazenadas com bastante cuidado para serem usadas futuramente.
A planta do meimendro-preto era conhecida pelos romanos por suas propriedades medicinais e, tamb&eacute;m, por seus efeitos alucin&oacute;genos. Pl&iacute;nio, o Velho, descreveu seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128107-6-plantas-medicinais-que-voce-deve-ter-em-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">usos medicinais</a>, como tratamento para febre e tosse, mas tamb&eacute;m alertou para seus efeitos perturbadores no c&eacute;rebro.&nbsp;
O fato dessas sementes estarem em um recipiente cuidadosamente selado levanta quest&otilde;es sobre como os romanos usavam essas subst&acirc;ncias e em que contexto. Embora o meimendro cres&ccedil;a naturalmente em torno dos assentamentos romanos, a presen&ccedil;a intencional dessas sementes em um frasco de osso sugere um prop&oacute;sito.&nbsp;
<h2 style="text-align: justify;">Drogas para fins diversos</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;BIAX Consult&nbsp;" data-fonte-url="https://www.cambridge.org/core/journals/antiquity/article/evidence-of-the-intentional-use-of-black-henbane-hyoscyamus-niger-in-the-roman-netherlands/A06E000B17E1642C878E469157D5131C#figures"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/16/16121755699113.png" alt="Tampo para selar o frasco feito com a casca de b&eacute;tula-preta. (Fonte: BIAX Consult/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />Tampo para selar o frasco feito com a casca de b&eacute;tula-preta. (Fonte: BIAX Consult/Divulga&ccedil;&atilde;o)
As pesquisas anteriores sugeriam que o osso confeccionado poderia ter sido utilizado como uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/75322-cientistas-encontram-vestigios-de-maconha-em-cachimbo-de-shakespeare.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esp&eacute;cie de cachimbo</a> para fumar as sementes, mas a falta de sinais de queima indica que esse n&atilde;o era o caso. Em vez disso, parece que as sementes foram armazenadas para uso futuro, talvez para pr&aacute;ticas medicinais ou recrea&ccedil;&atilde;o.
Esta descoberta conta um pouco sobre as pr&aacute;ticas medicinais e culturais dos romanos que viviam na regi&atilde;o, mostrando como o conhecimento medicinal descrito por escritores como Pl&iacute;nio se estendia at&eacute; mesmo &agrave;s comunidades rurais na periferia do Imp&eacute;rio.&nbsp;
Al&eacute;m disso, o estudo levanta quest&otilde;es fascinantes sobre a intera&ccedil;&atilde;o entre os romanos e as comunidades locais, demonstrando como pr&aacute;ticas e conhecimentos se difundiam pelo vasto imp&eacute;rio. Pesquisas assim nos lembram da complexidade e da riqueza das sociedades antigas, al&eacute;m de ser uma prova de que o uso de alucin&oacute;genos &eacute; muito mais antigo e comum do que podemos imaginar.

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Sementes alucinógenas utilizadas na Roma Antiga são encontradas dentro de ossos animais

Imagem de 5 coisas que Griselda da Netflix te ensinou errado sobre a vida da traficante no megacurioso

Criadores do novo drama policial assumiram ter adulterado a linha do tempo por questões de entretenimento

A s&eacute;rie Narcos (2015), protagonizada pelo brasileiro Wagner Moura no papel de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128115-hipopotamos-de-pablo-escobar-devem-ser-esterilizados-pelo-governo-colombiano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pablo Escobar</a>, obteve um sucesso enorme ao contar a trajet&oacute;ria de ascens&atilde;o e queda do chef&atilde;o do tr&aacute;fico colombiano. Escobar era um criminoso not&oacute;rio e implac&aacute;vel, mas que admitiu ter medo de outra figura no submundo sul-americano: Griselda Branco, uma grande traficante de drogas que ganhou o apelido de "Madrinha da Coca&iacute;na".
Por esse motivo, a Netflix decidiu tamb&eacute;m desenvolver a s&eacute;rie Griselda (2024), que conta com a atriz Sofia Vergara no papel de Blanco em seus anos criminais mais ativos, no final dos anos 1970. Contudo, os criadores do show admitiram ter adulterado a linha do tempo dos acontecimentos para deixar o roteiro mais atraente para os espectadores. Pensando nisso, n&oacute;s separamos uma lista com cinco vezes em que Griselda mentiu para voc&ecirc; sobre a hist&oacute;ria real!
<ul>
<li>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122577-5-fatos-sobre-a-mafia-que-o-poderoso-chefao-te-ensinou-errado.htm" target="_blank" rel="sponsored">5 fatos sobre a m&aacute;fia que O Poderoso Chef&atilde;o te ensinou errado</a></li>
</ul>
<h2>1. Blanco n&atilde;o foi obrigada a dormir com o cunhado</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.grunge.com/img/gallery/times-netflixs-griselda-lied-to-you/blanco-wasnt-made-to-sleep-with-her-brother-in-law-1706545703.webp"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05184637078427.jpeg" alt="(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A s&eacute;rie Griselda, embora mostre Griselda Blanco chegando ao topo do com&eacute;rcio de coca&iacute;na na d&eacute;cada de 1970, tenta humanizar a personagem ao mostrar os desafios e o sexismo desenfreado sofrido pelas mulheres colombianas naquela &eacute;poca. No primeiro epis&oacute;dio, a protagonista &eacute; obrigada pelo marido, Alberto, a dormir com seu cunhado, Fernando, para se livrar de uma d&iacute;vida.
Posteriormente, ela mata seu marido e foge para Miami com um quilo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/publicidade-e-marketing/40390-tem-coca-ai-na-geladeira-mas-sera-que-tem-cocaina-na-coca-cola-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coca&iacute;na</a>. Contudo, a hist&oacute;ria envolvendo Fernando foi inventada pelos criadores. E embora pare&ccedil;a que Blanco estava apenas dando os primeiros passos no mundo do tr&aacute;fico quando tenta encontrar um comprador para seu quilo de droga, a verdade &eacute; que ela j&aacute; era uma grande traficante quando chegou na cidade.
<h2>2. Relacionamento anterior</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.grunge.com/img/gallery/times-netflixs-griselda-lied-to-you/she-has-another-husband-before-alberto-1706545703.webp"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05184709072430.jpeg" alt="(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Antes de terminar seu casamento com Alberto em um derramamento de sangue, a s&eacute;rie retrata o casal como uma t&iacute;pica fam&iacute;lia colombiana, com tr&ecirc;s filhos que s&atilde;o obrigados a fugir com a m&atilde;e depois que seu pai morre. O que a hist&oacute;ria da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121891-os-8-programas-mais-caros-ja-produzidos-pela-netflix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a> n&atilde;o conta, no entanto, &eacute; que Griselda teve um casamento anterior e que as tr&ecirc;s crian&ccedil;as n&atilde;o s&atilde;o biologicamente de Alberto, mas sim de seu primeiro marido Carlos Trujillo.
Blanco teria conhecido Trujillo quando tinha apenas 13 anos e j&aacute; havia cometido seu primeiro assassinato. O homem era um cafet&atilde;o e falsificador. Assim como Alberto, Griselda tamb&eacute;m mandou matar seu primeiro marido por conta de um desentendimento comercial.
<ul>
<li>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122050-6-fatos-sobre-dinossauros-que-jurassic-park-te-ensinou-errado.htm" target="_blank" rel="sponsored">6 fatos sobre dinossauros que Jurassic Park te ensinou errado</a></li>
</ul>
<h2>3. Romance com Dario</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.grunge.com/img/gallery/times-netflixs-griselda-lied-to-you/her-romance-with-dario-started-with-a-shooting-1706545703.webp"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05184732409431.jpeg" alt="(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Embora a s&eacute;rie omita a exist&ecirc;ncia de Trujillo, Griselda abre espa&ccedil;o para o homem que se tornaria central na vida de Blanco ap&oacute;s o assassinato de Alberto: Dario Sepulveda. Conhecido por ser um assassino violento, a s&eacute;rie omite que os dois se conheceram quando ele atirou em tr&ecirc;s homens enquanto eles jantavam em um restaurante.
Blanco e Sepulveda se casaram em 1978. Em entrevista ao USA Today, o produtor executivo Eric Newman afirmou que a cena n&atilde;o entrou na vers&atilde;o final do programa porque n&atilde;o agregava ao roteiro.
<h2>4. Assassinato de Dario</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.grunge.com/img/gallery/times-netflixs-griselda-lied-to-you/she-didnt-let-dario-leave-she-killed-him-instead-1706545703.webp"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05184811752433.jpeg" alt="(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Assim como aconteceu com seus relacionamentos anteriores, o casamento de Blanco e Dario Sepulveda tamb&eacute;m ruiu. Ela era viciada h&aacute; muito tempo em subst&acirc;ncias derivadas da coca&iacute;na, o que aumentou consideravelmente sua insensibilidade e paranoia.
Eventualmente, at&eacute; mesmo o assassino de sangue-frio Sepulveda se cansou das drogas e da viol&ecirc;ncia, deixando Griselda em Miami para retornar com seu filho para a Col&ocirc;mbia. A s&eacute;rie deixa a entender que a fuga de Sepulveda foi bem-sucedida, mas a verdade &eacute; que ele foi morto mais tarde a pedido da traficante enquanto seu filho Michael presenciava tudo no banco do passageiro.&nbsp;
<h2>5. Carla n&atilde;o existia</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.grunge.com/img/gallery/times-netflixs-griselda-lied-to-you/carla-didnt-really-exist-1706545703.webp"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05184844619434.jpeg" alt="(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Uma das personagens secund&aacute;rias mais importantes da s&eacute;rie &eacute; Carla, funcion&aacute;ria de Blanco que teria vindo de Medell&iacute;n. Ela atua no show como a comparsa inabal&aacute;vel de Griselda no com&eacute;rcio de drogas e &eacute; particularmente memor&aacute;vel por suas frases curtas e di&aacute;logos r&aacute;pidos.
No entanto, apesar de sua popularidade crescente entre os f&atilde;s do programa, Carla &eacute; apenas uma cria&ccedil;&atilde;o fict&iacute;cia, ao contr&aacute;rio da maioria dos personagens de Griselda.

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5 coisas que Griselda da Netflix te ensinou errado sobre a vida da traficante

Imagem de Griselda Blanco: a "rainha da cocaína" que conspirou para matar filho de JFK no megacurioso

Antes de Pablo Escobar, Griselda era a peça central no tráfico de drogas da Colômbia

<head></head><body>Houve um nome mais infame antes de Pablo Escobar fazer sua fama na história do narcotráfico colombiano, e esse era o de&nbsp;Griselda Blanco, a "rainha da cocaína", que conspirou para assassinar o filho de John F. Kennedy.O nome da mulher ressurgiu com o lançamento da minissérie Griselda, da Netflix, mas sua trajetória já é notória tanto no crime organizado como para as autoridades nacionais e internacionais. Apesar de não ter sido mencionada na série Narcos, que retratou a trajetória de Escobar, é inegável o quanto Griselda estruturou o tráfico de drogas colombiano com unhas, dentes e muito sangue.<h2>O nascimento na violência</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06151836625216.jpg" alt="Griselda Blanco jovem. (Fonte: Sportskeeda/Reprodução)">Griselda Blanco jovem. (Fonte: Sportskeeda/Reprodução)A vida de Griselda Blanco sempre esteve associada à violência. Nascida em 15 de fevereiro de 1943, em Cartagena das Índias, na Colômbia, ela cresceu durante o conturbado período chamado "La Violencia", que começou em abril de 1948, envolvendo apoiadores do Partido Liberal Colombiano e do Partido Conservador Colombiano. Ao longo de 10 anos de duração, mais de 200 mil pessoas foram mortas no conflito.Foi dessa maneira que Griselda percebeu e aprendeu que o poder frequentemente vinha por meio de atos violentos. Com isso, aos 11 anos, crescendo na pobreza de Medellín, ela se iniciou no crime quando sequestrou um menino local e o assassinou depois que a tentativa de resgate pela família não deu certo. Os detalhes sobre o acontecimento são nublados, mas é certo que o episódio a empurrou de vez para a vida criminosa, associada a roubos de carteiras e à falsificação de dinheiro.Aos 13 anos, Griselda conheceu o ponto de virada de sua vida, Carlos Trujillo, que ganhava a vida falsificando documentos e traficando pessoas. Eles mantiveram uma relação amorosa por 10 anos, resultando em 3 filhos e na morte de Trujillo, em meados da década de 1970. Há quem diga que o homem morreu por problemas de saúde, mas muitos acreditam que Griselda estava por trás disso.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152013782217.jpg" alt="(Fonte: World Cinema Paraside/Reprodução)">(Fonte: World Cinema Paraside/Reprodução)O que importa, no entanto, é que foi nessa mesma época a mulher conheceu o contrabandista de drogas Alberto Bravo. Ele que a apresentou a um novo e promissor negócio: a cocaína. A tumultuada Nova York, durante o boom das discotecas nos Estados Unidos, foi o epicentro do mercado de drogas ilícitas para pessoas da década de 1970.Contando com uma rede de contrabandistas que usavam roupas íntimas projetadas especialmente para esconder drogas para passar pelas fronteiras internacionais, rapidamente o casal formou um império poderoso de venda de cocaína, que colocou a Colômbia como o centro do comércio da droga, trazendo riqueza e perigo.<h2>O ponto sem retorno</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152241706218.jpg" alt="(Fonte: All That's Interesting/Reprodução)">(Fonte: All That's Interesting/Reprodução)Em abril de 1975, a Operação Banshee, liderada pela Polícia de Nova York e a Administração de Repressão às Drogas (DEA), pode ser considerada o ponto sem retorno na relação e na vida criminosa do casal. Eles foram indiciados com mais 30 associados por acusações federais de tráfico, sendo forçados a fugirem de volta para Colômbia.Foi em meio a esse caos que a relação da dupla se deteriorou de vez, resultando no assassinato de Bravo pelas mãos de Griselda após uma discussão. Por muito tempo, acreditou-se que o homem havia sido morto por outros mafiosos, porém, mais tarde, Griselda alegou que ela mesma o assassinou com um tiro na boca.Com o apelido de "Viúva Negra" agora em suas costas, a mulher voltou para os EUA para continuar seu império de drogas em Miami. Em seu auge, a rede rendeu mais de US$ 80 milhões em cocaína por mês, distribuída entre Nova York, Los Angeles e Miami.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;World Cinema Paradise&nbsp;" data-fonte-url="https://worldcinemaparadise.com/wp-content/uploads/2024/01/Carlos-Trujillos-age-remains-a-mystery-adding-intrigue-to-his-enigmatic-character.png"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152401801219.jpg" alt="(Fonte: World Cinema Paradise/Reprodução)">(Fonte: World Cinema Paradise/Reprodução)A violência foi o óleo que manteve Griselda Blanco no poder por tanto tempo. Sua frieza ficou marcada em um dos ataques mais públicos e famosos que aconteceu a mando seu, em 1982, quando ordenou o assassinato de seu sócio Jesus Castro por ele ter supostamente chutado um de seus filhos. No entanto, eles acabaram matando por engano o filho de Castro, o pequeno Johnny, de apenas 2 anos.Segundo Jorge Ayala, um de seus assassinos, a dona do cartel de Medellín recebeu bem o erro. A princípio, ficou muito brava porque perderam o pai, mas, quando soube do filho, disse que estava feliz, pois dessa forma ela e Castro estavam quites. Em entrevista à OK Magazine, o ex-policial de homicídios de Miami e chefe do departamento de polícia de West Miami, Nelson Andreu, disse que Griselda foi responsável por cerca de 50 ou 100 homicídios em todo o mundo, principalmente no sul da Flórida.Em 1985, agentes do DEA a prenderam e ela foi condenada a mais de 10 anos de prisão. Foi a partir desse evento que ela teria planejado o sequestro do filho de John F. Kennedy.<h2>Um alvo desprotegido</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152452400220.jpg" alt="John Fitzgerald Kennedy Jr. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">John Fitzgerald Kennedy Jr. (Fonte: GettyImages/Reprodução)A notícia da prisão e a história de Griselda repercutiu nas telas e páginas dos jornais, atraindo a atenção de Charles Cosby, um traficante de crack de Oakland, uma cidade a 24 km de São Francisco, Califórnia. Ele se encantou com a "rainha da cocaína" e passou a trocar correspondências que culminaram em uma visita à Prisão Federal Feminina.Com o suborno de funcionários do presídio, o casal se tornou amantes e confidentes de maneira tão intensa que Griselda confiou seu império de drogas ao traficante depois que morreu seu filho Osvaldo.Em 1994, Jorge Rivi Ayala, principal matador contratado pela criminosa, se tornou testemunha em 3 casos de assassinato em que ela era acusada. Caso condenada, Griselda poderia acabar no corredor da morte. Foi ao saber disso que ela teve a ideia de sequestrar John Fitzgerald Kennedy Jr., e como resgate exigir sua libertação e retorno à Colômbia. Ele foi escolhido como alvo porque não havia uma segurança realmente séria ao seu redor naquela época.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152559446221.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em certa ocasião, os sequestradores quase concluíram o plano, chegando a cercar o carro de Kennedy Jr., mas uma viatura da polícia acabou se aproximando e eles desistiram da ideia. No podcast Fatal Voyage: The Death of JFK Jr., Colin McLaren, ex-detetive de homicídios, e o jornalista investigativo James Robertson analisaram documentos e descobriram que o próprio Cosby denunciou o plano de Griselda ao Departamento Federal de Investigação (FBI).É provável que isso tenha acontecido porque os conselheiros de Griselda pensavam que o sequestro de Kennedy Jr. resultaria em uma resposta militar massiva das Forças Armadas, podendo destruir o império de drogas – que era muito maior do que livrar sua fundadora do corredor da morte.<h2>De volta ao chão de Medellín</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152844002222.jpg" alt="(Fonte: Harper's Bazaar/Reprodução)">(Fonte: Harper's Bazaar/Reprodução)Griselda Blanco foi indiciada pelo Ministério Público do Estado de Miami-Dade, em julho de 1995, por 3 assassinatos. Após um acordo, ela se declarou culpada e foi condenada a cumprir apenas o tempo restante de sua sentença federal. Em 2004, a mulher foi deportada para a Colômbia e viveu por 8 anos em El Poblado, o bairro mais rico de Medellín.Em 3 de setembro de 2012, aos 69 anos, a criminosa foi executada com dois tiros nas costas enquanto deixava um açougue em Medellín, no mesmo lugar onde lavou tanto as ruas de sangue na vontade de prosperar.</body>

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Griselda Blanco: a 'rainha da cocaína' que conspirou para matar filho de JFK

Imagem de 4 plantas psicodélicas e seus efeitos alucinógenos no cérebro no megacurioso

Essas plantas têm a capacidade de interferir nos processos cerebrais

<head></head><body>As plantas têm participação fundamental na existência humana. Ao longo da história, elas nos ajudaram a curar doenças, nos alimentaram e serviram para várias outras funções. E algumas delas tem a função de alterar provisoriamente nossas capacidades mentais.As plantas psicoativas, psicodélicas ou alucinógenas, são aquelas que contam com substâncias químicas que interferem em nossos neurotransmissores, causando efeitos como de sedação, estímulo, mudança de humor e até alucinações. Várias dessas plantas já foram usadas (e ainda são) para funções recreativas, mas também medicinais. Confira quatro delas!<h2>1. Coca</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikipedia&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c7/Erythroxylum_novogranatense_var._Novogranatense_%28retouched%29.jpg/640px-Erythroxylum_novogranatense_var._Novogranatense_%28retouched%29.jpg"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/12/12191906530006.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)De nome científico Erythroxylum Coca, a planta de coca é a base para a criação da cocaína, elaborada a partir de suas folhas. A coca é nativa da América do Sul, e é encontrada especialmente nos Andes e na costa nordeste localizada entre o Peru e a Venezuela. Os seres humanos começaram a criar produtos com essa planta há cerca de 10.800 anos.A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111982-cocaina-faz-cerebro-associar-lugares-a-vontade-de-usar-a-droga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cocaína</a> atua diretamente em neurotransmissores do cérebro, como dopamina e serotonina, causando efeitos de euforia e energia em quem a usa. Entretanto, os efeitos colaterais são bem ruins: além da perda de apetite, ela gera ansiedade e paranoia.A planta é capaz de fazer com que o cérebro libere grandes quantidades de dopamina de forma desregulada. Isso provoca sensações de felicidade, mas, a longo prazo, o efeito tende a mudar a química do cérebro, que fica viciado na substância. Inclusive, fetos expostos à cocaína podem sofrer de prejuízos no desenvolvimento cerebral e no crescimento.<h2>2. Tabaco</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/12/12191944434008.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)O tabaco certamente está entre as plantas psicoativas mais usadas no planeta. Esse vegetal contém a droga psicoativa nicotina, que é extremamente viciante ao organismo humano.Os métodos mais comuns de consumo do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122091-como-o-tabaco-fez-o-mundo-ser-o-que-e-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tabaco</a> são pelo fumo das folhas secas, pelo ato de cheirar as folhas (o rapé) ou pela mastigação. Depois de ingerida, a nicotina afeta principalmente os receptores nicotínicos de acetilcolina, responsáveis pelo controle de neurotransmissores como acetilcolina, dopamina e serotonina.&nbsp;A nicotina também pode melhorar a função cognitiva em questões ligadas à memória. Por isso mesmo, quando alguém tenta retirá-la do seu consumo, acaba experimentando uma sensação de declínio cognitivo. É por isso também que ela é ainda mais prejudicial quando usada pelos adolescentes, cujo cérebro ainda está em formação.<h2>3. Maconha</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/12/12192003774010.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128375-adolescentes-tem-duas-principais-motivacoes-para-usarem-maconha-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cannabis</a> também está entre as plantas psicoativas mais conhecidas do mundo. Ela se divide em três espécies diferentes: Cannabis Sativa, Cannabis Indica e Cannabis Rudeleris.&nbsp;Todas contêm uma quantidade considerável da droga psicoativa delta-9-tetraidrocanabinol, também conhecida como THC.O THC atua no cérebro ao afetar os receptores canabinoides no sistema endocanabinoide, conhecido pela ciência desde os anos 1980. Este sistema controla fatores no cérebro ligados ao apetite, aprendizagem, coordenação, controle motor e até mesmo às emoções.Além disso, o THC ajuda a elevar os níveis de dopamina no sangue, o que causa a sensação de euforia e felicidade. Há evidências que mostram que os humanos já conheciam a maconha desde 2.500 a.C., e a usavam para justamente alterar suas mentes.<h2>4. Lúpulo</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/12/12192027884011.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Embora costume ser mais associado à cerveja, o lúpulo também tem propriedades psicoativas. A planta, aliás, é da mesma família da maconha, e contém resinas que estimulam o neurotransmissor Ácido Gama-Aminobutírico (GABA) no cérebro.Os neurotransmissores GABA têm a capacidade de diminuir os estímulos nervosos, e por isso estão associados à sensação de calma e alívio de estresse. É por conta da substância contida no lúpulo que as pessoas que bebem cerveja têm uma sensação de sono, que também é reforçada pela produção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128419-criancas-estao-usando-melatonina-cada-vez-mais-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">melatonina</a>.&nbsp;</body>

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4 plantas psicodélicas e seus efeitos alucinógenos no cérebro

Imagem de Psicodélicos há 67 milhões de anos: a evolução misteriosa dos cogumelos  no megacurioso

Pesquisa revela que os cogumelos alucinógenos estiveram presentes nos últimos milhões de anos da era dos dinossauros

<head></head><body>Novas descobertas revelam que os cogumelos "mágicos" existem desde antes da extinção dos dinossauros, mas por que esses fungos desenvolveram a capacidade de produzir compostos psicodélicos permanece um enigma.&nbsp;Ao rastrear a história dos genes responsáveis pela substância psicoativa psilocibina, os pesquisadores descobriram que o gênero de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127715-dermatite-de-shiitake-a-reacao-na-pele-causada-por-cogumelos-malcozidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cogumelos</a>&nbsp;Psilocybe&nbsp;evoluiu pela primeira vez as enzimas necessárias para sintetizar o composto há quase 70 milhões de anos.<h2 style="text-align: justify;">O mistério da evolução psicodélica</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/14/14204609879003.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Com 165 espécies diferentes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127568-jesus-foi-uma-alucinacao-causada-por-cogumelos-afirma-teoria-criada-por-arqueologo-em-1960.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cogumelos</a> Psilocybe&nbsp;identificadas em todo o mundo, a maioria delas sendo psicoativas, a identificação dos genes por trás da biossíntese da psilocibina só ocorreu em 2017. A substância é sintetizada por um quarteto de enzimas que convertem o aminoácido triptofano em psilocibina, e seus genes estão agrupados em um chamado cluster&nbsp;de genes biossintéticos — o BGC. &nbsp;Na genômica comparativa, a análise de clusters&nbsp;de genes — ou grupos de genes — é essencial para a compreensão da relação entre a organização dos genomas e a evolução de características adaptativas complexas nos organismos. Antes desta pesquisa, o BGC só havia sido identificado em cinco espécies de Psilocybe, dificultando o rastreamento da história evolutiva desses genes.<h2 style="text-align: justify;">Uma viagem na era dos dinossauros</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/14/14205033276004.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Ao comparar os genomas de 71 cogumelos Psilocybe&nbsp;diferentes, os pesquisadores criaram uma árvore genealógica genética, conhecida como filogenia, analisando a distribuição de 2.983 genes. A filogenia revelou que o BGC da psilocibina apareceu pela primeira vez há cerca de 67 milhões de anos. Isso significa que os cogumelos mágicos estiveram presentes nos últimos milhões de anos da era dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128492-novo-estudo-controverso-diz-que-t-rex-adolescente-e-de-uma-especie-totalmente-nova.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinossauros</a>!&nbsp;Apesar dos efeitos profundos da psilocibina na consciência humana, este estudo mostra que os cogumelos mágicos evoluíram muito antes do surgimento de nossos primeiros ancestrais. Portanto, é altamente improvável que a função ecológica da psilocibina tenha alguma relação com os humanos.<h2 style="text-align: justify;">O enigma não resolvido da psilocibina</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/14/14205313416005.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)A pesquisa sugere que a interação fungo-inseto pode ser uma hipótese mais lógica para o desenvolvimento da psilocibina como uma defesa química nos cogumelos. No entanto, a teoria é desafiada pelo fato de que insetos frequentemente se alimentam ou depositam ovos nesses cogumelos, indicando ou imunidade desenvolvida, ou que o composto não foi destinado para afastar insetos.&nbsp;No final, os pesquisadores não conseguem explicar por que os cogumelos se tornaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128061-psicodelicos-podem-ser-a-solucao-para-os-disturbios-alimentares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">psicodélicos</a>, mas, seja qual for o motivo, essas descobertas revelam que foi uma longa viagem.&nbsp;</body>

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Psicodélicos há 67 milhões de anos: a evolução misteriosa dos cogumelos 

Imagem de Corredores aproveitam mais seus treinos após uso de canábis, diz estudo no megacurioso

Consumo de maconha antes de exercícios pode tornar a experiência mais agradável para atletas, apesar de dificultar a prática

<head></head><body>Usar canábis antes de uma corrida pode tornar o trajeto de alguns quilômetros mais agradável, mas também pode tornar a tarefa mais difícil de completar, sugere um novo estudo feito pela Universidade do Colorado Boulder. Em um pequeno estudo feito com 42 <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124121-runner-s-high-correr-da-mesmo-um-barato-no-atleta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corredores</a> regulares no Colorado — onde a venda da erva recreativa é legal desde 2014 —, os participantes do estudo relataram ter experimentado uma melhora no humor e maior prazer durante um treino de 30 minutos após fumarem ou vaporizarem canábis antes.No entanto, em média, os participantes disseram que tiveram de se esforçar muito mais para correr depois do uso da substância em comparação com quando correram sóbrios. Os autores do estudo foram inspirados por pesquisas prévias que sugeriam que os corredores usavam canábis regularmente enquanto se exercitavam em estados onde o uso recreativo da droga é legal.<h2>Uso da canábis na corrida</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/15/15020850094005.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Embora a canábis não transforme um corredor regular em um atleta de elite, seu uso pode encorajar as pessoas com menos probabilidades de praticar exercício a ficarem motivadas para se exercitarem, argumentam os autores. “Temos uma epidemia de estilo de vida sedentário neste país e precisamos de novas ferramentas para tentar fazer com que as pessoas movam seus corpos de maneira agradável”, disse a coautora da pesquisa Angela Bryan em comunicado oficial.Segundo Bryan, se a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122557-maconha-como-ela-ja-foi-aceita-e-muito-disputada-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha</a> é uma das ferramentas de incentivo à prática de exercícios, é preciso explorá-la tendo em mente tanto os seus danos como benefícios. A canábis contém substâncias chamadas canabinoides, que incluem tetrahidrocanabinol (TCH) e canabidiol (CBD). O THC é em grande parte responsável pela característica de "euforia" associada à erva.Por sua vez, o CBD não produz efeitos, mas foi estudado por suas potenciais propriedades medicinais. No novo estudo, os pesquisadores fizeram medições básicas de condicionamento físico dos corredores durante um teste de esteira de 15 minutos. Em seguida, foi pedido aos corredores que pegassem 1 grama de canábis em um recipiente e consumissem o produto em casa. Posteriormente, eles foram levados a uma academia, onde responderam um questionário antes e depois correram por mais 30 minutos.<h2>Análise de dados</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/15/15020911115007.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)As perguntas feitas aos corredores tiveram como objetivo sondar o humor dos participantes, seus níveis de dor e quão difícil eles acharam o exercício. Dois dias depois, os participantes repetiram o processo, mas sem a canábis. Todos os corredores relataram que gostaram mais do treino quando usavam a erva. Essas descobertas estão alinhadas com pesquisas anteriores que sugerem que os endocanabinoides estão envolvidos na produção de uma "euforia do corredor".Nesse processo, as curtas explosões de euforia que algumas pessoas experimentam durante ou após o exercício são mais constantes. No entanto, as pessoas que inalaram as variedades de canábis com predominância de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128459-maconha-o-que-mudou-no-uruguai-apos-10-anos-da-legalizacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">THC</a> notaram um aumento menor no prazer da corrida do que o grupo CBD. Além disso, eles sentiram que era necessário muito mais esforço para completar o treino.Isso pode ocorrer em parte porque o THC aumenta a frequência cardíaca, disse Bryan no comunicado. Vale ressaltar, no entanto, que o novo estudo teve várias limitações. Por exemplo, não foi incluído um grupo que usou uma droga placebo em vez de canábis para comparação. Além disso, todos os participantes já tinham consumido canábis durante o exercício anteriormente, potencialmente distorcendo os resultados.&nbsp; </body>

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Corredores aproveitam mais seus treinos após uso de canábis, diz estudo

Imagem de Maconha: o que mudou no Uruguai após 10 anos da legalização? no megacurioso

Dez anos depois da regulamentação, já é possível ver alguns efeitos da lei no Uruguai.

<head></head><body>Há pouco mais de 10 anos, no dia 10 de dezembro de 2013, o Uruguai tomava uma decisão importante na sua história: a regulamentação da produção, da venda e do consumo da cannabis. A regularização da maconha, segundo especialistas da área, tem cumprido o objeto de gerar um novo mercado legalizado para uma substância que antes apenas circulava clandestinamente, na mão de traficantes.Dez anos depois, já é possível ver alguns efeitos dessa decisão política. De acordo com o então presidente uruguaio, <a href="https://www.megacurioso.com.br/economia/36826-governo-do-uruguai-quer-legalizar-a-venda-de-maconha-em-farmacias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">José "Pepe" Muijca</a>, a ideia era que o novo mercado quebrasse o narcotráfico no país e melhorasse a segurança pública. Nem tudo aconteceu até o momento. Mas o que já pode ser constatado? Vejamos a seguir alguns dados já consolidados.<h2>1. O número de usuários registrados aumentou mais de 150% desde 2018</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/20/20190045037449.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)De acordo com o Instituto de Regulamentação e Controle da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126699-canabis-na-construcao-um-caminho-para-a-sustentabilidade-ambiental.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cannabis</a> (IRCCA), o número de usuários de maconha registrados para compra no Uruguai é atualmente de 86.207 pessoas. Isso corresponde a cerca de 2,5% da população inteira do país.Contudo, os dados também mostram que muitos consumidores maiores de 18 anos continuam sem se registrar. Ou seja, dois a cada três usuários (cerca de 66%) recorre ao chamado "mercado cinza", em que a maconha é produzida legalmente, mas distribuída fora do mercado regular.<h2>2. Muitos adolescentes experimentaram maconha apenas uma vez</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/20/20190226954450.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Dados de 2022 da pesquisa da empresa Cifra indicam que 19% dos usuários maiores de 16 anos voltaram a consumir maconha depois de prová-la pela primeira vez. Em &nbsp;2016, o dado era de 10%.A empresa analisa que provavelmente mais pessoas passaram a assumir o consumo da cannabis, já que há pelo menos dez anos ela é legalizada no Uruguai. "Acredito que exista um aumento do consumo em determinada população, porque é mais fácil, mas também que as pessoas estão declarando o seu uso", afirmou a diretora da Cifra, Mariana Pomiés.Ainda assim, o número indica que não houve um grande aumento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127966-por-que-e-tao-dificil-diminuir-o-consumo-de-carne-vermelha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">consumo</a> de maconha entre essa população, o que era um grande medo de certas camadas da sociedade.<h2 dir="ltr">3. A maconha ficou mais barata</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/20/20190256144452.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Em média, um pacote de 5 gramas de maconha, vendido nas farmácias autorizadas no Uruguai, custa cerca de US$ 12 ou R$ 59. Esse é o valor cobrado pela variedade gama, mas há outras, com menor percentual de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/116084-como-a-cannabis-age-no-organismo-do-ser-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">THC</a>, que costumam ser mais baratas.Esses preços são considerados relativamente menores que os custos em outras localidades. Só a título de comparação, entre as grandes cidades, o valor mais baixo é encontrado em Montreal, no Canadá (US$ 5,90 ou cerca de R$ 29), e o mais alto em Tóquio, no Japão (US$ 33,80 ou cerca de R$ 166).<h2>4. Metade da população do Uruguai é favorável à legalização</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/20/20190628767454.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Desde que o país regulamentou o mercado da maconha, 66% dos uruguaios passaram a se manifestar como favoráveis à nova lei. O percentual praticamente dobrou desde a última medição de opinião, que havia sido feita em 2012. Já em relação ao número de pessoas que se opõem à lei, o percentual caiu de 66% para 45%.Para Mariana Pomiés, diretora da Cifra, está ocorrendo uma mudança cultural no Uruguai em decorrência da lei. "O que mais colaborou para que as pessoas mudassem de opinião foi o transcurso da vida cotidiana sem grandes problemas após a regulamentação. As pessoas que poderiam ter predisposição favorável à legalização, mas tinham medo, foram perdendo o temor", conclui.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:23.189Z

Maconha: o que mudou no Uruguai após 10 anos da legalização?

Imagem de Adolescentes têm duas principais motivações para usarem maconha, diz estudo no megacurioso

A compreensão de quais variáveis contribuem para o uso da cannabis ajudaria no desenvolvimento de estratégias eficazes de intervenção

Uma nova pesquisa entrevistou adolescentes durante um per&iacute;odo de seis meses para entender melhor seus motivos para usar cannabis. Os investigadores descobriram que os jovens que t&ecirc;m maior "procura" de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122557-maconha-como-ela-ja-foi-aceita-e-muito-disputada-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha</a> s&atilde;o propensos a utiliz&aacute;-la por prazer. Isso significa que est&atilde;o dispostos a consumi-la mais quando esta &eacute; gratuita e at&eacute; mesmo gastar mais para obt&ecirc;-la.&nbsp;
O estudo tamb&eacute;m apontou que o uso de maconha para recrea&ccedil;&atilde;o esteve associado ao maior uso e a experi&ecirc;ncias com consequ&ecirc;ncias negativas. Adolescentes com maior procura pela erva tamb&eacute;m eram propensos a utiliz&aacute;-la para "lidar" com situa&ccedil;&otilde;es negativas. Os sintomas mais comuns entre esses usu&aacute;rios foram dificuldade para lembrar das coisas, dificuldade de concentra&ccedil;&atilde;o e agir de maneira tola.
<ul>
<li>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125086-k9-k4-k2-que-droga-e-essa-e-quais-riscos-ela-traz-para-a-saude.htm" target="_blank" rel="sponsored">K9, K4, K2: que droga &eacute; essa e quais riscos ela traz para a sa&uacute;de?</a></li>
</ul>
<h2>Abuso de drogas</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/14/14201446253040.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Nos Estados Unidos, a maconha &eacute; a droga ilegal mais usada em territ&oacute;rio nacional &mdash; um cen&aacute;rio semelhante ao do Brasil. Em novembro de 2023, 24 estados norte-americanos legalizaram a cannabis para uso medicinal e recreativo. No n&iacute;vel federal, a subst&acirc;ncia continua sendo um produto enquadrado sob a Lei de Subst&acirc;ncias Controladas.
&ldquo;Entender por que os adolescentes usam maconha &eacute; importante para preven&ccedil;&atilde;o e interven&ccedil;&atilde;o&rdquo;, destacou a professora assistente do departamento de psiquiatria da Universidade da Calif&oacute;rnia e autora do estudo, Nicole Schultz, em comunicado oficial. Segundo a pesquisadora, &eacute; sabido que o in&iacute;cio precoce do consumo de maconha est&aacute; associado &agrave; probabilidade do desenvolvimento de uma&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127857-vacina-experimental-brasileira-promete-curar-vicio-em-cocaina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">depend&ecirc;ncia qu&iacute;mica</a>.
Para isso, &eacute; necess&aacute;rio compreender quais vari&aacute;veis contribuem para a sua utiliza&ccedil;&atilde;o, de forma que seja poss&iacute;vel desenvolver estrat&eacute;gias eficazes para intervir precocemente, destacou a investigadora. A cannabis &eacute; de longe a subst&acirc;ncia psicoativa mais utilizada entre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/45166-a-ciencia-explica-por-que-adolescentes-sao-tao-rebeldes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">adolescentes</a>. Em 2022, 30,7% dos alunos do Ensino M&eacute;dio norte-americano relataram terem consumido a erva no ano anterior e 6,3% relataram ter feito o uso da subst&acirc;ncia diariamente nos &uacute;ltimos 30 dias.
<h2>Propens&atilde;o ao uso de cannabis</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/14/14201502151042.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Para a realiza&ccedil;&atilde;o do estudo, os pesquisadores usaram a an&aacute;lise de media&ccedil;&atilde;o para focar em dois motivos: prazer e enfrentamento. Eles destacaram como esses dois motivos explicam a rela&ccedil;&atilde;o entre a procura de maconha e os resultados relacionados com a cannabis, que inclu&iacute;am consumo e consequ&ecirc;ncias negativas.
Os participantes do estudo tinham entre 15 e 18 anos, sendo acompanhados por seis meses. Segundo o estudo, a maior procura pela subst&acirc;ncia estava significativamente associada ao consumo por prazer. &ldquo;Essa descoberta faz sentido porque o uso para divers&atilde;o normalmente est&aacute; relacionado &agrave; inicia&ccedil;&atilde;o do uso versus uso problem&aacute;tico. E dada a idade dos participantes deste estudo, eles podem ter um breve hist&oacute;rico de uso&rdquo;, disse Schultz.
Em geral, participantes que usaram cannabis para lidar com problemas ou para se divertir relataram ter sofrido consequ&ecirc;ncias negativas do uso da subst&acirc;ncia. Isso inclu&iacute;a sentir maior ansiedade, tomar decis&otilde;es das quais mais tarde se arrependeria e ter problemas na escola ou no trabalho. De acordo com os envolvidos na pesquisa, o estudo sugere que encorajar atividades que ajudem esses jovens a lidar com sentimentos negativos pode ajud&aacute;-los a diminuir o consumo da maconha e, consequentemente, experimentar menos sintomas negativos.&nbsp;

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Adolescentes têm duas principais motivações para usarem maconha, diz estudo

Imagem de "Mel louco": o alucinógeno usado como remédio nas montanhas do Nepal no megacurioso

O 'mel louco' é empregado em várias terapias alternativas, mas as grayanotoxinas presentes na substância podem causar efeitos alucinógenos

<head></head><body>Vendido comercialmente nos EUA, mas proibido em muitos países do mundo pelas suas propriedades psicodélicas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124397-5-drogas-recreativas-comumente-usadas-na-antiguidade.htm#:~:text=Mel%20louco&amp;text=Quando%20consumida%2C%20a%20subst%C3%A2ncia%20causa,digestivo%2C%20problemas%20card%C3%ADacos%20e%20paralisia." rel="noopener noreferrer" target="_blank">o "mel louco" tem sido empregado por séculos</a> no tratamento de doenças como diabetes, distúrbios gastrointestinais e artrite. Também conhecido como deli bal, em turco, diz a tradição que a substância é um poderoso elixir com propriedades afrodisíacas para melhorar o desempenho físico e mental.Além disso, o mel é também usado há mais de 2,4 mil anos por pessoas em busca dos efeitos alucinógenos que comprovadamente alteram a percepção sensorial e proporcionam experiências intensas de euforia ou sensações de conexão espiritual.Produzido nas altas montanhas do Himalaia, no Nepal, ou na região do Mar Negro, na Turquia, o "mel louco" é fabricado pelas maiores abelhas melíferas do mundo, a Apis dorsata laboriosa, a partir das flores de rododendro. Em muitas espécies dessa planta, há um composto químico chamado grayanotoxina, responsável pelos efeitos psicoativos do produto.<h2>A tradição milenar da caça ao mel</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/07/07194026910434.jpg" alt="(Fonte: Bees for Peace)">(Fonte: Bees for Peace)Equilibrando-se em escadas precárias nas falésias do Himalaia, um número cada vez menor de representantes do povo Gurung, do Nepal Central, arrisca a vida <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128149-metodos-atuais-de-apicultura-podem-causar-sofrimento-as-abelhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">na secular tradição de caça ao mel</a>. Por várias gerações, a substância vem sendo usada para diversos tratamentos medicinais e também em cerimônias religiosas.&nbsp;Após sedar as abelhas com fumaça, os caçadores usam varas compridas de bambu para retirar as colmeias do alto dos penhascos, jogando-as em um balaio abaixo. Para manter o equilíbrio, os nativos tentam permanecer calmos, mesmo submetidos a uma série de dolorosas picadas de abelhas.&nbsp;Após extração do mel, os participantes se reúnem para compartilhá-lo e saboreá-lo, além de reservar uma parte para o mercado negro, onde 500 gramas do produto chegam a US$ 80 (cerca de R$ 393), segundo o&nbsp;Atlas Obscura.<h2>Os riscos de consumir "mel louco"</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/12/07/07174159507368.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Com o aumento da popularidade do "mel louco", principalmente pelos seus efeitos de alteração da mente, casos de intoxicação por grayanotoxina têm sido relatados em muitos países ao redor do mundo, como Turquia, China, Filipinas, Coreia, Indonésia, Japão, Nepal, Áustria, Alemanha, Brasil e América do Norte. No entanto, a maioria de casos continua ocorrendo na Ásia Menor e Turquia.Pessoas que consomem o "mel louco", <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128061-psicodelicos-podem-ser-a-solucao-para-os-disturbios-alimentares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tanto como remédio como pelo seu efeito alucinógeno</a>, devem ficar cientes que, embora as abelhas diluam a grayanotoxina com outras substâncias presentes no néctar, ela pode, dependendo da quantidade de mel consumida, causar desorientação, tontura, náusea, vômito, queda de pressão, perda de controle muscular, disritmia e até paralisia temporária.De acordo com um estudo publicado na revista RSC Advances, essas reações podem durar até 24 horas, mas, "exceto por um único caso no condado de Lanping (sudoeste da China), o prognóstico para intoxicação por "mel louco" é ótimo, e nenhuma morte foi relatada na literatura médica moderna", dizem os autores, &nbsp;</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:20.843Z

'Mel louco': o alucinógeno usado como remédio nas montanhas do Nepal

Imagem de Como o aquecimento global está contribuindo para o abuso de drogas no megacurioso

Na Índia, famílias se afundam na toxicodependência por não conseguirem lidar com as consequências das secas e inundações extremas

<head></head><body>Segundo o relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Droga e Crimes (UNODC), cerca de 284 milhões de pessoas de 15 a 64 anos usaram drogas em 2020. Na África e na América Latina, as pessoas com menos de 35 anos representam a maioria das pessoas em tratamento por transtornos relacionados ao uso de drogas. Globalmente, o relatório estima que 11,2 milhões de pessoas estavam usando drogas injetáveis, sendo que cerca de metade desse número vivia com hepatite C; 1,4 milhão com HIV e 1,2 milhão com ambas as doenças.Além de transtornos de saúde mental e fatores genéticos, já foi provado cientificamente que o meio em que o indivíduo está inserido também é responsável por contribuir no desencadeamento da toxicodependência.O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) relatou que o uso de substâncias nocivas e as mortes por overdose aumentaram muito durante a pandemia de covid-19, devido ao isolamento social, aumento da ansiedade, depressão e pensamentos suicidas.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29152638089276.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)No primeiro ano da pandemia nos Estados Unidos, o CDC diz que mais de 99 mil pessoas morreram de overdose de drogas. Isso representa um aumento de quase 30% em relação aos 77 mil que morreram nos 12 meses anteriores a 2020. Aproximadamente 75% das mortes estavam relacionadas ao abuso de opioides sintéticos, como fentanil. Também houve um aumento no uso de outras drogas mais pesadas, como heroína, metanfetaminas e cocaína.Como se isso tudo não bastasse, cientistas descobriram como o aquecimento global está aumentando o abuso de drogas, principalmente na Índia.<h2>Meio ambiente vs. vulnerabilidade emocional</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29152752773277.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Publicado em setembro desse ano, um estudo da Communications Medicine mostrou que as mudanças climáticas são associadas ao aumento de visitas a hospitais devido a distúrbios de álcool e substâncias. Vinte anos de dados coletados mostraram um aumento de 24,6% nas hospitalizações relacionadas ao transtorno alcoólico e um aumento de 38,8% por outras substâncias, incluindo opioides, cocaína, maconha e sedativos.Segundo os pesquisadores, o planeta aqueceu uma média de 0,08 graus Celsius por década desde meados de 1800, embora parte significativa desse aquecimento seja de 1975 em diante. Os especialistas ainda especulam que os números apontados no estudo não refletem todo o escopo do problema, uma vez que nem todos que lutam contra o abuso de substâncias procuram ajuda médica.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29152947301279.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em “Mudanças Climáticas e Comportamentos de Uso de Substâncias: Uma Estrutura de Caminhos de Risco”, publicado em 2022 na Sage Journals, os autores do estudo determinaram que as mudanças climáticas podem aumentar a toxicodependência em todo o mundo por pelo menos cinco vias: estresse psicossocial decorrente da desestabilização dos sistemas de apoio social, ambiental, econômico e geopolítico; aumento das taxas de transtornos mentais; aumento da carga de saúde física; mudanças prejudiciais incrementais aos padrões de comportamento estabelecidos; e o excesso de preocupação com os perigos das mudanças climáticas descontroladas. Todas essas vias podem operar de forma independente para aumentar a vulnerabilidade ao uso de substâncias nocivas.“A exposição a estressores relacionados ao clima, como tempestades, inundações, incêndios e secas; pode levar a um sofrimento físico e psicológico que, muitas vezes, persiste por meses após o evento”, disse Francis Vergunsta, coautor do estudo de 2022, em entrevista à revista Wired. “Os jovens enfrentam riscos desproporcionais devido a sua alta vulnerabilidade a problemas de saúde mental e transtornos por uso de substâncias”.<h2>A Índia está definhando</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29153014798280.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Ou seja, o custo do aquecimento global já não é mais apenas social e econômico, mas também emocional, e está cada vez mais alto, sobretudo em idades extremas, que são os muito jovens ou idosos. Esses e os indivíduos com problemas de ordem psiquiátrica e emocional pré-existentes são os que correm maior risco de desenvolver toxicodependência pelos traumas causados pelo deslocamento e escassez oriundos das mudanças climáticas.Segundo a Global Drug Policy Index, a Índia figura no ranking de um dos países com mais adictos do mundo, sendo que seu "vício" por crescimento econômico a qualquer custo está contribuindo para a toxicodependência de sua população. Na cidade de Gorakhpur, no estado de Uttar Pradesh, norte do país, a alta dependência de álcool entre os homens arrastou famílias para a miséria. Isso aconteceu também devido à disponibilidade do produto nas fronteiras e as consequências emocionais das condições climáticas extremas nessas regiões, onde as inundações são predominantes.Na área rural a oeste do estado de Maharashtra, o tempo começou a piorar em 2019, quando duas inundações, um calor insuportável, chuvas incessantes, tempestades de granizo e uma seca destruíram a economia dos agricultores. Mais de 36 milhões de hectares de cana-de-açúcar, cebola, arroz e outras culturas foram devastados, conforme notificou o Departamento de Agricultura de Maharashtra.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29153050078283.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Os trabalhadores têm dificuldade em conseguir pelo menos 8 dias de trabalho por mês, graças aos danos nas colheitas. Sendo assim, muitos recorrem às drogas para tentar controlar a ansiedade e outras questões de ordem emocional. Alguns procuraram o tabaco de mascar, que custa US$ 0,12 o pacote, porque contém nicotina, um estimulante do sistema nervoso central. Os usuários alegam que isso melhora o humor, a concentração, alivia a raiva, tensão e o estresse.“Eles dessensibilizam a dor, a tristeza e a negatividade por um tempo”, disse à Wired a psicóloga clínica Shalmali Ranmale Kakade, de Kolhapur, referindo-se ao tabaco e outras substâncias comumente abusadas, como o álcool.Não só causa dependência, como mascar tabaco também aumenta os riscos de muitos tipos de câncer, incluindo os de boca, esôfago, estômago e bexiga.<h2>Um problema generalizado</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29153131966284.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Esse fenômeno causado pelo aquecimento global de longe é algo que não se limita apenas à Índia, tampouco a países com salário predominantemente de baixo e médio rendimento. Em 2019 e 2020, a Austrália padeceu com vários incêndios florestais que queimaram 19 milhões de hectares de terras e mais de 3 mil casas, matando cerca de 56 mil animais de criação para a agricultura. Um artigo publicado no Journal of Environment Management, que avaliou a saúde mental de 746 australianos com idades entre 16 e 25 anos, encontrou maior abuso de substâncias em decorrência de ansiedade, estresse e preocupação oriundos das mudanças climáticas, mesmo entre aqueles que não foram expostos diretamente aos incêndios.O estudo ainda descobriu uma relação entre ondas de calor, declínio da saúde mental e consumo de álcool entre os chineses com 50 anos ou mais. O calor extremo na China levou a um consumo mais frequente de álcool e a uma redução drástica em comportamentos positivos, como o exercício físico.Ainda é desconhecida a extensão total do abuso de substâncias relacionadas ao clima em todo o mundo. O que preocupa os especialistas, no entanto, é que esse comportamento não muda depois que um evento climático ruim passa ou que a situação dessas pessoas melhora.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/29/29153451418286.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Marianthi-Anna Kioumourtzoglou, professora associada de ciências da saúde ambiental na Columbia Public Health, disse em um comunicado à imprensa que devem ser uma prioridade de saúde pública as intervenções à toxicodependência causada pelo clima. "A melhoria da infraestrutura social e das intervenções do sistema de saúde poderiam mitigar esses impactos", observou ela.Um relatório governamental de 2019 reconheceu que o alcance de programas nacionais para o tratamento de toxicodependência é amplamente inadequado. A Índia, por exemplo, não possui profissionais de saúde mental suficientes. Para os 883 milhões de pessoas que habitam as zonas rurais, o país tem apenas 1.224 hospitais subdistritais e 764 hospitais distritais. As estatísticas mais recentes da OMS mostram que, por milhão de pessoas, a Índia tem apenas três psiquiatras e menos de um psicólogo.Para ser tratado e prevenido, o abuso de substâncias relacionadas ao clima precisa ser melhor reconhecido.</body>

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