O objetivo do estudo foi testar a hipótese de que o CBD neutraliza os efeitos do THC quando a canábis é utilizada como analgésico.

Um estudo recente contestou a teste geralmente aceita de que o canabidiol (CBD), <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128654-corredores-aproveitam-mais-seus-treinos-apos-uso-de-canabis-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o componente não psicoativo da maconha (cannabis)</a>, é capaz de reduzir os efeitos intoxicantes do componente ativo, o delta-9-tetraidrocanabinol (THC). Após um ensaio clínico duplo-cego, os autores concluíram que não existe afinal esse “cabo de guerra” entre os dois canabinoides.Em doses mais altas, o CBD chegou mesmo a potencializar possíveis efeitos adversos do THC. Não se trata aqui da experiência psicodélica, mas de consequências indesejadas ou potencialmente prejudiciais que podem ocorrer como efeitos colaterais, tanto quando a substância é usada terapeuticamente quanto no uso recreativo.Os pacientes que, durante os experimentos, tomaram 9 mg de THC e 450 mg de CBD via oral, relataram se sentir mais “chapados” no corpo e na mente, do que quando tomaram só o THC. Análises de sangue revelaram concentrações mais elevadas de THC naqueles casos, o que levou os autores a suspeitar que doses altas de CBD podem inibir o metabolismo do THC no corpo, aumentando seus efeitos.<h2>Como foi realizado o teste de tolerância ao THC?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/05/05161425230276.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>O ensaio clínico avaliou a tolerabilidade da cannabis como analgésico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para testar a hipótese de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128459-maconha-o-que-mudou-no-uruguai-apos-10-anos-da-legalizacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o CBD neutraliza os efeitos indesejados do THC,</a> ou seja, aumenta a tolerabilidade da canábis como analgésico, a equipe realizou um ensaio aleatório, duplo-cego, com 37 voluntários adultos saudáveis, de idades entre 18 e 45 anos. Pacientes com experiência anterior com a maconha não usaram a droga por pelo menos três semanas antes do experimento.Em cinco visitas diferentes, os participantes receberam via oral: um placebo duplo, THC 9 mg com placebo CBD, ou THC 9 mg com 10, 30 ou 450 mg de CBD. Nem os participantes, nem os pesquisadores sabiam quem estava tomando o quê.Nas horas seguintes à ingestão, os participantes expressaram seus sentimentos subjetivos de dor e intoxicação medidas por dois testes padronizados. Amostras de sangue também foram coletadas antes da tomada dos comprimidos e depois em vários intervalos até oito horas.&nbsp;<h2>Quais os resultados dos efeitos do CBD no THC?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/05/05163709696301.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O CBD pode causar interação medicamentosa com o THC. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Publicado na revista Clinical Pharmacology &amp; Therapeutics, o estudo concluiu que doses mais baixas de CBD oral não tiveram qualquer efeito nos efeitos intoxicantes do THC, mas doses mais elevadas de CBD influenciaram de forma substancial a maioria das medidas psicoativas avaliadas.&nbsp;Segundo a equipe, uma "interação medicamentosa<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128375-adolescentes-tem-duas-principais-motivacoes-para-usarem-maconha-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;tendo o CBD como substância perpetradora e o THC como substância vítima</a> parece ser a explicação mais provável para os achados farmacocinéticos deste estudo". Perpetradora é a substância que causa alteração no metabolismo ou efeito da outra, que é a vítima.Ao final, os autores ressaltaram que o estudo teve uma amostra muito reduzida e considerou exclusivamente a ingestão oral de CBD e THC.&nbsp;

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Como o CBD e o THC da maconha interagem um com o outro?

De acordo com novo estudo, consumo da erva pode estar ligado a mudanças relevantes no epigenoma humano. 

Você já parou para pensar no que o uso de cannabis pode fazer com o seu corpo além do que é visível? Um estudo recente com mais de 1 mil adultos revelou que&nbsp;o consumo da erva pode mexer com o nosso epigenoma, uma espécie de “controle remoto” que ativa ou desativa genes, influenciando o funcionamento do corpo.Conduzida por epidemiologistas da Universidade Northwestern, a pesquisa sugere que o uso acumulado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-a-canabis-produzida-hoje-e-mais-forte-que-a-de-antigamente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cannabis</a> ao longo dos anos pode estar ligado a mudanças epigenéticas significativas, levantando novas questões sobre os efeitos a longo prazo dessa substância na nossa saúde."Observamos associações entre o uso cumulativo de maconha e múltiplos marcadores epigenéticos ao longo do tempo", explicou Lifang Hou, epidemiologista da Universidade Northwestern. Nos Estados Unidos, onde quase metade da população já experimentou cannabis, seu consumo é cada vez mais comum, especialmente com a legalização em alguns estados e países. Mesmo assim, ainda estamos descobrindo o que ela realmente pode fazer com o nosso organismo.<h2>O estudo por trás das descobertas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/03/03203431289501.jpg" alt="Mudanças epigenéticas já foram associadas a distúrbios neurológicos. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Mudanças epigenéticas já foram associadas a distúrbios neurológicos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para entender melhor esses efeitos, os pesquisadores acompanharam cerca de 1 mil adultos que participaram de um estudo de longo prazo, respondendo sobre seu consumo de canábis ao longo de 20 anos. Durante esse período, os participantes forneceram amostras de sangue em dois momentos: no 15º e no 20º ano do estudo. A ideia era ver se o uso da erva estava deixando algum tipo de "impressão digital" no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> dessas pessoas.A equipe focou em uma modificação epigenética específica chamada metilação do DNA. Basicamente, a metilação envolve adicionar ou remover pequenos grupos metil ao DNA, o que, sem mudar o código genético em si, pode dificultar a leitura do genoma pelas células.&nbsp;Fatores como o ambiente e o estilo de vida, incluindo o uso de canábis, podem desencadear essas mudanças, que podem às vezes até ser passadas para as próximas gerações. E é justamente isso que os biomarcadores no sangue podem nos contar: o que andamos fazendo, recentemente ou há algum tempo.<h2>Impacto da canábis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/03/03203521002504.jpg" alt="Estudo questiona efeitos a longo prazo do uso de cannabis na saúde humana. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Estudo questiona efeitos a longo prazo do uso de canábis na saúde humana. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Com as informações detalhadas sobre o consumo de canábis, os pesquisadores conseguiram comparar o uso da erva com os marcadores de metilação no DNA dos participantes. Nos exames de sangue feitos no 15º ano do estudo, eles identificaram diversos marcadores de metilação, com 22 associados ao uso recente e 31 ao uso cumulativo de canábis. Já no 20º ano, foram encontrados 132 marcadores ligados ao uso recente e 16 ao uso ao longo do tempo."Curiosamente, identificamos um marcador que já havia sido associado ao uso de tabaco", comentou Hou, sugerindo uma possível ligação entre como o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122091-como-o-tabaco-fez-o-mundo-ser-o-que-e-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tabaco</a>&nbsp;e a canábis influenciam o epigenoma. Além disso, algumas dessas mudanças epigenéticas já foram associadas a problemas como distúrbios neurológicos e transtornos por uso de substâncias.Mas vale lembrar que o estudo não prova que a canábis cause diretamente essas alterações ou problemas de saúde. Segundo Drew Nannini, epidemiologista da Universidade Northwestern, "mais estudos serão necessários para confirmar essas associações em diferentes populações" e para entender melhor os impactos da canábis na saúde ao longo do tempo.

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O que o uso da canábis pode fazer com nosso DNA?

Cérebros mumificados revelam o surpreendente uso de folha de coca na Europa do século 17.

O uso de cocaína na Europa é geralmente associado ao século 19, quando a droga foi isolada quimicamente das <a href="https://www.megacurioso.com.br/publicidade-e-marketing/40390-tem-coca-ai-na-geladeira-mas-sera-que-tem-cocaina-na-coca-cola-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">folhas de coca</a>. No entanto, uma descoberta recente está desafiando essa linha do tempo. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Milão encontrou evidências surpreendentes em cérebros mumificados de dois indivíduos enterrados em uma cripta do século 17.&nbsp;Essas amostras revelaram a presença de diversos componentes encontrados nas folhas de coca, indicando que a planta, de onde a cocaína é derivada, estava sendo consumida na Europa dois séculos antes do que se acreditava.<h2 style="text-align:justify;">Alcaloides nos cérebros</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/31/31164030242000.jpg" alt="As folhas da coca já eram usadas na Europa bem antes do que se pensava. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Um dos efeitos da folha da coca é "enganar" a fome. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>As folhas de coca têm sido usadas na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126867-humanos-ja-habitavam-a-america-do-sul-ha-25-mil-anos-sugere-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">América do Sul</a> há milhares de anos, tanto para fins medicinais quanto recreativos. Os conquistadores espanhóis, ao chegarem ao continente, logo tomaram conhecimento das propriedades psicoativas da planta.&nbsp;Os espanhóis tentaram inicialmente suprimir o uso da coca, mas acabaram reconhecendo seu valor e a utilizaram para fortalecer seu domínio. Ainda assim, acreditava-se que a planta não havia sido disseminada na Europa até o século 19, quando químicos finalmente conseguiram isolar a cocaína em sua forma pura. A descoberta dos pesquisadores italianos, no entanto, sugere que essa narrativa pode estar incompleta.&nbsp;Os dois cérebros mumificados, preservados em uma cripta ligada ao hospital Ospedale Maggiore&nbsp;— um dos principais hospitais italianos do séc. 17 —, mostram que a cocaína já estava presente na Europa naquela época. Isso porque os tecidos dos cérebros analisados tinham a presença dos principais alcaloides existentes na folha de coca: cocaína, benzoilecgonina (um metabólito da cocaína) e higrina.&nbsp;Embora não haja registros históricos que confirmem o uso de coca no Ospedale Maggiore, a presença de higrina nos cérebros sugere que as folhas foram mastigadas ou usadas para fazer chá pouco antes da morte dos indivíduos. Essa hipótese é considerada a mais provável porque a higrina, presente nas folhas de coca, mas ausente na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128867-griselda-blanco-a-rainha-da-cocaina-que-conspirou-para-matar-filho-de-jfk.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cocaína</a> purificada, indica que os indivíduos consumiram a planta em sua forma natural.É importante ressaltar que a cripta em questão é um verdadeiro tesouro arqueológico, contendo os restos mortais de cerca de 10 mil pessoas, muitas delas pacientes pobres que foram tratados no hospital. Isso levanta uma questão intrigante: como as folhas de coca, uma planta nativa da América do Sul, chegaram às mãos de pessoas comuns na Itália naquela época?<h2 style="text-align:justify;">Mercado espanhol</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/31/31165728239001.jpg" alt="Mascar folha de coca é algo comum em países da América do Sul. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Mascar folha de coca é algo comum em países da América do Sul. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Milão, durante o século 17, estava sob controle espanhol, o que ajuda a explicar como a planta pode ter chegado à cidade. O comércio marítimo entre a América do Sul e a Europa estava em expansão, e as "plantas exóticas" do Novo Mundo, como a coca, certamente despertaram interesse.&nbsp;Os marinheiros espanhóis, por meio de seus contatos com diferentes povos do nosso <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/107034-mais-misterioso-que-atlantis-conheca-lemuria-o-continente-perdido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">continente</a>, especialmente os andinos, aprenderam sobre os diversos usos da folha de coca. Eles sabiam, por exemplo, que a planta era usada principalmente para aliviar a fome e a fadiga.Apesar de a descoberta ser impressionante, ela também levanta mais perguntas do que respostas. Por exemplo, não se sabe ao certo se o uso da coca em Milão era medicinal ou recreativo.&nbsp;É possível que os médicos do Ospedale Maggiore, conhecidos por suas práticas avançadas, tenham adotado o uso da coca para tratar alguns pacientes, já que os sul-americanos usavam tradicionalmente as folhas de coca para diversos fins medicinais, incluindo como <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128397-qual-e-a-diferenca-entre-paracetamol-e-ibuprofeno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">analgésico</a>.&nbsp;Por outro lado, o&nbsp;fato que as folhas de coca estavam acessíveis até para os mais pobres sugere que seu uso poderia ter sido mais difundido do que se imaginava. Se isso for verdadeiro, é sinal de que a folha de coca tinha muito mais entrada no continente europeu do que os especialistas suspeitavam.&nbsp;Cabe lembrar que nessa mesma cripta do Ospedale Maggiore já foram encontrados vestígios de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121828-vicio-em-opio-tambem-assolou-as-sociedades-ancestrais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ópio</a> e canábis, mostrando que há muito a ser descoberto sobre os procedimentos médicos utilizados no hospital naquela época, bem como quais eram algumas das práticas da sociedade.

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Cocaína era usada na Europa 200 anos antes do que se pensava

Pesquisadores descobriram que um antioxidante encontrado no extrato de alecrim pode reduzir a ingestão de cocaína ao moderar a resposta de recompensa do cérebro. 

Um estudo recente feito pela Universidade da Califórnia revelou uma possível ferramenta importante na luta contra o vício em cocaína: o ácido carnósico, um composto presente no extrato de alecrim. Essa substância demonstrou ter efeitos impactantes na redução da sensibilidade à droga em experimentos feitos com camundongos em laboratório, trazendo esperança para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para a dependência em cocaína.A cocaína é uma droga que afeta o cérebro ao aumentar a sensação de prazer, criando um ciclo de dependência. Contudo, o ácido carnósico parece ter a capacidade de atuar no cérebro como inibidor dessa resposta, interferindo nos mecanismos recompensadores da droga. Essa descoberta, até o momento, não apenas aprofunda o conhecimento sobre os efeitos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124945-alecrim-pode-ajudar-no-crescimento-de-cabelos-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alecrim</a> no corpo, mas também abre novas portas para tratamentos de vícios.<h2>O que é o 'globo pálido externo'?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27183932958384.jpg" alt="Ácido carnósico, encontrado no extrato de alecrim, poderia ajudar no combate ao vício em drogas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Ácido carnósico, encontrado no extrato de alecrim, poderia ajudar no combate ao vício em drogas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O estudo norte-americano focou em uma área do cérebro chamada globo pálido externo, que desempenha um papel importante no controle de respostas ao prazer e à recompensa. Pesquisadores descobriram que as células dessa região se tornam mais agitados após o uso de <a href="https://www.megacurioso.com.br/publicidade-e-marketing/40390-tem-coca-ai-na-geladeira-mas-sera-que-tem-cocaina-na-coca-cola-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cocaína</a>, alterando a atividade cerebral significativamente. Essas mudanças afetam a expressão de proteínas que regulam a excitabilidade das células, contribuindo para a dependência.O ácido carnósico se mostrou eficaz ao restaurar o equilíbrio nessa região do cérebro. Ele age nos canais de membrana que controlam a atividade celular, ajudando a reduzir a resposta exagerada ao uso da droga. Esse efeito pode ser a chave para desenvolver novos tratamentos que não apenas combatam a dependência, mas também diminuem a vulnerabilidade de algumas pessoas aos efeitos da cocaína.Essas descobertas são especialmente promissoras, considerando que os tratamentos atuais para dependência de drogas frequentemente focam em aspectos comportamentais. Um tratamento que atue diretamente na biologia do cérebro pode ser mais eficaz e duradouro, oferecendo aos dependentes uma nova forma de lidar com o vício.<h2>Perspectivas para o futuro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27184051204388.jpg" alt="Pesquisadores ressaltam que não existem terapias eficazes para a dependência de psicoestimulantes até então. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Pesquisadores ressaltam que não existem terapias eficazes para a dependência de psicoestimulantes até então. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Embora o estudo seja promissor, ainda há muitos passos a serem dados antes que o ácido carnósico possa ser usado como tratamento em humanos. Os próximos estágios da pesquisa incluem testar os efeitos em humanos e verificar se essa abordagem é eficaz para outros tipos de dependência, além da cocaína. A equipe também está analisando possíveis efeitos colaterais e ajustando a dosagem ideal para alcançar os melhores resultados.Outro aspecto importante dessa pesquisa é a possibilidade de identificar indivíduos mais suscetíveis à dependência. O comportamento das células no globo pálido externo pode servir como biomarcador, permitindo que profissionais da saúde identifiquem e tratem aqueles mais vulneráveis antes que a dependência se instale. Essa abordagem preventiva pode ser tão valiosa quanto o tratamento em si.Com o avanço dos estudos, o uso do ácido carnósico como uma terapia potencial poderia revolucionar a forma como encaramos o tratamento de dependências. Se o extrato de alecrim realmente puder reduzir a resposta à cocaína, ele pode também abrir portas para terapias mais naturais e menos invasivas, ampliando as opções para aqueles que lutam contra o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122979-videogame-vicio-de-jovens-brasileiros-esta-acima-da-media-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vício</a>.

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Extrato de alecrim pode ajudar a combater vício em cocaína, sugere estudo

Apelidado de "mãe de todos os canabinoides", o CBG pode apresentar efeitos potentes no tratamento da ansiedade e estresse.

A canábis é uma planta cujas funções medicinais ainda estão sendo exploradas pela ciência. Agora, um novo composto menos conhecido dessa planta começou a ser explorado e pode competir em utilidade com o canabidiol (CBD).Trata-se do canabigerol (CBG), que pode trazer excelentes contribuições na diminuição do estresse e da ansiedade. Os testes clínicos realizados com esse composto químico têm se mostrado muito promissores.<h2>A "mãe de todos os canabinoides"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/10/10211421629006.jpg" alt="X"><figcaption>O canabigerol tem se mostrado eficiente no tratamento da ansiedade. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O canabigerol foi testado em 34 usuários saudáveis, e mostrou-se muito eficiente em seus efeitos, já que é capaz de ser rapidamente metabolizado em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128654-corredores-aproveitam-mais-seus-treinos-apos-uso-de-canabis-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">CBD</a> e THC (tetraidrocanabinol) – que é o composto psicoativo da canábis. Por isso, os pesquisadores o apelidaram de "mãe de todos os canabinoides".Um estudo recente feito com pacientes que usaram uma tintura do CBG relataram uma redução significativa de sua sensação de ansiedade e estresse em apenas uma hora seguinte à ingestão, em comparação àqueles que estavam tomando um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120362-o-que-e-o-efeito-placebo-e-de-onde-ele-surgiu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">placebo</a>.Os resultados feitos em um teste de memória verbal também foram positivos, e melhores em relação aos pacientes que consumiam produtos de canábis contendo THC. E, diferente do THC, o CBG não apresenta efeitos intoxicantes.De acordo com a psicóloga Carrie Cuttler, da Universidade Estadual de Washington, que participou do estudo, os pesquisadores estão animados com os resultados, mas pensam que é preciso avaliar com cuidado o CBG. "Também seria interessante examinar se o CBG poderia compensar os efeitos prejudiciais do THC na memória verbal, como o CBD foi inicialmente suposto fazer, até que várias tentativas de replicar essas descobertas falharam", escreveu.<h2>As vantagens do CBG</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/10/10211443376008.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>O CBG tem como vantagem não apresentar efeitos intoxicantes, como acontece com o THC. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Até o momento, o CBD era o principal canabinoide não intoxicante presente na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-a-canabis-produzida-hoje-e-mais-forte-que-a-de-antigamente" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canábis</a> que já havia sido identificado e explorado por pesquisadores da área da medicina, e que é desde então utilizado para o tratamento da insônia, da ansiedade e da dor crônica. Só que muitos estudos questionavam que ainda faltava evidência científica para justificar a empolgação com os produtos feitos com esse composto, que passou a ser indicado para todo tipo de problema.Por isso, o medo dos autores do artigo sobre o CBG é que esse composto também gere uma expectativa que não se comprove na realidade. "Precisamos evitar alegações de que o CBG é uma droga milagrosa. É novo e empolgante, mas replicação e pesquisas futuras são cruciais", pontua Cuttler.Até o momento, os pesquisadores já identificaram cerca de 100 compostos canabinoides dentro do gênero das plantas de canábis. O CBG é um deles, enquanto os mais explorados até o momento é o CBD e o THC. Estudos feitos em animais mostraram que o CBG também mostra potenciais efeitos anti-inflamatórios e analgésicos. Ele também foi capaz reduzir convulsões em modelos de camundongos que apresentavam <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114883-algoritmo-de-rede-cerebral-pode-ajudar-no-combate-a-epilepsia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epilepsia</a> infantil.&nbsp;

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Conheça o canabigerol, que pode ser o composto mais poderoso da canábis

Os 152 milhões de nascimentos prematuros na última década tem o uso de drogas durante a gestação como um dos fatores.

Em maio de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em conjunto com a PMNCH, lançaram um relatório que aponta uma crise mundial: 152 milhões de bebês nasceram prematuros na última década, sendo que as taxas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123042-por-que-o-nascimento-prematuro-e-um-problema-global.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nascimentos prematuros&nbsp;</a>não mudaram também nesses últimos 10 anos em nenhuma região do mundo.Estima-se que 13,4 milhões de bebês nasceram prematuros em 2020, com quase 1 milhão morrendo de complicações prematuras, conforme o relatório. Isso equivale a cerca de 1 em cada 10 bebês prematuros. A cada 40 segundos, 1 desses bebês morre, fazendo do nascimento prematuro a principal causa de mortes infantis, respondendo por mais de 1 em cada 5 de todas as mortes de crianças ocorridas antes do quinto aniversário. A maioria desses sobreviventes estão fadados a enfrentar consequências de saúde ao longo da vida, com maior probabilidade de incapacidade e <a href="https://www.megacurioso.com.br/produto/123783-por-que-os-indianos-sao-mais-vulneraveis-a-doencas-geneticas-raras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atrasos no desenvolvimento.</a><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/31/31102049312125.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A taxa de nascimentos prematuros não mudou nos últimos 10 anos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O relatório apontou que o motivo para isso envolve <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/jacobabad-a-vida-dificil-em-uma-das-cidades-mais-quentes-do-planeta" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a> e danos ambientais, covid-19, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/sindrome-da-renuncia-criancas-refugiadas-estao-entrando-em-coma-na-suecia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">impactos emocionais causados por conflitos</a>, aumento do custo de vida, excesso de ftalatos, condições crônicas de saúde e entre outros. Inclusive, acredita-se que a poluição do ar contribua para 6 milhões de nascimentos prematuros a cada ano.Uma pesquisa recente feita pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) mostrou que as taxas de nascimentos prematuros nos Estados Unidos aumentaram em 12% na última década. Em meio a isso, apareceu que quase 1 em cada 12 recém-nascidos no país em 2020 (cerca de 300 mil bebês) foram expostos a drogas antes de nascer.&nbsp;Os dados lançaram luz em como a exposição de bebês a drogas está se tornando algo tão comum quanto os nascimentos prematuros.<h2>Um problema social</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/31/31102239241128.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Um relatório chamado "Born Too Soon: The Global Action Report on Preterm Birth" observa que nascimentos prematuros são um problema social. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Durante <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/calor-extremo-na-gravidez-pode-afetar-saude-do-bebe-para-sempre" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a gestação</a>, bebês estão sendo expostos a índices alarmantes de álcool, opioides, maconha ou cocaína, o que os coloca em maior risco de nascimento prematuro, baixo peso ao nascer e uma variedade de deficiências físicas e até mesmo mentais.Esses tipos de substâncias afetam direta ou indiretamente o desenvolvimento fetal ao cruzar a barreira placentária, podendo propiciar um desenvolvimento anormal. Se o uso de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128459-maconha-o-que-mudou-no-uruguai-apos-10-anos-da-legalizacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">drogas</a> afetar os órgãos da mãe durante a gestação, o fluxo sanguíneo para a placenta pode reduzir e prejudicar a saúde do feto.Os EUA enfrentam uma disparidade sociodemográfica e geográfica com relação a essas estatísticas, visto que em algumas regiões, como a Virgínia Ocidental, um estado rural dos Apalaches, existe uma luta contra taxas altas de abuso de substâncias.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/31/31102416361135.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A cada 40 segundos, um bebê prematuro morre. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O trabalho de pesquisa do Projeto WATCH, um sistema de vigilância da Virgínia Ocidental que inclui dados de exposição de bebês a substâncias nocivas durante o nascimento, financiado pelo Departamento de Saúde –, descobriu que entre 2020 e 2022, a exposição pré-natal a algumas substâncias foi 50% maior do que a taxa nacional. Quase 1 em cada 8 bebês nascidos no estado foram expostos a substâncias durante a gravidez.Os pesquisadores descobriram que a taxa de exposição pré-natal à canábis foi de 80 a cada 1 mil nascimentos, enquanto a de opioides foi de 44 a cada 1 mil nascimentos. Ainda, 1 em cada 5 mulheres no estudo fumavam, e 64% dos bebês sofreram consequências por conta disso. O trabalho demonstrou que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/o-grave-problema-com-consumo-de-bebida-alcoolica-na-coreia-do-sul" rel="noopener noreferrer" target="_blank">consumo de álcool</a> durante a gravidez está associado ao parto prematuro e ao baixo peso do bebê.Esses números refletem os diversos problemas econômicos do estado, incluindo pobreza, baixa escolaridade e oportunidades limitadas de emprego que propiciam um estresse crônico, fator de risco conhecido por abrir as portas para o uso – e às vezes abuso – de substâncias.&nbsp;O isolamento geográfico da região da Virgínia Ocidental também limita o acesso a serviços de tratamento de saúde, visto que metade da população vive em áreas rurais com um número limitado de hospitais e clínicas.<h2>Tendência em ascensão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/31/31102513738137.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Quase 1 em cada 500 bebês em hospitais na Inglaterra nasce dependente de drogas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Cocaína, metanfetaminas, ecstasy e estimulantes prescritos, como aqueles usados para o tratamento de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), usados de maneiras ilícita ou indevida, aumentaram entre mulheres grávidas na última década. E, apesar dos esforços nacionais e estaduais, a crise de opioides e a prevalência do uso de estimulantes pré-natais continua sendo uma epidemia crescente e pouco reconhecida nos EUA.Enquanto isso, quase 1 em cada 500 bebês em hospitais na Inglaterra nasce dependente de algum tipo de substância. Dos 72 fundos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde que responderam a uma solicitação que consta na Lei de Liberdade de Informação, a taxa média de nascidos com síndrome de abstinência neonatal foi de 0,2%.A unidade de dados Look North da BBC e a unidade de dados das regiões inglesas pediram aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde que fornecessem detalhes sobre o número de nascidos viciados em drogas entre 2011 e 2015. Assim como nos EUA, os números apresentaram uma grande variação geográfica. Um em cada 100 nascidos no Hospital Bedford, em 2015, apresentou sinais de vício neonatal em drogas. Em contraste, o hospital Leicester General teve uma das taxas mais baixas, com 1 em cada 5 mil bebês viciados em uma substância nociva.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/31/31102549791138.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Quase 1 milhão de bebês morreram em 2020 devido a complicações causadas pelo nascimento prematuro. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Vale acrescentar que a cidade de Bedford possui uma população de aproximadamente 91 mil pessoas, das quais cerca de 31 mil vivem na pobreza.&nbsp;Bedford está na lista das cidades do Reino Unido que mais lutam contra a precariedade, apesar de estar localizada na região sudeste da Inglaterra, considerada rica, onde os alugueis e o custo de vida continuam a subir. Aqueles que trabalham para tratar mães e bebês dependentes químicos dizem que a maioria dos pais vem de um contexto socioeconômico desfavorecido, com a maioria dos casos envolvendo abuso de heroína, cocaína e álcool.Especialistas de saúde na Inglaterra dizem que o vício neonatal é uma tendência que está em declínio, como mostraram os dados nos últimos 4 anos. Por outro lado, infelizmente essa ainda não é a realidade do quadro mundial.

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Abstinência neonatal: a crise de bebês nascendo com vício em drogas

A redução persistente da atividade e conectividade cerebral mostra como os psicodélicos podem ser usados como alternativas terapêuticas aos tratamentos convencionais.

Um estudo recente, liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, nos EUA. e publicado na revista Nature,&nbsp;confirmou que uma dose única de psilocibina, o princípio ativo dos chamados cogumelos mágicos, "produz efeitos terapêuticos rápidos e persistentes em ensaios clínicos com humanos", afirmam os autores. &nbsp;Embora as pessoas que consomem esse tipo de substância psicodélica experimentem "viagens" alucinantes, em que seu senso de espaço, tempo e self é alterado, é possível, segundo os pesquisadores, que essas experiências, aplicadas sob certas condições, consigam aliviar o sofrimento mental.&nbsp;Nesse sentido, o estudo fornece não apenas uma explicação neurobiológica para os efeitos surreais do alucinógeno, mas sugere alguns princípios para o desenvolvimento de terapias para doenças mentais apoiadas por psilocibina. Entre esses transtornos, estão a depressão e o TEPT (transtorno do estresse pós-traumático).&nbsp;<h2>Como foram feitas as "viagens" controladas de cogumelos mágicos?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/Df1uyZwSXps" title="A heat map of brain activity shows the effect of psilocybin" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Para testar suas hipóteses, a equipe recrutou sete voluntários para consumir 25 mg de psilocibina ou 40 mg de metilfenidato (nome genérico da Ritalina, dose correspondente para efeitos de excitação). Os participantes realizaram cerca de 18 exames de ressonância magnética cerebral antes, durante e depois da "viagem", para mostrar os efeitos agudos e persistentes da droga.O uso da psilocibina alterou de forma profunda e generalizada, mas não permanente, as redes funcionais do cérebro dos participantes. Um dos efeitos observados foi a dessincronização da rede de modo padrão (DMN na sigla em inglês), um conjunto de regiões cerebrais que é mais ativo quando estamos em repouso ou não focados em tarefas externas.&nbsp;Quando os efeitos da droga passaram, a DMN se reconstituiu da perda de sincronia, mas foram detectadas pequenas diferenças quando comparada ao mapeamento cerebral anterior à psilocibina. Essas discrepâncias permaneceram por semanas, enquanto, nas pessoas que tomaram o metilfenidato, a DMN permaneceu estável.&nbsp;<h2>O que os cientistas concluíram sobre o uso controlado da psilocibina?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/24/24225551436000.jpg" alt="X. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>No longo prazo, a psilocibina deixou o cérebro dos participantes mais relaxado. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para o primeiro autor do artigo, Joshua Siegel, "a ideia é que você está pegando esse sistema que é fundamental para a capacidade de o cérebro pensar sobre o eu em relação ao mundo e o está dessincronizando completamente, de forma temporária", explicou o psiquiatra em um comunicado.Embora tenha criado uma viagem psicodélica no curto prazo, a droga teve um efeito relaxante no cérebro a longo prazo, tornando-o mais capaz de entrar em um estado mais saudável. Essa desconexão dentro da DMN permitiu aos participantes diminuírem a sua verborragia mental constante, e remodelarem seus padrões de pensamento mais facilmente.Para o coautor sênior Nico Dosenbach, "há um efeito enorme inicialmente, e quando ele passa, um efeito pontual permanece". Ou seja, "é exatamente isso que você gostaria de ver em um medicamento em potencial", conclui o neurologista.

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Cogumelos mágicos dessincronizam o cérebro humano por até 3 semanas

O estudo da Fiocruz é o primeiro a detectar vestígios de cocaína em tubarões selvagens no mundo.

Não bastassem os microplásticos e os resíduos de petróleo, mais um poluente passou a fazer parte das substâncias contaminantes do meio ambiente: a cocaína. Uma pesquisa recente, liderada por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126821-tubaroes-da-florida-podem-estar-viciados-em-cocaina-jogada-no-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">detectou vestígios da droga em vísceras do tubarão-bico-fino-brasileiro</a> (Rhizoprionodon lalandii).Publicado na revista Science of The Total Environment, o estudo é o primeiro a relatar detectar cocaína e seu principal metabólito, a benzoilecgonina, em tubarões de vida livre no mundo inteiro.&nbsp;Segundo os autores, a descoberta de cocaína impactando organismos da fauna decorre de uma combinação perversa de alguns fatores, como aumento do consumo da droga (particularmente no país), tratamento inadequado dos esgotos que passam dos rios para o mar, escoamento dos resíduos e subprodutos para corpos d'água e até mesmo o descarte proposital da substância para escapar a flagrantes.&nbsp;<h2>Por que os tubarões foram escolhidos para testar a presença de cocaína?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/24/24141102733196.jpg" alt="Resumo gráfico do estudo. (Fonte: Gabriel Araújo et al./Divulgação)"><figcaption>Resumo gráfico do estudo. (Fonte: Gabriel Araújo et al./Divulgação)</figcaption></figure></figure>Por estarem no topo da cadeia alimentar, os tubarões são muitas vezes considerados indicadores de ecossistema, e a sua saúde e comportamento, importantes balizadores de poluição ou degradação do habitat. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/tubaraobranco-um-recordista-em-travessia-oceanica" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como são altamente migratórios,</a> quaisquer mudanças em suas populações podem ser lidas como sinal de problemas ambientais maiores.&nbsp;Além disso, por serem longevos, podem acumular poluentes ao longo de muitos anos. Para testar se a cocaína foi parar nas entranhas do tubarão, a equipe comprou de pescadores do Rio de Janeiro (que o vendem com o nome de cação-rola-rola) 13 espécimes que, depois de pesados e medidos, foram dissecados e tiveram amostras de músculos e fígados coletados para testagem.Esta espécie em particular facilita a amostragem, pois, por passar a vida inteiras em habitats próximos à costa, torna-se uma vítima em potencial à poluição de origem humana.<h2>O que os cientistas descobriram no organismo dos tubarões?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/24/24144013559218.jpg" alt="Muitos pacotes de cocaína são encontrados boiando nas águas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Muitos pacotes de cocaína são encontrados boiando nas águas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128764-primeiro-avistamento-de-um-filhote-de-tubarao-branco-da-historia-e-registrado-na-california.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A primeira identificação oficial da presença de cocaína em tubarões livres</a> mostrou que, além da presença de cocaína em 100% das amostras de peixe analisadas, 92% das amostras de músculo e 23% das amostras de fígado testaram positivo para a benzoilecgonina.Embora pesquisas anteriores tenham revelado alterações importantes na pele e interrupção da função hormonal em peixes ósseos, como enguias e peixes-zebra, a pesquisa atual ainda não determinou se a cocaína teve algum efeito na saúde ou comportamento dos seus análogos cartilaginosos. Por isso, os autores estão determinados a realizar mais testes.&nbsp;Outra potencial ameaça diz respeito à saúde humana. "Embora não tenham sido estabelecidas concentrações máximas permitidas para COC ou BE em alimentos, esses achados são indicativos de riscos potenciais à saúde humana,&nbsp;já que os tubarões são altamente consumidos&nbsp;no estado do Rio de Janeiro, em todo o território brasileiro, e de fato em todo o mundo", alertam os autores.

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Tubarões brasileiros testam positivo para cocaína em pesquisa da Fiocruz

Pablo Escobar, o lendário e temido traficante colombiano, encontrou um fim violento que contrasta com sua vida de excessos e crime.

Pablo Escobar, o rei do tráfico colombiano, cuja vida foi marcada pela violência e riqueza extrema, encontrou um fim tão dramático quanto sua existência. Após décadas de liderança no notório Cartel de Medellín, responsável por uma vasta rede de produção e <a href="https://www.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/98242-10-paises-com-punicoes-violentissimas-contra-usuarios-de-drogas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">distribuição de cocaína pelo mundo</a>, Escobar foi morto em um confronto com a Polícia Nacional colombiana em 2 de dezembro de 1993.<h2>O fim violento de Escobar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/14/14155542182002.jpg" alt="Pablo Escobar e seu filho, em 1989. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Pablo Escobar e seu filho, em 1989. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Após anos de fuga, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119120-pablo-escobar-9-fatos-insanos-sobre-a-vida-do-traficante.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pablo Escobar</a> foi capturado em 1991 e ficou em uma prisão de luxo que ele próprio construiu, conhecida como "La Catedral". Em 1992, ele escapou dessa prisão, o que levou a uma intensa caçada liderada pela Polícia Nacional colombiana, especificamente pelo Bloco de Busca.Em 2 de dezembro de 1993, após meses de busca, Escobar foi finalmente localizado em um bairro de Medellín chamado Los Olivos. O confronto resultou em um tiroteio intenso nos telhados, onde Escobar foi encontrado e morto. O evento foi marcado por controvérsias, com relatos conflitantes sobre se ele foi morto em combate ou se cometeu suicídio para evitar a captura.O coronel Hugo Martinez, líder do Bloco de Busca, a unidade responsável por sua localização e morte, afirmou que Escobar foi encontrado com ferimentos de bala que indicavam um fim tumultuoso e rápido. Segundo relatos de familiares e alguns seguidores, ele preferiria morrer a ser capturado.<h2>O destino de seus restos mortais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/14/14155749512003.jpg" alt="Túmulo de Pablo Escobar. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Túmulo de Pablo Escobar. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Após sua morte, Pablo Escobar foi enterrado no Cemitério Jardines Montesacro, em Itagüí, um local tranquilo ao sul de Medellín. Seu túmulo está situado em uma colina com vista para a cidade e para o Vale do Aburrá. A tranquilidade do local contrasta com a agitação de sua vida e os impactos devastadores que seu império do tráfico trouxe para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105311-por-que-este-rio-na-colombia-esta-sendo-considerado-o-mais-belo-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Colômbia</a> e para o mundo.Apesar das críticas locais quanto à sua presença no cemitério, o túmulo de Escobar atrai visitantes devido à fascinação contínua com sua vida e legado. A série "Narcos", da Netflix, aumentou ainda mais essa atração, transformando o túmulo em um ponto de parada para os muitos tours relacionados a Escobar oferecidos em Medellín.Pablo Escobar continua a ser uma figura complexa e polarizadora na história colombiana. Seu fim trágico e o destino de seu corpo refletem não apenas a brutalidade de sua vida como traficante, mas também a fascinação duradoura que ele exerce sobre o público. Enquanto alguns veem seu túmulo como um lembrete sombrio de um passado violento, outros o visitam em busca de entender o impacto de suas ações na história e cultura colombianas.

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Pablo Escobar: do fim violento ao túmulo controverso em Medellín

A pesquisa foi realizada na forma de uma análise qualitativa de postagens públicas de gagos no Reddit relatando o uso de psicodélicos clássicos.

Um estudo recente publicado no Journal of Fluency Disorders explorou o impacto do uso de psicodélicos, como o LSD e cogumelos mágicos, em pessoas que gaguejam. Os autores partiram do princípio que, como essas substâncias são eficazes no tratamento de transtornos afetivos, como os de ansiedade, por exemplo, "as experiências de gagos que tomaram psicodélicos deveriam ser exploradas", diz a pesquisa.Embora não seja ainda um estudo definitivo para testar o impacto da psilocibina e da dietilamida do ácido lisérgico na gagueira em si, a análise busca uma visão preliminar das experiências que os gagos tiveram com psicodélicos, com vistas a uma pesquisa promissora no futuro.<a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/98341-4-tratamentos-medicos-aterrorizantes-que-ja-foram-usados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeiro trabalho do tipo a explorar experiências relatadas por gagos autoidentificados</a> ao usar psicoativos clássicos, o estudo foi liderado por pesquisadores da fala, da psicologia e da psiquiatria das universidades de Nova York (NYU) e Western Michigan (WMU). Foram encontradas evidências de alguns benefícios, e também de algumas dificuldades.<h2>Como foi realizada a pesquisa sobre o uso de psicodélicos por gagos?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/30/30121002789000.jpg" alt="x (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Os autores analisaram apenas relatos de psicodélicos clássicos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para determinar a viabilidade da pesquisa, os autores avaliaram 144 postagens efetuadas na rede de fóruns sociais Reddit, entre os anos de 2012 e 2022, envolvendo 104 diferentes usuários que utilizaram palavras-chave associadas a gagueira e fala, bem como alguns termos específicos ou genéricos para os psicodélicos.Eles tiveram o cuidado de selecionar apenas pesquisas relacionadas à psilocibina (<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128670-psicodelicos-ha-67-milhoes-de-anos-a-evolucao-misteriosa-dos-cogumelos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">princípio ativo dos cogumelos psicodélicos</a>) e ao LSD. Nesse sentido, foram excluídas referências à metilenodioximetanfetamina (ecstasy) ou N-dimetiltriptamina (DMT), uma vez que estas últimas não compartilham a estrutura química similar dos psicodélicos clássicos: a triptamina.&nbsp;Definindo, nas postagens, os efeitos das substâncias como positivo, negativo e neutro, os autores criaram subcategorias conforme seu efeito: 1) Comportamento (hábitos), 2) Emoções (estado alterado, sentimentos), 3) Cognição (atenção plena, flexibilidade cognitiva), 4) Crenças (crenças metafísicas, sugestionabilidade) e 5) Conexão Social (conectividade, empatia).<h2>Qual foi o efeito dos psicodélicos em pessoas com gagueira?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/30/30134514510000.jpg" alt="x (Fonte: NYU Center for Psychedelic Medicine/Divulgação)"><figcaption>A maioria dos utilizadores de psicodélicos relatou efeitos positivos na gagueira. (Fonte: NYU Center for Psychedelic Medicine / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A maioria dos internautas que usou substâncias psicodélicas (74%) descreveu efeitos globais positivos, principalmente algumas mudanças comportamentais e emocionais relacionadas especificamente com redução da ansiedade e da gagueira. Houve também relatos de experiências negativas (9,6%), mistas (4,8%) e neutras (1,6%).&nbsp;No geral, houve redução da gagueira em metade dos redditores. O participante de um fórum destacou: “a psilocibina tem sido um fator-chave não só para aumentar minha fluência como orador, mas acima de tudo pela forma como agora me percebo como pessoa e pelas lentes com as quais vejo a vida”.<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127847-irmandade-do-amor-eterno-o-culto-hippie-que-tentou-viciar-a-sociedade-dos-eua-de-1960-em-lsd.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mesmo sem ter como confirmar a veracidade dos relatos</a>, pelas limitações do estudo, os autores veem evidências preliminares de redução da gagueira, o que justifica a realização de ensaios clínicos randomizados e controlados sobre o tema.

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