Estudos recentes mostram que o coração humano se difere dos nossos parentes mais próximos por uma série de motivos.

Os mamíferos, desde as grandiosas baleias-azuis até os pequenos musaranhos, estão espalhados por todos os cantos do planeta. Porém, apesar de tamanha diversidade biológica, acreditava-se até recentemente que a estrutura e a função do coração de todos os mamíferos eram as mesmas.Contudo, pesquisas recentes mostram que o coração humano é um caso atípico, distintamente diferente daqueles de nossos parentes mais próximos, como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nova-especie-do-menor-entre-os-grandes-primatas-e-descoberta-na-alemanha" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grandes símios</a> — chimpanzés, bonobos, orangotangos e gorilas. E existe uma série de motivos para tanta diferença.<h2>Diferenças entre humanos e outros mamíferos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27175933251359.jpg" alt="Ao contrário do que antes se imaginava, humanos e grandes símios possuem algumas diferenças na anatomia do coração. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Ao contrário do que antes se imaginava, humanos e grandes símios possuem algumas diferenças na anatomia do coração. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Segundo os investigadores, os humanos divergiram dos chimpanzés, nosso último ancestral comum, entre cinco e seis milhões de anos atrás. Nesse meio tempo, as pessoas evoluíram para ficar em pé e se envolver em maiores quantidades de atividade, o que também fez com que nossos cérebros crescessem consideravelmente.Essas mudanças foram associadas a uma demanda metabólica muito maior, exigindo que mais sangue fosse bombeado para nossos músculos e cérebro. Com isso, os cientistas sugerem que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124227-por-que-o-simbolo-do-coracao-nao-parece-um-coracao-de-verdade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coração humano</a> se adaptou para suportar nossa postura ereta e nossa movimentação.Nos últimos 10 anos, um estudo internacional conduziu avaliações do sistema cardiovascular de grandes primatas no mundo todo. Nesse estudo, os pesquisadores avaliaram que a parte inferior do ventrículo esquerdo dos humanos possui uma lisura quatro vezes maior do que a de nossos parentes mais próximos.&nbsp;Além disso, usando uma técnica chamada "ecocardiografia de rastreamento de manchas", que rastreia o movimento do músculo cardíaco durante a contração e o relaxamento, foi possível examinar como o músculo engrossa, torce, gira e alonga. Os dados coletados foram impressionantes.<h2>Principais diferentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27180029796361.jpg" alt="Coração humano teria evoluído para se adaptar às necessidades físicas da espécie. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Coração humano teria evoluído para se adaptar às necessidades físicas da espécie. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Conforme apontam os investigadores, os humanos têm menos trabeculações, exibiram torção e rotação muito maiores na ponta do coração durante a contração do que outros <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119832-17-mamiferos-dos-quais-voce-nunca-ouviu-falar-antes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamíferos</a>. Esse movimento de torção aumentado, junto com as paredes ventriculares lisas, provavelmente permitiu ao coração humano bombear um volume maior de sangue a cada batida.O estudo desafia a suposição de que a estrutura cardíaca é uniforme entre os mamíferos. Em vez disso, diferenças sutis na anatomia e função do coração surgiram em resposta a desafios ambientais únicos — um processo crucial para a sobrevivência das espécies.Por meio da colaboração com profissionais veterinários, os pesquisadores exaltaram as novas descobertas sobre a fisiologia cardiovascular dos grandes símios. Com isso, a expectativa é que a compreensão da evolução do coração humano seja aumentada com o passar do tempo, bem como a compreensão, o diagnóstico e o gerenciamento de doenças cardíacas.&nbsp;

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Por que o coração humano é único entre os mamíferos?

A descoberta da pegada mais antiga atribuída ao Homo sapiens na costa do Cabo, África do Sul, lança novas luzes sobre a evolução humana e reforça a importância da região no estudo de nossos ancestrais.

A descoberta de uma pegada de 153 mil anos na costa sul do Cabo, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124191-o-legado-da-mineracao-ainda-destroi-a-africa-do-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">África do Sul</a>, colocou essa região no centro das atenções arqueológicas. A pegada, a mais antiga já atribuída ao Homo sapiens, reforça a importância da área como um dos principais locais para entender a evolução humana.&nbsp;Esse achado surpreendente foi feito em um local anteriormente desconhecido, elevando o número de sítios arqueológicos na região para nove, consolidando o cluster da África do Sul como um dos mais significativos no estudo de nossos ancestrais.<h2 style="text-align:justify;">Avanço técnico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27090526113029.jpg" alt="Fotogrametria em 3D de uma pegada. (Fonte: Charles Helm, Live Science/ Divulgação)"><figcaption>Fotogrametria em 3D de uma pegada. (Fonte: Charles Helm, Live Science/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Há duas décadas, os rastros deixados por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128714-alem-do-homo-sapiens-conheca-as-outras-8-especies-humanas-que-ja-existiram-na-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hominídeos</a> na África eram raros e localizados em poucos pontos. Mas, com o avanço das pesquisas e das técnicas de datação, como a luminescência opticamente estimulada (OSL), a situação mudou drasticamente.&nbsp;Essa técnica permite estimar o tempo desde que os grãos de areia foram expostos à luz solar pela última vez, o que ajuda a determinar a idade das pegadas fossilizadas. No caso do Garden Route National Park, onde a pegada foi encontrada, a OSL revelou uma idade surpreendentemente antiga, lançando luz sobre a presença e o comportamento dos primeiros Homo sapiens.A pegada de 153 mil anos foi descoberta em eolianitos, rochas formadas pela cimentação de dunas antigas. Essas formações são comuns na costa do Cabo e são propícias à preservação de pegadas, embora a exposição constante aos elementos faça com que sejam vulneráveis à erosão.&nbsp;Os pesquisadores precisam agir rapidamente para registrar e analisar esses vestígios antes que sejam destruídos. Essa urgência levou a equipe a descobrir sete novos icnosítios na costa sul do Cabo nos últimos cinco anos, aumentando significativamente nosso entendimento sobre os primeiros <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128205-homem-dragao-o-parente-mais-proximo-dos-humanos-modernos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">humanos anatomicamente modernos</a>.<h2 style="text-align:justify;">Distribuição geográfica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/27/27090355708028.jpg" alt="A evolução humana ainda tem muitos mistérios que precisam ser revelados. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A evolução humana ainda tem muitos mistérios que precisam ser revelados. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>As diferenças entre os sítios da África Oriental e do Sul são notáveis. Enquanto locais como Laetoli, na Tanzânia, abrigam pegadas de hominídeos mais antigos, como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125495-lucy-a-ancestral-de-3-2-milhoes-de-anos-andava-ereta-e-tinha-pernas-capazes-de-escalar-arvores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">australopitecos</a>, os sítios sul-africanos são todos ligados ao Homo sapiens. Essa distinção temporal e geográfica enriquece nosso entendimento da evolução humana, revelando como diferentes espécies ocuparam o continente em períodos distintos.Além das pegadas, a região também tem revelado outros indícios de comportamentos modernos, como a criação de ferramentas de pedra sofisticadas, joias e a coleta de mariscos. Esses achados corroboram a ideia de que a costa sul do Cabo foi uma área crucial para a sobrevivência e o desenvolvimento dos primeiros humanos modernos, antes de sua migração para outras partes do mundo.Embora a atribuição das pegadas a uma espécie específica seja desafiadora e, às vezes, controversa, os pesquisadores baseiam-se em artefatos arqueológicos e restos de esqueletos para apoiar suas conclusões. A pegada de 153 mil anos, por exemplo, é atribuída ao Homo sapiens com base em sua idade e no contexto arqueológico da área.De uma maneira ou de outra, a descoberta dessa pegada é um marco na paleontologia e na compreensão da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121815-evolucao-humana-problemas-modernos-com-origem-no-passado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">evolução humana</a>. Ela reforça a importância da costa sul do Cabo para futuras pesquisas e promete revelar mais sobre nossos ancestrais e as paisagens que eles ocuparam.

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Pegada de 153 mil anos revela segredos do Homo sapiens na África do Sul

Se a reanálise do crânio de um hominínio estiver correta, teremos que reajustar a atual linha evolutiva do Homo sapiens.

A reanálise da mandíbula de um hominínio chamado Australopithecus anamensis mostrou que esse indivíduo viveu há cerca de 4,3 milhões, o que o coloca como contemporâneo dos primeiros ancestrais humanos, ao invés de depois deles como se pensava anteriormente. A descoberta embaralha ainda mais <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118948-homo-sapiens-como-chegamos-ate-aqui.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a (já confusa) compreensão da evolução humana</a>.No artigo sobre a pesquisa, publicado na edição mais recente da revista Journal of Human Evolution, os autores explicam que o maxilar de Au. Anamensis foi desenterrado, em 2011, na região de East Turkana, no Quênia, um dos sítios arqueológicos e paleontológicos mais ricos do mundo.Além de estender o seu intervalo temporal, a queixada do Au. anamensis o coloca em sobreposição temporal com fósseis de Ardipithecus ramidus, uma espécie de hominínio, provavelmente bípede, geralmente citado como um dos prováveis antepassados da espécie humana, o que introduz o conceito de "linhagem irmã" dos nossos ancestrais.&nbsp;<h2>Os possíveis antecessores dos primeiros humanos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/26/26093522204038.jpg" alt="Lucy é a mais famosa representante dos A. afarensis."><figcaption>Lucy é a mais famosa representante dos A. afarensis.</figcaption></figure></figure>Os antropólogos dividem os hominínios antigos em três grupos, sendo o mais antigo deles conhecido como "basais", que foram sucedidos por um grupo de espécies chamadas Australopithecus. Entre estes, estão o Au. anamensis e o Au. afarensis, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125495-lucy-a-ancestral-de-3-2-milhoes-de-anos-andava-ereta-e-tinha-pernas-capazes-de-escalar-arvores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dos quais o exemplar mais conhecido é a Lucy</a>, que pode ter antecedido as primeiras linhagens de Homo.O primeiro hominínio basal a surgir no registro fóssil foi o Sahelanthropus tchadensis, que viveu entre seis a sete milhões de anos atrás no que é hoje o Chade. Depois, chegou o&nbsp;Orrorin tugenensis no Quênia, até que o&nbsp;Ardipithecus ramidus "desse as caras" na Etiópia entre 4,5 e 4,3 milhões de anos atrás.Até agora, pensávamos que o Au. anamensis havia chegado muito tarde para ser considerado um hominínio basal, pois os antigos fósseis da espécie, encontrados no Quênia e na Etiópia, foram datados de 4,2 milhões de anos. Isso fez os especialistas acreditarem que a espécie surgiu depois do Ar. ramidus e poderia ter sido descendente deste hominínio supostamente bípede.&nbsp;<h2>O Au. anamensis é da mesma linhagem que deu origem aos humanos?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/26/26102510390065.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Au. anamensis e Ar. ramidus podem ter compartilhado o homem como ancestral comum imediato. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo argumenta que, "embora o novo espécime seja apenas 100 mil anos mais velho do que as amostras do Au. anamensis do Quênia e da Etiópia, a extensão da sua primeira aparição [...] mostra que os primeiros australopithecus se sobrepuseram temporalmente aos hominínios basais sobreviventes no Plioceno Inferior".Embora reconhecendo que suas conclusões "não são definitivas", os autores sugerem que o Ar. ramidus pode não ter sido afinal um ancestral do Au. anamensis, mas que este último pode ser considerado um "táxon irmão de hominínio intimamente relacionado" com os hominínios basais. Ou seja, não um ancestral direto nosso, mas muito próximo evolutivamente da linhagem que levou aos humanos atuais.

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Hominínio de 4,3 milhões de anos pode ter convivido com primeiros humanos

Há anos, pesquisadores batalham para decifrar de onde veio o ancestral comum universal dos animais que vivem em nosso planeta. 

Entender como a vida começou e evoluiu na Terra é uma questão que intriga os pesquisadores humanos há muito tempo. Porém, a ciência parece ter feito grandes avanços para encontrar algumas respostas.Em um estudo recente, investigadores ofereceram novos insights sobre a origem da vida na Terra e de Luca, o último ancestral comum universal que teria existido em nosso planeta.<h2>Busca pelo denominador comum</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16193743968006.jpg" alt="Há décadas, pesquisadores trabalham para encontrar ancestral comum de todas as criaturas da Terra. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Há décadas, pesquisadores trabalham para encontrar ancestral comum de todas as criaturas da Terra. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Cerca de 375 milhões de anos atrais, nossos ancestrais semelhantes a peixes respiravam por guelras. Já há 600 milhões de anos, o ancestral comum de todos os animais surgiu: o microscópico urmetazoário. No entanto, bilhões de anos de tudo isso acontecer, o ancestral comum de todos os organismos vivos deve ter existido e sua existência foi apelidada de "Luca" pelos pesquisadores.Cientistas têm trabalhado na identificação de Luca ao longo de décadas com diferentes ideias sobre como ele era.&nbsp;A evidência fóssil mais antiga que temos para a vida tem cerca de 3,4 bilhões de anos, mas alguns estudos argumentam que Luca teria existido perto do nascimento da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128719-materia-organica-achada-em-asteroide-pode-explicar-origem-da-vida-na-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Terra</a>, 4,5 bilhões de anos atrás.Luca não foi a primeira forma de vida, mas o organismo do qual todos os organismos vivos atualmente descendem. Entender como ele era e quando ele viveu é importante para nos ajudar a entender como a vida evoluiu no planeta. E é justamente isso que um novo estudo publicado na Nature Ecology &amp; Evolution tenta explicar.&nbsp;<h2>A origem de Luca</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16193758472008.jpg" alt="Se primeiros ancestrais de Luca não sobreviveram, alguns genes podem ter sido perdidos para sempre. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Se primeiros ancestrais de Luca não sobreviveram, alguns genes podem ter sido perdidos para sempre. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para reconstruir o genoma de Luca, os investigadores coletaram amostras de genomas de diferentes grupos de bactérias e organismos unicelulares para ter certeza de que estavam amostrando a vida moderna. Ao todo, um conjunto de 700 <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/genoma-europeu-tumba-de-45-mil-anos-revela-dados-da-ancestralidade-europeia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">genomas</a> foi estudado em 2022.Cada gene foi classificado em diferentes famílias para entender seu propósito em organismos modernos. Também foi construído um conjunto separado de 57 genes que são comuns a todos os 700 organismos estudados para encontrar um denominador comum nas formas de vida e que não mudaram muitos nos últimos bilhões de anos.Os cientistas imaginaram Luca como um organismo bastante complexo, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121261-as-bacterias-deram-origem-a-vida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bactérias</a> e arqueias modernas, com um genoma pequeno. A estimativa é que esse ser tenha vagado pela Terra há cerca de 4,2 bilhões de anos. Caso esses números estejam corretos, a vida no mundo teria evoluído rapidamente — quase logo após a formação do planeta.<h2>Reconstruindo um ancestral</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16194046676011.jpg" alt="O estudo de genomas ancestrais poderia nos ajudar a entender como a vida evoluiu no planeta. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>O estudo de genomas ancestrais poderia nos ajudar a entender como a vida evoluiu no planeta. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A reconstrução de Luca feita pelos pesquisadores não é a primeira que tenta decifrar o último ancestral comum universal. Porém, mais e mais organismos estão sendo descobertos e sequenciados a cada ano e a tecnologia tem ficado mais poderosa, o que ajuda na criação de modelos evolucionários mais precisos.Contudo, os pesquisadores têm uma preocupação: caso um dos primeiros descendentes de Luca não tenha sobrevivido até os dias modernos, isso significa que seus genes não existem mais. Portanto, seria impossível mapear essas famílias genéticas e a reconstrução do ancestral estaria incompleta.Mesmo com essas limitações técnicas, os investigadores se mostraram animados com os dados coletados. Mas é preciso destacar que ainda falta muito trabalho para ser feito até que entendamos melhor como a vida evoluiu desde a formação do nosso querido mundo.&nbsp;

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Estudo encontra caminho para identificar ancestral de toda vida na Terra

O estudo afirma que não há como comparar os hominídeos do Vale do Rifte com seus homólogos de outras partes da África, cujos restos mortais já desapareceram.

<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nos-humanos-surgimos-na-africa-mas-por-que-especificamente-la" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A teoria de que a história da espécie humana teve origem na África</a> tem uma base científica amplamente aceita, e tem sido sustentada principalmente por uma ampla coleção de evidências fósseis descoberta no chamado Sistema de Rifte da África Oriental (EARS na sigla em inglês).&nbsp;Agora, pesquisadores da Universidade George Washington, nos EUA, estão questionando o fato de o sítio arqueológico, que foi a fonte da maior parte do registro fóssil de hominídeos primitivos, ocupar apenas uma fração minúscula, menos de 1% do continente africano.&nbsp;Sua hipótese é que "o ramo oriental do EARS não é uma amostra ambientalmente representativa de toda a gama de espécies para quase todos os mamíferos existentes que vivem em riftes [fendas geológicas]", diz o estudo. Além de distorcer a compreensão da evolução como um todo, essa limitação tem que ser levada em consideração quando se trata de interpretar a história humana primitiva. &nbsp;&nbsp;<h2>Avaliando a representatividade do Vale do Rifte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20192514086361.jpg" alt="X. (Fonte: Maropeng"><figcaption>O rifte representa em média 1,6% do alcance geográfico das espécies de mamíferos modernos. (Fonte: Maropeng Visitor Centre)</figcaption></figure></figure>Para testar sua hipótese, os autores decidiram avaliar o tamanho do viés no registro fóssil. Para isso, o primeiro autor do estudo, W. Andrew Barr, e seu coautor Bernard Wood mediram a distribuição dos mamíferos que vivem atualmente no EARS.&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124470-a-africa-esta-se-partindo-em-duas-por-que.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Embora o local continue sendo considerado o berço da humanidade</a>, ele não é o ambiente dominante ou típico para a maioria dos mamíferos de médio e grande porte. Na verdade, a representatividade do ambiente da falha geológica hoje é de apenas 1,6% em média do alcance geográfico total das espécies de mamíferos modernos, diz um release.Para reforçar sua análise inicial, Barr e Wood fizeram uma comparação entre os crânios de primatas modernos do vale do rifte e os crânios dos mesmos primatas de outras partes da África. Eles descobriram que os crânios da fenda representavam menos de 50%&nbsp;da variação total entre os crânios de primatas na África.<h2>O berço da humanidade não é só no rifte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/20/20191452228360.jpg" alt="X. (Fonte: Maropeng Visitor Centre)"><figcaption>Os primeiros hominídeos viveram fora da fenda. (Fonte: Maropeng Visitor Centre)</figcaption></figure></figure>Além de concluir que o EARS representa só uma pequena amostra de onde os humanos antigos provavelmente viveram, os autores reconhecem não ter "<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/qual-e-o-segredo-do-sucesso-do-homo-sapiens-como-especie" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ideia de como os hominídeos que vivem no Vale do Rifte</a> podem ter ser comparados aos de outras partes da África, cujos restos mortais não estão mais disponíveis para estudo".Isso reforça a tese de que poucas espécies de mamíferos atuais são adaptadas ou dependentes do ambiente típico do Vale do Rifte. Ou seja, os primeiros hominídeos mais antigos, que podem ter sido os nossos ancestrais, não viveram restritos à fenda geológica, e provavelmente ocupavam uma área geográfica mais ampla.A pesquisa foi publicada na revista Nature Ecology &amp; Evolution.

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O Vale do Rifte na África pode não ser o "berço da humanidade'"

Como única representante do gênero Homo que sobreviveu até hoje, nossa espécie passou por vários processos, desde o desenvolvimento de uma maior capacidade cognitiva até a sorte do acaso.

Cerca de 300 mil anos atrás, várias espécies humanas vagavam pela Terra. No entanto, a Homo sapiens, que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nos-humanos-surgimos-na-africa-mas-por-que-especificamente-la" rel="noopener noreferrer" target="_blank">emergiu na África</a>, tornou-se a única sobrevivente. Esta história de sucesso evolutivo desperta a curiosidade sobre o que tornou nossa espécie tão especial e resiliente a ponto de dominar o planeta.De acordo com os especialistas, o primeiro ponto a estar atento para entender o processo que nos trouxe até aqui é o bipedalismo (andas sobre duas pernas), uma característica crucial que compartilhamos com nossos ancestrais e que fez com que literalmente "déssemos os primeiros passos" a caminho da sobrevivência evolutiva.A capacidade de caminhar sobre duas pernas surgiu há cerca de 4,4 milhões de anos com o Ardipithecus e foi aprimorada pelo Australopithecus, que apareceu cerca de 2 milhões de anos depois. No entanto, essa adaptação não foi suficiente para garantir a sobrevivência dessas espécies.<h2 style="text-align:justify;">Cognição em cena</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/27/27205201408000.jpg" alt="O aumento do cérebro foi determinante para a sobrevivência da espécie. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O aumento do cérebro foi determinante para a sobrevivência da espécie. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os primeiros grupos do gênero Homo, com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/qual-especie-de-animal-tem-o-maior-cerebro-ja-registrado" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cérebros maiores</a>, desenvolveram ferramentas específicas para diferentes tarefas, além de construir abrigos e usar o fogo de forma controlada. Esses avanços permitiram interações mais complexas com o ambiente e o desenvolvimento de estratégias sociais e tecnológicas mais avançadas.Aí é que entra um ponto que nos diferencia das demais espécies. Segundo os especialistas, achados arqueológicos têm mostrado que&nbsp;a sofisticação técnica do H. sapiens fez com que a espécie começasse a se distanciar dos demais&nbsp;Homo, dominando conhecimentos que levariam o grupo adiante.&nbsp;Invenções como agulhas de costura permitiram a fabricação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127805-usar-suas-roupas-favoritas-com-frequencia-e-importante-saiba-por-que.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">roupas melhores</a> e mais quentes, essenciais para a sobrevivência em climas frios. A produção de cestos e redes de armadilhas aumentou a eficiência na coleta de alimentos, e a construção de abrigos mais sofisticados melhorou a proteção contra as intempéries.<h2 style="text-align:justify;">Flexibilidade social</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/27/27205641329001.jpg" alt="Cruzamento entre as espécies teve um papel importante na nossa adaptação a diversos habitats. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Cruzamento entre as espécies teve um papel importante na nossa adaptação a diversos habitats. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A evolução cognitiva não foi a única vantagem do H. sapiens. Nossa espécie também mostrou uma habilidade notável de interagir com outros grupos de Homo, incorporando-os ou dominando-os. Os pesquisadores ainda não entendem completamente como esse processo ocorreu.Ao migrar para fora da África, por volta de 80 mil a 60 mil anos atrás, os sapiens encontraram e interagiram com outras espécies, como os Neandertais na Europa e os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126929-denisovanos-quem-foi-esse-misterioso-ancestral-do-homem-moderno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Denisovanos</a> na Ásia. Essas interações incluíram cruzamentos, como evidenciado pelo DNA Neandertal e Denisovano presente em muitas pessoas hoje.&nbsp;Essa diversidade genética pode ter conferido vantagens adaptativas significativas, permitindo que o H. sapiens sobrevivesse em diversos ambientes, vivendo desde as savanas africanas até as tundras geladas da Europa.<h2 style="text-align:justify;">Outros fatores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/27/27205845470002.jpg" alt="A capacidade de adaptação foi importante para sobreviver às mudanças climáticas. (Fonte: GettyImage/ Reprodução)"><figcaption>A capacidade de adaptação foi importante para sobreviver às mudanças climáticas. (Fonte: Getty Image/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outro fator crucial foi a capacidade do Homo sapiens formar redes sociais extensas e complexas, ao contrário de outros <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122831-6-fatos-sobre-os-denisovanos-hominideos-parentes-dos-neandertais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hominídeos</a> que viviam em pequenos grupos isolados.&nbsp;Essas redes permitiram a troca de ideias, tecnologias e recursos, funcionando como uma maneira de se adaptar a crises ambientais, já que grupos podiam apoiar-se mutuamente em tempos de escassez.E nessa somatória de fatores que garantiram a sobrevivência do Homo sapiens não podemos esquecer do acaso. Isso porque pequenas populações de outras espécies de Homo podem ter sido devastadas por desastres naturais, surtos de doenças ou mudanças climáticas, abrindo nichos ecológicos para o sapiens ocupar.De qualquer modo, a história do Homo sapiens é uma narrativa de resiliência, inovação e adaptação. Nossa capacidade de formar redes sociais complexas, de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128653-6-tecnologias-inovadoras-que-prometem-revolucionar-2024.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inovar tecnologicamente</a> e de nos adaptar a uma variedade de ambientes nos garantiu a sobrevivência. E, enquanto continuamos a enfrentar novos desafios, essas mesmas qualidades serão essenciais para garantir nosso futuro.

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Qual é o segredo do sucesso do Homo sapiens como espécie?

Diante de missão complicada, pesquisa recente usou tecnologias inovadoras para conseguir colher detalhes sobre o fóssil escondido nas rochas de caverna italiana.

No <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nasa-descobre-primeira-caverna-na-lua-sera-que-ela-pode-virar-uma-base-lunar" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fundo da caverna</a> de Lamalunga, no sul da Itália, um neandertal conhecido como Homem de Altamura está preso há aproximadamente 150 mil anos desafiando os cientistas que tentam desvendar seus segredos. Descoberto em 1993, esse esqueleto excepcionalmente preservado tem intrigado pesquisadores devido à sua posição incomum e à camada de calcita que o cobre, complicando a extração e o estudo detalhado.&nbsp;Desde a sua descoberta, várias tentativas foram feitas para entender melhor essa relíquia do passado, mas a tarefa não tem sido nada fácil.Quando os exploradores de cavernas encontraram pela primeira vez o Homem de Altamura, eles ficaram boquiabertos ao ver seu crânio invertido, fundido na rocha e coberto por formações de cálcio conhecidas como "pipoca de caverna". Essa situação peculiar não só dificultou a análise imediata, mas também levantou muitas perguntas sobre como ele acabou naquela posição.&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teoria-curiosa-diz-que-existe-so-um-eletron-em-todo-o-universo-isso-e-possivel" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As teorias</a> sugerem que ele caiu em um buraco no sistema cárstico e, incapaz de escapar, morreu de fome, sendo lentamente envolvido pelos depósitos minerais que o preservaram até os dias de hoje.<h2 style="text-align:justify;">Técnicas inovadoras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/22/22192245841006.jpg" alt="Após retirar algumas partes da imagem, a fotogrametria revelou posição do crânio e do úmero direito. (Fonte: Costantino Buzi et al./ Divulgação)"><figcaption>Após retirar algumas partes da imagem, a fotogrametria revelou posição do crânio e do úmero direito. (Fonte: Costantino Buzi et al./ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Por décadas, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128718-sitio-arqueologico-no-maranhao-revela-ossos-da-pre-historia-brasileira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudo do esqueleto</a> ficou estagnado devido às dificuldades técnicas e logísticas de removê-lo sem danos. Em 2009, um avanço ocorreu quando pesquisadores removeram uma amostra da escápula, identificando o Homem de Altamura como um neandertal. No entanto, as tentativas de extrair DNA enfrentaram obstáculos devido à degradação do colágeno.Mesmo enfrentando essas dificuldades, os cientistas não desistiram. Entre 2016 e 2020, uma série de estudos no local foi realizada utilizando tecnologias avançadas como máquinas de raio-X portáteis, câmeras endoscópicas e scanners a laser. Esses métodos permitiram aos pesquisadores coletar dados valiosos sem a necessidade de remover o esqueleto da caverna.&nbsp;Os resultados revelaram que o Homem de Altamura era um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128805-casos-de-tuberculose-em-neandertais-sao-revelados-em-analise-ossea.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertal adulto com algumas patologias</a> dentárias comuns, além de características morfológicas que o diferenciavam de outros neandertais clássicos.A análise digital do crânio mostrou uma mistura fascinante de características arcaicas e modernas, sugerindo que ele pode ter pertencido a uma população isolada de neandertais italianos. Esse grupo teria evoluído separadamente de outros neandertais na Eurásia, mantendo alguns traços antigos por um período excepcionalmente longo.<h2 style="text-align:justify;">Driblando desafios</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/22/22192826172007.jpg" alt="(Fonte: Costantino Buzi et al./ Divulgação)"><figcaption>Imagem mostra o palato e a parte superior da dentição do Homem de Altamura. (Fonte: Costantino Buzi et al./ Divulgação)</figcaption></figure></figure>A pesquisa sobre o Homem de Altamura é um exemplo perfeito de como a ciência pode ser tanto um desafio quanto uma aventura. A impossibilidade de extrair o esqueleto forçou os cientistas a serem criativos e a desenvolverem novas técnicas para estudar o espécime no local.&nbsp;Esses esforços não só aumentaram nosso <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127970-cientistas-recriam-rosto-de-neandertal-que-viveu-ha-56-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">conhecimento sobre os neandertais</a>, mas também destacaram a importância da preservação de sítios arqueológicos e fósseis em seus contextos naturais. Hoje, o Homem de Altamura continua sendo um dos fósseis de neandertal mais completos e informativos já encontrados.&nbsp;Embora grande parte dele ainda esteja envolta em rocha, cada nova descoberta sobre ele nos aproxima um pouco mais de entender a história complexa e fascinante da nossa própria espécie.&nbsp;Assim, a caverna de Lamalunga, com suas formações espetaculares e seu antigo habitante, permanece um local de grande interesse científico, prometendo mais revelações no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128834-adivinhacao-alimentar-e-possivel-prever-o-futuro-na-comida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">futuro</a>. O estudo contínuo deste neandertal notável não só nos conta sobre nosso passado evolutivo, mas também inspira futuras gerações de pesquisadores a superar os desafios técnicos e naturais.

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O enigma de Altamura: revelando os segredos do neandertal preso na caverna

Conhecido como o "mamífero mais estranho do mundo", o ornitorrinco tem várias particularidades.

É bem provável que você tenha ouvido falar do ornitorrinco quando ainda era criança. Com a fama de ser o "mamífero mais estranho do mundo", o animal australiano fascina por sua aparência inusitada: ele lembra um pouco um castor, mas tem bico de pato, põe ovos e alimenta os filhotes ao "suar" o leite no seu corpo.Descoberto por pesquisadores europeus no final do século XVII, esta criatura segue intrigando pessoas por conta de suas características bem peculiares, e que parecem fugir da lógica da natureza. Tanto que o ornitorrinco continua sendo objeto de estudos até hoje.<h2>1. Seu veneno pode servir para o tratamento de diabetes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01181914126258.jpg" alt="X"><figcaption>Estudos sugerem que o veneno do ornitorrinco pode, no futuro, gerar novos medicamentos para a diabetes. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O ornitorrinco macho carrega esporões cheios de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118293-4-coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-venenos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">veneno</a> em suas patas traseiras. Eles são ligados a uma glândula sudorípara que gera esse líquido, pernicioso para algumas espécies. Há indícios de que o veneno seja usado para que os machos compitam entre si na temporada de reprodução.Para os humanos, o veneno não é fatal, mas pode causar uma dor bastante forte, e que não é amenizada nem com morfina. Cientistas australianos descobriram recentemente que este material contém um hormônio chamado de GLP-1, que pode ser eficaz no tratamento da diabetes. Isso porque ele promove a liberação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128566-diabetes-novos-remedios-regeneram-producao-de-insulina-em-24-horas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">insulina</a>, diminuindo os níveis de glicose no sangue.O ser humano também produz esse hormônio, mas ele se degrada bem rapidamente, enquanto o do ornitorrinco é mais duradouro. Por conta disso, este veneno pode apontar a um caminho de criação de novos remédios para essa doença.<h2>2. O ornitorrinco amamenta os filhotes, mas não tem mamilos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01181848187256.jpg" alt="X"><figcaption>Os ornitorrincos bebês sugam o leite na barriga da mãe. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outro fato bastante estranho sobre esse bicho é que a fêmea consegue amamentar os filhotes, mas não possui mamilos. Nesse sentido, o ornitorrinco difere de todas as outras espécies de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121672-5-fatos-sobre-animais-mamiferos-que-voce-nao-conhecia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamíferos</a>, que produzem leite por meio de uma glândula mamária e o excretam por um ou mais mamilos.Contudo, o ornitorrinco fornece a nutrição aos seus bebês de maneira levemente diferente: ele "sua" o leite por meio de algumas glândulas especiais que possui na pele. Assim, o líquido se acumula na sua barriga, onde os filhotes o sorvem.<h2>3. Ele tem 10 cromossomos sexuais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01181929658260.jpg" alt="X"><figcaption>Os ornitorrincos podem possuir 10 combos diferentes de cromossomos sexuais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A gente aprende na escola que a maior parte dos mamíferos tem dois <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-o-cromossomo-y-humano-estaria-evoluindo-mais-rapido-que-o-x" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cromossomos sexuais</a>: XX para fêmeas ou XY para machos. Só que o ornitorrinco também é inusitado nesse aspecto. Assim como as equidnas, ele possui nada menos que cinco pares diferentes de cromossomos sexuais, ou 10 no total.&nbsp;Os machos têm cinco combos XY, enquanto as fêmeas têm cinco combos XX. Aliás, seus cromossomos X e Y são mais semelhantes aos cromossomos W e Z de pássaros do que os dos humanos.Por fim, há outra característica peculiar neles: a fêmea do ornitorrinco tem dois ovários, mas apenas o da esquerda é que funciona normalmente, liberando óvulos.<h2>4. O ornitorrinco brilha na luz negra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01181957679262.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Se você colocar um ornitorrinco sob a luz negra, ele vai brilhar. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por essa, você certamente não esperava. Mas saiba que, quando colocado sob uma luz UV (também chamada de luz negra), o ornitorrinco simplesmente se ilumina com um brilho azul-esverdeado.O fenômeno é chamado de biofluorescência, e é compartilhado com outros mamíferos, como as lebres da mola africanas e o morcego-fantasma-grande. Ninguém sabe ao certo como eles fazem isso, mas é uma característica realmente incrível.<h2>5. Ele já foi considerado uma farsa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01183930048272.jpg" alt="X"><figcaption>No século XVIII, os cientistas acharam que o ornitorrinco era uma farsa. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 1790, o botânico e zoólogo britânico George Kearsley Shaw, que era curador do Museu de História Natural de Londres, recebeu de presente um cadáver de ornitorrinco. Embora ele já tivesse cruzado com animais estranhos ao longo de sua vida, Shaw nunca havia visto algo tão exótico quanto aquilo.Como bom cientista que era, ele ficou procurando por sinais da "farsa", como pontos de remendo no corpo do animal. Em uma publicação de 1799, o zoólogo escreveu: "é naturalmente excitante a ideia de uma preparação enganosa por meios artificiais".&nbsp;Entretanto, como não encontrou nada que concretizasse a sua suspeita, Shaw finalmente concluiu que se tratava de uma espécie real. Mas ainda levaria quase cem anos desde aquele momento para que os cientistas europeus finalmente concordassem que aquele mamífero era capaz de colocar ovos.<h2>6. A cauda do ornitorrinco tem várias funções</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/01/01183859080268.jpg" alt="x"><figcaption>Um ornitorrinco guarda parte da gordura do corpo em sua cauda. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora a cauda do ornitorrinco lembre a dos castores, ela é mais usada para uma função diferente do que a natação. Prioritariamente, ela serve para guardar metade da gordura do corpo do animal, consumida no caso de falta de comida. Já a fêmea consegue usar o rabo para segurar os ovos enquanto eles são incubados em seu corpo.

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4 fatos incríveis sobre os ornitorrincos

Estudo feito por duas universidades levanta hipóteses sobre as motivações dos homens para cultivar uma bela barba.

Há uma frase bem-humorada que diz que "a barba é a maquiagem do homem". No entanto, por um bom tempo, ostentar uma bela barba foi considerada um sinal de desleixo. Mas uma nova pesquisa evidenciou que a barba tem, para muitos homens, conotações positivas ligadas a status social ou ao cuidado com a família.A <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120996-hans-langseth-o-homem-com-a-maior-barba-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">barba</a> serve, por exemplo, a apontar a idade de alguém, mas também para determinar o seu espaço em um grupo social. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade da Silésia, na Polônia, e da Universidade de Pádua, na Itália, investigaram os fatores psicológicos que motivam os homens a deixar a barba crescer e a mantê-la.<h2>Por que os homens têm pelos no rosto?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/21/21193834616002.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Uma bela barba demanda de bastante dedicação de quem a tem. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os pelos no rosto são uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128121-estudo-mostra-a-diferenca-genetica-entre-orgaos-masculinos-e-femininos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">característica sexualmente dimórfica</a>. Isso quer dizer que esse é um aspecto mais comum em homens que em mulheres. E, no percurso da história, a barba masculina já carregou diversos significados.Ocorre que a barba tem um "custo", tanto financeiro (nos cuidados precisos para cultivá-la, incluindo possíveis idas ao barbeiro) quanto em termos de tempo e esforço. Por isso, é necessário ter uma boa motivação para manter os pelos em dia.“Estudos conduzidos até agora mostraram que as pessoas atribuem características diferentes relacionadas a motivos sociais fundamentais a homens com diferentes tipos de pelos faciais. No entanto, pesquisas sobre percepções dos pelos faciais masculinos fornecem resultados mistos e há necessidade de mais pesquisas sobre o tópico para esclarecer essa ambiguidade”, relata a equipe em seu estudo.O que já foi constatado, por exemplo, é que as pessoas tendem a reconhecer os homens barbudos como mais saudáveis e mais propensos a se sair melhor em uma luta. Eles também são considerados mais confiáveis e amigáveis. Por outro lado, os homens barbudos podem ser vistos como mais agressivos e dominantes, o que sugere uma ligação com a busca de status social.<h2>As motivações para ter uma barba</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/21/21193816828001.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Homens barbudos tendem a valorizar os relacionamentos a longo prazo, sugere pesquisa. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em razão disso, os pesquisadores levantaram a hipótese de que os homens que se dedicam ao cuidado com seus pelos faciais têm motivações sociais, como autoproteção, busca por status, busca por parceiros e interesse no cuidado com as crianças.Para avaliar tudo isso, a equipe entrevistou 414 homens entre 18 e 40 anos de idade. Os participantes responderam a questionários e forneceram algumas informações requisitadas pelos pesquisadores.&nbsp;Um aspecto interessante que foi avaliado foi a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127614-o-comportamento-homossexual-de-animais-pode-ser-tao-comum-devido-a-uma-vantagem-evolutiva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">competição intrassexual</a>, que diz respeito ao comportamento em que os homens se envolvem na tentativa de conseguir uma potencial parceira ou parceiro. Nesse quesito, foram avaliados os níveis de inveja dos participantes da pesquisa, o ciúme e a noção de superioridade frente aos demais machos.O que se constatou foi relativamente surpreendente: os homens com mais pelos faciais estavam mais propensos a valorizar relacionamentos de longo prazo e se demonstravam mais interessados em cuidar de sua família do que aqueles que possuem menos pelos no rosto.“Descobertas anteriores indicaram que as pessoas tendem a perceber homens barbudos como tendo mais habilidades parentais. Portanto, ter mais pelos faciais pode ser usado por homens para informar potenciais parcerias que seus motivos sociais mudam de foco no mercado de acasalamento, priorizando os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109325-a-psicologia-explica-por-que-seus-relacionamentos-amorosos-nao-duram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relacionamentos românticos</a> de longo prazo e família", afirma o estudo.Mas, curiosamente, os homens que relataram ter mais competitividade não eram os que exibiam uma barba mais abastada. Deste modo, os pesquisadores concluíram que “a mistura de motivações afiliativas (vontade de se unir a outros homens por vínculos de amizade) e competitivas que se correlacionam com o aumento dos pelos faciais sugere que os homens motivados pelo aumento dos pelos faciais também querem se apresentar como aliados e amigos valiosos e confiáveis”, concluem os autores.

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Por que os homens têm barba?

A tripofobia pode ter raízes evolutivas profundas, refletindo mecanismos de sobrevivência herdados de nossos ancestrais.

Você já sentiu desconforto ao ver imagens de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/7-construcoes-animais-que-superam-obras-arquitetonicas-humanas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">favos de mel</a>, sementes de lótus ou bolhas agrupadas? Se sim, você pode estar experienciando tripofobia, uma aversão a padrões de pequenos buracos. Embora não seja oficialmente reconhecida como uma fobia, a condição tem atraído crescente atenção tanto do público quanto da comunidade científica. Um novo estudo, publicado na revista Evolutionary Psychological Science, examinou as possíveis raízes evolutivas dessa condição.<h2>A hipótese do animal perigoso</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/14/14235133740006.jpg" alt="Alguns animais venenosos apresentam agrupamentos circulares. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Alguns animais venenosos apresentam agrupamentos circulares. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma das explicações mais discutidas para a tripofobia é a chamada "hipótese do animal perigoso". Segundo essa teoria, a aversão a padrões de buracos agrupados pode ter evoluído como um mecanismo para evitar animais venenosos. Muitas criaturas perigosas, como certas aranhas e cobras, possuem padrões na pele que se assemelham a aglomerados de buracos.Os estudos mostraram que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/99106-tripofobia-17-imagens-que-podem-perturbar-pessoas-que-tem-medo-de-buracos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imagens desses padrões</a> podem desencadear respostas neurais semelhantes às provocadas por animais venenosos. Esse reflexo automático provavelmente foi indispensável à sobrevivência de nossos ancestrais, ajudando-os a identificar e evitar ameaças potenciais rapidamente.Os pesquisadores descobriram que a "negatividade posterior inicial" — uma resposta neural rápida a estímulos visuais ameaçadores — é frequentemente ativada por imagens tripofóbicas. Isso sugere que nossos cérebros podem estar programados para reagir a esses padrões como se fossem sinais de perigo iminente. Assim, a tripofobia pode ser vista como um resquício de comportamentos adaptativos antigos, que ajudavam nossos antepassados a evitar os animais perigosos.<h2>A hipótese de evitar doenças de pele</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/14/14235317372007.jpg" alt="Algumas infecções, como a varíola, apresentam erupções cutâneas circulares. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Algumas infecções, como a varíola, apresentam erupções cutâneas circulares. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outra perspectiva interessante é a "hipótese de evitar doenças de pele". De acordo com essa teoria, a tripofobia pode ter evoluído como um mecanismo para evitar doenças infecciosas. Muitas doenças de pele, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119438-a-controversa-origem-da-vacina-da-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">varíola</a>, hanseníase e tifo, causam padrões de buracos ou pústulas na pele.A aversão a esses padrões poderia ter ajudado nossos ancestrais a evitar contato com indivíduos doentes, reduzindo o risco de infecção. Estudos fisiológicos mostram que imagens tripofóbicas provocam respostas corporais fortes, como aumento da frequência cardíaca e dilatação das pupilas, semelhantes às reações de nojo.O nojo é uma emoção primária que desempenha um papel importante na prevenção de doenças, ajudando-nos a evitar alimentos contaminados e fontes de infecção. Pessoas com maior sensibilidade ao nojo tendem a ser mais propensas a experimentar tripofobia, o que reforça a ideia de que essa aversão pode estar ligada a mecanismos evolutivos de proteção contra doenças.Embora a tripofobia ainda não seja oficialmente reconhecida como uma fobia legítima, suas manifestações e o impacto que causa em muitas pessoas são inegáveis. Pesquisas futuras e maior reconhecimento da tripofobia podem levar a melhores métodos de tratamento, como terapia cognitivo-comportamental e terapia de exposição, ajudando aqueles que sofrem dessa condição a viverem de maneira mais confortável e segura.

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