Reconstrução com ferramenta de digitalização em 3D mostra como era a feição do nosso ancestral de mais de 300 mil anos.

A ciência acaba de dar um passo gigante na reconstrução do nosso <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116988-3-fotografias-historicas-fascinantes-do-passado-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">passado humano</a>: o rosto do Homo sapiens mais antigo já encontrado foi revelado pela primeira vez. Cientistas, liderados pelo brasileiro especialista em gráficos Cícero Moraes, utilizaram técnicas avançadas de digitalização 3D para trazer à vida as feições deste ancestral distante.Tudo começou com os restos mortais encontrados em Jebel Irhoud, no Marrocos, um sítio arqueológico que tem nos surpreendido desde a década de 1960. Mas foi só em 2017 que os cientistas realmente perceberam a idade e a importância desses fósseis: cerca de 315 mil anos!<h2 style="text-align:justify;">Reconstrução em 3D</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02164508101225.jpg" alt="Técnica em 3D utilizada por Moraes nos deu o "><figcaption>Técnica em 3D utilizada por Moraes nos deu o "rosto" do Homo sapiens mais antigo já encontrado. (Fonte: Cicero Moraes / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Cícero Moraes, utilizando técnicas avançadas de tomografia e deformação anatômica, conseguiu reconstruir o crânio e, posteriormente, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128031-fossil-revela-semelhancas-entre-homem-pre-historico-e-atual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rosto desse homem antigo</a>. Mas não pense que foi uma tarefa simples.&nbsp;Primeiro, o crânio foi digitalizado em 3D com a ajuda dos dados fornecidos pelo Instituto Max Planck. Em seguida, Cícero começou o trabalho minucioso de aproximação facial forense, que é quando se faz uma projeção da aparência de uma pessoa com base no crânio. Essa técnica pode ser utilizada&nbsp;para identificar uma pessoa quando não se tem informação suficiente sobre uma determinada ossada.Para isso, ele utilizou um protótipo de crânio de um doador moderno, um homem adulto com baixo índice de massa corporal, ajustando os dados para que se encaixassem no crânio do fóssil de Jebel Irhoud. Assim, foi possível&nbsp;prever a espessura dos tecidos moles, a projeção do nariz e demais estruturas particulares do rosto, ou seja, os principais pontos que caracterizam a feição humana.&nbsp;Além disso, foram utilizados dados estatísticos de rostos de diversos homens modernos, o que confere mais informações para fazer o ajuste fino da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115029-cientistas-recriam-rosto-de-homem-da-idade-das-pedras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">face recriada</a>, tornando-o o mais próximo do que deveria ser o rosto do ancestral.&nbsp;O resultado da reconstrução, de acordo com Moraes, foi um rosto descrito como "forte e calmo", um homem que parece estar pronto para enfrentar qualquer desafio da Idade da Pedra.&nbsp;Apesar de não ser possível saber qual era o gênero do fóssil, Cicero escolheu recriar como homem devido aos vários aspectos de estrutura óssea que indicavam pertencer a um ser masculino.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Compreendendo nossa história</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02165515746230.jpg" alt="Esse é o rosto reconstruído por Moraes. (Fonte: Cicero Moraes/ Divulgação)"><figcaption>Esse é o rosto reconstruído por Moraes. (Fonte: Cicero Moraes / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128312-cranio-gigante-de-monstro-marinho-e-encontrado-no-reino-unido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crânio</a> em si é uma peça fascinante. Composto por vários fósseis, foi recriado em um todo coerente, com uma aparência moderna nos dentes e no rosto, mas ainda mantendo uma caixa craniana mais arcaica. Isso nos dá pistas valiosas sobre como nossos ancestrais evoluíram e se espalharam pelo continente africano muito antes do que se pensava.E por que isso é tão importante? O ponto-chave é que&nbsp;essas descobertas mudaram completamente nossa compreensão sobre a história do Homo sapiens. Até recentemente, acreditava-se que nossa espécie havia surgido no leste da África há cerca de 200 mil anos.&nbsp;Contudo, os restos de Jebel Irhoud empurraram essa linha do tempo para trás em 100 mil anos, mostrando que nossos ancestrais já estavam espalhados por toda a África muito antes do que imaginávamos.Mas o que mais intriga nessa história é a possibilidade de que, mesmo com todas as tecnologias avançadas, ainda estamos apenas começando a desvendar os segredos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122402-nossos-primeiros-ancestrais-podem-ser-ate-1-milhao-de-anos-mais-velhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nossos ancestrais</a>. Cada descoberta, cada nova técnica de reconstrução, nos aproxima um pouco mais de entender quem somos e de onde viemos.

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Rosto do Homo sapiens mais antigo já encontrado é revelado por brasileiro

Após a queda do asteroide que iniciou a extinção dos dinossauros, animais que tinham sangue quente e eram menores tiveram maior chance de sobrevivência.

Os dinossauros costumam ser vistos como répteis lentos e de sangue frio, mas essa visão está desatualizada. Nas últimas décadas, cientistas descobriram que muitos dinossauros, especialmente os terópodes como o Tiranossauro-rex e os ancestrais das aves, eram de sangue quente. Essa descoberta ajuda a entender a evolução dos pássaros modernos que, ao contrário de seus antigos parentes, possuem sangue quente e metabolismos rápidos.A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/se-passaros-evoluiram-dos-dinossauros-como-sao-tao-diferentes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relação entre dinossauros e aves</a> é muito mais próxima do que se imaginava.&nbsp;Os pássaros são, na verdade, os únicos dinossauros que sobreviveram à extinção em massa que ocorreu há 66 milhões de anos. Mas por que os pássaros, descendentes desses dinossauros, possuem sangue quente? A resposta está na evolução e nas adaptações que esses animais desenvolveram ao longo do tempo.<h2 style="text-align:justify;">Controle de temperatura</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02143239691177.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Aves conseguem controlar internamente sua temperatura. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Ao contrário dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127718-crocodilos-na-europa-conheca-essa-jornada-de-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">répteis modernos</a>, que dependem do ambiente para regular a temperatura corporal, os pássaros são endotérmicos, ou seja, eles controlam internamente a própria temperatura. Essa característica permite que eles mantenham um nível de atividade elevado, essencial para tarefas exigentes como o voo.Por exemplo, beija-flores precisam consumir quase metade do seu peso corporal em alimentos diariamente para sustentar o alto metabolismo necessário para bater as asas até 5.400 vezes por minuto.&nbsp;Esse alto consumo energético é uma marca registrada de animais de sangue quente, que, embora precisem comer mais frequentemente, podem se manter ativos independentemente das condições ambientais.Essa transformação de dinossauros de sangue frio para aves de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122620-como-foi-a-origem-do-sangue-quente-nos-mamiferos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sangue quente</a> começou a ser mais claramente compreendida com a descoberta do Deinonychus nos anos 1960, um dinossauro pequeno e ágil que apresentava características semelhantes às das aves.&nbsp;Além disso, a presença de penas em muitos fósseis de dinossauros terópodes indica uma adaptação para conservar calor, sugerindo que esses animais tinham um metabolismo mais ativo do que os répteis tradicionais.<h2 style="text-align:justify;">Transformação óssea</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02142857386173.jpg" alt="Diminuição no tamanho dos animais foi crucial para a sobrevivência. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A diminuição no tamanho dos animais foi uma vantagem evolutiva. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas também estudam a microestrutura dos ossos para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127341-novo-tratamento-permite-que-voce-coma-livremente-sem-ganhar-peso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">entender melhor o metabolismo</a> dos dinossauros. Animais de sangue quente, como aves e mamíferos, tendem a crescer mais rápido do que os de sangue frio, e essa diferença é visível na estrutura óssea.&nbsp;Eles observaram que os ossos dos dinossauros são mais semelhantes aos de aves e mamíferos do que aos de crocodilos, indicando crescimento rápido e metabolismo elevado. Essa evolução foi crucial para a sobrevivência das aves após a extinção dos dinossauros. Com o impacto do asteroide, as aves precisaram se adaptar rapidamente a um mundo que se transformava.Animais com cérebros maiores e corpos menores, que precisavam de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128543-por-que-sentimos-menos-fome-no-calor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">menos comida</a> e eram mais capazes de se adaptar a novas condições, tiveram uma vantagem evolutiva. Esse processo onde os corpos dos pássaros diminuíram de tamanho, mas mantiveram cérebros grandes, foi um fator importante para sua sobrevivência e diversificação.Hoje, aves como papagaios e corvídeos têm cérebros grandes em relação ao corpo, possibilitando habilidades complexas como uso de ferramentas e reconhecimento de rostos. Isso mostra que cérebros maiores foram uma vantagem evolutiva, ajudando-os a se adaptar e sobreviver em ambientes desafiadores.Portanto, ao contrário do que muitos poderiam pensar, os pássaros não são simplesmente dinossauros que escaparam da extinção – eles são dinossauros que evoluíram para serem extremamente eficientes e adaptáveis. Seu sangue quente é apenas uma das muitas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125253-4-animais-com-incriveis-habilidades-de-adaptacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">adaptações</a> que lhes permitiram prosperar enquanto seus parentes maiores desapareceram.

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De dinos a pássaros: como a evolução favoreceu quem tinha sangue quente

Novas espécies de mamíferos que botam ovos são descobertas junto com outros monotremados.

Além de abrigar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128893-ornitorrinco-de-24-anos-e-o-mais-velho-ja-encontrado-na-natureza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ornitorrinco</a> e a equidna, a Austrália já foi lar de muitos outros mamíferos que botam ovos, também conhecidos como monotremados. Um estudo publicado em maio na revista de paleontologia Alcheringa&nbsp;revelou a descoberta de três novas espécies de mamíferos ovíparos que viveram na região há 100 milhões de anos.Elas foram identificadas a partir de fósseis encontrados em Lightning Ridge, no estado de Nova Gales do Sul, há 25 anos. Os dentes e ossos maxilares se tornaram alvo de uma investigação recente, conduzida por pesquisadores do Museu Australiano e do Instituto de Pesquisa do Museu Australiano.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101423288069.jpg" alt="Novos ancestrais do ornitorrinco foram descobertos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Novos ancestrais do ornitorrinco foram descobertos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os restos mortais, datados do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121143-extincao-do-cretaceo-como-foi-o-evento-que-exterminou-os-dinossauros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">período Cretáceo</a>, entre 102 milhões e 96,6 milhões de anos atrás, pertenciam a seis espécies de monotremados que conviviam no atual território australiano. Mas deste total, três já haviam sido catalogadas em estudos anteriores, enquanto as demais permaneciam desconhecidas até então.Segundo o professor Kris Helgen, coautor da pesquisa, as três novas espécies de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128004-mamifero-que-poe-ovos-e-registrado-em-camera-pela-primeira-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamíferos que põem ovos</a> descobertas na Austrália apresentam combinações de características nunca observadas em outros monotremados, tanto fósseis quanto vivos. Dessa forma, foi possível dar uma olhada em adaptações evolutivas que estavam para acontecer.<h2>Quais são as novas espécies?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101236616066.jpeg" alt="Ilustração das espécies descobertas neste estudo. (Fonte: Peter Shouten/Reprodução)"><figcaption>Ilustração das espécies descobertas neste estudo. (Fonte: Peter Shouten / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O Opalios splendens é uma delas e ganhou menção especial na pesquisa. O animal apresentava traços comuns aos primeiros mamíferos que botam ovos&nbsp;ao mesmo tempo que contava com alguns aspectos prenunciando adaptações presentes nos seus descendentes vivos.“Sua anatomia geral é provavelmente bastante parecida com a do ornitorrinco, mas com características da mandíbula e focinho um pouco mais parecidas com uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111728-saiba-mais-sobre-a-equidna-o-mamifero-que-bota-ovos-como-o-ornitorrinco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">equidna</a>”, disse Helgen, em comunicado. Por causa dessa mescla, o diretor do Instituto de Pesquisa do Museu Australiano apelidou a criatura de “equidnápio”.Já o Parvopalus clytiei é apontado como o menor monotremado do Cretáceo, entre as espécies conhecidas até o momento, devido ao seu tamanho equivalente ao de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124427-sera-que-ratos-realmente-gostam-de-queijo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rato</a>. A terceira novidade é a Dharragarra aurora, classificada pelos autores como a mais antiga espécie de ornitorrinco.<h2>Perda de dentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/17/17101533417070.jpg" alt="A equidna é outra sobrevivente da família de monotremados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A equidna é outra sobrevivente da família de monotremados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo pode ajudar a esclarecer dúvidas sobre a evolução dos monotremados, como os motivos que os levaram à perda de dentes. Representante mais antigo do grupo, o Teinolophos trusleri, de 130 milhões de anos, tinha vários dentes, enquanto os animais de Lightning Ridge apresentaram uma redução, passando para cinco ou apenas três, dependendo da espécie.Entre as espécies vivas, a equidna é desdentada e o ornitorrinco fica sem <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120076-dentes-podres-ja-foram-padrao-de-riqueza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dentes</a> quando adulto. Para os autores, essa mudança pode ser associada à competição com o rato d’água australiano, introduzido na região há 2 milhões de anos, fazendo os ornitorrincos optarem por alimentos mais macios e facilmente processados.

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Ancestrais do ornitorrinco e da equidna viveram há 100 milhões de anos na Austrália

Avanço da ciência a respeito da evolução humana tornou maior o nosso conhecimento sobre a anatomia e a origem das partes do corpo.

É graças à evolução da ciência que descobrimos e aprendemos sobre como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128538-6-incriveis-caracteristicas-compartilhadas-por-humanos-e-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">seres humanos</a> evoluíram, mas o que sabemos sobre nosso corpo ainda é pouco frente à complexidade dele. As diversas partes de nossa matéria, como olhos, nariz, mãos e pés, são cheias de detalhes que apenas especialistas dominam – e talvez até a eles faltem todas as informações.São eles que explicam como a migração dos animais marinhos para a terra exigiu uma nova forma de conduzir os <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128418-contagem-de-espermatozoides-esta-diminuindo-em-todo-o-mundo-o-que-fazer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espermatozoides</a>, posto que a fertilização agora ocorreria dentro do corpo da fêmea, dando origem ao pênis. Também ajudam a entender como o sistema reprodutor feminino coevoluiu com a genitália masculina, fazendo uma seleção natural.<h2>1. Nariz</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/11/11224307062329.png" alt="Clima atuou no desenvolvimento de diferentes tipos de narinas e narizes, fazendo seleção natural nas regiões do globo. (Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Clima atuou no desenvolvimento de diferentes tipos de narinas e narizes, fazendo seleção natural nas regiões do globo. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Descobertas recentes ajudaram a compreender mais sobre como o nariz se desenvolveu em seres humanos. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Tóquio analisaram células embrionárias que produzem as estruturas físicas da face, identificando que as células de proeminência frontonasal se desenvolvem em narizes protuberantes nos mamíferos.Examinando fósseis, foi possível confirmar a ocorrência de estruturas ósseas de transição do réptil para a estrutura do mamífero. É importante pontuar que outros aspectos impactaram a evolução do nariz, como o clima. No caso, o tropical, por exemplo, levou a narinas largas e abertas, além de narizes achatados. Já o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-somos-capazes-de-sentir-frio-pesquisadores-tem-a-resposta" rel="noopener noreferrer" target="_blank">clima frio</a> resultou em fendas finas e narizes estreitos.<h2>2. Pés</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/11/11224553008330.jpeg" alt="Evolução dos pés foi processo de transição com mudanças em todo conjunto locomotor, de modo a garantir a caminhada bípede. (Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Evolução dos pés foi processo de transição com mudanças em todo o conjunto locomotor, de modo a garantir a caminhada bípede. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A trajetória até a caminhada bípede é uma das mais importantes no processo evolutivo da humanidade. Os primeiros hominídeos a se adaptar a essa mudança, há 6 milhões de anos, viram transições em outras partes do corpo relacionadas ao caminhar, como a pelve, coluna e pernas. Nos pés, as articulações para cima dos dedos começaram há 4,4 milhões de anos, enquanto o dedão evoluiu 2,2 milhões de anos após disso.O calcanhar robusto, com arcos para absorção de choques, e os dedos alinhados para ajudar na propulsão para frente foram adaptações necessárias para <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121570-6-beneficios-que-caminhar-diariamente-traz-para-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">permitir caminhadas</a> e corridas eficientes de longa distância, sem as quais a sobrevivência em ambientes variados seria impossível – ou muito mais difícil. Pegadas encontradas em Laetoli, na Tanzânia, sugerem que o bipedismo já estava completamente desenvolvido há cerca de 3,6 milhões de anos.<h2>3. Mãos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/11/11224757379331.jpeg" alt="Descobertas recentes ligaram desenvolvimento das mãos à evolução que partiu das barbatanas dos peixes, antes da transição do mar para a terra. (Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>Descobertas recentes ligaram desenvolvimento das mãos à evolução que partiu das barbatanas dos peixes, antes da transição do mar para a terra. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os ossos das mãos humanas também são encontrados em outros animais, como pássaros, por exemplo. A solução para o mistério que era saber como as mãos teriam evoluído veio com a descoberta de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao/36171-fossil-de-peixe-pre-historico-explicaria-por-que-os-humanos-tem-dois-bracos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fóssil de peixe</a> com 375 milhões de anos. O Elpistostege watsoni forneceu evidências de estruturas ósseas semelhantes a dos dedos humanos em suas barbatanas.De acordo com os pesquisadores, isso indica que os dedos evoluíram antes da transição dos vertebrados para a terra. A teoria ganhou apoio com a descoberta de outro fóssil, dessa vez de um Tiktaalik roseae de 380 milhões de anos, com ossos de braço bem desenvolvidos, articulações de pulso móveis e características de crânio compartilhadas por tetrápodes, como o caso das aves.<h2>4. Olhos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/11/11225733688334.jpeg" alt="O olho é uma das partes do corpo humano considerada mais complexa por especialistas em anatomia. (Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>O olho é uma das partes do corpo humano considerada mais complexa por especialistas em anatomia. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A ciência acredita que a evolução do olho guarde origem comum entre os cefalópodes e os vertebrados. Os olhos foram precedidos por manchas oculares, organelas fotossensíveis compostas por aglomerados de células fotorreceptoras e células pigmentares.Na revista Scientific American, um artigo explicou que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121261-as-bacterias-deram-origem-a-vida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">organismos multicelulares</a> emergiram de dois grupos, um dos quais com lados esquerdo e direito espelhados e extremidade na cabeça, origem da maioria dos organismos considerados animais. Desse ramo vieram invertebrados e vertebrados, cujo desenvolvimento posterior no período Cambriano produziu o olho, inclusivo o do tipo câmera, encontrado em lulas, polvos e humanos.Assim como ocorreu em outras partes do corpo, as exigências do ambiente sobre o organismo interferiram na evolução, fazendo a seleção natural e adaptações que moldaram a estrutura, aparência, função e capacidades dos olhos.

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4 partes do corpo humano com origens incríveis!

Estudo revela que uma mutação genética específica cria a pelagem de uma rara espécie de panda, com cerca de uma dúzia de exemplares documentados.

Os pandas sempre foram figuras encantadoras no mundo animal, mas quando pensamos neles, a imagem que vem à mente é a de um urso fofinho com pelagem preta e branca. No entanto, nas montanhas Qinling, na província de Shaanxi, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128442-por-que-a-china-usa-pandas-como-ferramenta-diplomatica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">na China</a>, vive uma subespécie rara que foge a esse padrão: o panda-qinling (Ailuropoda melanoleuca qinlingensis).&nbsp;Essa espécie se destaca por ter suas manchas marrons, fato que tem deixado os cientistas intrigados há décadas. Mas, recentemente, um estudo publicado na PNAS em 2024 trouxe à tona descobertas genéticas fascinantes que explicam essa coloração única.<h2 style="text-align:justify;">Uma espécie rara</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/25/25123020033141.jpg" alt="Panda marrom é um animal extremamente raro. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução). "><figcaption>Panda marrom é um animal extremamente raro — e fofo. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução).</figcaption></figure></figure>Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127601-china-pede-para-que-todos-os-pandas-retornem-ao-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandas</a>-qinling foram oficialmente reconhecidos como uma subespécie distinta em 2005, apesar de terem sido descobertos na década de 1960. Eles habitam exclusivamente as montanhas Qinling, a uma altitude de 1.300 a 3.300 metros.&nbsp;Menores do que os pandas-gigantes tradicionais, os qinling possuem características morfológicas únicas: um crânio mais compacto e uma coloração que varia entre marrom escuro e marrom claro. A maioria dos pandas-qinling tem manchas marrons sob os olhos, em contraste com os pandas-gigantes de Sichuan, que possuem manchas ao redor dos olhos.A coloração marrom nos pandas-qinling despertou o interesse dos cientistas, especialmente porque somente&nbsp;uma dúzia de exemplares da espécie (aproximadamente) foram documentados até hoje,&nbsp;mostrando que esse padrão de cor é incrivelmente raro e só acontece nessa região.&nbsp;O primeiro panda-qinling marrom, uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/70017-dominantes-e-perigosas-9-especies-de-animais-lideradas-pelas-femeas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fêmea</a> chamada Dandan, foi descoberto em 1985, iniciando a investigação sobre essa variação de cor. Até 2024, muitos atribuíram a coloração marrom à endogamia (quando o acasalamento ocorre entre parentes com genética equivalente) devido ao isolamento geográfico. No entanto, pesquisas recentes indicam que a causa é mais complexa e intrigante.<h2 style="text-align:justify;">O gene responsável</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/25/25123347797143.jpg" alt="O panda marrom Qi Zai descansa em centro de resgate na China. (Fonte: Wikimedia Commons/ Divulgação)"><figcaption>O panda marrom Qi Zai descansa em centro de resgate na China. (Fonte: Wikimedia Commons/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os cientistas sequenciaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128701-ossos-de-2-mil-anos-encontrados-no-brasil-revelam-evolucao-da-sifilis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o genoma</a> de Qi Zai, um panda marrom capturado na natureza em 2009, junto com sua mãe, uma panda de cor preta e branca. Ao analisarem os genomas de 35 pandas-gigantes, incluindo dois marrons, os pesquisadores identificaram uma mutação específica no gene Bace2, que está relacionado à pigmentação.&nbsp;Intrigantemente, embora Qi Zai tenha pelagem marrom, sua mãe não a possui, o que leva os pesquisadores a concluírem que a coloração marrom é resultante de um gene recessivo.&nbsp;Para um panda-qinling nascer com pelagem marrom, ambos os pais precisam carregar essa mutação genética recessiva, mesmo que eles próprios tenham pelagem preta e branca. Essa combinação genética rara explica por que tão poucos pandas-qinling exibem essa coloração.Para confirmar que a mutação no gene Bace2 era a responsável pela coloração, cientistas usaram CRISPR-Cas9 (uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116376-nobel-de-quimica-descobridoras-da-edicao-de-genes-crispr-ganham-premio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ferramenta de edição genética</a>) em camundongos, deletando o mesmo segmento de DNA e obtendo mudanças de pigmentação semelhantes às dos pandas-qinling. Isso comprovou que a ausência dessa sequência no gene Bace2 causa a coloração marrom.Além da genética, o isolamento geográfico das montanhas Qinling, onde vivem entre 200 e 300 pandas-qinling, tem mantido a mutação rara. O problema é que essa endogamia reduz a variabilidade genética, tornando a subespécie mais vulnerável a doenças e ameaças ambientais.

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Mistério desvendado: a história dos pandas marrons das montanhas Qinling

Embora o cromossomo Y esteja "encolhendo", ele está apresentando uma evolução dinâmica ao passo que o cromossomo X permanece estável.

Uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu, pela primeira vez, concluir sequências genômicas completas para os cromossomos sexuais de cinco espécies de grandes símios, e de um símio menor. O estudo, publicado recentemente na revista Nature, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127143-cientistas-descobrem-o-sequenciamento-do-cromossomo-y.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mostrou que o cromossomo Y, específico dos machos, está evoluindo mais rápido</a> do que seus homólogos femininos X, que permanecem parcialmente estagnados.&nbsp;Para chegar a essa conclusão os autores compararam as leituras de cromossomos X e Y de chimpanzés, bonobos, gorilas, e orangotangos de Bornéu e da Sumatra, além de um gibão siamang, com as de seres humanos.As leituras de mais de 90% dos cromossomos X dos primatas não humanos coincidiram exatamente com as de cromossomos sexuais de mulheres, mostrando pouca mudança em milhões de anos de evolução. Já no cromossomo Y, somente 14% a 27% das características se alinham com o modelo humano, sugerindo uma mudança muito rápida.<h2>Montando genomas de macacos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/25/25151548856240.jpg" alt="x"><figcaption>Os pesquisadores fizeram o sequenciamento dos cromossomos sexuais dos símios com a tecnologia T2T. (Fonte: Bob Harris / San Diego Zoo / Tulsa Zoo / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para testar suas hipóteses, os pesquisadores aproveitaram os mesmos métodos computacionais utilizados pelo Consórcio Telômero-a-Telômero (T2T) para completar o sequenciamento do genoma humano. Com a tecnologia, eles produziram<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125679-por-que-nem-todo-macaco-nao-se-transformou-em-humano-na-evolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;sequências completas dos cromossomos sexuais para as seis espécies de símios</a>.&nbsp;Como as sequências cromossômicas para essas espécies estavam completas, ou nem existiam (como era o caso do orangotango de Bornéu e do siamang), os genomas de referência produzidos funcionam como um roteiro para que os cientistas consigam montar genomas de outros indivíduos da espécie mapeada.&nbsp;Para a primeira autora do artigo, Katerina Makova, da Universidade Estadual da Pensilvânia, o cromossomo Y “tem sido o único a acumular muitas deleções, outras mutações e elementos repetitivos porque não troca informações genéticas com outros cromossomos na maior parte de sua extensão”.&nbsp;<h2>O cromossomo Y poderá desaparecer?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/25/25151132508237.jpg" alt="x"><figcaption>O cromossomo Y está diminuindo, mas não deverá desaparecer. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo concluiu que, embora o cromossomo Y esteja diminuindo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111956-cromossomo-y-pode-desaparecer-em-futuro-distante.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ele não deverá desaparecer como apregoam alguns arautos do apocalipse macho</a>. A verdade é que alguns de seus genes estão “evoluindo sob seleção purificadora”. Ou seja, mantêm-se protegidos por alguns mecanismos de segurança que conservam as sequências importantes íntegras.Entre as estratégias de sobrevivência estão as chamadas sequências palindrômicas de DNA, que são iguais quando lidas em direções opostas (espelhadas). Dessa forma, se ocorrer dano a uma cópia, isso poderá ser corrigido por meio da troca de informações com a sequência correspondente de DNA mais próxima. "É como ter um backup", diz o autor correspondente Adam Phillippy.&nbsp;Pelo papel desempenhado pelo cromossomo Y na continuação da existência de machos nos sistemas de determinação sexual XY, os mecanismos de seleção purificadores eliminam alguns alelos prejudiciais, mas também asseguram a integridade e a funcionalidade do genoma. "É pouco provável que o cromossomo Y desapareça tão cedo", diz Makova.&nbsp;

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Por que o cromossomo Y humano estaria evoluindo mais rápido que o X?

Enquanto os humanos foram capazes de atribuir sons a conceitos, neandertais só eram capazes de se referir a coisas.

O estudo sobre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128919-neandertais-tinham-metodos-refinados-e-usavam-cola-para-fazer-ferramentas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertais</a> são fundamentais para que nós possamos compreender melhor a nossa própria espécie. Mesmo depois de 40 mil anos desde que foram extinguidos, esses nossos “primos” interagiram com o Homo sapiens em diferentes contextos, períodos e regiões.&nbsp;Eles também tinham hábitos próprios e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125686-qual-era-a-lingua-falada-pelos-neandertais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eram capazes de se comunicar</a> com extrema eficiência. Porém, apenas isso não significa que sua comunicação era elaborada, complexa ou sofisticada. Teria sido esse o fator decisivo para o declínio e para a extinção dos neandertais?<h2>Três questões para compreender a linguagem</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19153626464220.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Nossa comunicação complexa é o resultado de uma série de fatores evolutivos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A capacidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124876-e-possivel-pensar-sem-utilizar-uma-linguagem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desenvolver uma linguagem</a> depende de uma série de fatores — biológicos, sociais e ambientais. Embora seja possível afirmar que tanto os humanos quanto os neandertais passaram por esse processo, suas diferenças ainda são um enigma para nós em alguns aspectos. Estudos que buscam mapear a evolução da nossa própria linguagem abordam três questões fundamentais.&nbsp;Em 2016, uma pesquisa descobriu que nosso cérebro armazena conceitos que atribuímos às palavras em ambos os hemisférios. Além disso, esse armazenamento não é aleatório. Ele é feito por meio de um aglomerado de grupos semânticos com conceitos semelhantes. E esse fator foi, possivelmente, um dos aspectos que nos diferenciou dos neandertais.A segunda questão envolve o surgimento da nossa capacidade de compreender sons icônicos — aqueles que associamos a conceitos — ao longo da nossa evolução. Sabe-se que isso aconteceu em algum momento entre a separação do humano e dos macacos. Essa compreensão foi importante, porque ela permitiu que nós nos comunicássemos de maneira cada vez mais complexa — diferente de outras espécies para as quais um som representa apenas uma coisa.Finalmente, estudos sobre a comunicação já revelaram que a sintaxe é uma capacidade que pode surgir espontaneamente. A sintaxe é a compreensão estrutural de uma frase e como cada palavra (ou som) é ordenado de maneira a fazer algum sentido. Isso é um indício de que no passado, tanto humanos quanto neandertais desenvolveram essa capacidade.<h2>Semelhanças e diferenças</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/19/19154024316229.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Neandertais podem até ter conseguido se comunicar com humanos, mas de maneira mais rudimentar. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O nosso atual conhecimento sobre os neandertais já nos possibilita entender que a sua comunicação era significativamente diferente da nossa. Juntando peças de diferentes estudos — da genética molecular à biologia comportamental —, já se sabe que humanos e neandertais tinham capacidade equivalente para sons icônicos e sintaxe.&nbsp;A diferença ficou por conta da maneira como o cérebro de cada espécie evoluiu. O nosso desenvolveu sua forma esférica com redes neurais conectando palavras isoladas com o que eram os aglomerados de grupos semânticos. Isso nos permitiu desenvolver uma comunicação complexa, criando metáforas e desenvolvendo ideias que os neandertais possivelmente nunca conseguiram.Embora fossem capazes de se expressar, a linguagem dos neandertais provavelmente estaria mais próxima a de outros animais. Eles eram capazes de falar sobre o que viam e organizar ideias sobre algo que aconteceu. Mas é pouco provável que conseguissem conceitos abstratos, algo que foi fundamental para a nossa evolução.

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Neandertais falavam? O quão complexa era a comunicação desses nossos parentes

Análises de DNA mostraram que a domesticação dos cavalos que existem hoje começou por volta de 2200 a.C., ou seja, um pouco mais recente do que se acreditava anteriormente. 

Um estudo recente revela que a linhagem dos cavalos modernos começou há 4,2 mil anos, transformando nossa compreensão da domesticação desses animais. Os pesquisadores analisaram o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> de cavalos antigos e modernos, descobrindo que uma linhagem surgida na estepe Pôntico-Cáspia (atual Bielorrússia, Ucrânia e Rússia) se espalhou rapidamente pela Eurásia, tornando-se ancestral dos cavalos atuais.Antes desse evento crucial, a domesticação de cavalos parecia ter começado há cerca de 5,5 mil anos, na Ásia Central, com o povo botai. No entanto, essa primeira tentativa foi mais modesta e não deixou um legado duradouro.&nbsp;Os botai, caçadores-coletores, provavelmente usavam os cavalos para produção de leite e carne, mas sua cultura não perpetuou a prática. Isso levou os especialistas a acreditarem que, após o desaparecimento dos botai, os cavalos voltaram à vida selvagem.<h2 style="text-align:justify;">A grande transformação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12151727758187.jpg" alt="A relação do ser humano com o cavalo é muito antiga e altamente eficiente. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A relação do ser humano com o cavalo é muito antiga e altamente eficiente. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Segundo o estudo, a verdadeira transformação veio com a cultura sintashta, da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127419-as-6-maiores-civilizacoes-da-idade-do-bronze.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade do Bronze</a>, que domesticou cavalos há aproximadamente 4,2 mil anos. Diferente dos botai, os sintashta usaram os cavalos para mobilidade, o que lhes permitiu expandir rapidamente seus territórios pela Eurásia.&nbsp;Essa disseminação foi tão rápida e eficaz que, em apenas três séculos, os cavalos da Espanha eram geneticamente semelhantes aos da Rússia. Os sintashta conseguiram manipular a reprodução dos cavalos de tal maneira que reduziram o intervalo entre gerações de sete para quatro anos, acelerando a produção de animais domesticados.A pesquisa também revelou uma mutação genética crucial nessa nova linhagem de cavalos, que mudou o formato de suas costas, facilitando a montaria. Essa característica pode ter sido um fator decisivo para a sua rápida adoção em várias culturas da Eurásia.&nbsp;Antes dessa descoberta, acreditava-se que os yamnaya, outro povo da Idade do Bronze, tinham sido os primeiros a montar cavalos cerca de 5 mil anos atrás, mas os novos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128121-estudo-mostra-a-diferenca-genetica-entre-orgaos-masculinos-e-femininos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dados genéticos</a> indicam que os cavalos domesticados por eles não são os ancestrais diretos dos cavalos modernos.<h2 style="text-align:justify;">Humanos no controle</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12151920116188.jpg" alt="A domesticação do cavalo foi um passo importante para as conquistas de novos territórios. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A domesticação do cavalo foi um passo importante para as conquistas de novos territórios. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas ainda mostraram que o controle humano sobre a reprodução dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123888-cavalos-7-curiosidades-que-voce-provavelmente-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cavalos</a> aumentou significativamente suas taxas de sobrevivência. Sob cuidados humanos, os cavalos viviam em ambientes mais seguros, o que resultava em menos perdas de éguas e potros recém-nascidos em comparação com os cavalos selvagens.&nbsp;Esse ambiente protegido permitiu que os cavalos se reproduzissem mais cedo e frequentemente, contribuindo para a rápida expansão de sua população.É interessante notar que a domesticação de outros animais, como ovelhas e cabras, já havia ocorrido milhares de anos antes dos cavalos. Essa experiência prévia provavelmente ajudou os sintashta a dominar rapidamente a criação de cavalos.&nbsp;A habilidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121998-quando-os-humanos-domesticaram-os-cavalos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">domesticar e criar cavalos</a> rapidamente fez com que esses animais tivessem um lugar especial nas sociedades humanas, influenciando a mobilidade, a guerra e a agricultura de maneira profunda.O fato é que a linhagem dos cavalos modernos não só transformou a história da domesticação animal como também moldou a própria trajetória da humanidade. Ao fornecer mobilidade rápida e eficiente, os cavalos permitiram que culturas se expandissem e interagissem de maneiras antes inimagináveis, deixando um legado que ainda vemos refletido nas relações entre humanos e cavalos até hoje.

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Revolução equina: estudo diz que cavalos modernos surgiram há 4,2 mil anos

Ilustração sobre evolução da espécie humana desde o macaco é bastante criticada por cientistas.

Você provavelmente já viu em muitos lugares e contextos a clássica ilustração da "Marcha do Progresso". Em uma progressão da esquerda para a direita, ela mostra a cadeia evolutiva da humanidade e como as espécies se sucederam até nosso estado atual.Ela começa com um primata, o Dryopithecus, e passa por figuras desde <a href="http://homem%20de%20Neandertal" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os neandertais</a> até os Homo sapiens modernos. Ao longo da "evolução", a figura retratada ganha postura, feições humanas e até uma clava para simbolizar a criação de armas.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao/40008-8-fatos-que-voce-ainda-nao-sabia-sobre-a-evolucao-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">8 fatos que você ainda não sabia sobre a evolução humana</a></li></ul>&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09102848196000.jpg" alt="Uma das modificações feitas na imagem original. (Fonte da imagem: DepositPhotos)"><figcaption>Uma das modificações feitas na imagem original. (Fonte da imagem: DepositPhotos/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A fama dessa imagem é tamanha que, além da replicação no formato original, ela já ganhou paródias, adaptações e reinterpretações — a ideia é usada há décadas em comerciais, propagandas anti-guerra e memes nas redes sociais.Só que, cientificamente falando, essa retratação é imprecisa. Pesquisadores da área criticam frequentemente a sua fama, em especial por propagar uma ideia incorreta sobre a evolução.<h2>A origem da Marcha do Progresso</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09102924344001.jpg" alt="A ilustração original de Huxley. (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)"><figcaption>A ilustração original de Huxley. (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O primeiro desenho que teria inspirado a Marcha do Progresso foi registrado em 1863, na obra Evidências sobre o lugar do Homem na Natureza, de Thomas Henry Huxley. A ideia dele era simplesmente comparar a estrutura óssea de primatas e humanos, usando as ideias de Darwin publicadas em A Origem das Espécies meia década antes. A organização, porém, serviu de inspiração para futuras ilustrações.Já o criador da Marcha do Progresso é Rudolph Zallinger. Em 1965, ele desenhou a sequência originalmente chamada de O Caminho para o Homo sapiens para a Life Nature Library, uma série de livros da Time-Life Books.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09103210904002.jpg" alt="A ilustração completa. (Fonte da imagem: Washington University)"><figcaption>A ilustração completa de Zallinger. (Fonte da imagem: Washington University/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O desenho original é composto de 15 espécies diferentes, cada uma acompanhada de um texto descritivo. Porém, o que ficou mais famoso é uma versão "resumida", com as páginas dobradas para trazer apenas seis integrantes: Dryopithecus, Oreopithecus, Ramapithecus,&nbsp;os neandertais, os&nbsp;Cro-Magnon&nbsp;e o&nbsp;Homo sapiens.<h2>Por que a Marcha do Progresso é considerada imprecisa?</h2>O problema de acadêmicos com a Marcha do Progresso envolve a interpretação mais básica da imagem isolada, sem o acompanhamento de um texto. A evolução humana é, na verdade, muito mais complexa do que o representado pelo desenho.A ilustração seria uma ideia simplista — e hoje já tida como equivocada — sobre a evolução da humanidade ser linear, com espécies transitando para novos estágios com mudanças bastante radicais entre si.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09105611915005.jpg" alt="A linhagem evolutiva é mais complexa do que a Marcha do Progresso. (Fonte da imagem: Britannica)"><figcaption>A linhagem evolutiva é mais complexa do que a Marcha do Progresso. (Fonte: Encyclopedia Britannica/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além disso, ela passa uma noção direta de "transformação" do primata em humano que data de séculos atrás e hoje já é superada — inclusive pela ideia de linhagens e a descoberta de espécies que conviviam entre si e não eram de uma mesma cadeia evolutiva.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120570-darwin-realmente-disse-que-o-homem-veio-do-macaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Darwin realmente disse que o homem veio do macaco?</a></li></ul>Por fim, a Marcha do Progresso passa uma certa hierarquização que também não é verdadeira. Apesar de hoje ser usada como símbolo de melhoria e até ser um elemento da cultura pop, a imagem original, na verdade, só comprovava a complexidade da Biologia e a adaptação das espécies ao longo de milhares de anos na Terra.

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Marcha do Progresso: por que a clássica imagem está cientificamente errada?

A modernidade trouxe inúmeras válvulas de escape que parecem enganar os nossos instintos. O que explica isso, afinal?

Nós, humanos, apresentamos uma considerável capacidade de adaptação frente a diferentes cenários, mas isso não significa que muitas dificuldades não se manifestem em nosso dia a dia. Quando pensamos sobre as mudanças ocorridas na forma como a sociedade vive e no próprio avanço da tecnologia, vemos como parece haver um certo descompasso, ou melhor, uma incompatibilidade evolutiva.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12005757984351.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Adaptações que estão desalinhadas com um determinado ambiente geram efeitos que nem sempre são percebidos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>O que a incompatibilidade evolutiva representa</h2>Essa expressão "incompatibilidade evolutiva" aparece em um estudo que aborda algumas das suas implicações, publicado em 2017. Na prática, ela representa um cenário bem conhecido por muitos, quando uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125253-4-animais-com-incriveis-habilidades-de-adaptacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">adaptação</a> em nosso meio está desalinhada com o ambiente.Ou seja, o problema surge quando as adaptações ocorridas não apresentam um bom resultado e as respostas às mudanças são inadequadas. Na natureza, por exemplo, vemos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/voce-sabe-como-os-passaros-dormem" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pássaros</a>, que apesar do maior campo de visão, se chocam com a superfície espelhada de edifícios que refletem o céu azul e parecem ser traídos por suas habilidades.Da mesma forma, há insetos que procuram a luz do sol, mas são atraídos pela iluminação que passa pelas janelas no período da noite. E em nosso contexto, outro exemplo se dá com a grande disposição de alimentos saborosos, mas que são pouco nutritivos e definitivamente não figuram como a melhor opção de refeição. Ainda assim, nós recorremos a eles.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12005900553352.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Com o avanço da tecnologia e das redes sociais, muitos dos nossos instintos acabam sendo enganados. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>As consequências por trás dos desequilíbrios</h2>E se os descompassos parecem ser sutis, as consequências já são maiores e até mesmo desastrosas, sobretudo no longo prazo. No caso da alimentação, apesar da nossa capacidade de escolher alimentos e de prepará-los, isso se reflete em um número cada vez maior de pessoas com doenças desde jovens, como diabetes e <a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/obesidade" rel="noopener noreferrer" target="_blank">obesidade</a>.Mas quando pensamos no convívio, também há outro ponto bastante chamativo. Os humanos são animais sociais, e cada vez mais vivem reclusos, ou mesmo solitários em meio à multidão.Ironicamente, temos mais recursos à nossa disposição para reduzir distâncias, como as <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/104012-voce-sabe-qual-rede-social-mais-prejudica-a-sua-saude-mental.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">redes sociais</a> e as ferramentas de comunicação instantânea. Ou seja, a impressão é que estamos totalmente integrados a esse meio, mas talvez não da forma que imaginamos. E nossos instintos muitas vezes são enganados.Isso partindo não apenas da constatação que as pessoas tendem a compartilhar o melhor de si online, mas também lembrando que muitas estabelecem comparações e acabam menosprezando o próprio valor. O fato de as redes serem usadas como meio para validação interna também é bastante preocupante. O que serviria para estimular, acaba gerando efeitos nocivos.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12011351523358.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Reavaliar a forma como lidamos com as mudanças pode ser o caminho para o equilíbrio. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Refletindo sobre os significados das mudanças</h2>Com isso, apesar de termos em nossa experiência de vida e percepção os caminhos para melhor se posicionar frente ao mundo, renunciamos a tudo isso e caímos nas armadilhas das curtidas e dos seguidores com uma facilidade assustadora.Ainda dentro do ambiente online, há perguntas que mostram qual problema está diante de nós: quais são as interações que realmente significam algo? A verdade é que é difícil refletir sobre essa incompatibilidade com as transformações ocorridas em nosso meio sem reavaliar como gerimos nosso tempo, definimos nossas prioridades e direcionamos a nossa atenção.E por mais que se trate de um debate que não oferece soluções instantâneas, a conclusão é que precisamos fazer um bom uso do nosso senso crítico. Isso não significa abrir mão daquilo que é novo, mas de fazer com que tudo que temos ao nosso redor se adeque bem à nossa vida e agregue algum tipo de valor.

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