Astrônomos usam um novo mapa 3D de estrelas, criado pelo telescópio Chandra, para acelerar a busca por planetas habitáveis e possíveis sinais de vida alienígena.

Astrônomos estão mais próximos de encontrar vida fora da Terra com um novo mapa 3D de estrelas, criado pelo telescópio de raios X Chandra, da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nasa-descobre-primeira-caverna-na-lua-sera-que-ela-pode-virar-uma-base-lunar" rel="noopener noreferrer" target="_blank">NASA</a>. O mapa destaca estrelas próximas ao Sol e pode ser crucial na busca por planetas com potencial para abrigar vida. O objetivo é identificar exoplanetas que orbitam essas estrelas em "zonas Cachinhos Dourados", onde a temperatura permite a existência de água líquida na superfície.A ferramenta pode ajudar a direcionar futuras missões de telescópios, como o Habitable Worlds Observatory (Observatório de Mundos Habitáveis, em tradução livre), para examinar esses planetas e, quem sabe, encontrar sinais de vida alienígena.<h2 style="text-align:justify;">Mapa da vida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19093407053027.jpg" alt="Mapa ajudará na busca por planetas habitáveis. (Fonte: NASA,CXC,M.Weiss/ Divulgação)"><figcaption>Mapa ajudará na busca por planetas habitáveis. (Fonte: NASA, CXC, M.Weiss / Divulgação)</figcaption></figure></figure>O Chandra, em órbita há 25 anos, é crucial na missão de encontrar planetas habitáveis, pois detecta <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123187-raio-x-como-sao-tiradas-as-fotografias-do-nosso-esqueleto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raios X,</a> uma radiação de alta energia emitida por estrelas. Isso é importante porque raios X podem prejudicar a vida, destruindo atmosferas planetárias e moléculas essenciais. Se uma estrela emite muitos desses raios, os planetas ao seu redor podem não ser bons candidatos para a vida.Em estudo recente, uma equipe de astrônomos, liderada por Breanna Binder, da California State Polytechnic University, utilizou o Chandra para mapear 57 estrelas próximas ao nosso sistema solar. Essas estrelas foram organizadas em anéis concêntricos ao redor do Sol, a distâncias que variam entre 16,3 e 49 anos-luz.&nbsp;A ideia é que, por estarem relativamente próximas, telescópios futuros possam captar espectros de planetas nas zonas habitáveis dessas estrelas. Esses espectros, obtidos quando a luz das estrelas atravessa as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126871-poeira-do-saara-remove-metano-da-atmosfera-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atmosferas planetárias</a>, podem revelar características como continentes, oceanos e até mesmo composições químicas que indiquem a presença de vida.O mapa tridimensional das estrelas funciona como um filtro inicial. Com tantos sistemas possíveis, quais merecem a atenção dos telescópios mais poderosos? A resposta pode estar nos dados de raios X: planetas sob bombardeio constante de raios X são descartados, permitindo que os cientistas foquem em sistemas estelares com condições mais favoráveis, semelhantes às da Terra.<h2 style="text-align:justify;">Difícil detecção</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/19/19093721951028.jpg" alt="Telescópios mais modernos e potentes serão fundamentais para acharmos planetas potencialmente habitáveis. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Telescópios mais modernos e potentes serão fundamentais para acharmos planetas potencialmente habitáveis. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um detalhe interessante é que nem todos os planetas são fáceis de detectar. Muitas vezes, o método mais comum de detecção, conhecido como trânsito, pode não funcionar, pois depende de o planeta passar diretamente entre sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/afinal-com-que-frequencias-estrelas-morrem-na-via-lactea" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrela</a> e a Terra, bloqueando parte da luz estelar.&nbsp;Isso faz com que planetas menores ou mais distantes das suas estrelas, especialmente aqueles com massas e tamanhos próximos aos da Terra, possam escapar à detecção. Por isso, o mapa do Chandra é tão valioso: ele ajuda a identificar quais estrelas valem o esforço de uma observação mais detalhada.Os próximos passos na busca por vida extraterrestre incluem o uso de telescópios extremamente potentes, como o Habitable Worlds Observatory, que poderá captar imagens diretas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-estranho-exoplaneta-que-deveria-ser-apenas-uma-rocha-mas-nao-e" rel="noopener noreferrer" target="_blank">exoplanetas</a> em zonas habitáveis. Embora apareçam como pontos de luz, os espectros dessas imagens revelarão muito sobre as superfícies e atmosferas desses mundos distantes.Com o tempo de observação em telescópios cada vez mais disputado, é crucial que os cientistas saibam onde focar seus esforços. O mapa 3D das estrelas pode acelerar a descoberta do primeiro planeta semelhante à Terra. Em breve, talvez estejamos observando de perto um mundo onde a vida floresceu longe daqui.

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Caça às estrelas: mapa 3D pode ajudar a revelar vida alienígena

Estudo baseado em dados da missão InSight revelou evidências de um enorme volume de água capaz de preencher todos os oceanos de Marte.

Embora as pesquisas por sinais de vida em Marte continuem infrutíferas, uma equipe de geofísicos descobriu “um lugar que deveria, em princípio ser capaz de sustentar a vida”, segundo Michael Manga, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, e coautor de um estudo recente publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences.Usando registros de atividade sísmica coletados pela sonda espacial robótica InSight Lander da NASA, entre os anos de 2018 e 2022, os autores encontraram evidências de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128350-cratera-de-marte-pode-ja-ter-abrigado-lago-que-continha-vida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um gigantesco reservatório subterrâneo de água líquida em Marte</a>. Segundo o estudo, a quantidade de água é suficiente para preencher todos os oceanos existentes na superfície do planeta vermelho com uma camada entre um e dois quilômetros.&nbsp;A má notícia é que o líquido vital está preso dentro de uma camada intermediária da crosta marciana composta predominantemente por rochas ígneas (formadas por magma resfriado e solidificado), a uma profundidade entre 11,5 a 20 quilômetros. Isso significa que, se um dia conseguirmos desenvolver essa capacidade de perfuração, o lugar pode se revelar promissor para buscar vida.&nbsp;<h2>A água de Marte não escapou para o espaço</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/14/14193604027387.jpg" alt="x. (Fonte: James Tuttle Keane e Aaron Rodriguez/Instituto Scripps de Oceanografia/Divulgação)"><figcaption>Um recorte do interior marciano a parte de dados do InSight. (Fonte: James Tuttle Keane e Aaron Rodriguez/Instituto Scripps de Oceanografia/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A metodologia de pesquisa incluiu dados sismológicos coletados pela In Sight com registros de "martemotos" de magnitude até 5, que reverberaram pelo planeta devido a impactos de meteoros e mudanças na atividade vulcânica.&nbsp;Esses dados serviram para alimentar um modelo matemático usado na Terra para procurar aquíferos e depósitos de petróleo. Para Manga, o mapeamento do interior do planeta vermelho revelou "a espessura da crosta, a profundidade do núcleo, sua composição, e até mesmo um pouco sobre a temperatura dentro do manto".Esses dados sugerem que, ao contrário da hipótese de que a água marciana teria escapado para o espaço há bilhões de anos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128642-deposito-de-gelo-gigantesco-e-descoberto-em-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ela, na verdade, se infiltrou na costa planetária,</a> onde está retida até hoje. De acordo com a equipe, o grande volume de água está misturado com rochas ígneas fragmentadas, como uma gigantesca colcha de retalhos, compara Manga.&nbsp;<h2>Importância da descoberta do oceano subterrâneo em Marte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/14/14202242412409.jpg" alt="Primeira selfie completa da NASA InSight em Marte. (Fonte: NASA/JPL-Caltech/Divulgação)"><figcaption>Primeira selfie completa da NASA InSight em Marte. (Fonte: NASA/JPL-Caltech/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para o primeiro autor do artigo, Vashan Wright, então doutorando da UC Berkeley, o estudo foi "um ponto de partida útil", pois conseguiu identificar onde a água está e qual a sua quantidade. Para ele, "entender o ciclo da água marciana é essencial para entender a evolução do clima, da superfície e do interior".&nbsp;Partindo do princípio que a água é necessária para a vida, como a conhecemos, diz Manga, "não vejo por que [o reservatório subterrâneo] não seria um ambiente habitável". Afinal, dizer que minas profundas abrigam vida, e que o fundo do oceano também, é uma verdade cristalina na Terra, conclui o geofísico.

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Enorme oceano subterrâneo detectado em Marte poderia ter vida, diz estudo

Já imaginou conseguir viajar para Marte no futuro? Veja só essa lista com os melhores destinos no Planeta Vermelho.

A humanidade parece estar cada vez mais próxima de conseguir chegar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127788-5-descobertas-incriveis-feitas-em-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marte</a>. Portanto, é de se imaginar que o plano futuro inclua fazer viagens comerciais até o Planeta Vermelho. Mas o que tem de tão legal para conhecer lá? Marte, na realidade, é um planeta cheio de vulcões, cânions profundos e crateras que podem ou não abrigar água corrente.Além disso, o planeta será um local incrível para futuros turistas explorarem assim que colocarmos as primeiras colônias lá. E pensando nesse cenário hipotético, nós separamos uma lista com seis destinos que você não pode deixar passar batido se decidir dar uma passadinha por lá em algum momento da sua vida.<h2>1. Vulcões Tharsis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12192330598336.jpeg" alt="Tharsis é a região com maiores vulcões em Marte. (Fonte: NASA/Divulgação)"><figcaption>Tharsis é a região com maiores vulcões em Marte. (Fonte: NASA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A região de Tharsis é uma das que mais chama atenção em Marte pelos seus vulcões. O local hospeda 12 vulcões gigantescos em uma zona de aproximadamente 4 mil km de largura, segundo a NASA. Esses vulcões, por sua vez, podem ter entrado em erupção por até 2 bilhões de anos — metade da história do planeta.Esses vulcões tendem a ser muito maiores do que os da Terra, principalmente pelo fato do Planeta Vermelho ter uma atração gravitacional mais fraca do que a nossa, o que permite que os vulcões cresçam mais.&nbsp;<h2>2. Polos Norte e Sul</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12192214160335.jpg" alt="Polos de Marte condensam dióxido de carbono em gelo. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Polos de Marte condensam dióxido de carbono em gelo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Marte tem duas regiões geladas em seus polos com composições ligeiramente diferentes. O Polo Norte foi estudado de perto pelo módulo de pouso Phoenix em 2008 e todas as observações do Polo Sul vêm de orbitadores. Segundo a NASA, as temperaturas dos polos são tão frias no inverno que o dióxido de carbono se condensa da atmosfera em gelo na superfície.O processo se inverte no verão, sublimando o gelo de volta para a atmosfera. Todo esse movimento de gelo tem vastos efeitos no clima marciano, produzindo ventos e outros efeitos.&nbsp;<h2>3. Medusae Fossae</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12192128863333.jpeg" alt="Medusae Fossae já foi especulado como local de acidente de OVNI. (Fonte: ESA/Divulgação)"><figcaption>Medusae Fossae já foi especulado como local de acidente de OVNI. (Fonte: ESA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Um dos locais mais estranhos de Marte é certamente a chamada "Medusae Fossae". Inclusive, o local já foi especulado como uma área com evidências de algum tipo de acidente de OVNI. Porém, a explicação mais provável é que seja apenas um enorme depósito vulcânico, cerca de um quinto do tamanho dos Estados Unidos.Com o tempo, os ventos no planeta esculpiram as rochas em algumas formações incríveis.&nbsp;<h2>4. Cratera de Hale</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12192037518332.jpeg" alt="Cratera Hale pode abrigar micróbios alienígenas, estimam pesquisadores. (Fonte: NASA/Divulgação)"><figcaption>Cratera Hale pode abrigar micróbios alienígenas, estimam pesquisadores. (Fonte: NASA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Marte também abriga formações chamadas de linhas de declive recorrentes, que tendem a se formar nas laterais de crateras íngremes nos períodos mais quentes. Imagens da Cratera Hale mostram pontos com claros sinais de hidratação nessas estruturas.E se existe água nessas partes, é possível que elas também carreguem a existência de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/7-encontros-historicos-marcantes-com-possiveis-alienigenas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">micróbios alienígenas</a>. Sendo assim, esse será um ponto turístico bastante atrativo no futuro.<h2>5. Dunas fantasmas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12191942040331.jpeg" alt="Dunas fantasmas preservam o passado de Marte. (Fonte: NASA/Divulgação)"><figcaption>Dunas fantasmas preservam o passado de Marte. (Fonte: NASA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O Planeta Vermelho é bastante moldado pelo vento, já que a água evaporou conforme sua atmosfera se afinava. Porém, podemos ver vastas evidências de água no passado, principalmente nas chamadas "dunas fantasmas" encontradas na bacia de Hellas.Pesquisadores dizem que essas regiões costumavam conter dunas com dezenas de metros de altura. Mais tarde, essas dunas foram inundadas por lava ou água, o que preservou suas bases enquanto os topos erodiram.<h2>6. Monte Olimpo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/12/12191851501330.jpeg" alt="Monte Olimpo é três vezes maior do que o Monte Everest. (Fonte: NASA/Divulgação)"><figcaption>Monte Olimpo é três vezes maior do que o Monte Everest. (Fonte: NASA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O Monte Olimpo, em Marte, é certamente o vulcão mais extremo do nosso Sistema Solar. Localizado em Tharsis, ele possui 25 km de altura — sendo quase três vezes maior que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122378-5-fatos-espetaculares-sobre-o-monte-everest.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Monte Everest</a>.&nbsp;Ele foi formado depois que a lava desceu lentamente por suas encostas. Isso significa que a montanha provavelmente é fácil para futuros exploradores escalarem, já que a sua inclinação média é de apenas 5%. Seu cume possui uma depressão de 85 km de largura, perfeita para ver o planeta de cima.&nbsp;<h2>Leia livros sobre Marte e suas curiosidades</h2>Quer saber mais sobre o sistema solar e as estrelas? Confira alguns sugestões de livros para aproveitar:&nbsp;<ul><li>Livro <a href="https://amzn.to/3XaVscG">Como Viviremos En Marte?, Stephen Petranek</a></li><li>Livro <a href="https://amzn.to/3XnLZ37">A caminho de Marte: A incrível jornada de um cientista brasileiro até a NASA, Ivair Gontijo</a></li><li>Livro <a href="https://amzn.to/479Z97h">Marte: o Futuro da Terra, diversos autores</a> &nbsp;</li></ul>&nbsp;

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6 lugares que você deveria conhecer em Marte

Pesquisadores apresentaram estudo propondo a ideia de utilizar nanopartículas metálicas para mudar o clima do planeta. 

Cientistas acreditam ter descoberto uma nova forma de aquecer Marte, usando um "glitter" atmosférico que poderia elevar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/terra-bateu-recordes-de-temperatura-em-todos-os-meses-do-ultimo-ano-confirma-nasa" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperatura do planeta</a> em cerca de 28 graus Celsius. O método consiste em liberar nanopartículas metálicas na atmosfera de Marte, criando um efeito estufa artificial. Essa proposta, por mais estranha que pareça, pode ser a chave para tornar Marte mais habitável para futuras colônias humanas.O Planeta Vermelho, como sabemos, não é exatamente um local acolhedor. Suas temperaturas médias giram em torno de 64 graus Celsius negativos, um clima extremamente frio, até mesmo para os padrões de quem está acostumado com invernos rigorosos. Para que qualquer forma de vida sobreviva ali, é necessário elevar significativamente a temperatura do planeta.&nbsp;Até então, as propostas envolviam a liberação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119719-como-os-cientistas-descobriram-o-efeito-estufa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gases de efeito estufa</a> na atmosfera marciana, mas esses métodos exigiam uma quantidade enorme de recursos, algo que Marte simplesmente não possui em abundância. Isso tornava o processo caro e logisticamente inviável.<h2 style="text-align:justify;">Solução prática</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/13/13144248048198.jpg" alt="Será preciso dar uma aquecida em Marte se quisermos dar início à terraformação do planeta. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Será preciso dar uma aquecida em Marte se quisermos dar início à terraformação do planeta. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A nova proposta, que conta com a colaboração entre especialistas de três universidades (Universidade de Chicago, Universidade da Flórida Central e Universidade Northwestern), oferece uma solução potencialmente mais prática. Em vez de importar recursos ou tentar extrair gases das profundezas do solo marciano, a ideia é utilizar o que já está disponível na superfície de Marte: minerais metálicos, como ferro e alumínio.&nbsp;A equipe propõe transformar esses metais em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120956-nanotecnologia-como-ela-esta-presente-no-dia-a-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nanopartículas</a> — pequenos bastões metálicos, menores que um grão de glitter, que seriam liberados na atmosfera de Marte. Essas partículas brilhantes agiriam como miniespelhos, refletindo a luz solar de volta para a superfície e ajudando a reter o calor.De acordo com os cálculos da equipe, esse método seria até 5 mil vezes mais eficiente do que as propostas anteriores. Ao serem liberadas a uma taxa de 30 litros por segundo, essas nanopartículas criariam um efeito estufa significativo, aumentando gradualmente a temperatura de Marte ao longo de várias décadas.&nbsp;Esse aquecimento não tornaria o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/agora-vai-exoplaneta-similar-a-terra-e-descoberto-perto-de-estrela-ana" rel="noopener noreferrer" target="_blank">planeta habitável</a> de imediato, mas poderia criar condições mais favoráveis para a vida microbiana fotossintética, um passo crucial para a terraformação do planeta.<h2 style="text-align:justify;">Problemas com a ideia</h2>Apesar do otimismo, ainda há desafios significativos. Não se sabe por quanto tempo as nanopartículas permaneceriam na atmosfera marciana. Com o aquecimento do planeta, elas poderiam atrair vapor d'água e cair como uma chuva metálica, diminuindo a eficácia do processo e criando novos obstáculos para a habitabilidade de Marte.Outro problema são as possíveis consequências inesperadas dessa grande intervenção. Manipular o ambiente de um planeta inteiro traz muitas incertezas. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127076-vida-achada-em-marte-ha-50-anos-pode-ter-sido-destruida-sem-querer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Se Marte abrigar vida microscópica</a>, as mudanças atmosféricas podem ser devastadoras. Além disso, o aquecimento poderia ativar compostos tóxicos no solo marciano, fazendo com que a terraformação cause mais danos do que benefícios.Apesar dessas incertezas, a pesquisa representa um avanço significativo no campo da terraformação. Ela abre novas possibilidades para a exploração e colonização de Marte, aproximando-nos um pouco mais do sonho de estabelecer uma presença humana sustentável no Planeta Vermelho.&nbsp;Embora ainda estejamos a décadas de distância de qualquer tentativa prática de terraformação, a ideia de um "glitter" atmosférico marciano é um passo intrigante em direção a esse objetivo ambicioso.

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Glitter marciano: o plano inusitado para aquecer Marte em 50 graus

Partícula que "não deveria estar ali" é registrada pela Estação Internacional e pode significar que está na hora de repensarmos algumas certezas da física. 

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123488-quantas-estacoes-espaciais-existem-atualmente-no-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estação Espacial Internacional (ISS)</a> captou um sinal curioso que pode desafiar os alicerces da física moderna: a possível detecção de núcleos de anti-hélio. Esse fenômeno, que ocorreu há alguns anos, tem deixado cientistas intrigados, pois essas partículas de antimatéria são extremamente raras e, até agora, só foram criadas em laboratórios aqui na Terra.&nbsp;A ideia de que essas partículas tenham surgido naturalmente e atingido nossos detectores no espaço tem levado os pesquisadores a repensar os limites do Modelo Padrão da física.<h2 style="text-align:justify;">Mistérios da antimatéria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08212248363063.jpg" alt="Será que estamos próximos a uma revolução na física? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Será que estamos próximos a uma revolução na física? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O anti-hélio, em particular, é composto de antiprótons e antinêutrons, elementos que são o oposto de suas contrapartes na matéria comum. O Alpha Magnetic Spectrometer (AMS-02), um detector de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125548-para-onde-vao-as-particulas-plasticas-que-inalamos-diariamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">partículas</a> a bordo da ISS, registrou dez desses eventos entre os mais de 200 bilhões de raios cósmicos que analisou desde 2011.&nbsp;Esses núcleos de anti-hélio, em teoria, não deveriam existir em quantidades tão grandes no espaço, tornando a descoberta ainda mais intrigante.A questão que está causando tanto rebuliço entre os cientistas é como esses núcleos de anti-hélio se formaram e chegaram até a ISS. O Modelo Padrão da física sugere que para produzir anti-hélio-4, por exemplo, seria necessário que antiprótons e antinêutrons estivessem incrivelmente próximos e se movessem lentamente, o que é um evento raro.&nbsp;Para cada núcleo de anti-hélio-4, deveriam existir cerca de 10.000 núcleos de anti-hélio-3, mas os dados do AMS-02 apontam para uma proporção muito mais próxima, desafiando as previsões teóricas.A partir disso, uma das hipóteses mais interessantes que surgiram para explicar essa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115425-anomalia-do-atlantico-sul-existe-ha-pelo-menos-11-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">anomalia</a> envolve as chamadas "bolas de fogo cósmicas".&nbsp;De acordo com essa teoria, esses núcleos de antimatéria podem ter sido gerados em regiões densas e energéticas do espaço, formadas por colisões de matéria escura, uma substância misteriosa que compõe a maior parte do universo, mas que ainda não foi diretamente observada.&nbsp;Essas bolas de fogo se expandiriam rapidamente, lançando antipartículas a velocidades próximas à da luz. Alguns desses núcleos, por sorte, teriam viajado até a Terra, onde foram detectados pela ISS.<h2 style="text-align:justify;">Por enquanto, tudo é especulação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08213559124064.jpg" alt="ISS continua captando informações vindas de várias regiões do Universo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>ISS continua captando informações vindas de várias regiões do Universo. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora intrigante, essa teoria ainda é especulativa. Os cientistas precisam de mais dados para confirmar a existência das bolas de fogo cósmicas ou encontrar outra explicação para o anti-hélio. Enquanto isso, o AMS-02 segue sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/estacao-vostok-a-missao-a-antartida-que-mudou-a-historia-da-humanidade" rel="noopener noreferrer" target="_blank">missão</a>, buscando novas pistas para resolver o mistério.Além disso, outros projetos, como o General AntiParticle Spectrometer (GAPS), que será lançado em breve na Antártida, prometem buscar sinais semelhantes e ajudar a decifrar esse enigma cósmico. Talvez em breve possamos confirmar se essas "bolas de fogo" de matéria escura são reais, ou se há outra razão para esses núcleos de anti-hélio. &nbsp;Se confirmado, esse fenômeno poderia revolucionar nossa compreensão do universo, talvez até apontando para novos tipos de física além do Modelo Padrão. A possibilidade de que algo nos confins do espaço esteja criando e enviando átomos de antimatéria para a Terra é tão impressionante quanto misteriosa.&nbsp;O fato é que, por enquanto, resta aos cientistas continuar suas observações e teorizações, na esperança de que, em algum lugar entre as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/afinal-com-que-frequencias-estrelas-morrem-na-via-lactea" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrelas</a>, a resposta para esse enigma esteja esperando para ser descoberta.

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Mistério cósmico: a surpreendente detecção de anti-hélio na ISS

Depois de adiar a decisão, a NASA finalmente admitiu que os astronautas da Boeing deverão ser resgatados pelo pessoal da SpaceX.

Agora é oficial. Depois de minimizar durante semanas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124645-nasa-e-boeing-trabalham-em-aviao-com-tecnologia-de-voo-sustentavel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os problemas existentes na espaçonave Boeing Starliner,</a> a NASA admitiu na quarta-feira (7) que os defeitos podem ser mais complicados do que se pensava. Dessa forma, os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore não voltarão mais na nave de testes da empresa de Arlington.A agência espacial finalmente assumiu adotar um plano de backup que, a essa altura, parece ser a única alternativa viável: trazer a dupla de volta à Terra de carona em uma nave da concorrente da Boeing, a SpaceX. O problema é que a permanência de Williams e Wilmore, prevista para apenas oito dia, será estendida até fevereiro de 2026. &nbsp;A possível alternativa incluiria a opção de deixar vazios dois dos quatro assentos da nave espacial Crew Dragon. Dessa forma, os dois contratados da Boeing passariam, oficialmente, a fazer parte da missão Crew-9 da SpaceX, retornando da ISS cerca de oito meses depois do prazo originalmente programado para o seu retorno. Se isso acontecer, a problemática nave Starliner seria desacoplada e cairia no oceano de forma autônoma.&nbsp;<h2>Como será o resgate dos astronautas da Boeing pelo pessoal da SpaceX?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08141251870190.jpg" alt="A ideia é a Crew Dragon voe à ISS com dois assentos vazios. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A ideia é a Crew Dragon voe à ISS com dois assentos vazios. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em uma coletiva de imprensa, o gerente do programa de tripulação comercial da NASA, Steve Stich, reconheceu que a agência vem trabalhando nos detalhes desse plano de resgate com a SpaceX desde o início de julho. Segundo ele, a empresa de Elon Musk já preparou a Crew Dragon para voar à ISS com apenas dois tripulantes, se necessário, e teriam inclusive identificado os trajes espaciais para Williams e Wilmore usarem na Dragon.Essa indecisão dos oficiais da NASA <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113120-nasa-e-boeing-estao-investigando-falha-na-starliner.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">em definir o destino da Starliner</a> fez com que o cronograma original do lançamento da Crew Dragon, programado para 18 de agosto, fosse adiado pelo menos até o dia 24 de setembro.&nbsp;A decisão também altera alguns pontos na logística da missão, como configurar o veículo espacial e treinar a tripulação para operar com a opção de duas pessoas a bordo. Perguntado qual dos quatro astronautas da Crew-9 seriam retirados para dar espaço, Stich se recusou a comentar.<h2>Por que a NASA optou pelo resgate dos astronautas pela SpaceX?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/08/08143013107195.jpg" alt="Starliner da Boeing acoplada à ISS. (Fonte: NASA/Divulgação)"><figcaption>Starliner da Boeing acoplada à ISS. (Fonte: NASA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>O que fez a NASA desistir de vez do plano de liberar a Starliner para os astronautas voltarem foi o teste em solo de um propulsor semelhante ao defeituoso, nas instalações de teste da agência, em White Sands, Novo México. O equipamento revelou uma clara degradação após os testes. Uma surpresa, segundo Stich que "aumentou o nível de desconforto".Conforme o The New York Times, uma quantidade excessiva de calor parece ter se acumulado no interior do propulsor, fazendo com que suas vedações de Teflon inchassem e se expandissem. Com isso o fluxo de propelente (combustível) teria ficado restrito e comprometido.O anúncio da NASA <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124218-boeing-da-adeus-ao-747-a-rainha-dos-ceus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acaba sendo um revés constrangedor para a Boeing</a> que, além de vários atrasos no chamado Commercial Crew Program, ainda terá que assistir seus astronautas serem resgatados pela nave de sua principal concorrente.&nbsp;

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NASA: plano de resgate via SpaceX deixará astronautas presos por 8 meses

Embora exista uma forte movimentação de partículas e até transporte de água na superfície da Lua, isso não chega nem de perto à mais fraca brisa na Terra.

Uma coisa que aprendemos desde os bancos escolares&nbsp;é que a Lua não tem atmosfera, pelo menos não tão intensa quanto à da Terra. Sendo assim, lá não tem vento, nem clima, ou fenômenos atmosféricos como chuva ou neve. No entanto, segundo o cientista lunar da NASA, OJ Tucker, a Lua experimenta o que chamamos de clima espacial.Claro, se analisarmos exclusivamente pelo ponto de vista terrestre, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-tempo-passa-mais-rapido-na-lua-mas-quanto-agora-nos-sabemos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tudo o que há em nosso satélite natural é um imenso vácuo</a>. Ainda assim, o clima espacial se refere às mudanças que ocorrem no Sistema Solar, como o vento solar. Diferente do vento da Terra, o solar é mais parecido com um bombardeio de partículas carregadas, principalmente prótons e elétrons a altas velocidades.Além disso, há também os meteoroides que, diferentemente dessa "poeirinha" de partículas, são pedras maiores que, na ausência de uma atmosfera ou magnetosfera como a nossa, caem diretamente na superfície da Lua. Ao cair, elas podem furar o solo e ejetar gases, formando uma atmosfera lunar muito fina, que é chamada de exosfera.<h2>A distribuição de água na Lua</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/03/03095945694000.jpg" alt="Durante o longo dia lunar, a água se desprende do regolito. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Durante o longo dia lunar, a água se desprende do regolito. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Esse processo de ejeção de moléculas da superfície lunar, conhecido como pulverização catódica da Lua, contribui para que, apesar de finíssima, a exosfera do satélite natural se "renove" constantemente. Ela desempenha também um papel importante <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128644-havia-agua-na-superficie-lunar-ha-4-bilhoes-de-anos-sugere-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">na forma como a água é distribuída e armazenada no regolito lunar</a>.&nbsp;Isso acontece porque a Lua não é tão seca quanto parece: a água está presente em nosso satélite sob forma de gelo e moléculas presas à poeira. Desse modo, à medida que longo dia lunar se desenvolve (com duração de 14 dias terrestres), a água armazenada no regolito vai sendo "desprendida" do solo, na forma de vapor, hidroxilas, hidrogênio e oxigênio.&nbsp;Esse movimento é o máximo que podemos esperar na chamada dinâmica dos voláteis na Lua, mas nada que se aproxime nem de perto à mais leve brisa terrestre.<h2>Mas, já existiu vento alguma vez na Lua?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/03/03101240599001.jpg" alt="Os antigos vulcões lunares. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os antigos vulcões lunares podem ter criado uma atmosfera rudimentar. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Quando a um possível passado "arejado" da Lua, há uma teoria interessante proposta após análises das amostras de rochas lunares trazidas pelas missões Apollo entre 1969 e 1972. A composição dessas pedras sugere que, há três ou quatro bilhões de anos, houve um período de intensa atividade vulcânica em nosso satélite.<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116580-vulcoes-ativos-alimentam-a-atmosfera-de-io-lua-de-jupiter.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Essas erupções incluíam alguns gases como dióxido de carbono, enxofre e vapor d'água</a>, que teriam sido liberados em grandes quantidades. Essas formações poderiam ter constituído uma atmosfera ao redor da Lua, bem mais densa da finíssima exosfera atual.&nbsp;Mas, se houve algum dia, essa "atmosfera" espessa foi com certeza apenas temporária, pois, com a baixa gravidade da Lua para mantê-los, esses gases devem ter se dissipado no espaço. Ou seja, nada de vento.

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Tem vento na Lua? Ou já teve alguma vez?

Há 55 anos, os humanos pisavam na Lua pela primeira vez e deixavam para trás bandeiras hasteadas. 

No dia 20 de julho de 1969, o astronauta Neil Armstrong tornou-se o primeiro homem a pisar na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122406-5-maneiras-faceis-de-provar-que-o-pouso-na-lua-aconteceu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lua</a>. Como prova de seu feito, ele e seu companheiro Buzz Aldrin colocaram uma bandeira dos Estados Unidos em um mastro para que suas listras e estrelas fossem exibidas na superfície lunas.Porém, décadas depois que essa bandeira foi colocada pela primeira vez, uma pergunta não quer calar: o que aconteceu com ela durante esses 55 anos no espaço? A resposta para essa pergunta pode ser mais difícil do que antes se imaginava.<h2>A busca pela bandeira norte-americana</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29204205439034.jpg" alt="Buzz Aldrin afirmou que bandeira deixada para trás pela Apollo 11 foi derrubada durante a decolagem. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Buzz Aldrin afirmou que bandeira deixada para trás pela Apollo 11 foi derrubada durante a decolagem. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>No passado, o astrofotógrafo Robert Reeves explicou que a Lua está a cerca de 384 mil km da Terra. Sendo assim, os menores objetos na Lua que podem ser vistos com qualquer telescópio terrestre — até mesmo o maior telescópio de pesquisa — têm apenas um pouco menos de 1 km de diâmetro. Portanto, como as bandeiras deixadas na Lua pelos astronautas tinham cerca de 1,2 metros de largura, elas são mil vezes menores do que podemos avistar aqui."Nem mesmo o poderoso Telescópio Espacial Hubble consegue ver as bandeiras", disse Reeves. Porém, a NASA tem uma solução para esse problema: o Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO). Esse é o nome de uma espaçonave que orbita a Lua e fica de olho nela o tempo todo. Ao fazer isso, ela pode detectar as sombras projetadas pelas bandeiras deixadas na superfície abaixo.Segundo a NASA, a partir de fotografias tiradas pela LRO nos últimos anos, podemos determinar que as bandeiras deixadas para trás pelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114132-apollo-13-50-anos-da-missao-que-deixou-a-terra-sem-folego.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">missões Apollo</a> 12, 16 e 17 ainda parecem estar de pé. As imagens não são extremamente nítidas e não se pode ver perfeitamente as bandeiras, mas isso já é um ótimo indicador.<h2>Demais objetos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29204258935035.jpeg" alt="Imagem tirada pela LRO em 2012 mostra a bandeira deixada pela Apollo 12 ainda de pé. (Fonte: NASA/Divulgação)"><figcaption>Imagem tirada pela LRO em 2012 mostra a bandeira deixada pela Apollo 12 ainda de pé. (Fonte: NASA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>De acordo com os dados fornecidos pela NASA, a primeira bandeira deixada pela Apollo 11 não foi identificada. No passado, o próprio astronauta Buzz Aldrin disse que viu ela sendo derrubada durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117528-apollo-15-local-de-pouso-na-lua-e-registrado-da-terra-com-detalhes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">decolagem</a> e esse é provavelmente o motivo dela nunca ter sido encontrada. O mesmo vale para as bandeiras das missões Apollo 14 e 15.Mas ainda há muitas outras coisas deixadas na Lua cujo destino simplesmente não é conhecido e assim permanecerá até que os humanos voltem para lá. Não se sabe ao certo o que aconteceu com os 96 sacos de dejetos humanos deixados na Lua pelos astronautas ou com a foto de família emoldurada deixada na superfície lunar pelo astronauta da Apollo 16, Charles Duke.Contudo, estudos indicam que a fotografia teria provavelmente embranquecido após ter sido exposta ao Sol por 52 anos. Caso esses objetos sejam recuperados no futuro, os cientistas certamente terão em mãos alguns itens curiosos para estudarem.

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O que aconteceu com os objetos esquecidos na Lua?

O estudo explica que a grande mancha vermelha de Júpiter se alimenta de tempestades menores do planeta gigante.

Marca registrada do maior planeta do Sistema Solar, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113812-fenomeno-em-jupiter-considerado-eterno-parece-estar-morrendo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a Grande Mancha Vermelha de Júpiter (GRS) está encolhendo aos poucos</a>. Resultante de um grande sistema de alta pressão, formado por fortes ventos que giram em sentido anti-horário, esse "anticiclone". com mais de 16 mil quilômetros de largura, sopra sem parar a mais de 320 quilômetros por hora.Segundo o doutorando da Escola de Artes e Ciências da Universidade de Yale, Caleb Keaveney, sua fascinação pela GRS o levou a conduzir um estudo sobre os motivos de sua diminuição. O trabalho, recentemente publicado na revista&nbsp;Icarus, &nbsp;teve a participação de muitas pessoas que não eram nem mesmo astrônomos, mas apenas apaixonados e curiosos, segundo o autor.Entre os diversos mistérios da GRS ainda não desvendados, como quando a mancha se formou, por que se formou ou mesmo por que é vermelha, a equipe optou por explorar os motivos de seu "encolhimento". Embora sua extensão latitudinal tenha se mantido constante, sua amplitude longitudinal diminuiu, de 40° no final do século XIX para 14° quando a sonda Juno chegou ao planeta em 2016.&nbsp;<h2>Como os pesquisadores analisaram a grande mancha vermelha?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/26/26090730584025.jpg" alt="v"><figcaption>Resumo gráfico do estudo. (Fonte: Caleb Keaveney et al.)</figcaption></figure></figure>Observada em registros oficiais há cerca de 200 anos, a GRS começou a encolher nos últimos 50 anos.&nbsp;Estudos de anticiclones da Terra, nos quais o ar se move para baixo, mostraram que esse fenômeno se sustenta em parte por vórtices transitórios de outros eventos. Com base nessa informação e observações da GRS absorvendo vórtices menores, os autores realizaram simulações em 3D da mancha.&nbsp;As simulações, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121061-luas-de-jupiter-quantas-existem-no-maior-planeta-do-sistema-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">feitas com um modelo atmosférico para aplicações planetárias chamado EPIC</a> (Coordenada Isentrópica Planetária Explícita), foram divididas entre tempestades menores de frequência e intensidade variadas e simulações de controle, sem pequenas tempestades.Comparando os dois tipos de simulação, a equipe percebeu que a interação com outras tempestades fez com que a GRS crescesse.<h2>Por que a grande mancha vermelha de Júpiter diminuiu?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/7dIfQIDjtOg" title="Hubble Observes Jupiter’s Great Red Spot Changing" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Usando modelos computacionais, os pesquisadores descobriram que a GRS não constitui um sistema planetário autônomo, mas interage <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113812-fenomeno-em-jupiter-considerado-eterno-parece-estar-morrendo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">com outras tempestades menores de Júpiter</a>. Quando, por meio de simulações numéricas, eles a alimentaram "com anticiclones transitórios de frequência e intensidade variadas", mudaram o seu tamanho e comportamento.Para montar o seu modelo, os autores usaram um fenômeno terrestre conhecido como "domo de calor", gerado em áreas de alta pressão, que permanece sobre uma região por dias e até semanas, prendendo o ar quente por baixo, como se fosse a tampa de uma panela de pressão. Esse domo impede a formação de nuvens e a chegada de frentes frias.A estabilidade desses domos (ou blocos) de calor por longos períodos tem sido atribuída a interações com fenômenos atmosféricos de menor escala e menos duradouros, como os redemoinhos de alta pressão e os anticiclones. Para Keavaney, o estudo dos eventos jovianos "tem implicações convincentes para eventos climáticos na Terra", prevê o pesquisador.

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Por que a grande mancha vermelha de Júpiter está diminuindo?

Após simularem uma missão tripulada em Marte, a equipe da CHAPEA-1 deixou o habitat em 3D após 378 dias.

Embora a chegada de seres humanos a Marte não deva ocorrer antes da década de 2040, equipes de especialistas recrutados pela NASA já estão participando da simulação <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123771-como-astronautas-podem-hibernar-para-viajar-ate-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Desafio para Exploração Planetária Análoga</a> (CHAPEA-1 no acrônimo em inglês). No dia 6 de julho, os participantes da primeira missão deixaram o habitat em 3D Mars Dune Alpha, onde permaneceram por 378 dias.Ao sair da estrutura de 1,7 mil metros, a microbiologista da Marinha dos EUA, Anca Selariu, disse à Popular Science que, embora a experiência não tenha sido uma “fugidinha divertida”, não hesitaria em repeti-la. E mais: a especialista em vacinas virais e pesquisa de doenças infecciosas diz ter saído com vontade de colocar em prática sua experiência no Planeta Vermelho.O tempo prolongado de reclusão e o delay proposital nas telecomunicações fizeram da missão uma experiência única. Segundo Selariu, tudo se torna muito mais complexo, principalmente durante tanto tempo. Isso porque há "coisas que você não pensa até realmente experimentá-las em primeira mão", diz a oficial científica da missão inaugural.<h2>O que os especialistas fizeram na missão de simulação?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/cGEKKszsIvI" title="Tour of NASA's CHAPEA Simulated Mars Habitat" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Entre as diversas tarefas desempenhadas pela equipe da CHAPEA-1, similares <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128657-quais-serao-os-primeiros-animais-nas-colonias-da-lua-e-de-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">às que seriam executados por um assentamento humano em Marte</a>, estão; gerenciamento de culturas, amostragem e análise geológica, trabalhos de robótica com drones e rovers, e outras tarefas de manutenção.As breves saídas consistiram em excursões simuladas, quando eles deixavam o habitat e entravam, com trajes espaciais, em uma sala artificial do Planeta Vermelho.&nbsp;A experiência resultou em "montanhas de informações", após acumular um ano de situações, solução de problemas e adaptação.<h2>Quais foram os grandes desafios da simulação de Marte?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/22/22183824863311.jpg" alt="A CHAPEA-1: Nathan Jones, Kelly Haston, Anca Selariu e Ross Brockwell. (Fonte: CHAPEA/NASA)"><figcaption>A equipe CHAPEA-1: Nathan Jones, Kelly Haston, Anca Selariu e Ross Brockwell. (Fonte: CHAPEA/NASA)</figcaption></figure></figure>O maior desafio, por incrível que pareça, foi o atraso na comunicação, explica Selariu. Isso acontece porque, mesmo viajando à velocidade da luz, as futuras conversas entre as tripulações em Marte e a equipe da Terra sofrerão um delay de 22 minutos na ida e na volta, devido à distância de 140 milhões de quilômetros entre os dois planetas.&nbsp;Por isso, essa condição foi replicada no Marte Duna Alpha, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128711-sera-que-os-astronautas-em-marte-terao-uma-percepcao-diferente-da-passagem-do-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transformando qualquer bate-papo básico em intermináveis testes de paciência durante horas</a>. Isso faz com que as pessoas tenham que repensar a forma como formulam e entregam as informações no tempo correto. Esse é um tipo de dificuldade que só incomoda humanos modernos, diz Selariu, porque "eles não sabem o que é viver offline", concluiu.&nbsp;Para compensar esse incômodo típico dos tempos modernos, a NASA permitiu todo o tipo de entretenimento sob forma de uma extensa biblioteca de livros e mídias pré-gravadas para a equipe desfrutar em seu tempo de folga. Selariu disse que curtiu as maratonas de séries de TV, e os torneios de jogos de última geração.

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