Imagem de A empresa que vendia cadáveres ilegais para testes militares nos EUA no megacurioso

Tudo isso acontecia sem o consentimento dos familiares, em um esquema milionário que envolveu até o Exército norte-americano

Entre os s&eacute;culos XVIII e XIX, a Europa testemunhou um movimento que devastou os cemit&eacute;rios: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113660-a-industria-de-roubo-de-corpos-do-seculo-xviii-e-xix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pr&aacute;tica de roubo de corpos</a>. Por muito tempo, o que hoje &eacute; considerado um crime, foi tido como algo comum, mas necess&aacute;rio, considerando os avan&ccedil;os vorazes da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124169-as-5-farsas-medicas-mais-bizarras-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina</a>.
Em meio aos ladr&otilde;es comuns que costumavam violar os t&uacute;mulos para roubar joias, dinheiro e outros bens, se espalhou rapidamente uma ind&uacute;stria de criminosos especializados em violar essas sepulturas para roubar o pr&oacute;prio cad&aacute;ver, com o patroc&iacute;nio das grandes universidades da &eacute;poca. Tudo para que o corpo fosse usado no campo m&eacute;dico para ensino dos alunos e an&aacute;lise da anatomia humana.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01152537194333.jpg" alt="(Fonte: The National Archives UK/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The National Archives UK/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Hoje em dia, um corpo s&oacute; pode ser utilizado se, em vida, a pessoa oferec&ecirc;-lo de bom grado &agrave; pesquisa cient&iacute;fica ap&oacute;s a morte ou se os familiares assim desejarem. Isso &eacute; chamado de intermedia&ccedil;&atilde;o corporal. N&atilde;o &eacute; como a doa&ccedil;&atilde;o de &oacute;rg&atilde;os, mas sim quando um corpo inteiro &eacute; doado e pode ser usado para fins educacionais ou de pesquisa.
Em 2014, um esquema criminoso despertou p&acirc;nico nas pessoas que optam por contribuir para a ci&ecirc;ncia. Cad&aacute;veres doados ao Centro de Recursos Biol&oacute;gicos (CRB) foram vendidos para serem usados em testes militares sem o consentimento dos doadores.
<h2>Um esquema s&oacute;rdido</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01152637651336.jpg" alt="Stephen Gore. (Fonte: Maricopa County Sheriff's Office/AP/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Stephen Gore. (Fonte: Maricopa County Sheriff's Office/AP/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Estabelecido em Phoenix, no Arizona, o CRB era propriedade de Stephen Gore e tinha o objetivo de receber os cad&aacute;veres de pessoas que quisessem&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116779-zhan-wenlian-a-primeira-mulher-da-china-em-criopreservacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doar seu corpo &agrave; ci&ecirc;ncia</a>. Foi assim quando Jim Stauffer decidiu doar o corpo de sua m&atilde;e, Dorris. Ele chegou a preencher uma extensa papelada que, inclusive, proibia que o corpo dela fosse usado em qualquer tipo de experimento n&atilde;o m&eacute;dico.
No entanto, isso n&atilde;o impediu que a organiza&ccedil;&atilde;o vendesse o cad&aacute;ver para os militares do Ex&eacute;rcito dos EUA explodirem em testes de impacto de bombas nas estradas, devolvendo para a fam&iacute;lia Stauffer nada mais do que as cinzas da m&atilde;o da mulher.
H&aacute; anos o CRB vendia cad&aacute;veres e partes de corpos sem o consentimento ou conhecimento das fam&iacute;lias da pessoa falecida. A empresa chegava a lucrar em m&eacute;dia mais de US$ 5 mil com um corpo vendido, sendo que apenas um torso poderia sair por US$ 3 mil.
O com&eacute;rcio acelerado que Gore fazia dos corpos, impulsionado pelo alto poder de compra do governo norte-americano, fez a sua ind&uacute;stria se expandir tamb&eacute;m para quando os cad&aacute;veres n&atilde;o morreram em condi&ccedil;&otilde;es saud&aacute;veis.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01154622846367.jpg" alt="(Fonte: KPNX/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: KPNX/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No aeroporto de Detroit, em Michigan, os carregadores de bagagem da companhia a&eacute;rea Delta Airlines entraram em contato com a pol&iacute;cia ao detectarem dois refrigeradores vazando flu&iacute;dos. Ao chegar no local, as autoridades descobriram 8 cabe&ccedil;as decepadas, uma das quais a per&iacute;cia alegou pertencer a uma pessoa que morreu de sepse bacteriana e pneumonia por aspira&ccedil;&atilde;o.
O endere&ccedil;o nos refrigeradores levou os agentes do FBI a Arthur Rathburn, um corretor de corpos que trabalhava para Gore. Foi assim que os federais abriram uma investiga&ccedil;&atilde;o para apurar o neg&oacute;cio perverso e altamente lucrativo do empres&aacute;rio.
<h2>Lucrando com o luto</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01154656851370.jpg" alt="(Fonte: 12News/KPNX/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: 12News/KPNX/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ao longo da opera&ccedil;&atilde;o, os agentes se depararam com verdadeiras montanhas de partes de cad&aacute;veres sem identifica&ccedil;&atilde;o nas instala&ccedil;&otilde;es da CRB. Segundo uma mat&eacute;ria da ABC Arizona, havia baldes de cabe&ccedil;as e membros em meio a congeladores cheios de p&ecirc;nis armazenados.
Foi nesse contexto triste e perturbador que as fam&iacute;lias que doaram corpos para o centro de Gore descobriram o que estava acontecendo. O Ex&eacute;rcito se pronunciou alegando que n&atilde;o fazia ideia que os cad&aacute;veres estavam sendo comercializados sem consentimento dos doadores, e salientou que fazem o uso de corpos vivos h&aacute; anos para aprimorar tecnologias militares &mdash; uma vez que manequins de testes n&atilde;o retratam com precis&atilde;o as feridas causadas por impactos e explos&otilde;es.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01154851566372.jpg" alt="(Fonte: American Security Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: American Security Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Ex&eacute;rcito identificou 34 corpos envolvidos no experimento de explos&atilde;o, usados sem permiss&atilde;o dos doadores, com formul&aacute;rios de consentimento que n&atilde;o foram revisados de maneira consistente ou diferentes daqueles submetidos aos doadores e entes queridos.
&ldquo;O Ex&eacute;rcito foi t&atilde;o v&iacute;tima das pr&aacute;ticas comerciais do CRB&rdquo;, disse Randu Coates, um engenheiro civil da institui&ccedil;&atilde;o, &agrave;&nbsp;BBC. Desde que o caso veio a p&uacute;blico, a taxa de submiss&atilde;o de corpos &agrave; ci&ecirc;ncia nos EUA diminuiu drasticamente.

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A empresa que vendia cadáveres ilegais para testes militares nos EUA

Imagem de Por que pessoas ruivas foram caçadas e executadas na Idade Média? no megacurioso

A tonalidade do cabelo era considerada uma marca de 'desejo sexual bestial e degeneração moral', e o estereótipo durou séculos

Tudo considerado "diferente" j&aacute; foi perseguido ao longo da Hist&oacute;ria. Seja pelo tom de pele, forma f&iacute;sica, religi&atilde;o ou at&eacute; mesmo a cor dos cabelos.
Em um dos per&iacute;odos mais retr&oacute;grados e controversos da humanidade, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123396-como-o-mito-da-terra-plana-dura-desde-a-idade-media-ate-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade M&eacute;dia</a> ca&ccedil;ou e executou ruivos por considerar a tonalidade acobreada natural do cabelo uma marca de "desejo sexual bestial e degenera&ccedil;&atilde;o moral".&nbsp;
Inclusive, cabelos vermelhos constavam no infame manual de ca&ccedil;a &agrave;s<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124127-como-os-gatos-eram-tratados-em-diferentes-regioes-na-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;bruxas</a>, o Malleus Maleficarum, escrito por Heinrich Kraemer e James Sprenger, dizendo que a combina&ccedil;&atilde;o com olhos verdes eram caracter&iacute;sticas de uma bruxa, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122127-teratofilia-a-estranha-obsessao-sexual-por-criaturas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lobisomem ou vampiro</a>.
<h2>A "maldi&ccedil;&atilde;o vermelha"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/03/03181645601031.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Com menos de 2% da popula&ccedil;&atilde;o mundial ruiva atualmente, no passado, essa minoria garantiu um &oacute;dio carregado por dogmas religiosos e supersti&ccedil;&atilde;o.
Apesar de no <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124159-6-impressionantes-animais-mumificados-do-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito Antigo</a> os ruivos terem sido associados a deuses &ndash; visto que muitos dos fara&oacute;s tinham cabelos ruivos, incluindo Rams&eacute;s, o mais poderoso de todos &ndash;, eles tamb&eacute;m consideravam o vermelho como uma maldi&ccedil;&atilde;o. Muitas mulheres com o cabelo ruivo foram queimadas at&eacute; a morte em fogueiras na tentativa de diminuir a propaga&ccedil;&atilde;o da tonalidade entre a popula&ccedil;&atilde;o.
Os gregos antigos, no entanto, pensavam que os ruivos se transformariam em vampiros na vida ap&oacute;s a morte, sendo que o fil&oacute;sofo Arist&oacute;teles chegou a defini-los como "emocionalmente n&atilde;o domesticados". A imagem dos ruivos foi constantemente associada a algo feral, como o historiador romano Deo Cassius descreveu a rainha guerreira brit&acirc;nica Boudicca.
Ao longo do s&eacute;culo XVI, os ruivos tamb&eacute;m foram considerados infi&eacute;is como amigos, sendo que a B&iacute;blia endossou ainda mais esse estere&oacute;tipo com Judas, o traidor de Cristo, tendo cabelos ruivos. Maria Madalena, como pecadora, tamb&eacute;m foi constantemente retratada em obras de arte da Idade M&eacute;dia com cabelos ruivos.
<h2>O &oacute;dio duradouro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/03/fonte-wikimedia-commons-03182637019032.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
A Alemanha medieval julgou as sardas em excesso presente no corpo dos ruivos como um sinal f&iacute;sico de "mau-car&aacute;ter na melhor das hip&oacute;teses" e "b&aacute;rbaro na pior delas".
Fontes vern&aacute;culas dessa &eacute;poca, datando do s&eacute;culo XIII ao s&eacute;culo XV, espalharam a lenda de que uma tribo ou na&ccedil;&atilde;o de judeus vermelhos invadiriam a Europa durante o per&iacute;odo de tribula&ccedil;&atilde;o que levaria ao fim do mundo ap&oacute;s destru&iacute;rem a cristandade.
A mente fantasiosa do per&iacute;odo medieval adicionou ao preconceito um toque sobrenatural ao descrever que os fluidos corporais dos ruivos possu&iacute;am propriedades m&aacute;gicas, e que sua gordura, inclusive, poderia ser usada para fazer veneno. Essa ideia causou muita persegui&ccedil;&atilde;o e morte, como forma de parar esse "mal ambulante" que os ruivos eram considerados.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/03/fonte-wikimedia-commons-03182706115033.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Nem as crian&ccedil;as foram poupadas, sofrendo com a lenda de que sua urina produziria uma tinta rica para pintar vitrais, bem como o sangue de um homem ruivo era um ingrediente necess&aacute;rio para transformar cobre em ouro. Sendo assim, se eles n&atilde;o foram ca&ccedil;ados para serem mortos por puro &oacute;dio, ent&atilde;o foram por pura gan&acirc;ncia.
A for&ccedil;a do estere&oacute;tipo permaneceu na cultura popular ainda no s&eacute;culo XIX, com a frase "cabelo de Judas" usada para descrever a caracter&iacute;stica ruiva.
&ldquo;Os ruivos foram considerados suspeitos, impuros e perigosos porque n&atilde;o atendiam aos padr&otilde;es do que era considerado normal&rdquo;, disse Ruth Mellinkoff, autora do livro Outcasts. &ldquo;O que &eacute; essencial ter em mente, &eacute; que eles possuem caracter&iacute;sticas minorit&aacute;rias em todos os grupos raciais e &eacute;tnicos, mesmo entre os irlandeses, amplamente considerados como sendo mais ruivos&rdquo;, salientou ela.

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Por que pessoas ruivas foram caçadas e executadas na Idade Média?

Imagem de "O Menino do Pijama Listrado": obra distorce memórias do Holocausto no megacurioso

Segundo pesquisadores, o romance é impreciso historicamente e traz uma imagem simplificada do que eram os judeus nos campos de concentração

<head></head><body>Escrito por John Boyne, o livro O Menino do Pijama Listrado foi publicado em 2006 e adaptado para um filme best-seller dois anos depois. Não precisou de muito tempo para que a obra alcançasse fama internacional, tendo mais de sete milhões de cópias vendidas em 2016.Com isso, colégios em diversas partes do mundo passaram a usá-lo como uma ferramenta auxiliar para ensinar sobre o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122804-petr-ginz-a-vitima-do-holocausto-envolvida-em-catastrofe-da-nasa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Holocausto</a> nas aulas de história, o que gerou uma grande polêmica. Em 2020, o perfil oficial do Museu de Auschwitz decidiu se manifestar publicamente ao dizer que o romance infantil "deve ser evitado por qualquer um que estude ou ensine sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial". Entenda a polêmica nos próximos parágrafos!<h2>Distorção da realidade</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/31/31170536663402.jpg" alt="(Fonte: Miramax Films/Reprodução)">(Fonte: Miramax Films/Reprodução)A obra de Boyne segue a história de um jovem alemão (Bruno) que faz amizade com um menino judeu (Shmuel) por uma das cercas do campo de concentração de Auschwitz, onde seu pai trabalhava como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124004-por-que-muitos-nazistas-fugiram-para-paises-da-america-do-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazista</a> do mais alto escalão. Bruno possui nove anos, mas aparenta não entender muito bem sobre a guerra ao seu redor, quem são os judeus ou até mesmo quem é Adolf Hitler.&nbsp;Porém, é aí que a distorção da realidade começa a ser percebida no livro de Boyne. Por ser filho de um oficial sênior da SS, Bruno teria sido, por lei, um membro da Juventude Hitlerista, frequentando uma escola alemã onde os alunos regularmente faziam juramentos ao líder do Terceiro Reich e consumiam propagandas antissemitas por todas as partes.&nbsp;Nessas escolas, os jovens alemães também aprendiam que a guerra era algo para se orgulhar, pois significava que a Alemanha se tornaria uma grande potência mais uma vez. No entanto, o protagonista do livro faz parecer que a maioria dos civis de seu país eram simplesmente ignorantes ao que acontecia ao seu redor — o que historicamente já foi provado ser mentira.&nbsp;Enquanto grande parte dos alemães sabiam que os judeus estavam sendo mortos, muitos outros lucraram horrores com o Holocausto, visto que os bens de muitos judeus foram repassados para quem pertencia a "raça ariana".<h2>Simplificação dos judeus</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/31/31170605698403.jpeg" alt="(Fonte: Miramax Films/Reprodução)">(Fonte: Miramax Films/Reprodução)Uma das grandes críticas feitas pelo Museu de Auschwitz à obra de John Boyne é o fato das vítimas judias terem sido retratadas como pessoas unidimensionais, passivas e "sem resistência". Veja só o exemplo de Shmuel, o garoto judeu que Bruno conhece enquanto explorava o "jardim" de sua nova casa.No primeiro encontro entre os dois, vemos que Shmuel está atrás do arame farpado de um campo de concentração. Ao longo da história, os dois meninos criam uma forte amizade e passamos a conhecer muito mais sobre a vida de Bruno. No entanto, Shmuel só é retratado como uma simples vítima, sem qualquer traço de personalidade ou individualidade, sem fornecer qualquer tipo de conexão emocional com o público.O jovem judeu e as outras pessoas no campo de concentração são vistas como passivas. Na realidade, porém, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123313-sobibor-a-fuga-historica-e-mais-bem-sucedida-de-um-campo-nazista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">resistência judaica</a> existia dentro e fora dos campos de concentração e de extermínio. Em Auschwitz-Birkenau, conseguiram explodir um dos crematórios e matar vários guardas nazistas, por exemplo. Sendo assim, é importante que as pessoas saibam que os judeus não foram mortos sem tentar lutar pelas próprias vidas.<h2>Falta de conexão emocional</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/31/31170639465404.jpeg" alt="(Fonte: Miramax Films/Reprodução)">(Fonte: Miramax Films/Reprodução)Como dito anteriormente, tanto o personagem de Shmuel quanto qualquer outro judeu apresentado em O Menino do Pijama Listrado não apresenta nenhum traço forte de personalidade. Por esse motivo, quando Bruno cava um buraco no campo de concentração para passar a tarde com seu amigo e acaba indo parar em uma câmara de gás, somos forçados a sentir mais ligação a uma família de nazistas do que as verdadeiras vítimas da situação.Como a história foca na família de Bruno, o livro simplesmente esquece de citar a maior tragédia do Holocausto: que nenhuma das pessoas mortas com a dupla de jovens naquela câmara de gás verdadeiramente deveria estar lá. Sendo assim, os crimes humanitários realizados pelo exército alemão na Segunda Guerra Mundial nem parecem tão absurdos assim.&nbsp;Shmuel representa as 1,5 milhões de crianças assassinadas pelo regime nazista em Auschwitz, nos campos de extermínio da Europa ocupada e nos campos de extermínio onde milhões de civis foram mortos a tiros em valas comuns. Mas a simpatia do leitor é dirigida a um comandante do campo de concentração nazista e sua família.</body>

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'O Menino do Pijama Listrado': obra distorce memórias do Holocausto

Imagem de Simón Bolívar: o libertador que queria unir toda a América no megacurioso

Quando Shakira uniu milhões de latinos contra seu ex-marido espanhol, muitos internautas lembraram de Simón Bolívar, que queria fazer o mesmo

<head></head><body>O principal assunto da cultura pop no início de 2023 foi <a href="https://www.youtube.com/watch?v=CocEMWdc7Ck" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a música feita pela colombiana Shakira para expor seu ex-marido</a>, o jogador de futebol espanhol Gerard Piqué. Logo surgiram inúmeros comentários dizendo que a cantora realizou o sonho de Simón Bolívar: unificar toda a América Latina contra a Espanha.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/25/25165301170086.jpeg" alt="(Fonte: Tudo Geo/Twitter)">(Fonte: Tudo Geo/Twitter)Brincadeiras à parte, Simón Bolívar realmente dedicou sua vida à independência das colônias espanholas na América — e sonhava que elas se unissem em um único e enorme país. Em um de seus escritos mais famosos, a Carta da Jamaica, ele dizia:&nbsp;“Eu desejo mais que qualquer outro ver se formar na América a maior nação do mundo, mais por sua liberdade e glória do que por sua extensão e riquezas.”&nbsp;Esse sonho fez com que Bolívar participasse da independência de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123281-6-paises-com-bandeiras-muito-parecidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">seis países da América do Sul</a>, sendo presidente não apenas em um, mas em quatro deles. Para entender como Simón Bolívar fez tudo isso, é importante conhecer sua história.&nbsp;<h2>Nascido em berço de ouro</h2>Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios nasceu no dia 24 de julho de 1783, em Caracas, então parte da Capitania Geral da Venezuela. Seus pais eram parte da elite criolla, grupo de descendentes de espanhóis que controlavam os negócios na região.&nbsp;Como todo criollo, Simón deveria estudar na Europa e voltar para administrar os negócios da família. Mas, antes mesmo dos 10 anos, o garoto tinha perdido os dois pais, então seus tios decidiram enviá-lo para escolas locais, mantendo-o próximo da família. Lá, ele teve aulas com Simón Rodríguez, que lhe apresentou <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121150-conheca-6-dos-principais-filosofos-iluministas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as ideias do iluminismo</a>.&nbsp;Essa parte da educação seria extremamente importante para a formação política de Bolívar. Aos 14 anos, ele entrou para a Academia Militar e alcançou o posto de subtenente. Em 1799, aos 16, foi estudar na Espanha. Voltou de lá casado com María Teresa, outra oriunda da elite criolla, em 1802.Mas a felicidade durou pouco, já que a esposa de Bolívar contraiu febre amarela e faleceu pouco tempo após retornar à Venezuela. Depois dessa perda, Simón resolveu passar mais um tempo na Europa — o que seria decisivo para o futuro como “Libertador da América”.&nbsp;<h2>De uma epifania à liderança da independência</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/25/25173751318115.jpg" alt="Pintura de 1826, que retrata Bolívar em batalha. (Fonte: Wikimedia Commons)">Pintura de 1826, que retrata Bolívar em batalha. (Fonte: Wikimedia Commons)Na França, ele viu <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120949-5-enganos-historicos-sobre-a-revolucao-francesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Napoleão Bonaparte</a> ser declarado imperador. Então, seguiu para Roma, acompanhado de seu professor Rodríguez — aquele que lhe apresentou as ideias iluministas. No Monte Sagrado, um famoso local de peregrinação, ele teve uma epifania: voltaria para casa para libertar a América da dominação espanhola. Uma promessa e tanto!Na volta dessa viagem, ele ainda ficou um tempo nos Estados Unidos, vendo com os próprios olhos como era fundar um país recém-independente. Quando chegou, ele encontrou seu povo completamente agitado, uma vez que os colonizadores espanhóis estavam sendo dominados pela França de Napoleão. Era uma oportunidade única para lutar contra eles.&nbsp;Bolívar começou a fazer reuniões secretas para discutir a política interna e, em pouco tempo, já existia uma junta revolucionária. Mas ele ainda não era o líder do movimento.Seu papel de liderança começou a aparecer quando a junta revolucionária depôs um militar espanhol e promoveu Bolívar a coronel. Em seu novo posto, ele foi à Inglaterra — inimiga da Coroa Espanhola — para conquistar apoio para a independência.<h2>Os exílios e o sonho de unificar a América</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Hulton Archive/Getty Images&nbsp;" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/south-american-soldier-and-statesman-simon-bolivar-foto-jornalistica/3368002"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/30/30165941278338.jpg" alt="(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)">(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)Em 1811, Bolívar iniciou a luta na Venezuela — respondida pela Espanha com o envio de tropas, que derrotaram os rebeldes. Entre a prisão e o exílio, ele escolheu a segunda opção. O líder se refugiou em Cartagena, então parte da Nova Granada.&nbsp;No exílio, Bolívar começou a organizar um exército para marchar sobre Caracas e tomar o país a força — e é nesse momento que ele se torna o maior líder pela independência das colônias espanholas. Documentos que expunham suas ideias liberais, como o "Manifesto de Cartagena", o tornaram famoso em toda a América Espanhola.Em agosto de 1813, liderando 800 homens, Bolívar conseguiu conquistar Caracas. Ele também foi o segundo presidente da Venezuela, deposto em 1814 após sofrer outra derrota militar para os espanhóis. Assim, ele voltou a se exilar na Nova Granada.&nbsp;Nessa época, a Coroa Espanhola já estava derrotando os franceses na Europa, estimulando um sentimento de que todo o progresso na América também poderia ser perdido. Com esse senso de urgência, Bolívar estimulou uma luta pela independência na Nova Granada. Porém, como as elites locais e o povo tinham ideias muito diferentes, quase houve uma guerra civil.&nbsp;Esse clima hostil obrigou Bolívar a viajar mais uma vez, dessa vez para o Caribe. No Haiti, ele conseguiu apoio de Alexandre Pétion, presidente que ajudou a libertar o país dos franceses. Com esse apoio, ele voltou à Venezuela em 1816, libertando os escravos e conquistando a cidade de Angostura. De lá, ele partiu para Nova Granada, travando uma violenta batalha com os espanhóis. A vitória foi conquistada em 1819.Para realizar seu sonho de um grande e único país, ele organizou todos os territórios sob a bandeira da Gran Colômbia — sendo o presidente desse novo país.&nbsp;Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119308-por-que-o-haiti-e-tao-pobre-entenda-a-historia-do-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que o Haiti é tão pobre? Entenda a história do país!</a><h2>Os últimos anos de Simón Bolívar, o libertador</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/25/25173929911117.jpeg" alt="Estátua de Bolívar em Caracas, Venezuela (Fonte: Wikimedia Commons)">Estátua de Bolívar em Caracas, Venezuela (Fonte: Wikimedia Commons)Na década de 1820, ele se envolveu ativamente no processo de independência do Peru e da Bolívia, país que foi batizado em sua homenagem. Ele ocupou a presidência dos dois, além da Gran Colômbia e da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120368-16-impressionantes-paisagens-e-cartoes-postais-da-venezuela.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Venezuela</a>. Ele promoveu políticas de abolição e reforma agrária, mas seu sonho de reunir todas as colônias em um só país permanecia.&nbsp;Em 1828, as elites locais começaram a acusar Bolívar de autoritarismo, levando-o a renunciar à presidência da Gran Colômbia, dois anos depois. Logo, quatro países independentes surgiram: Colômbia, Venezuela, Equador e <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/62008-proxima-parada-panama-conheca-esse-paraiso-prospero-da-america-central.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Panamá</a>. Era o fim do sonho da América unificada.Simón Bolívar terminou sua vida pobre — já que gastou a fortuna da família em viagens e nos movimentos de independência. Morreu de tuberculose, na Colômbia, no fim de 1830. Mas seu legado seria reconhecido nas décadas e séculos seguintes: além de dar nome à Bolívia, ele é homenageado em cidades, parques, estádios e monumentos.</body>

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Simón Bolívar: o libertador que queria unir toda a América

Imagem de Desembarque Igbo: a história do povo que se afogou para fugir da escravidão no megacurioso

Em 1803, aproximadamente 75 pessoas sequestradas decidiram cometer suicídio em massa em vez de enfrentar uma vida acorrentados

<head></head><body>Por centenas de anos, muitas pessoas escravizadas da África foram sequestradas, amontoadas em navios negreiros e enviadas para as Américas. No entanto, um acontecimento entrou para a história em 1803, quando 75 igbos — grupo étnico da Nigéria — e outros povos da África Ocidental decidiram lutar em um evento notável que ficou conhecido como "Desembarque Igbo".Naquela ocasião, essas pessoas haviam sido vendidos no tráfico negreiro e forçados a embarcar em um navio com direção à ilha de St. Simons, nos Estados Unidos. Os cativos, no entanto, revoltaram-se e conseguiram dominar os traficantes de escravos que tripulavam o navio. Contudo, o resultado foi uma enorme tragédia histórica.<h2>Revolta em alto mar</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Donovan Nelson/Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana&nbsp;" data-fonte-url="https://allthatsinteresting.com/wordpress/wp-content/uploads/2023/01/depiction-of-igbo-landing-drownings.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/20/20045224020001.jpeg" alt="(Fonte: Donovan Nelson/Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana)">(Fonte: Donovan Nelson/Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana)Após tomarem conta do navio negreiro, os Igbos conseguiram atracar em uma região chamada de Dunbar Creek. Nesse momento, tomaram uma decisão difícil: poderiam se render aos traficantes de escravos que os esperavam na praia ou tomar uma medida desesperada para fugir de uma vida acorrentada.&nbsp;Com esse grande questionamento em mente, os bravos revolucionários marcharam para a água e se afogaram, cometendo <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123837-aumento-da-taxa-de-suicidio-e-festas-de-fim-de-ano-nao-tem-relacao-direta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">suicídio</a> em massa. Embora essa seja a denominação para o tipo de morte, historicamente o evento é visto como um ato de resistência generalizado — mostrando que até a morte era mais "agradável" do que viver uma vida sem liberdade.Conforme é listado pela Biblioteca do Congresso dos EUA, todos os escravos que precisavam passar pelo trajeto entre África e Novo Mundo sofriam bastante. Os cativos eram forçados a ficar em aposentos abaixo do convés, que eram tão apertados a ponto de um indivíduo não conseguir ficar de pé. No meio do caminho, muitos morriam de asfixia, desnutrição e doenças, sem contar a parcela que era torturada e morta pela tripulação.<h2>Resistência Igbo</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Sociedade Histórica Costeira da Geórgia&nbsp;" data-fonte-url="https://allthatsinteresting.com/wordpress/wp-content/uploads/2023/01/igbo-landing-historical-marker.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/20/20045109926000.jpeg" alt="(Fonte: Sandy White/Sociedade Histórica Costeira da Geórgia)">(Fonte: Sandy White/Sociedade Histórica Costeira da Geórgia)Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/43228-8-costumes-estranhos-que-sao-feitos-antes-e-apos-o-nascimento-dos-bebes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Igbo</a> foram uma população extremamente escravizada no século XVIII. Conforme relata o livro Murder at Montpelier: Igbo Africans in Virginia&nbsp;(2015), mais de 1,3 milhão dos 1,7 milhão de pessoas retiradas do centro de escravos da baía de Biafra durante o comércio atlântico de escravos eram Igbos.Centenas de milhares de Igbo que sobreviveram à jornada até o Novo Mundo ao longo dos anos foram rapidamente vendidos e comprados como escravos nas costas dos Estados Unidos. Mas em 1803, a revolta de um grupo Igbo trouxe um sinal de resistência enorme para toda a população de pessoas escravizadas.Até hoje, os acontecimentos do "Desembarque Igbo" seguem sendo transmitidos de geração em geração para os descendentes afro-americanos. Devido ao apelo nacional criado por artistas negros nos EUA, um monumento foi erguido em maio de 2022 em Dunbar Creek, onde a história foi escrita. Pouco se mudou sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123556-a-foto-chocante-que-fortaleceu-a-luta-contra-a-escravidao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravidão</a> americana nos anos seguintes à resistência Igbo. Mesmo assim, a revolta foi se espalhando entre as pessoas escravizadas, fazendo crescer um sentimento de luta ainda maior.</body>

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Desembarque Igbo: a história do povo que se afogou para fugir da escravidão

Imagem de Tabuletas de argila ajudam a traduzir língua cananeia "perdida" no megacurioso

Encontradas no Iraque, as tabuletas revelam os segredos de uma língua cananeia 'perdida' que carrega fortes semelhanças com o hebraico antigo

<head></head><body>Não é todo dia que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/123679-estatuas-nomoli-um-dos-maiores-misterios-da-arqueologia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudiosos de arqueologia</a>, história e linguagens da antiga Mesopotâmia recebem uma boa notícia. Na maior parte do tempo, esses pesquisadores se dedicam a estudar línguas como o aramaico, ugarítico, elamita e acadiano, buscando incansavelmente tentar decifrar o que está escrito em tabuletas cuneiformes milenares.Mas, recentemente, uma novidade no estudo de línguas antigas e “perdidas” deu um novo sopro de ânimo nesses profissionais. A boa notícia envolvendo o mundo antigo são duas tabuletas datadas de 3.800 anos atrás. Mesma época de Hamurábi, o rei da Babilônia conhecido pelo Código de Hamurábi que, por sua vez, é considerado pelos especialistas como o conjunto de leis mais abrangente do antigo oriente.<h2>As tabuletas com a língua cananeia perdida</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01192357937531.jpg" alt="Antigas tabuletas de argila detalhando a enigmática linguagem amorreia. (Fonte: David I. Owen/Universidade Cornell/ Reprodução)">Antigas tabuletas de argila detalhando a enigmática linguagem amorreia. (Fonte: David I. Owen/Universidade Cornell/ Reprodução)Cerca de 30 anos atrás, durante a guerra envolvendo o Iraque e o Irã, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124129-pedra-runica-mais-antiga-do-mundo-e-encontrada-na-noruega.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">duas tabuletas foram descobertas no Iraque</a>. De alguma forma, foram parar nos EUA e, desde então, quase nada se sabia sobre elas.Contudo, Andrew R. George e Manfred Krebernik, dois pesquisadores de línguas antigas, começaram a estudar o material incansavelmente. Demorou um pouco, mas os eles chegaram a uma conclusão surpreendente: as tabuletas traziam frases em amorreu, uma língua pertencente a mesma família da língua cananeia. Considerada “perdida” durante séculos, muitos pesquisadores chegaram a questionar se o amorreu existiu algum dia. De qualquer forma, a língua, até então perdida, apresenta incríveis semelhanças com o hebraico antigo.O povo amorreu era originalmente da região de Canaã, uma área que compreendia a Jordânia, Israel e a Síria dos dias atuais. A língua falada por esse povo acabou sendo sufocada e quase que apagada por outras mais populares e difundidas na Antiga Mesopotâmia, a exemplo do próprio hebraico, aramaico e acadiano.Os pesquisadores acreditam que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123968-as-6-reliquias-ancestrais-mais-curiosas-ja-descobertas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tabuletas, com quase 4 mil anos</a>, contenham mais que frases soltas, mas, também, sentenças completas na língua amorreia. Krebernik, em uma entrevista concedida para um site especializado, disse que o conhecimento que os especialistas tinham do amorreu era tão ínfimo e quase inexistente que, como apontamos, muitos duvidaram que tal língua existiu.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01192738699532.jpeg" alt="Um pente antigo contendo a primeira frase escrita conhecida em cananeu, a família linguística na qual o amorreu está incluído. (Fonte: Dafna Gazit/ Israel Antiquities Authority/AP/ Reprodução)">Um pente antigo contendo a primeira frase escrita conhecida em cananeu, a família linguística na qual o amorreu está incluído. (Fonte: Dafna Gazit/ Israel Antiquities Authority/AP/ Reprodução)As tabuletas encontradas no Iraque e agora traduzidas colocam um ponto final nesse questão, deixando claro que o amorreu era uma língua bastante coerente e articulada.Elas apresentam palavras e frases em tradução comparativa. Um dos idiomas foi de fácil identificação para os pesquisadores: tratava-se do acadiano. Como muitos textos da Antiga Mesopotâmia estão nessa língua, os estudiosos já tinham uma boa afinidade com o idioma para tentar decifrar o que estava na outra parte da tabuleta.Ou seja, texto escrito nelas lembra muito um manual de idiomas. De um lado, estão&nbsp;palavras e frases na língua amorita e, do outro, a respectiva tradução em acadiano.</body>

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Tabuletas de argila ajudam a traduzir língua cananeia 'perdida'

Imagem de Papiro do Livro dos Mortos de 15 metros é encontrado no Egito no megacurioso

Documento contém informações para que os mortos pudessem encontrar o caminho para o reino do deus Osíris

<head></head><body>No Egito, um papiro de quase 16 metros de comprimento foi localizado em uma tumba na pirâmide de degraus de Djoser em Saqqara. O documento conta com algumas seções do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122926-livro-dos-mortos-o-guia-egipcio-deixado-para-as-mumias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Livro dos Mortos</a> e os arqueólogos que o encontraram acreditam que ele possui mais de dois mil anos.<h2>O Livro dos Mortos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01095102949053.jpg" alt="Cena de um papiro do Livro dos Mortos do escriba Hunefer, mostrando o seu coração sendo pesado na balança de Maat contra a pena da verdade. Os egípcios acreditavam que se o coração possuía o mesmo peso da pena, a pessoa poderia passar para a vida após a morte. (Fonte: Wikimedia Commons)">Cena de um papiro do Livro dos Mortos do escriba Hunefer, mostrando o seu coração sendo pesado na balança de Maat contra a pena da verdade. Os egípcios acreditavam que se o coração possuía o mesmo peso da pena, a pessoa poderia passar para a vida após a morte. (Fonte: Wikimedia Commons)Na antiguidade, os egípcios criaram uma série de registros para ajudar os mortos a encontrar o caminho para o reino do deus Osíris. Os arqueólogos batizaram esses registros como Livro dos Mortos e seu uso foi mais recorrente durante o Novo Império (cerca de 1550 a.C. a 1070 a.C.).Por ter se tornado comum, registros como este não são raros. Porém, este é o primeiro papiro completo a ser descoberto em Saqqara em mais de 100 anos. Espera-se que ele possa ajudar na compreensão de antigas tradições funerárias egípcias. Atualmente o papiro está sendo traduzido para o árabe e todo o trabalho de conservação já foi finalizado.A pirâmide de degraus de Djoser foi construída durante o reinado do faraó Djoser e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113712-piramide-de-djoser-a-mais-larga-e-mais-antiga-piramide-do-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foi a primeira pirâmide feita pelos egípcios</a>. Djoser governou por volta de 2630 a.C. a 2611 a.C. e todo o entorno da pirâmide foi usada para enterros por milênios. O papiro recém-descoberto data do período tardio (cerca de 712 a.C. a 332 a.C.), mas até o momento não foi possível identificar para quem ele havia sido feito, nem sua data precisa. A expectativa é que ambas as informações sejam anunciadas em breve, com as primeiras imagens do documento.<h2>Fragmento de papiro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01090437931024.jpg" alt="Pirâmide de degraus de Djoser. (Fonte: Wikimedia Commons)">Pirâmide de degraus de Djoser. (Fonte: Wikimedia Commons)Em 2022, outro segmento de papiro foi encontrado em Saqqara. Ele estava em um<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123589-tumulo-de-rainha-desconhecida-e-encontrado-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;túmulo</a> perto da pirâmide do faraó Teti (que reinou por volta de 2323 a.C. a 2291 a.C.). No documento, havia o nome do seu dono: um homem chamado "Pwkhaef". Este papiro possuía 4 metros de comprimento e continha apenas uma parte do Livro dos Mortos.Os túmulos localizados ao redor da pirâmide do faraó Teti datam das 18ª e 19ª dinastias do Egito (1550 a.C. a 1186 a.C.). Era uma prática comum ser enterrado ao lado da pirâmide de um ex-governante popular no Egito na época. O documento foi encontrado por uma equipe de arqueólogos egípcios e será exposto em um museu egípcio em breve — até o momento, também não foram reveladas imagens do papiro.Os papiros contendo o Livro dos Mortos podem variar bastante em tamanho. Por isso é difícil saber com precisão, o quanto que este fragmento conseguiu preservar. O papiro recém-descoberto, por exemplo, pode parecer grande, mas outros documentos com mais de 30 metros de comprimento já foram encontrados em outras partes do Egito. O trabalho da equipe agora será tentar compreender quais informações ainda podem ser obtidas do papiro.</body>

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Papiro do Livro dos Mortos de 15 metros é encontrado no Egito

Imagem de Múmia de 2,3 mil anos com 'coração' de ouro é achada no Egito no megacurioso

Segundo arqueólogos, os restos mortais da múmia egípcia foram decorados com 49 amuletos preciosos 

<head></head><body>Para os antigos egípcios, o momento da morte representava muita coisa em termos culturais. Não à toa, era bastante comum que entes queridos falecidos fossem mumificados e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110785-veja-todo-o-esplendor-da-tumba-de-tutankamon-apos-9-anos-de-restauracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">enterrados</a> junto de diversos bens preciosos — o que deveria protegê-los durante sua transição para a vida após a morte.No entanto, um estudo recente publicado na Frontiers in Medicine chamou a atenção dos pesquisadores. Ao desembrulharem uma múmia de 2,3 mil anos, a pesquisa revelou que a múmia guardava consigo uma grande abundância de amuletos preciosos, incluindo alguns colocados dentro do seu corpo. Veja só mais sobre esse caso!<h2>Tradição egípcia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/02/02183553594294.jpg" alt="(Fonte: Universidade do Cairo/Divulgação)">(Fonte: Universidade do Cairo/Divulgação)Na visão dos cientistas, a descoberta dessa nova múmia fornece uma das melhores demonstrações das antigas crenças egípcias sobre a morte e o morrer que nós já conseguimos obter. No <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124159-6-impressionantes-animais-mumificados-do-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antigo Egito</a>, a morte era considera um momento de transição para outro mundo, onde o espírito se separava do corpo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124117-como-os-antigos-egipcios-mumificavam-crocodilos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mumificado</a> e prosseguia em direção a uma forma de vida perfeita do falecido.Porém, segundo a visão religiosa daquela região, esse caminho era considerado árduo e cheio de julgamentos divinos, onde apenas os mais dignos poderiam seguir em frente. Por esse motivo, os vivos tentavam ajudar os falecidos durante essa transição decorando seus corpos com amuletos e talismãs de proteção.Para entender mais sobre como essa prática de adorno funcionava, três pesquisadores da Universidade de Cairo decidiram explorar o corpo de uma múmia de 2,3 mil anos que estava no porão do Museu Egípcio do Cairo, intocada desde sua descoberta em 1916. Usando uma técnica de "desembrulho digital", os cientistas conseguiram ter uma visão aprofundada sobre a peça.<h2>Órgãos adornados</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/02/02183620496299.jpg" alt="(Fonte: Universidade do Cairo/Divulgação)">(Fonte: Universidade do Cairo/Divulgação)O exame de imagem feito sobre a múmia revelou que essa pessoa foi enterrada com 49 amuletos, sendo que vários deles tinham formato de partes do corpo, como o coração e a língua. "Muitos desses amuletos eram feitos de ouro, enquanto alguns eram feitos de pedras semipreciosas, argila queimada ou faiança. Seu propósito era proteger o corpo e dar-lhe vitalidade na vida após a morte", declarou o autor do estudo, Sahar Saleem.Graças à tomografia computadorizada, os pesquisadores conseguiram constatar que a múmia se tratava de um adolescente que faleceu aos 14 ou 15 anos — sem uma causa clara de morte além de causas naturais. A equipe de pesquisa ficou impressionada com o amuleto de língua dourada posicionado dentro da boca e o amuleto em forma de coração posicionado dentro do peito do cadáver.&nbsp;Na visão dos estudiosos, a língua de ouro permitiria que o rapaz falasse na vida após a morte, enquanto o coração dourado seria usado para silenciar seu coração real, permitindo-lhe descansar em paz. Apesar das múmias dessa época tendessem a não ter todos os seus órgãos internos, o coração era normalmente preservado por ser considerado o centro da consciência de uma pessoa.</body>

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Múmia de 2,3 mil anos com 'coração' de ouro é achada no Egito

Imagem de Por que a capital do Brasil mudou de Salvador para o Rio, há 260 anos? no megacurioso

Mesmo decadente, a mineração no Sudeste influenciou a mudança da capital para o Rio de Janeiro

Muito antes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119461-brasilia-nao-tem-prefeito-entenda-a-politica-da-capital-do-nosso-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bras&iacute;lia</a> existir, o Rio de Janeiro era a capital do Brasil. Contudo, muita gente se esquece que essa n&atilde;o foi a primeira mudan&ccedil;a de capital no nosso pa&iacute;s &mdash; o primeiro centro das decis&otilde;es pol&iacute;ticas da col&ocirc;nia foi em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118181-salvador-471-anos-10-curiosidades-sobre-a-capital-da-bahia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Salvador</a>, na Bahia.&nbsp;
O Brasil nasceu no litoral &mdash; especificamente no litoral do Nordeste, onde fica a primeira capital, Salvador. Foi no Monte Pascoal, na atual Porto Seguro (BA), que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118445-o-que-fez-cabral-em-1500-descobriu-ou-conquistou-o-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pedro &Aacute;lvares Cabral invadiu</a> o que veio a ser chamado eventualmente de Terra de Vera Cruz, em 1500. Depois disso, a coloniza&ccedil;&atilde;o europeia passou por v&aacute;rios outros pontos da costa, como Olinda (PE), Cabo Frio (RJ) e S&atilde;o Vicente (SP) at&eacute; a constru&ccedil;&atilde;o de Salvador, em 1548.
Esse &eacute; o per&iacute;odo da nossa hist&oacute;ria conhecido pelas capitanias heredit&aacute;rias &mdash; grandes faixas de terras que a Coroa Portuguesa cedia a exploradores particulares, da nobreza. A cria&ccedil;&atilde;o de um governo-geral representando a Coroa era uma tentativa de organizar a explora&ccedil;&atilde;o da col&ocirc;nia e proteg&ecirc;-la. Na &eacute;poca, nosso principal produto era o <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/102494-9-curiosidades-sobre-o-pau-brasil-a-arvore-que-da-nome-ao-nosso-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pau-brasil</a>, que vinha principalmente do Nordeste.
Por&eacute;m, nos dois s&eacute;culos seguintes, muita coisa mudou. A maior transforma&ccedil;&atilde;o foi a descoberta de ouro nas Minas Gerais. Sim, esse &eacute; o principal motivo da transfer&ecirc;ncia da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro. Mas as coisas n&atilde;o s&atilde;o t&atilde;o simples...
<h2>Por causa do ouro, mas n&atilde;o s&oacute; isso</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/03/a-03123222535533.jpg" alt="a" />Panorama da Praia de Botafogo e do Morro da Vi&uacute;va. (Fonte: Museu Imperial / Iluchar Desmons)
Quando se tornou capital do Brasil, em 1763, o Rio de Janeiro ainda era uma cidade pacata, de cerca de 30 mil habitantes &mdash; embora j&aacute; estivesse entre as mais populosas da col&ocirc;nia, n&atilde;o era a mais importante. Tornou-se, de fato, ap&oacute;s se tornar capital.&nbsp;
&Eacute; muito comentado que a mudan&ccedil;a aconteceu porque o Rio de Janeiro era o principal porto para escoar a produ&ccedil;&atilde;o das Minas Gerais. Isso &eacute; uma meia verdade, uma vez que o ciclo do ouro, iniciado em 1690, j&aacute; estava em decad&ecirc;ncia em 1763. Na real, o objetivo era justamente controlar o que ainda restava e tentar dar um novo impulso a esse com&eacute;rcio.&nbsp;
Acontece que o ouro n&atilde;o era o &uacute;nico "produto" que passava pelos portos do Rio de Janeiro: tamb&eacute;m havia um grande fluxo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120917-5-brasileiros-que-lutaram-pelo-fim-da-escravidao-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pessoas escravizadas</a>, que (infeliz e terrivelmente) eram essenciais para a economia do Brasil, na &eacute;poca.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/03/a-03123336025535.jpg" alt="a" />Largo do Pa&ccedil;o Imperial, atual Pra&ccedil;a XV, no Rio de Janeiro. (Fonte: O Di&aacute;rio Imperial / Jean Baptiste Debret, c. 1830)
Existe ainda um terceiro fator que estimulou a mudan&ccedil;a da capital para o Rio de Janeiro: sua proximidade com as prov&iacute;ncias ao sul do Brasil, pr&oacute;ximas da Am&eacute;rica Espanhola. Essa era uma &eacute;poca muito pr&oacute;spera para os espanh&oacute;is na regi&atilde;o da Argentina e Uruguai. Como a regi&atilde;o sul tinha grandes rela&ccedil;&otilde;es com os vizinhos, a Coroa Portuguesa queria proteger essa fronteira.
Do Rio de Janeiro, os governantes portugueses estariam muito mais pr&oacute;ximos para negociar com os espanh&oacute;is &mdash; e at&eacute; para se defender, caso as coisas piorassem.&nbsp;
O principal entusiasta da mudan&ccedil;a era Sebasti&atilde;o Jos&eacute; de Carvalho e Melo, na &eacute;poca secret&aacute;rio de Estado e, depois, Marqu&ecirc;s de Pombal. Ele tinha grande influ&ecirc;ncia sobre Jo&atilde;o V e, tamb&eacute;m, sobre seu sucessor, Jos&eacute; I &mdash; que assinou a transfer&ecirc;ncia da capital. Na opini&atilde;o de Pombal, a fam&iacute;lia real deveria se instalar no Rio de Janeiro. Mas isso, como sabemos, s&oacute; foi acontecer l&aacute; em 1808, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119895-a-conturbada-e-imunda-jornada-da-corte-portuguesa-para-o-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quando a corte fugiu</a> das tropas de Napole&atilde;o.

thumb-image-2024-02-29T14:06:40.118Z

Por que a capital do Brasil mudou de Salvador para o Rio, há 260 anos?

Imagem de Afinal, Santo Expedito realmente existiu? no megacurioso

Saiba mais sobre a história e as controvérsias por trás de Santo Expedito, o protetor das causas urgentes e um dos mais populares santos da Igreja Católica

<head></head><body>Uma das figuras mais conhecidas e populares do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121451-6-fatos-curiosos-sobre-a-igreja-catolica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">catolicismo</a>, o Santo Expedito pode na verdade nunca nem mesmo ter existido. Tido como o protetor das causas urgentes, especialistas hoje questionam a veracidade por trás da história do famoso santo católico.Mas antes de mergulhar no mar de dúvidas acerca de sua existência, primeiro é preciso conhecer um pouco mais sobre a história do possível mártir que acumula legiões de fiéis e é patrono da polícia militar brasileira.<h2>Quem foi Santo Expedito?</h2>Segundo o catolicismo, antes de se tornar um santo, Expeditus teria sido um comandante romano que viveu entre os séculos III e IV. Foi daí que veio toda a iconografia da cultuada figura, com seu traje típico de legionário, com armadura, manto e túnica.Ele teria comandado a 12ª legião, conhecida como Fulminata, composta de homens aquartelados em Melitene, uma cidade na <a href="https://www.megacurioso.com.br/turismo-e-viagens/45392-8-lugares-emblematicos-da-armenia-que-valem-a-pena-ver.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Armênia</a> que funcionava como uma espécie de base militar dos romanos na região. A missão de Expeditus e seu batalhão de quase 7 mil soldados era&nbsp;manter a segurança do império romano, impedindo ameaças em potencial como invasões de povos do oriente.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/23/23121009927145.jpg" alt="Santo Expedito é patrono da polícia militar brasileira">Santo Expedito é patrono da polícia militar brasileiraA história conta que no dia 19 de abril de 303 d.C., o comandante teria tido sua fé posta em cheque quando tentaram convertê-lo aos deuses pagãos. Cristão, Expeditus teria se negado a renegar a própria fé, sendo então <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123607-os-5-santos-martires-com-os-destinos-mais-terriveis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">martirizado</a> e decapitado com uma espada a mando do imperador Diocleciano. Seus soldados também teriam todos sido assassinados.Ainda que seja venerado por devotos em todo o mundo, Santo Expedito curiosamente não consta no Martirológio Romano, o catálogo dos santos da Igreja Católica.<h3>Santo Expedito pode nunca ter existido</h3>Segundo o estudioso de cristianismo antigo e hagiólogo Thiago Maerki, Santo Expedito chegou a constar no Martirológio Jeronimiano, o mais antigo catálogo dos mártires cristãos. Segundo Maerki, pesquisador na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e associado da Hagiography Society nos EUA, a autoria do catálogo é atribuída a São Jerônimo — que, por sua vez, foi um teólogo que viveu entre os anos de 347 e 420 d.C.O pesquisador explica que o pouco que se conhece a respeito da história de Expedito é muito&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118235-3-passagens-da-biblia-cheias-de-controversias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">controverso</a>. "Quase nada se sabe sobre a vida e sobre o martírio dele, é muito difícil reconstruir qualquer detalhe da vida dele, justamente porque ele é lembrado em pouquíssimo documentos," explica o hagiólogo. Mesmo em meio a tantas dúvidas, Maerki pontua que "de qualquer forma, ele se tornou um santo extremamente popular."<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/23/23121239484146.jpg" alt="Mesmo em meio a dúvidas sobre sua existência, Santo Expedito é muito popular entre os católicos">Mesmo em meio a dúvidas sobre sua existência, Santo Expedito é muito popular entre os católicosUma das principais controvérsias envolvendo o santo tem a ver com seu nome. Maerki explica que pesquisas do padre jesuíta belga Hipólito Delehaye indicam que Expedito nunca existiu e que "na verdade que seu nome tenha sido uma pronúncia incorreta de Elpídio, no caso Santo Elpídio, que teria sido mártir também."Ainda sobre seu nome, uma possibilidade curiosa é a de que sua existência não passe de uma grande confusão. Séculos atrás, era comum às igrejas enviarem pacotes umas às outras contendo relíquias relacionadas a santos. O pesquisador explica que o nome de Santo Expedito "seria derivado de 'expeditu', no latim, que significa expedido, enviado."Ou seja, segundo esta hipótese, a má interpretação do rótulo dos pacotes como sendo o nome de um santo poderia ser a responsável pelo surgimento de uma das figuras mais famosas da Igreja Católica.</body>

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