Algumas das mentes mais brilhantes encerraram suas vidas em hospícios.

Os manicômios, também denominados hospícios, eram hospitais especializados no tratamento de doenças mentais. Historicamente, esses locais se caracterizavam pela presença de maus tratos e pela segregação dos pacientes, que eram renegados por suas famílias e até pelos médicos.Hoje, há uma <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/239386-saiba-nise-silveira-cientista-esnobada-governo-bolsonaro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">luta antimanicomial</a> que defende que as pessoas passando por isso não sejam mais submetidas a esse tipo de tratamento. E algumas dessas pessoas foram personalidades muito conhecidas, que também acabaram seus dias esquecidas dentro de um manicômio em algum lugar do mundo.<h2>1. Marquês de Sade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/03/03150759282183.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Marquês de Sade foi condenado a um manicômio por Napoleão Bonaparte. (Fonte: Julien M. Hekimian/Getty Images)</figcaption></figure></figure>Donatien Alphonse François de Sade, ou simplesmente <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100207-a-assustadora-vida-de-marques-de-sade-o-homem-mais-depravado-da-historia.htm#:~:text=Nos%20relatos%20policiais%2C%20consta%20que,da%C3%AD%2C%20esse%20comportamento%20s%C3%B3%20aumentaria." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marquês de Sade</a>, talvez seja o autor mais conhecido da França. Seus romances, escritos durante o século XVIII, escandalizaram pelo retrato que faziam do sexo, da violência e da blasfêmia. Não por acaso, seu próprio nome virou um substantivo: sadismo.Muitos dos temas sobre os quais ele escreveu saíram de sua vida. Isso o levou à prisão várias vezes, das quais ele era liberado após sua família pagar uma multa. Mas, com a ascensão de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119827-o-inacreditavel-plano-de-salvar-napoleao-bonaparte-do-exilio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Napoleão Bonaparte</a> ao poder, tudo mudou para ele.Isso porque Napoleão detestava as obras de Sade, as chamando de "abominável" e fruto de "uma imaginação depravada". O imperador, então, mandou prender novamente o marquês em 1801 e, desta vez, ele não recebeu indulto. Sade foi diagnosticado com "demência libertina" e internado em um manicômio, onde passou os últimos 11 anos de sua vida.&nbsp;<h2>2. O compositor Robert Schumann</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/03/03150713464178.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O compositor Robert Schumann sofreu com sérios distúrbios que o levaram a tentar o suicídio. (Fonte: Hulton Archive/Getty Images)</figcaption></figure></figure>O grande compositor alemão <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/44723-proxima-parada-alemanha-prepare-se-para-conhecer-esse-majestoso-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Robert Schumann</a> nasceu em 1810, no Reino da Saxônia, onde iniciou o estudo da música aos sete anos e compôs quase 150 obras durante a vida.Ainda assim, ele poderia ter realizado uma produção muito maior, se não fosse sua luta contra doenças mentais durante toda a sua curta vida (ele morreu com 46 anos). Em 1854, os delírios que ele sofria ficaram tão fortes que ele tentou o suicídio pulando da ponte do Reno.Por conta disso, Schumann foi internado em um hospício, onde passou seus últimos dois anos. Até hoje se discute o que teria acometido o compositor, com um médico chegando até a alegar que sua psicose foi provocada pelo excesso de trabalho. O mais provável é que ele sofresse de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/104569-conheca-a-esquizofrenia-um-pouco-melhor-com-estes-13-fatos-interessantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esquizofrenia</a> ou transtorno maníaco-depressivo.<h2>3. O matemático André Bloch</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/03/03162229241212.jpeg" alt="(Fonte: Unsplash / Reprodução)"><figcaption>André Bloch passou 31 anos no hospício de Charenton por matar seu irmão e tios. (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></figure>O matemático francês André Bloch é sempre lembrado por seu trabalho em análise complexa, o que levou à elaboração de um teorema e uma constante com seu nome. Contudo, sua vida, e principalmente sua saúde mental, foram conturbadas: ele passou a maior parte de sua vida adulta em um manicômio, após matar três pessoas.Bloch nasceu em 1893 em Besançon, França, e foi convocado, ao lado de seu irmão, para lutar na Primeira Guerra Mundial. Após os dois serem liberados, André acabou assassinando seu irmão, Georges, além de sua tia e seu tio.Depois disso, ele foi enviado para o hospício de Charenton, onde passou os próximos 31 anos de sua vida. Segundo o próprio matemático, sua doença mental corria no lado da família de sua mãe. Por conta disso, ele declarou ao médico de que queria aniquilar toda a sua linhagem.<h2>4. O poeta John Clare</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/03/03162441831215.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Apesar de ter saído por um período, John Clare viveu seus últimos anos de vida no sanatório de Northamptonshire. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>John Clare chegou a ser descrito como o melhor poeta rural da Inglaterra, por conta de seu talento para escrever sobre a beleza natural dos campos. Nascido em 1793, ele foi filho de trabalhadores rurais e publicou seu primeiro livro em 1820.Clare lutou durante toda a vida para se sustentar, o que o afetou tanto física quanto mentalmente. Em 1836, seu médico recomendou que ele se isolasse em um sanatório em Essex para se recuperar. Foram cinco anos lá, até que um dia ele simplesmente resolveu sair e andar a pé. Cinco meses depois, ele voltou para o Northampton Lunatic Asylum, onde viveu os últimos 23 anos de sua vida.&nbsp;Melancolicamente, John Clare descreveu o lugar como "o inferno purgatório e a bastilha francesa da liberdade inglesa, onde pessoas inofensivas são presas e torturadas até morrerem".

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4 pessoas célebres da história que morreram em manicômios

A cidade, abandonada no final dos anos 1990, seguia o modelo de sociedade sem classes defendido pelos soviéticos.

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/46813-10-segredos-da-uniao-sovietica-que-voce-talvez-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">União Soviética</a> (URSS) foi dissolvida em dezembro de 1991, mas ainda há vestígios dela em alguns lugares. Um deles é Pyramiden, uma&nbsp;cidade abandonada que fica em uma ilha pertencente à Noruega, no Círculo Polar Ártico, onde ocorreu a exploração de carvão durante décadas.Localizada no arquipélago de Svalbard, a cidade nomeada em homenagem à montanha com forma de pirâmide nas proximidades foi adquirida pelos soviéticos em 1927. Em seguida, a empresa Trust Arktikugol iniciou a exploração das minas, enviando trabalhadores russos e ucranianos.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/01/01182312410005.jpg" alt="A antiga cidade mineradora fica no "><figcaption>A antiga cidade mineradora fica no "meio do nada". (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Na década de 1950, ela se transformou em um modelo idealizado da cultura soviética com a construção de estruturas de última geração. Hospital, cafeteria, estufas, bares e um “Palácio Cultural” com piscina aquecida, quadra de basquete, cinema, área de shows e biblioteca eram algumas delas.Oferecendo qualidade de vida superior, Pyramiden atraiu pessoas de cidades vizinhas interessadas em aproveitar os benefícios disponibilizados para todos, chegando a ter mais de 1 mil moradores em seu auge. Muitos estrangeiros também foram morar lá, pois não havia exigência de <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/259729-possivel-tirar-visto-americano-forma-online.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">visto</a>.<h2>Por que Pyramiden foi abandonada?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/01/01182944634008.jpg" alt="A população deixou a região por volta de 1998. (Fonte: Unsplash)"><figcaption>Os mineiros deixaram a região em 1998. (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></figure>A cidade soviética no Ártico norueguês prosperou até meados dos anos 1990, mesmo com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120813-uniao-sovietica-veja-5-motivos-que-levaram-a-potencia-ao-fim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fim da URSS</a>. Porém, um trágico acidente de avião, em 29 de agosto de 1996, iniciou a decadência da localidade, matando os 141 passageiros e todos os tripulantes.Fretada pela Trust Arktikugol, a aeronave partiu de Moscou em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128545-silo-internacional-de-svalbard-o-banco-de-sementes-da-noruega-que-guarda-90-de-todas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">direção a Svalbard</a>, mas uma falha na comunicação a desviou da rota, levando o avião direto a uma montanha. A maioria dos viajantes morava em Pyramiden, que foi seriamente afetada pelas mortes.Tomada pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122908-depressao-conheca-os-6-tipos-mais-comuns-da-doenca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">depressão</a>, a cidade também teve problemas com o governo russo, decidido a não investir mais como na época da União Soviética. Sem o dinheiro, a exploração das minas de carvão mais profundas deixou de acontecer e os lucros caíram.Em outubro de 1998, a Rússia encerrou a mineração na ilha, quando o último carregamento de carvão partiu, levando junto as poucas pessoas que ainda residiam na localidade. Desde então, ela se tornou uma cidade fantasma.<h2>Pyramiden hoje</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/01/01182645070007.jpg" alt="Aproximadamente 10 pessoas ainda vivem em Pyramiden. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Aproximadamente 10 pessoas ainda vivem em Pyramiden. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>De acordo com a BBC, Pyramiden&nbsp;permanece praticamente do mesmo jeito que estava quando os últimos moradores foram embora. Casas, lojas, escolas e o busto do revolucionário comunista, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128618-100-anos-da-morte-de-lenin-quem-foi-o-lider-russo-e-qual-e-o-seu-legado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vladimir Lenin</a>, permanecem intactos.Funcionando como um museu vivo, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123583-6-cidades-fantasmas-da-extinta-uniao-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cidade fantasma soviética</a> é atualmente o lar de cuidadores e guias — menos de 10 pessoas vivem por lá, junto a ursos polares e outros animais — que recebem milhares de turistas anualmente. Os visitantes chegam durante o verão, quando o sol não se põe até a mudança de estação, enquanto o inverno é marcado pela escuridão que dura meses.

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Pyramiden: conheça a cidade fantasma soviética no Ártico norueguês

Os artefatos provavelmente eram da nobreza do antigo império, que governou a região entre os séculos V a.C. e IV d.C.

Arqueólogos encontraram diversos artefatos em<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119955-6-tumulos-de-figuras-famosas-que-nunca-foram-encontrados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;túmulos</a> milenares localizados na cidade de Turquistão, que fica na região sul do Cazaquistão, provavelmente associados ao antigo reino de Kangju. Entre os itens descobertos, há joias de ouro e outros objetos de 2 mil anos.Conforme revelou o governo do país asiático, as relíquias estavam em um conjunto composto por três túmulos, dos quais dois já haviam sido saqueados. No entanto, a terceira sepultura guardava uma coleção de itens de grande valor financeiro e histórico, produzidos entre os séculos I a.C. e I d.C.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05184533548002.jpeg" alt="Espelho de bronze da época do reino Kangju. (Fonte: Governo do Cazaquistão/Divulgação)"><figcaption>Espelho de bronze da época do reino Kangju. (Fonte: Governo do Cazaquistão / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Um dos destaques é um grande espelho de bronze com desenho em arco de oito lados, no verso, e um furo no centro. Essas características sugerem que ele possivelmente tenha sido fabricado na China, durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/6-fatos-fascinantes-sobre-a-dinastia-han" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinastia Han</a>, que durou de 206 a.C. a 220 d.C., de acordo com o relatório dos especialistas, divulgado no final de maio.A presença dele em meio aos artefatos, naquela região, pode ser um indício da existência de ligações comerciais e relações diplomáticas entre Kangju e outros impérios do mundo antigo, segundo os autores da descoberta. Vale destacar que algumas cidades do estado faziam parte da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122654-alaqai-beki-a-rainha-mongol-que-governou-a-rota-da-seda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rota da Seda</a>, ligando a Europa ao Oriente.<h2>Outras relíquias valiosas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/05/05184617789003.jpeg" alt="Brincos de ouro cheios de ornamentos. (Fonte: Governo do Cazaquistão/Divulgação)"><figcaption>Brincos de ouro cheios de ornamentos. (Fonte: Governo do Cazaquistão / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Além do espelho de bronze, que na época era utilizado apenas por mulheres ricas e influentes, a expedição aos túmulos nas proximidades de Turquistão descobriu mais itens altamente valorizados, como um broche de estilo romano, um sapato e uma fivela de cinto. Entre as relíquias achadas, também havia dois brincos de ouro.Estima-se que esses brincos extremamente ornamentados sejam do século I a.C. Em formato de meia-lua, eles foram produzidos a partir de uma liga de ouro policromático e enfeitados com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121170-descubra-como-essas-6-pedras-preciosas-se-formam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rubis</a> e turquesa, além de apresentarem decorações na parte inferior desenvolvidas para refletir a luz solar.Havia mais itens nas sepulturas, como um jarro de cerâmica e uma ponta de flecha que era utilizada para caçar pássaros, segundo os arqueólogos. Agora, todos os objetos deverão ser expostos no Museu Nacional da República do Cazaquistão, na cidade de Astana.<h2>Como Kangju era formado?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06100505193027.jpg" alt="Território de Kangju na antiguidade. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Território de Kangju na antiguidade. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Antigo reino da Ásia Central, o estado de Kangju era formado por diferentes povos, de acordo com o arqueólogo da Universidade Ozbekali Zhanibekov, Aleksandr Podushkin. A federação pouco conhecida, que também incluía os nômades de Sármatas, Saki e Xiongnu, durou até por volta do século IV.China Antiga, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma Antiga</a> e o Império Kushan eram alguns dos prováveis parceiros comerciais do reino no&nbsp;estado da Transoxiana, região que ocupava áreas dos atuais Cazaquistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Quirguistão.

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Joias de 2 mil anos do reino Kangju são achadas em túmulos no Cazaquistão

Modalidade ainda é uma tradição entre habitantes da cidade de Ashbourne durante a quarta-feira de cinzas. 

Remontar as origens do futebol não é exatamente uma tarefa fácil. No século XII, por exemplo, William Fitzstephen registrou as festividades da terça-feira de carnaval em Londres, descrevendo jovens que saíam para os campos para participar de um "jogo de bola". Posteriormente, o esporte também passou a ser descrito como <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/127550-6-praticas-medievais-que-parecem-estranhas-demais-para-serem-verdadeiras-mas-sao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">futebol medieval</a> ou Royal Shrovetide Football — na língua local.A modalidade era praticada entre uma comunidade ou colocando aldeias umas contra as outras. Contudo, a violência do jogo fez com que a prática fosse banida da Inglaterra por alguns anos até que as suas regras fossem adaptadas ao esporte tão popular na modernidade.<h2>As regras do futebol medieval</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27224253883373.jpg" alt="Violência do futebol medieval já fez esporte ser banido no passado. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Violência do futebol medieval já fez o esporte ser banido no passado. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O Royal Shrovetide possuía regras conhecidas: cada time precisaria levar a bola até o gol do adversário para obter uma pontuação. No entanto, o número de jogadores em cada equipe era ilimitado e as regras eram muito flexíveis — para não dizer inexistentes. Um atleta poderia chutar a bola, mas usar mãos e tacos também era algo permitido no jogo. Por esse motivo, era comum que brigas fervorosas acontecessem ao longo da disputa.Em 1280, por exemplo, uma tragédia aconteceu durante um jogo em Ulgham, em Northumberland. Um dos jogadores envolvidos na partida faleceu após ser furado por uma adaga portada pelo seu oponente. Então, em 1283, alguns jogadores passaram a seguir as regras de outro jogo chamado "La Soule", criado na França e que usava uma bola rígida.Não bastou muito tempo para que um atleta fosse atingido na cabeça pela bola de pedra e também falecesse. Mas as tragédias não pararam por aí. Em 1303, um estudante da Universidade de Oxford também teria sido morto por estudantes irlandeses durante uma disputa de futebol medieval, o que criou a imagem de jogo violento para todos.<h2>Banimento do esporte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27224344575375.jpg" alt="Disputas do futebol medieval ainda são tradição em Ashbourne, na Inglaterra. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Disputas do Royal Shrovetide ainda são tradição em Ashbourne, na Inglaterra. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Com todos os incidentes que ocorreram no intervalo de poucas décadas e as incontáveis lesões não-fatais que também foram registradas, as autoridades da Inglaterra começaram a ficar preocupadas com o futebol medieval. Em 1314, o prefeito de Londres, com o apoio do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116347-arqueologos-encontram-estatua-decapitada-que-pode-ser-do-rei-eduardo-ii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rei Eduardo II</a>, decretou oficialmente o banimento do esporte. "Ordenamos e proibimos em nome do rei, sob pena de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120678-4-inacreditaveis-fugas-de-prisao-e-a-historia-por-tras-delas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prisão</a>, que tal jogo seja usado na cidade no futuro", declarou em comunicado oficial.O mesmo aconteceu na França em 1331, quando o rei Filipe VI decidiu proibir a "La Soule". Com isso, o esporte precisou ser adaptado ao longo de vários anos até que se tornasse ao futebol moderno que conhecemos hoje, mas isso não significa que as práticas medievais morreram por completo.Em Ashbourne, na Inglaterra, cidadãos se reúnem até hoje na terça-feira de carnaval e quarta-feira de cinzas para a realização de partidas de Royal Shrovetide Football. Com isso, as regras da sociedade são brevemente suspensas para que o caos possa reinar controladamente em uma incrível e bizarra cerimônia cultural.

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Royal Shrovetide Football: o futebol medieval banido da Inglaterra

Itens achados em escombros incluem peça de xadrez e até um dado em bom estado de preservação.

Um grupo de arqueólogos encontrou fragmentos de uma coleção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121933-5-dos-mais-antigos-jogos-de-tabuleiro-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jogos de tabuleiro</a> datados do período medieval na Alemanha. Com quase 1 mil anos, os itens foram descobertos em um castelo no sul do país e passam atualmente por uma análise antes de serem apresentados ao público.As peças incluem uma unidade do cavalo do xadrez e um dado convencional de seis lados para uso em uma atividade ainda desconhecida. Além disso, há quatro versões de uma espécie de disco em forma de flor, provavelmente componente de algum outro jogo.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125415-5-provas-que-a-vida-na-idade-media-nao-era-muito-facil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5 provas que a vida na Idade Média não era muito fácil</a></li></ul>Todos estão em um estado considerado ótimo de preservação e foram encontrados debaixo de escombros de uma parede, em uma construção na região de Baden-Württemberg. As escavações aconteceram há dois anos, mas só agora os primeiros resultados foram divulgados.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06090639325006.jpg" alt="O disco em forma de flor, com traços de uma tinta na cor vermelha. (Fonte da imagem: University of Tübingen)"><figcaption>O disco em forma de flor, com traços de uma tinta na cor vermelha. (Fonte: University of Tübingen)</figcaption></figure></figure>O que mais impressiona nas peças encontradas é o visual praticamente intacto, o que provavelmente só aconteceu porque elas ficaram protegidas da ação do tempo pelos escombros. Ainda não há uma certeza do período das peças, mas a estimativa é de que elas foram confeccionadas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128202-idade-das-trevas-afinal-a-idade-media-foi-realmente-tao-sombria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">entre os séculos XI e XII</a>.<h2>Jogos de tabuleiro na Idade Média</h2>Segundo os pesquisadores, jogos de tabuleiro são muito raros de se encontrar em sítios arqueológicos anteriores ao século XIII, ao menos na Europa Central. Uma coleção variada é algo ainda mais impressionante, comprovando que a pessoa em questão era de fato admiradora desse passatempo.Ainda assim, a presença deles em um castelo não é tido como uma surpresa. De acordo com Jonathan Scheschkewitz, um dos arqueólogos que lidera a análise dos objetos, uma das sete habilidades que&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/41885-6-dos-cavaleiros-mais-celebres-da-era-medieval.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um bom cavaleiro</a>&nbsp;deveria dominar na Idade Média era o xadrez. Até por isso, era comum que ao menos esse jogo fosse encontrado em residências de prestígio.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119125-os-5-jogos-de-xadrez-mais-antigos-ja-encontrados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os 5 jogos de xadrez mais antigos já encontrados</a></li></ul>No caso da peça de xadrez, esculpida manualmente e com 4 cm de altura, há até detalhes de olhos e da crina do cavalo. Sinais de desgaste no topo indicam que ele era usado sendo levantado e movido exatamente da forma que é hoje, o que indica "uma surpreendente continuidade" de hábitos e regras do jogo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06090807970007.jpg" alt="O cavalo e o dado encontrados em um castelo na Alemanha. (Fonte da imagem: University of Tübingen)"><figcaption>O cavalo e o dado encontrados em um castelo na Alemanha. (Fonte: University of Tübingen)</figcaption></figure></figure>Já as peças em forma de flor possuem traços de uma tinta avermelhada, indicando que essa era provavelmente a cor de um dos jogadores.A pesquisa é uma colaboração da University of Tübingen, na Alemanha, com o Instituto de Arqueologia da Alemanha e o órgão público de preservação da região, que pretende abrir uma exposição ainda em 2024.

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Jogos de tabuleiro de 1 mil anos são descobertas em castelo alemão

O Dia D foi o mais aguardado da Segunda Guerra Mundial e poucos sabem que ele não foi um sucesso.

Há 80 anos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121854-como-um-servico-de-espionagem-levou-ao-escandalo-de-watergate.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dwight D. Eisenhower</a> tomou uma decisão: não seria mais adiado o plano estratégico das tropas Aliadas para derrotar a Alemanha nazista de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121500-hitler-tinha-planos-de-aniquilar-a-etnia-polonesa-em-ate-20-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a>. Entre 28 de novembro e 1º de dezembro de 1943, os líderes dos Aliados — Josef Stalin, Winston Churchill e Franklin Roosevelt — se reuniram no Irã para o que ficou conhecido como a Conferência de Teerã, uma reunião realizada para determinar os esboços de uma série de decisões militares e políticas que precisavam ser feitas para derrotar as potências do Eixo, principalmente a Alemanha de Hitler — o maior problema da Segunda Guerra Mundial.Foi à mesa com esses importantes líderes que surgiu o plano para a invasão da Europa Ocidental, a Operação Overlord, que no inglês significa "senhor supremo", tamanha era a magnitude e importância dessa missão para a guerra. O termo foi cunhado por Eisenhower, o general americano e Comandante Supremo Aliado na Europa, encarregado, em 1943, de coordenar e supervisionar todas as operações militares na Europa Ocidental.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/24/24114031784093.jpg" alt="Dwight D. Eisenhower comandou o Dia D. (Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Dwight D. Eisenhower comandou o Dia D. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em janeiro de 1944, Eisenhower se juntou ao marechal de campo britânico Bernard Law Montgomery, que se tornaria o comandante essencial do 21º Grupo de Exércitos das forças aliadas que desembarcariam por terra na <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/44525-70-anos-do-dia-d-que-definiu-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Normandia</a>, para examinar o trabalho feito por Frederick Morgan, então designado Chefe de Estado-Maior do Comandante Supremo Aliado, para garantir todos os aspectos logísticos e estratégicos da Operação Overlord.Eisenhower e Montgomery perceberam que apenas três divisões de tropas não seriam suficientes, sendo necessário não só mais praias, como alargar a área de invasão para incluir a base da Península Contentin, na parte oeste da Normandia, peça-chave para o sucesso da operação devido sua posição estratégica para suprimentos e reforços. Eisenhower determinou que precisariam de 8 divisões na primeira leva do ataque, que seria por meio de 8 mil aviões e 5 mil navios. Seria uma média de 160 mil soldados lutando pelo mesmo propósito: esmagar os nazistas.Há 80 anos, em 6 de junho de 1944, acontecia o Dia D, a invasão da Normandia que determinou a Segunda Guerra Mundial.<h2>O Dia D... de desastre?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/24/24114238037097.jpg" alt="Os líderes dos Aliados eram Josef Stalin, Franklin Roosevelt e Winston Churchill. (Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Os líderes dos Aliados eram Josef Stalin, Franklin Roosevelt e Winston Churchill. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Era primavera na França, final de maio e início de junho, um dos motivos pelo qual essa temporada de planejamento é chamada de “primavera das expectativas”. Afinal, estamos falando do maior ataque anfíbio da Segunda Guerra Mundial, e também o da história registrada até aquele momento.Havia uma apreensão generalizada entre os líderes Aliados, denominada “agitação do Dia D”, sobretudo por parte dos britânicos. Afinal, as postergações da Operação Overlod tinham relação com a escassez de barcaças de desembarque e com o medo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120259-racismo-genocidio-e-esterilizacao-o-legado-de-winston-churchill.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Churchill</a> em se comprometer com a invasão.&nbsp;De um lado, havia o receio de que Roosevelt não estivesse totalmente comprometido com a política da “Alemanha primeiro” definida na Conferência de Teerã, porque os americanos começaram a desviar massivamente homens, navios, armamentos e equipamentos para o Pacífico – onde se encontravam os japoneses. Do outro lado, pairava sobre os britânicos o fantasma do desastre que foi a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/103513-resgate-em-dunkirk-conheca-os-detalhes-que-ficaram-de-fora-do-filme.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Batalha de Dunquerque</a> em 1940 e sua consecutiva Operação Dínamo de retirada das tropas do norte da França.Como se isso não fosse o bastante, o status da França era indeterminado para os líderes dos Aliados, ninguém sabia como eles, liderados pelo então presidente Charles de Gaulle e do que era essencialmente um futuro governo provisório, receberiam a invasão. E pela maneira como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119067-simone-segouin-a-guerrilheira-da-resistencia-que-matava-nazistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">resistência&nbsp;</a>se mostrava ameaçadora com a aproximação dos Aliados do país, tudo indicava que a única chance deles poderia ir para os ares.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/24/24114547252099.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>A Operação Overlord foi o maior ataque anfíbio da Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Era por essa e por tantas outras que o general Eisenhower precisava se assegurar de que a Overlord fosse um sucesso. Para não haver erros, ele desenhou cada etapa da maneira mais detalhada o possível, a ponto de a 3ª Divisão canadense apelidar a missão de Operação Overboard (no inglês, overboard significa "exagerar") ao receber o planejamento da Operação Netuno – o estágio crucial da travessia do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/110748-12-curiosidades-sobre-o-canal-da-mancha-que-voce-provavelmente-nao-conhece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Canal da Mancha</a>.Por ter dado “certo”, até hoje o Dia D é visto como um triunfo de planejamento e bravura, sobretudo dos EUA, mas pouco se fala sobre como a operação beirou o desastre ou que foi catastrófica em certo ponto. Existe a ideia de que apenas por Eisenhower ser o Comandante Supremo Aliado significava que os EUA estavam no comando, quando, na verdade, se tratava de uma parceria, sendo que os britânicos fizeram grande parte do trabalho de planejamento e logística de vários aspectos das batalhas da Europa Ocidental, incluindo a Overlord.O motivo maior pelo qual Eisenhower foi escolhido para o cargo foi devido sua capacidade de fazer com que personalidades combativas trabalhassem juntas. A tarefa foi tão difícil que ele chegou a duvidar de si mesmo e ameaçou desistir da Overlord nos 45 minutos do segundo tempo, quando os britânicos recuaram nos planos de bombardear as linhas alemãs antes do desembarque na Normandia.Em seu livro de memórias, Cruzada na Europa (1948), o general estava tão certo de como poderia tudo dar errado que escreveu uma declaração a ser emitida assim que o fiasco se tornasse real – o que, de certa forma, foi. As bombas pelas quais ele lutou tanto para ser lançadas erraram seus alvos imediatos, os bombardeios navais foram ineficazes, os tanques anfíbios acabaram não sendo muito anfíbios, e o clima foi o segundo maior inimigo das tropas Aliadas. No final das contas, o que tem de incrível no Dia D é que ele deu certo.<h2>Heil&nbsp;arrogância</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/24/24114756828106.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Foram usados 8 mil aviões e 5 mil navios no Dia D. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O que mais os Aliados temiam é que os nazistas descobrissem como e quando aconteceria a invasão à França, que esperavam desde 1942. Hitler se preparou por dois anos para isso, ordenando que erguessem uma série de fortificações, criando o que ficaria conhecido como Muralha da Atlântico, uma rede de bunkers, posicionamento de armas e obstáculos de pouso que cobria 3,862 quilômetros da costa francesa.Hitler sempre soube que os Aliados estavam prestes a atacar, e estava tranquilo, pois tinha os homens, as armas e as fortificações para isso – além, é claro, de uma arrogância acima do normal em superestimar a capacidade alemã. A questão é que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122656-como-palavras-cruzadas-quase-revelaram-a-invasao-da-normandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o ditador foi enganado</a> o tempo todo sobre onde a invasão aconteceria.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/24/24114859594112.jpg" alt="Adolf Hitler. (Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Adolf Hitler foi enganado pela inteligência britânica. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por meio de uma série de planos complicados de despistamento do Sistema Doble Cross de espionagem, sob o título geral de Plano Fortitude, a inteligência britânica fez os nazistas acreditarem que um “IV Exército britânico” desembarcaria na Noruega, onde Hitler, para o desespero dos seus generais, insistiu em manter mais de 400 mil homens.Os agentes duplos e espiões capturados pelos britânicos fizeram uma campanha contra os nazistas para convencê-los de que o desembarque na Normandia era apenas uma preliminar ou uma tática diversionária e que o verdadeiro ataque viria mais tarde, em Pas de Calais, nos Altos da França, uma região, de fato, perfeita para isso acontecer.&nbsp;Para tornar mais crível, os Aliados posicionaram arremedos de tanques, aviões e até navios de desembarque no sudeste da Inglaterra, sob o comando do general George Patton, o líder que os alemães mais temiam.<h2>A única lembrança</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/24/24115017101113.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Cerca de 160 mil soldados Aliados desembarcaram na Normandia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O Dia D não foi apenas um pesadelo para ser fabricado – foi um pesadelo como um todo. Nem todo o planejamento de Eisenhower poderia tê-los preparado para a realidade brutal que a retomada da Europa significaria para as tropas. Os mentores da Overlord previam que o êxito ou o fracasso seriam decididos nos dias arriscados imediatos após os desembarques, mas o general foi aconselhado a esperar que a maioria dos soldados morresse na tentativa de invasão, enquanto para os paraquedistas era previsto uma taxa de 75% de mortalidade assim que pousassem atrás das linhas inimigas.Era para a invasão ter acontecido em 5 de junho de 1944, como os nazistas previam, mas o mau tempo fez Eisenhower adiar a invasão para os primeiros momentos da manhã seguinte. Definitivamente, decidir o start&nbsp;daquela guerra foi o maior ato de bravura dele como general porque sabia o que estava por vir.Às 6h30, de 6 de junho de 1944, os Aliados desembarcaram cerca de 73 mil soldados americanos e 83 mil britânicos e canadenses nas cinco praias ao longo da costa da Normandia, em meio a um mar revolto, enfurecido, e uma neblina que fez deles fantasmas antes mesmo de morrerem.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/24/24115045862114.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Cerca de 73 mil soldados americanos e 83 mil britânicos e canadenses desembarcaram na Normandia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Nas primeiras 24 horas da tão aguardada invasão, cerca de 4.500 mortes aconteceram, com baixas piores na praia de Omaha, no setor dos EUA, com cerca de 2 mil soldados americanos, em comparação com as 9 mil baixas das forças alemãs. Estamos falando de números apenas aproximados porque foi impossível obter a quantidade exata de mortes devido à confusão nos registros do cenário caótico.Apesar de terem sido pegos de surpresa, a resistência alemã foi brutal e começou a mais de 5 mil metros da costa. Milhares de soldados foram mortos por disparos de metralhadora enquanto eram silhuetas na neblina caminhando em direção às praias. Homens foram dilacerados por tiros antes de sequer conseguirem saltar de sua aeronave. A Companhia A, o 1º Batalhão e a Divisão 116º de Infantaria perderam 60% de seus homens em apenas 20 minutos. Os vários soldados alojados nos tanques anfíbios que Eisenhower defendeu tanto se afogaram quando bateram na água cedo demais e afundaram como caixões de metal.Da mesma maneira que muita coisa não aconteceu no Dia D, da disciplina que se esperava ante o ataque aos brados de vitória, muita coisa também nunca saberemos. Apesar de estarmos falando de uma das operações mais documentadas da segunda metade do século XX, o véu da guerra realmente é real e mantém muita coisa em mistério.&nbsp;Talvez sejam suficientes as declarações dos sobreviventes sobre o que aconteceu, como a de Ted Cordery, um veterano que estava no convés superior do HMS Belfast quando a invasão foi lançada. Em entrevista à BBC em 2019, ele disse, aos 95 anos, que morreria com a lembrança das lesões, dos homens dilacerados e do medo que viu em seus olhos. Quando indagado sobre o que fez para ajudá-los, ele apenas respondeu: “Não havia nada que eu pudesse fazer a respeito. Apenas olhei e chorei”.

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80 anos do Dia D: quando a invasão da Normandia quase deu errado

A tentativa de remoção cirúrgica do câncer pode ter marcado o início da medicina moderna.

Os tratamentos cirúrgicos para o câncer podem ser mais antigos do que se pensava, de acordo com um novo estudo, liderado pela arqueóloga da Universidade de Tübinge (Alemanha), Tatiana Tondini. A equipe descobriu evidências de tentativas de remoção de tumores em crânios de pessoas que viveram há 4 mil anos no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115518-as-5-historias-mais-incriveis-sobre-o-nascimento-do-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito Antigo</a>.Conforme a pesquisa publicada na revista Frontiers in Medicine, no dia 29 de maio, um dos crânios apresenta marcas de cortes provavelmente feitas com um objeto pontiagudo de metal. Elas estavam próximas a um grande tumor primário e ao redor de outras 30 lesões menores.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31103559077068.jpg" alt="Tumor do tamanho de uma moeda em um dos crânios. (Fonte: Frontiers in Medicine/Reprodução)"><figcaption>Tumor do tamanho de uma moeda em um dos crânios. (Fonte: Frontiers in Medicine / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Já o segundo crânio tinha uma lesão enorme na parte superior que levou à destruição do osso, associada ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128854-casos-de-cancer-podem-aumentar-77-ate-2050-alerta-oms.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer</a> ósseo ou a um tipo de tumor chamado meningioma. Também foram localizadas outras duas lesões que se acredita terem sido causadas por ataques com armas afiadas.Essas descobertas sugerem que a civilização egípcia conhecia a doença e queria desenvolver meios de lidar com ela. Até então, o registro mais antigo sobre o câncer datava do ano 1600 a.C., igualmente no Egito, em um texto que mencionava tumores de mama sem tratamento.<h2>O início da medicina moderna</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31103831770070.jpg" alt="Marcas dos cortes no crânio. (Fonte: Frontiers in Medicine/Reprodução)"><figcaption>Marcas dos cortes no crânio. (Fonte: Frontiers in Medicine / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pertencente à Coleção Duckworth da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, o crânio “236” era de um indivíduo do sexo masculino que viveu em algum momento entre os anos 2687 e 2345 a.C. no Antigo Egito. Ele tinha de 30 a 35 anos quando morreu, segundo o estudo.Do tamanho de uma moeda, o principal <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121788-tumor-benigno-sera-que-ele-e-mesmo-inofensivo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tumor</a> identificado no material fica no topo da cabeça, enquanto as lesões menores estão espalhadas por várias áreas. As marcas de corte têm pouco ou nenhum sinal de cura, sugerindo que ocorreram próximo à morte do indivíduo, talvez em uma última tentativa de salvá-lo.“O que descobrimos é a primeira evidência de uma intervenção cirúrgica diretamente relacionada ao câncer. É aqui que começa a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122176-6-praticas-medicas-da-idade-media-e-suas-eficacias-ou-nao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina moderna</a>”, declarou à Live Science o paleopatologista da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), Edgard Camarós Perez, coautor da pesquisa.<h2>Papel da mulher na antiguidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/31/31103927907071.jpg" alt="Crânio da mulher. (Fonte: Frontiers in Medicine/Reprodução)"><figcaption>Crânio da mulher analisado no estudo. (Fonte: Frontiers in Medicine / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além do tumor cancerígeno, o crânio identificado como “E270”, também da universidade britânica, chamou a atenção pelas lesões traumáticas adicionais relacionadas à violência, que estavam curadas. Os ossos pertenciam a uma mulher com mais de 50 anos que viveu em algum momento entre os anos 663 e 343 a.C.Ferimentos associados a ataques não eram comuns em mulheres, na época, sugerindo que ela poderia estar envolvida em alguma atividade de guerra. Se era este o caso, seria necessário rever o papel das mulheres nos conflitos ocorridos durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/5-artefatos-da-antiguidade-envoltos-por-misterios-ate-hoje" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antiguidade</a>, como destaca a pesquisa.

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Egípcios tentavam remover tumores da cabeça há 4 mil anos

Região peruana rica em ouro tem más condições de vida e vários efeitos provocados pelo clima.

Montanhas como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122378-5-fatos-espetaculares-sobre-o-monte-everest.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Everest</a> e o Kilimanjaro são famosas por serem os pontos de maior altitude do planeta, virando objetivo de aventureiros pelas difíceis condições de sobrevivência tão acima do nível do mar. Só que as expedições a esses locais são pontuais e não envolvem manter uma residência fixa ou a formação de uma comunidade.Uma cidade peruana pouco conhecida preenche ambos os requisitos e é considerado o local mais alto da Terra habitado por humanos. Ela se chama La Rinconada e a altitude é só um entre os vários desafios que a população precisa enfrentar para sobreviver.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123537-afinal-qual-e-a-montanha-mais-alta-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afinal, qual é a montanha mais alta do mundo?</a></li></ul><h2>Como é viver em La Rinconada</h2>A cidade de La Rinconada fica no distrito de Ananea e é parte de Puno, uma região pouco povoada, colada nos Andes, e próxima da fronteira leste com a Bolívia. Ela fica a mais de 1,4 mil km da capital Lima, sendo que uma viagem de um ponto ao outro dura quase um dia inteiro.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/28/28093330356028.jpg" alt="La Rinconada é colada nos Andes."><figcaption>La Rinconada é colada nos Andes. (Fonte: Hildegard Willer / Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Oficialmente, a cidade está a uma altitude de 5.100 metros acima do nível do mar. Para efeitos de comparação, Lima fica a 1.550 metros do nível do mar e a cidade boliviana de La Paz, que apresenta um alto grau de dificuldade de moradia ou visitação, fica a 3.640 metros.Por essa condição, o oxigênio que circula no ar e está disponível para o corpo é bastante reduzido. Quem visita a região sente com o tempo tonturas, falta de ar e dores de cabeça, além da elevação dos batimentos cardíacos.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/28/28093433165029.jpg" alt="A cidade vista de um satélite: nada nas proximidades, exceto montanhas."><figcaption>A cidade vista de um satélite: nada nas proximidades, exceto montanhas. (Fonte: European Union / Copernicus Sentinel-X)</figcaption></figure></figure>Como muitos dos moradores locais não nasceram na região ou se prepararam para essas condições, eles também sofrem os efeitos da altitude — além de terem que trabalhar, normalmente em minas com baixas condições de segurança ou cuidados básicos com a saúde.A infraestrutura também é escassa em La Rinconada, em especial pelo isolamento da região. Sem água encanada, esgoto ou coleta de lixo, o local importa alimentos de regiões próximas e só teve uma instalação elétrica oficial há menos de 30 anos.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104059-6-das-cidades-mais-altas-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 das cidades mais altas do planeta</a></li></ul>A situação nas minas também é desfavorável. Os trabalhadores apresentam doenças pulmonares com frequência, fazem jornadas de trabalho exaustivas e entram em contato com sustâncias danosas ao corpo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126902-por-que-o-ouro-e-um-mineral-tao-macio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">incluindo o mercúrio</a>.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/28/28093746279034.jpg" alt="Por dentro das ruas de La Rinconada."><figcaption>Por dentro das ruas de La Rinconada. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O índice de violência também é alto na região, com muitos crimes violentos decorrentes de brigas ou o envolvimento com grupos locais. Até para suportar todas as condições descritas acima, o consumo de álcool em excesso e de baixa qualidade é comum em La Rinconada.<h2>La Rinconada: fundada com base em ouro</h2>Se as condições de vida na região são tão precárias, por que insistir em habitar a cidade? A fundação de La Rinconada ocorreu na década de 1960, quando a febre da corrida do ouro chegou na região dos Andes.Bastante rica em minas, a área onde fica La Rinconada inicialmente serviu de moradia para funcionários de uma empresa mineradora. Com o tempo, outras companhias chegaram, além de aventureiros de várias partes da América do Sul em busca de sucesso extraindo o metal.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/28/28093655356031.jpg" alt="A região é repleta de pontos de mineração."><figcaption>A região é repleta de pontos de mineração. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A população da cidade é de menos de 7 mil pessoas, segundo o censo de 2017 realizado no Peru. Esse número chegou a 30 mil habitantes no começo dos anos 2000, quando o aumento no preço local do ouro fez a procura disparar na região.

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La Rinconada: o local de maior altitude do planeta habitado por humanos

Modalidade criada durante o governo de Mussolini misturava diversos tipos de esporte e era uma forma de "banir" jogos estrangeiros. 

Governos totalitários são, antes de qualquer coisa, ultranacionalistas. E isso não seria diferente com a Itália fascista. Numa tentativa de escantear esportes que estavam ganhando espaço no país, como o futebol e o rugby, o governo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120077-as-atrocidades-cometidas-por-mussolini-nao-conheceram-limites.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mussolini</a> resolveu criar um esporte próprio, a volata.O jogo, na verdade, não tinha nada de muito original: era uma mistura de diversos esportes com ações que podiam ser feitas tanto com os pés quanto com as mãos. E a partida ocorria, adivinhem... em um campo de futebol.Em um governo que apelava mais para a ignorância do que para a criatividade, não é de se surpreender que esse "Frankenstein esportivo" acabou sendo mais uma das jogadas fracassadas dos fascistas italianos.<h2 style="text-align:justify;">Um "novo" esporte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22170646206282.jpg" alt="O rugby começava a ganhar adeptos na Itália do início do séc. XX. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O rugby começava a ganhar adeptos na Itália do início do século XX. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A volata, que em italiano significa algo como "corrida" ou "fluxo", foi idealizada por Augusto Turati, secretário nacional do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123938-o-simbolo-fascista-original-espalhado-em-estruturas-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Partido Fascista</a>. O esporte teve seu lançamento oficial em 1928, com a primeira partida ocorrendo somente um ano depois, em janeiro de 1929, no Estádio do Partido Fascista em Roma.A ideia de Turati era criar um jogo que combinasse elementos de futebol e rugby, mesclando também influências de handebol e até basquete. Em resumo, volata era um híbrido, com regras que permitiam o uso das mãos e dos pés para jogar a bola, contanto que isso fosse feito dentro de um limite de três segundos.O campo onde a volata era jogada tinha 90x60 metros, e cada equipe era composta por oito jogadores. A duração do jogo era de uma hora, dividida em três períodos de 20 minutos. O objetivo era simples: colocar a bola no gol adversário. Apesar da simplicidade das regras, a combinação dos elementos de diferentes esportes criava um jogo dinâmico e, teoricamente, emocionante.&nbsp;No entanto, essa mistura também significava que a volata não se diferenciava o suficiente do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127504-jogo-de-futebol-iniciou-uma-guerra-entre-honduras-e-el-salvador.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">futebol</a> (e de outros esportes) para conquistar um espaço próprio nos corações dos italianos.<h2>Propaganda e fracasso</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22170849585283.jpg" alt="Mussolini queria expulsar elementos culturais estrangeiros. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Mussolini queria expulsar elementos culturais estrangeiros. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A promoção da volata foi intensa. O governo fascista e suas organizações culturais e esportivas investiram pesado em propaganda — "o esporte mais italiano", afirmava um dos slogans —, vendendo a ideia de que a modalidade era um descendente direto de esportes antigos da Itália, como o harpastum romano (jogado com a mão) e o calcio fiorentino medieval (um tipo de futebol arcaico).&nbsp;No auge de sua popularidade, mais de 100 equipes foram formadas, chegando ao ponto de criarem um campeonato nacional. A equipe milanesa Dopolavoro Richard Ginori sagrou-se campeã desse torneio nacional realizado em 1930, que foi o único.No entanto, o sucesso da volata foi efêmero. Sem o apoio contínuo do estado e com regras que não cativaram o público, o interesse pelo jogo rapidamente diminuiu. Em 1931, não foi possível organizar outro <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124308-campeonato-de-tapa-na-cara-conheca-os-perigos-do-violento-esporte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campeonato</a>, e a liga nacional foi oficialmente dissolvida em 1933.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Apostando no tradicional</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22171053443284.jpg" alt="Mussolini não foi páreo para o poder do futebol. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Mussolini não foi páreo para o poder do futebol. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por outro lado, a popularidade do futebol continuava a crescer, mesmo com a desaprovação inicial do regime. Observando essa tendência, o próprio Mussolini mudou de estratégia, afinal, todo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124981-religiao-e-usada-para-barrar-liberdade-e-democracia-segundo-estudos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">totalitarista</a> é chegado num populismo.&nbsp;Reconhecendo que o futebol era imensamente popular entre as massas, ele direcionou esforços para que a Itália sediasse a Copa do Mundo de 1934 e que a seleção nacional fosse vitoriosa, o que de fato ocorreu (no mínimo estranho, não?).A tentativa de substituir o futebol e o rugby com a volata pode ser vista como um reflexo do desejo dos fascistas de criar uma identidade cultural distinta, livre de influências estrangeiras. No entanto, a resistência popular e a força das tradições esportivas já enraizadas mostraram-se mais fortes que a propaganda estatal.

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Volata: o jogo criado na Itália fascista para substituir o futebol

Um incidente muito parecido com o caso Roswell agitou os americanos no final do século XIX.

O <a href="https://www.megacurioso.com.br/aliens/103170-70-anos-do-caso-roswell-o-que-sabemos-sobre-esse-suposto-acidente-ovni.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">caso Roswell</a>, que aconteceu em julho de 1947, é considerado um marco na história dos relatos de Objetos Voadores não Identificados (OVNIs). Mas, 50 anos antes, também nos Estados Unidos, outra onda de avistamentos de supostas naves alienígenas foi o que deu início ao fenômeno.Entre 1896 e 1897, o país registrou inúmeros relatos de máquinas voadoras com formato semelhante ao de um dirigível. Embora esse tipo de aeronave já existisse, elas não eram tão grandes e nem possuíam as capacidades de voo citadas pelas testemunhas — o primeiro <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/o-desastre-do-hindenburg-e-o-comeco-do-fim-dos-dirigiveis" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Zeppelin</a> só surgiria três anos depois.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/29/29171949686245.jpg" alt="Jornal noticia avistamentos em São Francisco, em 1896. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Jornal noticia avistamentos em São Francisco, em 1896. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Segundo a imprensa americana, os avistamentos começaram em novembro de 1896 em Sacramento e na Bay Area, na Califórnia, assustando os moradores. Eles aconteciam principalmente à noite e, em alguns casos, as aeronaves pareciam ter asas, um farol potente e outras pequenas luzes.A “onda de dirigíveis”, como o incidente ficou conhecido, continuou em 1897 em outras regiões. Nebraska, Missouri, Illinois, Michigan, Iowa e Wisconsin foram alguns dos estados em que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/7-encontros-historicos-marcantes-com-possiveis-alienigenas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">OVNIs foram vistos</a>, porém, o registro mais marcante ocorreu no Texas.<h2>“Marciano” enterrado em Aurora</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/29/29143909565174.jpg" alt="Placa no cemitério de Aurora menciona o suposto incidente ufológico. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Placa no cemitério de Aurora menciona o suposto incidente ufológico. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Em abril de 1897, a cidade texana de Aurora teria recebido uma “visita de outro mundo”, segundo os jornais da época. Uma das <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/280738-relacao-entre-avistamentos-ovnis-meio-ambiente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aeronaves de origem não identificada</a> que sobrevoavam a região caiu após colidir com a torre do moinho de vento instalada na propriedade de um juiz do município.O dirigível explodiu com o choque e os restos mortais desfigurados do piloto foram recolhidos em meio aos destroços junto de “<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124613-os-4-mais-enigmaticos-textos-hieroglificos-ja-descobertos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">misteriosos hieróglifos</a>”. Um astrônomo local disse à imprensa que o material tinha origem desconhecida e que o condutor havia nascido em Marte.Mesmo sem autópsia, o suposto marciano foi enterrado no cemitério de Aurora, onde há uma placa mencionando o misterioso caso. Já os pedaços da nave teriam sido depositados em um poço próximo ao moinho, que foi selado na década de 1950 para evitar a contaminação da água, conforme o novo dono do terreno.<h2>Dirigíveis, discos voadores ou farsa?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/29/29172939233262.jpg" alt="Nos EUA, dirigíveis com características modernas só foram voar no século XX. (Fonte: Unsplash)"><figcaption>Nos EUA, dirigíveis com características modernas só foram voar no século XX. (Fonte: Unsplash)</figcaption></figure></figure>As origens dos dirigíveis avistados em 1896 e 1897 nos EUA permanecem um mistério até hoje. Há quem defenda que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quais-sao-os-planos-dos-governos-mundiais-para-caso-alienigenas-invadam-a-terra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">naves eram de outro mundo</a>, porém, a explicação pode estar em protótipos de dirigíveis sendo testados, fenômenos naturais e até mesmo em trotes.Quanto ao incidente ufológico de Aurora, a historiadora Etta Pegues afirmou, na década de 1970, que tudo não passou de uma jogada publicitária com o objetivo de atrair turistas para a cidade, que enfrentava momentos difíceis. De acordo com ela, não existia nenhum moinho de vento e o suposto astrônomo era um ferreiro.

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