Imagem de 4 crenças e histórias fantasiosas espalhadas como verdade durante a história no megacurioso

Conheça histórias fantasiosas que ganharam adeptos e mais sobre simbolismos que mudaram ao longo dos anos

<head></head><body>A história é tão vasta e cheia de fatos incríveis que alguns deles até parecem fantasiosos. Porém, no meio de tantas histórias que ganharam repercussão, é natural que algumas informações falsas tenham sido propagadas por séculos.Conheça quatro das histórias e crenças mais estranhas que já foram reproduziram durante séculos!<h2>1. O Mito de Eldorado</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27105530182142.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)A descoberta das Américas causou todo tipo de comoção no Velho Mundo. Além das potenciais riquezas, histórias bizarras sobre os habitantes e animais do novo continente foram espalhadas por séculos.Talvez a mais famosa seja a da existência de Eldorado, uma cidade totalmente feita em ouro. Aparentemente, a inspiração surgiu quando os espanhóis encontraram os Chibchas, um povo que vivia no planalto central da atual Colômbia e tinha um império bem desenvolvido, rico, e com muito ouro.Em um dos rituais mais famosos, por exemplo, um sacerdote de Eldorado viraria "O Homem de Ouro" ao ser enfeitado com pó de ouro e ornamentos preciosos. Talvez tenha sido difícil para os exploradores não acreditarem nas lendas, já que cada nova conquista nas Américas levava à pilhagem de toneladas de ouro e preciosidades.O fato é que muitos exploradores partiram atrás da cidade lendária entre os séculos XVI e XVII, muitos para nunca mais retornar.<h2>2. Os gigantes da América Latina</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27105741097144.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Na época das colonizações, outra lenda que se espalhou pela Europa foi sobre a existência de gigantes na América Latina. O primeiro relato, feito em 1519 por Ferdinand Magellan durante uma viagem pela Patagônia, afirmava que a expedição encontrara um selvagem tão alto que ninguém do grupo chegava sequer a altura da sua cintura. Outros relatos posteriores também afirmavam a existência de grupos de indígenas com mais de 3 metros de altura.As histórias circularam por mais de 250 anos, até que em 1766, Sir Francis Drake, da Marinha Real Britânica, encontrou e fez contato com um dos principais grupos que habitavam a região. Realmente, seus 1,80 metros eram bem altos para os padrões europeus, mas nada como as lendas propagavam.<h2>3. Uma pegadinha que durou 60 anos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27105920469147.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em 1917, na vila de Cottingley, na Inglaterra, Elsie Wright e sua prima, Frances Griffith, começaram a espalhar para a família que podiam ver e brincar com fadas. Ninguém as levou a sério, até que elas apareceram com fotos para provar. As imagens, em que elas aparecem brincando e admirando pequenas figuras femininas com asas, chegaram à mídia em pouco tempo e levantaram discussões sobre a existência desses seres.A coisa saiu do controle quando a Theosophical Society, um grupo de estudos de acontecimentos religiosos e místicos, pediu as fotos e concluiu que elas eram reais. Este grupo continha membros importantes da sociedade britânica, como Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes.No entanto, 60 anos depois, as primas confessaram que as fotos eram falsas. Frances entendia de técnicas de fotografia e desenhou as figuras aladas nos negativos, copiando de um livro infantil. Segundo elas, a pegadinha era para se vingar da família, mas depois que tanta gente importante entrou no debate, elas não souberam como desmentir.<h2>4. Pés e calçados</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27110059924148.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em boa parte do mundo e em diferentes épocas históricas, muitos significados foram conferidos aos pés e aos sapatos. Alguns relatos dos antigos assírios, inclusive, dizem que reis e conquistadores subjugavam seus inimigos colocando os pés na sua cabeça ou pescoço após as batalhas.Esse simbolismo chegou na Europa medieval e se tornou comum o ato de beijar o pé de reis para demonstrar submissão. Um caso interessante ocorreu quando o Rei Charles III da França fez um tratado para conceder a Normandia para Rollo, o Viking. Quando Charles III ergueu seu pé para que fosse beijado, como era esperado, Rollo o derrubou, pois se recusava a se ajoelhar perante outro homem.Enquanto isso, em outras partes do mundo, os sapatos são considerados elementos sujos e praticamente impuros. Em partes da Ásia, por exemplo, não se pode entrar em casa calçando sapatos. Países islâmicos também possuem várias regras, como a proibição de entrar nas mesquitas com calçados.</body>

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4 crenças e histórias fantasiosas espalhadas como verdade durante a história

Imagem de 5 fatos sobre Roald Amundsen, o grande explorador polar no megacurioso

Considerado uma verdadeira lenda norueguesa, Amundsen carrega alguns feitos e fracassos impressionantes em sua história

Em geral, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125398-4-exploradores-que-sumiram-sem-deixar-rastro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">exploradores</a> costumam ser lembrados por um &uacute;nico grande feito que determinou o sucesso de suas carreiras. No entanto, esse n&atilde;o &eacute; o caso de Roald Amundsen, um c&eacute;lebre explorador polar nascido em Fredrikstad, na Noruega, em 1872.
Na carreira de Amundsen, &eacute; dif&iacute;cil dizer quais conquistas ou fracassos foram mais marcantes em sua trajet&oacute;ria. Considerado uma lenda norueguesa, o explorados percorreu diversas partes do nosso planeta, desde o Polo Sul at&eacute; o Polo Norte. Veja s&oacute; cinco fatos que voc&ecirc; deveria conhecer sobre sua carreira hist&oacute;rica!
<h2>1. Primeira expedi&ccedil;&atilde;o de inverno na Ant&aacute;rtida</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02171334854330.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
Em 1897, aos seus 25 anos, Amundsen foi nomeado primeiro imediato a bordo do Belgica, um navio belga com destino &agrave; Ant&aacute;rtica. A embarca&ccedil;&atilde;o acabou ficando um ano presa em gelo, tornando-se a primeira expedi&ccedil;&atilde;o na hist&oacute;ria a passar um inverno inteiro na <a href="https://www.megacurioso.com.br/lugares-surpreendentes/99000-10-coisas-sobre-a-antartida-que-provavelmente-voce-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ant&aacute;rtica</a>.
Para piorar a situa&ccedil;&atilde;o, a tripula&ccedil;&atilde;o acabou sofrendo com escorbuto e alguns dos seus membros experimentaram crises de insanidade. Mesmo com tantas dificuldades, nada podia diminuir o entusiasmo de Roald durante a explora&ccedil;&atilde;o polar.
<h2>2. Primeira expedi&ccedil;&atilde;o a navegar pela Passagem do Noroeste</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02171409986335.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
Durante s&eacute;culos, exploradores estiveram obcecados em encontrar uma rota mar&iacute;tima atrav&eacute;s do &Aacute;rtico canadense que ligasse os oceanos Atl&acirc;ntico e Pac&iacute;fico. Muitas pessoas morreram at&eacute; a descoberta da Passagem do Noroeste pelo explorador irland&ecirc;s Robert McClure em 1854.
Por&eacute;m, McClure n&atilde;o fez tudo de barco. Cerca de meio s&eacute;culo depois, Amundsen tornou-se a primeira pessoa a navegar por todo o trajeto. O fato aconteceu em junho de 1903, quando o explorador e mais seis homens partiram da Europa com destino a Nome, no Alasca.
<h2>3. Primeira expedi&ccedil;&atilde;o a chegar ao Polo Sul</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02171428975338.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
Inspirado pelo livro do seu colega explorador noruegu&ecirc;s Fridtjof Nansen, Amundsen planejava intencionalmente deixar seu navio ficar preso no gelo, o que o faria flutuar at&eacute; o Polo Norte. Por&eacute;m, em Setembro de 1909, dias antes de sua viagem, ele ficou sabendo que outros dois exploradores tinham afirmado separadamente serem os primeiros homens a chegar na regi&atilde;o.
Ent&atilde;o, Roald decidiu se desafiar e voltou-se para o ainda n&atilde;o alcan&ccedil;ado <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127375-terra-nova-a-expedicao-ao-polo-sul-mais-catastrofica-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Polo Sul</a>. Sem informar a maior parte da sua tripula&ccedil;&atilde;o, o explorador partiu em busca de mais uma conquista. Em dezembro daquele ano, ele e mais quatro companheiros fincaram uma bandeira norueguesa no Polo Sul, conquistando o t&iacute;tulo de primeiros exploradores na regi&atilde;o.
<h2>4. Tentativa de domar um urso polar</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02171451043339.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
Como &eacute; poss&iacute;vel notar pela sua hist&oacute;ria, Amundsen era um homem bastante ousado. Durante sua expedi&ccedil;&atilde;o pela Passagem do Noroeste, que durou entre o final da d&eacute;cada de 1910 e o in&iacute;cio da d&eacute;cada de 1920, ele quebrou o bra&ccedil;o e foi envenenado por mon&oacute;xido de carbono, al&eacute;m de sobreviver por pouco a um ataque de urso polar quando seu bra&ccedil;o ainda estava cicatrizando.&nbsp;
Se n&atilde;o bastasse o primeiro encontro infeliz com o animal, o explorador tentou domar um urso polar em abril de 1920. Por&eacute;m, Amundsen rapidamente descobriu que domesticar um animal selvagem em r&aacute;pido crescimento estava al&eacute;m de suas habilidades. O animal acabou sendo sacrificado e taxidermizado, estando atualmente em exibi&ccedil;&atilde;o no escrit&oacute;rio de sua casa em Uranienborg, na Noruega.&nbsp;
<h2>5. Desaparecimento repentino</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02171517549341.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte: GettyImages)
No final da primavera de 1928, Amundsen liderou uma miss&atilde;o de resgate para localizar o dirig&iacute;vel Italia, que havia desaparecido no Oceano &Aacute;rtico. Ele e alguns outros homens partiram em um prot&oacute;tipo de hidroavi&atilde;o franc&ecirc;s no dia 18 de junho. Ap&oacute;s essa data, nunca mais se ouviu falar em nenhum deles.
Em 31 de agosto daquele ano, um barco de pesca encontrou partes da embarca&ccedil;&atilde;o e posteriormente outros destro&ccedil;os apareceram ao longo da costa norueguesa. Acredita-se que toda a tripula&ccedil;&atilde;o morreu durante ou ap&oacute;s o acidente.&nbsp;

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5 fatos sobre Roald Amundsen, o grande explorador polar

Imagem de 4 leis antigas que ainda vigoram — e que você pode estar desrespeitando  no megacurioso

Leis da década de 1940 ainda fazem parte do nosso Código Penal e, tecnicamente, podem levar o sujeito à cadeia 

<head></head><body>Algumas pessoas dizem que o Brasil é uma terra sem lei. Isso não é verdade. Nosso país tem muitas leis. São mais de 34 mil que regem as nossas vidas — só o nosso Código Penal tem cerca de mil crimes.Aliás, alguns desses crimes você nem conhece — e outros você provavelmente até já cometeu. Selecionamos algumas atitudes criminosas, segundo o Código Penal, que você não sabia que eram crimes.<h2>1. Fabricar açúcar em casa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03114825448096.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Você certamente já sabia que a produção e o comércio de cocaína são proibidos. Mas a produção, comércio e transporte de outro pó branco, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122212-mascavo-demerara-ou-cristal-6-tipos-de-acucar-e-suas-diferencas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o açúcar</a>, também estão sob uma legislação intensa.Trata-se de uma regra imposta no Regime Militar pelo presidente Castelo Branco. A Lei 16/1966 proíbe a produção clandestina, o armazenamento, o transporte e a venda de açúcar acima da cota anual estabelecida no Plano Safra. A mesma proibição vale para o etanol de cana-de-açúcar.A pena para quem desobedecer essa regra é de seis meses a dois anos de detenção. O objetivo da lei, segundo seu texto, é proteger a indústria açucareira, o consumidor e a sociedade.Em relação à produção, armazenagem e transporte de etanol, a proibição até faz sentido, uma vez que se trata de um produto altamente inflamável — e você não vai querer um vizinho que produza álcool — mas em relação ao açúcar, não. Talvez naquela época as pessoas tivessem o hábito de produzir açúcar, mas hoje essa proibição parece não ser necessária, não é mesmo?.<h2>2. Produzir conteúdo obsceno</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03114857456097.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)No capítulo VI do nosso Código Penal existem dois artigos que tratam sobre o “ultraje público ao pudor”. O artigo 233 é muito claro e atual. Ele proíbe a prática de ato obsceno em locais públicos. Nesse caso, o indivíduo pode ser multado ou até preso. A pena é de três meses a um ano.Contudo, o artigo 234 parece não assustar os brasileiros, que talvez não o conheçam. Segundo esse artigo, a produção e distribuição de conteúdo considerado obsceno, com práticas sexuais, por exemplo, não poderia ser realizado.<h2>3. Apresentar-se embriagado</h2>Essa situação não caracteriza um crime, mas uma contravenção, cuja gravidade é considerada menor. Mas o fato é que uma pessoa bêbeda, que coloque em risco a sua própria vida ou a de outros, ou que escandalize a sociedade devido ao estado de embriaguez, pode ser detida por até 90 dias ou pagar uma multa, segundo o artigo 62 do Código Penal.Isso significa que um <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/102801-estudo-prova-que-o-que-fazemos-bebados-tem-a-ver-com-nosso-lado-sobrio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bêbado, que esteja causando transtorno</a> em um local, incomodando as pessoas, sendo grosseiro ou agressivo, está cometendo uma contravenção e pode acabar tendo que curar a ressaca em uma delegacia. &nbsp;A questão é: você já viu alguém ser detido por isso?<h2>4. Recusar-se a receber pagamento em moeda corrente</h2>Essa contravenção também não faz muito sentido hoje, porque os brasileiros não costumam fazer compras dentro do país que não sejam em reais. Mas caso você queira comprar algo e o vendedor pedir dólares, euros ou até bitcoins como moeda de pagamento, recusando-se a receber em reais, saiba que ele está infringindo o Código Penal.A lei afirma de forma clara que, nesses casos, ele terá que pagar uma multa de 200 mil réis — sim, a multa que pune o cidadão por não usar a moeda corrente ainda é textualmente cobrada (artigo 43) em uma moeda antiga, do ano de sua publicação.</body>

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4 leis antigas que ainda vigoram — e que você pode estar desrespeitando 

Imagem de Destruição de barragem na Ucrânia revela tesouro arqueológico no megacurioso

Resquícios do passado da Ucrânia foram revelados após a queda de uma barragem

<head></head><body>No fim de junho, um homem caminhava em uma praia de rio em Khortytsia, na cidade de Zaporizhzhia, no sudeste da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123248-como-a-guerra-na-ucrania-influencia-o-relogio-do-juizo-final.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ucrânia</a>, quando notou uma espécie de tronco saindo da água. Logo descobriu que se tratava de uma peça de um barco, que provavelmente existia há muitos séculos.Ele chamou as autoridades, que acabaram encontrando ali um verdadeiro <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127453-5-incriveis-tesouros-anglo-saxoes-encontrados-por-arqueologos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tesouro arqueológico</a>. Acontece que isso só foi possível porque, cerca de um mês antes, uma explosão levou à destruição da barragem de Kakhovka, dando vazão a 4,8 trilhões de galões de água rio abaixo.&nbsp;A barragem foi explodida em junho, provavelmente por uma ação de forças russas que tentavam inundar as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124103-como-a-invasao-da-russia-a-ucrania-esta-matando-golfinhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tropas ucranianas</a> para bloquear uma passagem. A catástrofe levou a consequências terríveis, como a destruição de colheitas e isolamento de várias comunidades.<h2>As descobertas</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Atlas Obscura&nbsp;" data-fonte-url="https://img.atlasobscura.com/vGilvmLzyzpuXLggtJglpFt7recrvd111L7w0tKNOoc/rt:fit/w:1280/q:81/sm:1/scp:1/ar:1/aHR0cHM6Ly9hdGxh/cy1kZXYuczMuYW1h/em9uYXdzLmNvbS91/cGxvYWRzL2Fzc2V0/cy83OThjNmRlZjM5/MGViZWFiM2VfR2V0/dHlJbWFnZXMtMTM2/NTU1NjI0Ni5qcGc.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02103403255071.jpg" alt="(Fonte: Atlas Obscura)">(Fonte: Atlas Obscura)Ou seja, a tragédia trouxe um resultado bastante inesperado para a Ucrânia. O arqueólogo Anatolii Volkov, que esteve no local, avaliou alguns objetos descobertos e concluiu que eles devem ser da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124709-mapa-mais-antigo-ja-descoberto-da-europa-mostra-idade-do-bronze.htm#:~:text=A%20Idade%20do%20Bronze%20foi,exata%20varia%20dependendo%20da%20regi%C3%A3o)." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade do Bronze</a>, com pelo menos 3 mil anos.Os pesquisadores acharam no lugar vários objetos importantes: pedaços de machados de pedra com pelo menos 1 mil anos; alguns capacetes da era nazista; resquícios de uma antiga ponte; balas de canhão <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122852-a-missao-alema-para-criar-uma-colonia-na-bahia-em-1822.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cossacos</a> do século XVII; e armas usadas nas guerras russo-turcas do século XVIII.De acordo com Yevhen Synytsia, presidente da Associação Ucraniana de Arqueólogos, nunca houve antes uma descoberta arqueológica desta mesma proporção. O fato mais curioso é que a guerra com a Rússia impossibilitou justamente a realização de escavações arqueológicas, limitando muito o trabalho desses profissionais. Agora o governo está debatendo se reconstrói a barragem ou se preserva o achado arqueológico na região do rio Dnipro.<h2>As conexões com a guerra</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02103430448073.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Este achado chega em um momento oportuno, uma vez que a guerra levantada pela Rússia contra a Ucrânia é, basicamente, uma batalha pela identidade. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115577-vacina-russa-contra-covid-19-o-que-sabemos-sobre-ela-ate-agora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vladimir V. Putin</a>, presidente da Rússia, várias vezes menosprezou a independência da Ucrânia, e costuma colocar o país como um apêndice russo, sem uma história ou cultura próprias.Por isso, o tesouro arqueológico ucraniano se soma aos esforços de cimentar esta identidade do país. “Estamos encontrando pedaços de uma cultura antiga, da nossa cultura antiga. Pedaço por pedaço, estamos nos distanciando da Rússia. Isso é extremamente importante para nós”, afirmou Viacheslav Sarychev, secretário científico da Reserva Nacional de Khortytsia.De acordo com Anatolii Volkov, todos os objetos estão agora sendo examinados, classificados e catalogados. A equipe de arqueólogos que trabalha nesta descoberta está sendo ampliada, uma vez que é uma espécie de corrida contra o tempo. Há muitos oportunistas que estão tentando se infiltrar no local para pegar objetos no intuito de comercializá-los no mercado clandestino de antiguidades.Além disso, há também uma pressão para que a história do passado ucraniano não venha à tona. Há o risco, inclusive, de que as autoridades ucranianas façam a barragem ser reconstruída após a guerra, o que fará com que uma parte dessa história seja de novo enterrada.O local foi submerso em 1956, quando a barragem foi levantada. Ela fazia parte de uma usina hidrelétrica. De acordo com Yevhen Synytsia, isso ocorreu porque “ninguém prestava atenção à identidade ucraniana naquela época”, o que fez com que muitos tesouros fossem perdidos. </body>

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Destruição de barragem na Ucrânia revela tesouro arqueológico

Imagem de Joana Angélica: a abadessa brasileira assassinada pelos portugueses no megacurioso

No ano da Independência do Brasil, a religiosa deu a vida para impedir que as tropas portuguesas invadissem o convento Nossa Senhora da Conceição da Lapa, na Bahia

Em 2016, a exposi&ccedil;&atilde;o "Mulheres Pioneiras: Elas Fizeram Hist&oacute;ria"&nbsp;foi realizada na C&acirc;mara dos Deputados, em Bras&iacute;lia, apresentando personalidades femininas que lutaram para ocupar seu espa&ccedil;o na sociedade ou defender os seus valores. Em meio a tantos nomes c&eacute;lebres estava o de Joana Ang&eacute;lica, a abadessa assassinada por tropas portuguesas no ano da Independ&ecirc;ncia do Brasil.
Ela &eacute; considerada a primeira hero&iacute;na da epopeia que foi a liberta&ccedil;&atilde;o do nosso pa&iacute;s do dom&iacute;nio colonial portugu&ecirc;s. &ldquo;Nenhum dos tormentosos acontecimentos da &eacute;poca impressionou mais fundo a alma da Bahia do que o selvagem ataque dos soldados contra o indefeso convento de Nossa Senhora da Concei&ccedil;&atilde;o da Lapa&rdquo;, escreveu o historiador Bernardino Jos&eacute; de Souza em seu livro Hero&iacute;nas Baianas.
<span data-fonte="Domenico Failutti/ Museu Paulista/Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/db/Domenico_Failutti_-_Retrato_de_Soror_Joanna_Ang%C3%A9lica%2C_Acervo_do_Museu_Paulista_da_USP.jpg/1362px-Domenico_Failutti_-_Retrato_de_Soror_Joanna_Ang%C3%A9lica%2C_Acervo_do_Museu_Paulista_da_USP.jpg" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/wikimedia-commons-27180522185466.jpg" alt="Wikimedia Commons" />Joana Ang&eacute;lica. (Fonte: Domenico Failutti/ Museu Paulista/Wikimedia Commons)
Joana Ang&eacute;lica de Jesus nasceu na Bahia em algum momento de 1761. De fam&iacute;lia abastada, ainda jovem entrou para a Ordem da Imaculada Concei&ccedil;&atilde;o, no fat&iacute;dico Convento Nossa Senhora da Concei&ccedil;&atilde;o da Lapa. Foi l&aacute; que ela construiu sua carreira, se tornando duas vezes abadessa do local, e se tornando refer&ecirc;ncia para a sociedade baiana de Salvador.
&Eacute; preciso olhar para o contexto do Brasil daquela &eacute;poca para entender como e por qual motivo o Convento da Lapa foi manchado pelo sangue de Joana Ang&eacute;lica.
<h2>A revolta do povo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22132230589190.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Com o in&iacute;cio do s&eacute;culo XIX, as ideias iluministas e liberais promovendo a igualdade, liberdade e a independ&ecirc;ncia, que surgiram no final do s&eacute;culo anterior, ganharam for&ccedil;a na boca dos intelectuais e l&iacute;deres brasileiros. N&atilde;o demorou muito para que eles passassem a questionar a legitimidade do dom&iacute;nio colonial portugu&ecirc;s e do sistema mon&aacute;rquico absolutista.
A explora&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica e tributa&ccedil;&atilde;o, as restri&ccedil;&otilde;es comerciais ao Brasil, falta de representa&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica significativa do pa&iacute;s nas decis&otilde;es pol&iacute;ticas em Portugal e descontentamento com a corte portuguesa; tudo isso criou um ambiente prop&iacute;cio para que o dom&iacute;nio portugu&ecirc;s fosse questionado. &Agrave; sombra da Revolu&ccedil;&atilde;o Francesa e das Guerras Napole&ocirc;nicas, a busca pela independ&ecirc;ncia se tornou uma vontade.
A Inconfid&ecirc;ncia Mineira (1789) e a Revolu&ccedil;&atilde;o Pernambucana (1817) foram apenas alguns dos epis&oacute;dios que marcaram as movimenta&ccedil;&otilde;es do povo brasileiro em se livrar dos portugueses. A Assembleia Constituinte em Lisboa, que aconteceu em 9 mar&ccedil;o de 1821, frustrou tanto as expectativas do Brasil de que uma nova Constitui&ccedil;&atilde;o pudesse trazer mais autonomia e igualdade para a col&ocirc;nia, que rompeu a tens&atilde;o.
No mesmo ano, se espalharam movimentos e grupos pr&oacute;-independ&ecirc;ncia do Brasil, com figuras importantes, como Jos&eacute; Bonif&aacute;cio de Andrada e Silva, advogando em prol do sentimento nacionalista para que o povo brasileiro reivindicasse seus direitos.
<h2>O atentado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22132355012191.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Para tentar reprimir movimentos locais e manter o controle sobre a col&ocirc;nia, no in&iacute;cio de 1822, houve um aumento significativo de tropas portuguesas em v&aacute;rias partes do Brasil, principalmente na Bahia, onde n&atilde;o apenas o sentimento anti-lusitano era grande como a predomin&acirc;ncia de movimentos radicais que lutavam pela autonomia ou pela independ&ecirc;ncia.
&ldquo;Havia na Bahia uma rela&ccedil;&atilde;o muito conflituosa entre portugueses e nativos, muito por conta da cobran&ccedil;a de impostos, mas tamb&eacute;m por conta da mis&eacute;ria em que muitos escravos e libertos viviam numa regi&atilde;o que estava perdendo cada vez mais a for&ccedil;a para o Rio de Janeiro&rdquo;, observou Victor Missiato, professor do Col&eacute;gio Presbiteriano Mackenzie Tambor&eacute;, em entrevista &agrave; BBC News.
Em 20 de fevereiro de 1822, setores populares baianos se revoltaram com a nomea&ccedil;&atilde;o do militar portugu&ecirc;s, o general Madeira de Melo, para o cargo de governador das Armas da Bahia. Essas "experi&ecirc;ncias de poder", ou seja, como portugueses nascidos no Brasil eram al&ccedil;ados a cargos importantes, tamb&eacute;m figurava como um dos motivos de existirem conflitos na Bahia.
Diante disso, cidad&atilde;os tentaram impugnar a posse do general, causando um embate entre os populares e os soldados baianos contra o militar e seus comandados. O ponto alto do conflito naquele dia foi a tomada do Forte de S&atilde;o Pedro, onde o brigadeiro Manuel Pedro de Freitas Guimar&atilde;es, comandante nativista, foi dominado, preso e enviado para Portugal.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27175746608462.jpg" alt="(Fonte: Mais de Salvador/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mais de Salvador/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Soldados portugueses perseguiram os brasileiros que escaparam do Quartel da Mouraria, que ficava perto do Convento da Lapa. Eles bateram &agrave; porta do local alegando que as religiosas estavam dando abrigo para os fugitivos.
Joana Ang&eacute;lica os atendeu e tentou impedi-los de entrarem no claustro, que era proibido para homens. A cena terminou com a abadessa de 61 anos assassinada a golpes violentos de baioneta desferidos por um dos soldados. Apesar da inclem&ecirc;ncia que os militares trataram a l&iacute;der religiosa, pouparam as outras freiras, autorizadas a serem transferidas para o Convento da Soledade.
Para o historiador Guerra Filho, o gesto de Joana Ang&eacute;lica tamb&eacute;m foi motivado pelo contexto pol&iacute;tico da regi&atilde;o, tanto quanto pelos valores cat&oacute;licos. Afinal, nascida e criada em Salvador, ela tinha percep&ccedil;&atilde;o o suficiente sobre as injusti&ccedil;as e opress&atilde;o portuguesa.
Em 2001, devido ao seu ato de bravura, a Arquidiocese de Salvador submeteu o seu caso &agrave; an&aacute;lise do Vaticano para o processo can&ocirc;nico de beatifica&ccedil;&atilde;o da mulher.

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Joana Angélica: a abadessa brasileira assassinada pelos portugueses

Imagem de Novo estudo revela a perseguição de pessoas transgênero pelos nazistas no megacurioso

No ano passado, tribunal alemão reconheceu oficialmente que regime nazista de Adolf Hitler perseguia pessoas transgênero em seus ataques

No outono de 2022, um processo civil foi instaurado em um tribunal alem&atilde;o. O caso surgiu de uma disputa no Twitter sobre se as pessoas trans haviam sido v&iacute;timas do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122129-quadrinhos-foram-pioneiros-no-ensino-sobre-o-holocausto-aos-americanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Holocausto</a>. Embora n&atilde;o exista mais um debate sobre se gays e l&eacute;sbicas foram perseguidos pelo regime nazista, n&atilde;o existiram muitos estudos sobre pessoas trans durante esse per&iacute;odo.
Ent&atilde;o, o tribunal baseou-se em declara&ccedil;&otilde;es de historiadores especialistas no tema antes de concluir que as provas hist&oacute;ricas mostram que essa parcela da popula&ccedil;&atilde;o, de fato, foi atacada pelos nazis. Al&eacute;m dessa ser a primeira vez que um tribunal reconhece a persegui&ccedil;&atilde;o de pessoas trans na Alemanha, esse &eacute; um marco hist&oacute;rico a respeito dos acontecimentos na Segunda Guerra Mundial. Entenda!
<h2>Transg&ecirc;neros durante a Rep&uacute;blica de Weimar</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://en.wikipedia.org/wiki/Eldorado_(Berlin)#/media/File:Bundesarchiv_Bild_183-1983-0121-500,_Berlin,_Bar_%22Eldorado%22.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22023530956018.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />Bar El Dorado, em Berlim. (Fonte: Wikimedia Commons)
Logo ap&oacute;s a decis&atilde;o tomada pelo tribunal alem&atilde;o, o parlamento do pa&iacute;s tamb&eacute;m divulgou formalmente uma declara&ccedil;&atilde;o reconhecendo as pessoas trans como v&iacute;timas do fascismo. At&eacute; os &uacute;ltimos anos, havia quase nenhuma pesquisa sobre o tema durante a Segunda Guerra Mundial.&nbsp;
Por&eacute;m, nos &uacute;ltimos tempos, pesquisadores est&atilde;o investindo mais no assunto. Em 1933, o ano em que <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122408-se-hitler-era-do-terceiro-reich-qual-eram-os-outros-dois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a> assumiu o poder da Alemanha, a pol&iacute;cia de Essen revogou a autoriza&ccedil;&atilde;o que Toni Simon tinha para se vestir de mulher em p&uacute;blico. Simon, que tinha cerca de 40 anos, vivia como mulher h&aacute; muitos anos.
<span data-fonte="General Photographic Agency/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/group-of-women-and-four-transvestites-at-the-bar-of-foto-jornalistica/3437927" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/general-photographic-agency-27094803918065.jpg" alt="General Photographic Agency" />Um grupo de mulheres transg&ecirc;neros em 1930, no bar El Dorado. (Fonte: General Photographic Agency/Getty Images)
A Rep&uacute;blica de Weimar, como foi chamado o governo democr&aacute;tico antes de Hitler, era considerada a democracia mais tolerante de sua &eacute;poca, reconhecendo os direitos de pessoas trans, embora de forma relutante e limitada. Foi durante esse per&iacute;odo hist&oacute;rico que pessoas como Simon conseguiram esse tipo de autoriza&ccedil;&atilde;o.
A ascens&atilde;o da Alemanha nazista, no entanto, destruiu esse ambiente relativamente aberto para <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121632-quais-sao-os-maiores-equivocos-sobre-pessoas-trans-e-nao-binarias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transg&ecirc;neros</a>. Os nazistas fecharam revistas progressistas e a maioria das pessoas que possu&iacute;am os chamados "certificados de travestis" tiveram suas licen&ccedil;as revogadas ou assistiram impotentes enquanto a pol&iacute;cia atacava.
<h2>Come&ccedil;o das agress&otilde;es</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Museu Memorial do Holocausto dos EUA/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://th-thumbnailer.cdn-si-edu.com/-yV5wYPlUXm5MtINapnze8GOHzc=/fit-in/1072x0/filters:focal(1189x838:1190x839)/https://tf-cmsv2-smithsonianmag-media.s3.amazonaws.com/filer_public/5d/f8/5df8345f-77f5-4683-b5d9-14b99646e3d6/screenshot_2023-09-20_at_101648_am.png"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22023622705020.jpg" alt="(Fonte: Museu Memorial do Holocausto dos EUA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Museu Memorial do Holocausto dos EUA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No come&ccedil;o do governo nazista, &eacute; poss&iacute;vel perceber que uma avers&atilde;o &agrave;s pessoas transg&ecirc;nero passou a ser suscitada na sociedade alem&atilde;. O autor de um livro de 1938 sobre o "problema do travestimos" escreveu que antes de Hitler estar no poder, n&atilde;o havia muito o que pudesse ser feito em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s pessoas trans. No entanto, com os nazis no poder, elas poderiam ser colocadas em campos de concentra&ccedil;&atilde;o ou submetidas &agrave; castra&ccedil;&atilde;o for&ccedil;ada.
Simon, no entanto, sempre foi uma pessoa muito corajosa. Pesquisadores encontraram seu arquivo policial enquanto buscavam sobre pessoas trans no Museu Memorial do Holocausto nos Estados Unidos. Al&eacute;m de ser propriet&aacute;rio de um clube LGBTQIA+, ela foi levada ao tribunal por criticar o regime nazista.&nbsp;
Logo, passou a ser alvo da Gestapo, que considerava mand&aacute;-la para um campo de concentra&ccedil;&atilde;o algo "absolutamente necess&aacute;rio". Como n&atilde;o existem documentos de pris&atilde;o reais, existe uma possibilidade que ela tenha conseguido fugir das garras do nazismo.&nbsp;
No entanto, muitas mulheres trans n&atilde;o tiveram a mesma sorte. No Arquivo do Estado de Hamburgo, existem alguns casos que podem ser vistos de pessoas com certificado de travesti que foram perseguidas, enviadas para campos de concentra&ccedil;&atilde;o e posteriormente assassinadas.

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Novo estudo revela a perseguição de pessoas transgênero pelos nazistas

Imagem de Grande Terremoto de Kanto: o dia que mudou a história do Japão no megacurioso

Há 100 anos, o Japão foi atingido pelo 'Grande Terremoto de Kanto', um fato que mudou sua história para sempre

O Jap&atilde;o &eacute; um pa&iacute;s em que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118142-terremoto-o-que-e-as-suas-causas-e-como-e-medido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremotos s&atilde;o uma amea&ccedil;a constante</a>. Em maio deste ano, um tremor de magnitude 6,3 atingiu o oeste do pa&iacute;s, deixando 13 pessoas feridas. Por serem eventos considerados comuns, o Jap&atilde;o investe pesado em a&ccedil;&otilde;es para mitigar os danos dos tremores.
Contudo, nem sempre essa na&ccedil;&atilde;o disp&ocirc;s de tecnologia para lidar com os efeitos dos terremotos. Em 1923, o Jap&atilde;o foi atingido por um terremoto t&atilde;o poderoso que at&eacute; hoje &eacute; considerado o maior desastre natural da hist&oacute;ria japonesa, e que resultou em 100 mil mortes e um pa&iacute;s completamente destru&iacute;do. Estamos falando do Grande Terremoto de Kanto.
<h2>Como o Terremoto de Kanto mudou a hist&oacute;ria do Jap&atilde;o?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/28/28151244585093.jpg" alt="(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Os tremores come&ccedil;aram antes do meio-dia do dia 1 de setembro de 1923, quando um grande peda&ccedil;o da placa tect&ocirc;nica das Filipinas se rompeu e se chocou com a placa continental da Eur&aacute;sia. N&atilde;o havia sinais de que o desastre ocorreria, logo, todos os japoneses estavam ocupados com suas atividades, sem saber que tudo mudaria em poucos minutos.
Um dos relatos mais impactantes sobre esse evento foi feito por Ellis M. Zacharias, um oficial da Marinha dos EUA. Ele estava no cais do porto de Yokohama quando dezenas de pessoas se despediam de um luxuoso navio que viajaria para o Canad&aacute;. &nbsp;"Os sorrisos desapareceram e, por um instante apreci&aacute;vel, todos ficaram paralisados, enquanto o som de um trov&atilde;o sobrenatural os envolvia. Ent&atilde;o, o cais desabou sob seus p&eacute;s e pessoas e carros mergulharam na &aacute;gua", disse.
<h2>Terremoto foi seguido de tsunami e inc&ecirc;ndios</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/23/23145814407003.jpg" alt="(Fonte: Evans/Three Lions/Hulton Archive/Getty Images)" />(Fonte: Evans/Three Lions/Hulton Archive/Getty Images)
Ap&oacute;s o tremor, uma grande onda de mais de 12 metros de altura invadiu a regi&atilde;o de Kanto, que fica ao leste do pa&iacute;s e contempla cidades importantes, como T&oacute;quio. Logo depois, veio o tsunami, que levou consigo as casas e as pessoas. Os im&oacute;veis eram, em sua maioria, de madeira, o que contribuiu para a devasta&ccedil;&atilde;o, mas mesmo os pr&eacute;dios de alvenaria n&atilde;o suportaram o tremor e a onda gigante.
Depois disso, os destro&ccedil;os das casas e pr&eacute;dios pegaram fogo. Os moradores da regi&atilde;o de Kanto nem haviam assimilado a destrui&ccedil;&atilde;o quando precisaram lidar com esse grande inc&ecirc;ndio que terminou de destruir as cidades japonesas atingidas. Em T&oacute;quio, cidad&atilde;os que viviam ao lado do Rio Sumida se assustaram com os desmoronamentos e inc&ecirc;ndios, decidindo entrar no rio para se protegerem. Muitos morreram afogados, principalmente quando pontes come&ccedil;aram a cair, criando ondas na &aacute;gua.
Os sobreviventes tamb&eacute;m relataram um fen&ocirc;meno assustador, um &ldquo;tornado de fogo&rdquo;. &Eacute; prov&aacute;vel que ventos fortes tenham levado para longe as chamas dos destro&ccedil;os, assustando essas pessoas. Um grande grupo de japoneses, cerca de 40 mil indiv&iacute;duos, foi atingido por essas chamas. Apenas <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124363-8-dicas-essenciais-de-como-sobreviver-a-um-terremoto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">300 sobreviveram</a> depois que o vento e o fogo se dissiparam.
Os inc&ecirc;ndios duraram cerca de dois dias inteiros e s&oacute; acabaram porque n&atilde;o havia mais o que ser queimado. Praticamente metade da cidade de T&oacute;quio tinha sido consumida pelas chamas.
<h2>P&acirc;nico coletivo tomou conta do Jap&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/28/28151319177094.jpg" alt="(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Os problemas causados pelo Grande Terremoto de Kanto n&atilde;o terminaram com o fim dos tremores, do tsunami e nem com o controle do fogo. Os japoneses estavam profundamente traumatizados, vivendo uma situa&ccedil;&atilde;o de p&acirc;nico coletivo nunca e no pa&iacute;s. Muitos boatos come&ccedil;aram a se espalhar, amedrontando ainda mais os sobreviventes, como a hist&oacute;ria de que o Monte Fuji havia entrado em erup&ccedil;&atilde;o. Ou que a cidade de Yokohama n&atilde;o existia mais.
Conforme as horas passaram, alguns grupos de japoneses se voltavam contra os imigrantes coreanos que viviam no pa&iacute;s, afirmando que essas pessoas estariam colocando fogo nas casas, roubando os pertences dos japoneses e envenenando po&ccedil;os de &aacute;gua. Isso motivou ataques aos coreanos que viviam nessas cidades. Estima-se que 10 mil coreanos foram assassinados por grupos de justiceiros japoneses.
Obviamente, os boatos eram infundados, pois os imigrantes coreanos tamb&eacute;m foram v&iacute;timas de toda a trag&eacute;dia que atingira o Jap&atilde;o. Na &eacute;poca, o pol&iacute;tico japon&ecirc;s Tawara Magoichi afirmou que o massacre dos coreanos era &ldquo;um grande defeito do esp&iacute;rito nacional do povo japon&ecirc;s&rdquo;.
Ao todo, 50 mil soldados do Ex&eacute;rcito Imperial foram necess&aacute;rios para reestabelecer a ordem. Al&eacute;m disso, os militares ajudaram a limpar as ruas dos destro&ccedil;os, retirando entulhos e cad&aacute;veres das vias p&uacute;blicas.
Religiosos e pol&iacute;ticos conservadores passaram a afirmar que o pa&iacute;s havia sido castigado por ter se aberto a ideais ocidentais e mais liberais. Houve tamb&eacute;m um movimento em busca de reestabelecer a na&ccedil;&atilde;o aos supostos momentos de gl&oacute;ria do passado. Alguns historiadores acreditam que a popularidade desse pensamento contribuiu para que o Jap&atilde;o se aliasse a Alemanha e a It&aacute;lia na Segunda Guerra Mundial.

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Grande Terremoto de Kanto: o dia que mudou a história do Japão

Imagem de A dolorosa história das pessoas com lepra no Brasil do século XX no megacurioso

De 1920 a 1960, os hansenianos eram tão perseguidos a ponto de serem banidos de suas famílias e terem os bens queimados pelo governo

A Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OMS) informou que em 2023 a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124698-hospital-colonia-itapua-conheca-o-ultimo-leprosario-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hansen&iacute;ase</a>, mais conhecida como lepra, continua presente em 120 pa&iacute;ses, com 200 mil novos casos notificados todos os anos, enquadrando a doen&ccedil;a milenar como uma condi&ccedil;&atilde;o tropical negligenciada. No Brasil, s&atilde;o 30 mil novos casos da doen&ccedil;a, colocando o pa&iacute;s como o segundo maior em n&uacute;mero de casos, perdendo apenas para a &Iacute;ndia.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), essa neglig&ecirc;ncia acontece porque alguns &oacute;rg&atilde;os tomadores de decis&atilde;o e segmentos da ind&uacute;stria farmac&ecirc;utica n&atilde;o enxergam a doen&ccedil;a, sua preven&ccedil;&atilde;o e tratamento como prioridade. A hansen&iacute;ase tem cura e pode ser tratada de forma gratuita nas unidades de sa&uacute;de no Brasil. O tratamento &eacute; via oral e feito com a combina&ccedil;&atilde;o dos medicamentos dapsona, rifampicina e clofazimina.
Antigamente, no entanto, as pessoas eram perseguidas e exiladas, for&ccedil;adas a viver longe da civiliza&ccedil;&atilde;o e como animais. Essa era a vida dos leprosos no Brasil.
<h2>Os "lazarentos"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22140613150223.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Causada pela bact&eacute;ria Mycobacterium leprae, a lepra &eacute; documentada desde 600 a.C., aparecendo em textos asi&aacute;ticos como uma doen&ccedil;a chamada "kushta", que manifestava os mesmos sintomas, com a predomin&acirc;ncia de manchas pela pele, podendo estas serem vermelhas ou apresentarem perda de pigmenta&ccedil;&atilde;o.
Muito diferente do que se imagina, a doen&ccedil;a afetou pessoas em v&aacute;rias partes do mundo e j&aacute; era um problema antes de ganhar notoriedade durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125187-fogo-de-santo-antonio-a-doenca-que-devastou-a-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade M&eacute;dia</a>. Por vezes, &eacute; dito que foi nesse per&iacute;odo que a lepra se desenvolveu e evoluiu para uma pandemia, quando, na verdade, ela s&oacute; se tornou mais proeminente devido a um aumento significativo da urbaniza&ccedil;&atilde;o da Europa. Com cidades crescendo rapidamente em tamanho e densidade populacional, as condi&ccedil;&otilde;es de vida se tornaram insalubres, com falta de saneamento b&aacute;sico e acesso limitado a cuidados de sa&uacute;de adequados, favorecendo a propaga&ccedil;&atilde;o de doen&ccedil;as infeciosas no geral, incluindo a lepra.
A propor&ccedil;&atilde;o que a doen&ccedil;a ganhou na Idade M&eacute;dia, unida a falta de compreens&atilde;o sobre a transmiss&atilde;o dela e sua natureza contagiosa, levou ao estigma, muito permeado tamb&eacute;m por ideias religiosas. Assim surgiram as "casas de L&aacute;zaro", hospitais-col&ocirc;nias administrados por ordens religiosas para abrigar e isolar da sociedade aqueles acometidos pela doen&ccedil;a.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124698-hospital-colonia-itapua-conheca-o-ultimo-leprosario-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hospital Col&ocirc;nia Itapu&atilde;: conhe&ccedil;a o &uacute;ltimo lepros&aacute;rio do Brasil</a> 
Essas institui&ccedil;&otilde;es se espalharam por toda a Europa em uma tentativa de combater a doen&ccedil;a inexplic&aacute;vel. Estima-se que uma em cada 30 pessoas que viveu naquela &eacute;poca foi infectada com a bact&eacute;ria, considerada um "castigo de Deus".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22142307624233.jpg" alt="(Fonte: Topical Press Agency/Getty Images)" />(Fonte: Topical Press Agency/Getty Images)
Ainda hoje, a ci&ecirc;ncia n&atilde;o descobriu como aconteceu a primeira infec&ccedil;&atilde;o, tampouco a origem geogr&aacute;fica ou o padr&atilde;o de transmiss&atilde;o da lepra. Pesquisas gen&ocirc;micas levam a acreditar que a doen&ccedil;a tenha surgido na &Aacute;frica Oriental ou no Oriente Pr&oacute;ximo durante a era do Pleistoceno Superior (entre 10 mil a 82 mil anos atr&aacute;s) antes das consecutivas imigra&ccedil;&otilde;es humanas terem a espalhado pela Europa e depois para o resto do mundo, principalmente pelos exploradores e pelo tr&aacute;fico de escravos.
Ainda que muita coisa tenha mudado ao longo do tempo at&eacute; 1873, quando o m&eacute;dico noruegu&ecirc;s G. H. Armauer Hansen descobriu o agente causador da doen&ccedil;a, a bact&eacute;ria Mycobacterium leprae, os julgamentos morais e o ostracismo dos doentes se mantiveram.
<h2>Os asilos-col&ocirc;nias</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22142433550235.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Apesar de acreditar-se que a doen&ccedil;a j&aacute; estava presente nas popula&ccedil;&otilde;es ind&iacute;genas antes da chegada dos europeus, os processos migrat&oacute;rios e a coloniza&ccedil;&atilde;o contribu&iacute;ram para a dissemina&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a pelo Brasil.
Entre o s&eacute;culo XIX e XX, houve um aumento significativo na imigra&ccedil;&atilde;o europeia no pa&iacute;s, introduzindo a lepra por imigrantes de onde a doen&ccedil;a era prevalente, como na Noruega, Alemanha e Portugal. Assim como na Europa Medieval, a doen&ccedil;a se espalhou pelo Brasil devido &agrave;s condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias nas quais as pessoas tinham que viver durante o processo de industrializa&ccedil;&atilde;o, que agrupou mais pessoas em &aacute;reas urbanas sem a infraestrutura necess&aacute;ria.
Nada ironicamente, os doentes foram encarados como "seres impuros", porque a lepra era confundida com outras doen&ccedil;as, principalmente &agrave;s de pele e as ven&eacute;reas. Acreditava-se que o contaminado havia mantido um contato corporal com outra pessoa, muitas vezes de natureza sexual, o que era considerado pecaminoso.
O document&aacute;rio Hansen&iacute;ase Hoje e Sempre, produzido pela Editora Caras com o apoio do Facebook Journalism Project do ICF (Internacional Center for Journalists), mostra que o medo de contrair a doen&ccedil;a era tanto que os vizinhos dos contaminados enviados &agrave;s col&ocirc;nias at&eacute; ateavam fogo nas resid&ecirc;ncias e nos pertences.
&ldquo;Como essa pessoa n&atilde;o tinha mais emprego, ia viver &agrave; margem da sociedade, pois n&atilde;o tinha como subsistir&rdquo;, explica a Dra. Yara Monteiro, coordenadora no Instituto Sa&uacute;de em S&atilde;o Paulo e especialista no tema.
Rapidamente, cresceu a popula&ccedil;&atilde;o de contaminados em situa&ccedil;&atilde;o de rua nos arredores das cidades, dormindo em barracas armadas em estradas com grande circula&ccedil;&atilde;o de pessoas na esperan&ccedil;a de conseguir doa&ccedil;&otilde;es.
<h2>Um recome&ccedil;o for&ccedil;ado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22143102279239.jpg" alt="(Fonte: Mario Tama/Getty Images)" />(Fonte: Mario Tama/Getty Images)
A alternativa que o governo brasileiro encontrou para controlar a dissemina&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a e desarticular esses grupos n&ocirc;mades foi a constru&ccedil;&atilde;o de col&ocirc;nias de leprosos, entre 1924 e 1962. A interna&ccedil;&atilde;o compuls&oacute;ria foi uma caracter&iacute;stica marcante na comunidade, e o Estado de S&atilde;o Paulo se destacou por sua pol&iacute;tica rigorosa.
Os lepros&aacute;rios foram constru&iacute;dos em locais distantes dos centros urbanos e onde tinha bastante circula&ccedil;&atilde;o de vento. Afinal, a medicina ainda se apoiava na ideia de que doen&ccedil;as eram disseminadas pelos miasmas: vapores ou emana&ccedil;&otilde;es f&eacute;tidas transmitidas pelo ar.&nbsp;
Talvez a lepra e toda a estigmatiza&ccedil;&atilde;o que a acompanha tenha sido a epidemia que mais nivelou a sociedade. N&atilde;o importava sexo, faixa et&aacute;ria, faixa socioecon&ocirc;mica ou posi&ccedil;&atilde;o social para aqueles que eram diagnosticados com a doen&ccedil;a. Todos eram isolados no mesmo local, sob as mesmas condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias e tratados com o mesmo rep&uacute;dio. Muitos dos internos perdiam os la&ccedil;os familiares para sempre porque eram abandonados por eles.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22143152628242.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Foram 40 asilos-col&ocirc;nias em todo o Brasil, sendo que 80% deles foram estabelecidos durante o governo de Get&uacute;lio Vargas, quando o presidente criou o primeiro Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de para lidar principalmente com a epidemia da doen&ccedil;a.
O <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124698-hospital-colonia-itapua-conheca-o-ultimo-leprosario-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hospital Col&ocirc;nia Itapu&atilde;</a>, localizado em Viam&atilde;o, a 60 km de Porto Alegre, foi a maior instala&ccedil;&atilde;o do per&iacute;odo Vargas. Constru&iacute;do em 1940, com 1.253 hectares, o asilo-col&ocirc;nia chegou a ter um contingente de 2.474 pessoas internadas permanentemente. Os hansenianos criaram uma nova vida dentro daquela mini-cidade, que dispunha de igrejas e at&eacute; de um sal&atilde;o de festas.
Ao todo, ainda h&aacute; cerca de 46 pessoas morando no local e muitas n&atilde;o querem deixar o lugar onde reconstru&iacute;ram sua hist&oacute;ria, ainda que for&ccedil;adamente.

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A dolorosa história das pessoas com lepra no Brasil do século XX

Imagem de Por que existem quatro cabeças de João Batista pelo mundo? no megacurioso

Considerada uma relíquia sagrada, a cabeça de São João Batista foi 'encontrada' em vários lugares

S&atilde;o Jo&atilde;o Batista foi um pregador importante dentro da narrativa da B&iacute;blia: ele era nada menos que primo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122739-as-representacoes-mais-antigas-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus</a>, e foi o respons&aacute;vel por seu batismo. De forma parecida que o seu parente mais famoso, Jo&atilde;o Batista teria morrido por conta de suas cren&ccedil;as.
Enquanto Jesus foi <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127287-como-teria-sido-a-crucificacao-de-jesus-cristo-segundo-evidencias-historicas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crucificado</a>, Jo&atilde;o Batista foi decapitado. Mas acontece que, ao longo dos s&eacute;culos, foram noticiadas a exist&ecirc;ncia de pelo menos quatro cabe&ccedil;as que teriam pertencido a este homem santo.
<h2>A morte de Jo&atilde;o Batista</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/16/16202854883005.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Segundo a <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/103079-biblia-descubra-26-fatos-sobre-o-livro-mais-vendido-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">B&iacute;blia</a>, Jo&atilde;o Batista foi decapitado por ordem de Herodes depois que o pregador criticou o casamento deste l&iacute;der com a ex-esposa de seu irm&atilde;o, Herodias. A filha de Herodias, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123981-a-verdadeira-origem-da-tumba-atribuida-a-parteira-de-jesus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Salom&eacute;</a>, teria ent&atilde;o pedido a Herodes a cabe&ccedil;a de Jo&atilde;o Batista em uma bandeja, e seu pedido foi atendido.
Em seguida, o corpo de Batista teria sido enterrado em Sebastia, cidade localizada na Palestina moderna. Ocorre que, nos s&eacute;culos seguintes, sua cabe&ccedil;a teria sido "encontrada" v&aacute;rias vezes. Obviamente, ele n&atilde;o tinha v&aacute;rios cr&acirc;nios: sua exist&ecirc;ncia estava sendo explorada pelo lucrativo com&eacute;rcio de rel&iacute;quias sacras.
Entre as rel&iacute;quias mais importantes neste mercado, estava justamente a cabe&ccedil;a de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117255-possivel-local-que-levou-a-execucao-de-joao-batista-e-encontrado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jo&atilde;o Batista</a>. Por isso, ao longo da hist&oacute;ria, v&aacute;rios povos disseram possu&iacute;-la. Na Idade M&eacute;dia, os Cavaleiros Templ&aacute;rios reivindicaram a sua posse. Hoje, sabe-se de quatro cabe&ccedil;as que supostamente teriam sido do homem santo.
<h2>As cabe&ccedil;as que j&aacute; foram reclamadas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/16/16203021708007.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
A primeira das cabe&ccedil;as est&aacute; na Mesquita dos Om&iacute;adas, na S&iacute;ria, que foi constru&iacute;da no topo de uma igreja crist&atilde; durante o s&eacute;culo VI. Tempos depois, no s&eacute;culo VIII, esta mesquita foi constru&iacute;da e a cabe&ccedil;a foi supostamente colocada em uma das colunas.
Outra localiza&ccedil;&atilde;o &eacute; a Resid&ecirc;ncia de Munique, na Alemanha, que hoje funciona como um museu. L&aacute;, h&aacute; uma rel&iacute;quia que se diz ser a cabe&ccedil;a de Jo&atilde;o Batista e faz parte de uma cole&ccedil;&atilde;o que pertenceu a Guilherme V da Baviera. Segundo informa&ccedil;&otilde;es do museu, Guilherme V teria sido autorizado pelo papa a adquirir rel&iacute;quias sagradas em 1577.
J&aacute; na bas&iacute;lica de San Silvestro in Capite, localizada em Roma, estaria a parte superior do cr&acirc;nio de Jo&atilde;o Batista, sem a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123472-mandibula-de-fosforo-a-doenca-que-levou-a-greve-de-trabalhadoras-de-1888.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mand&iacute;bula</a>. Esta igreja virou local de preserva&ccedil;&atilde;o de rel&iacute;quias de santos durante o s&eacute;culo IX, e a cabe&ccedil;a seria uma delas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/maxim-massalitin-wikimedia-27095412632074.jpg" alt="Maxim Massalitin/Wikimedia" />Suposta cabe&ccedil;a de Jo&atilde;o Batista exposta na Catedral de Amiens. (Fonte: Maxim Massalitin/Wikimedia Commons)
Por fim, a quarta cabe&ccedil;a teria sido incorporada na Catedral de Amiens, na Fran&ccedil;a. Ela teria chegado l&aacute; na Idade M&eacute;dia depois que um padre retornou das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127035-4-mulheres-incriveis-que-lutaram-nas-cruzadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cruzadas</a>, no s&eacute;culo XIII, trazendo v&aacute;rias rel&iacute;quias. Ele teria dito que encontrou a cabe&ccedil;a do santo em Constantinopla.
Essa cabe&ccedil;a, em especial, teria ganhado credibilidade devido a um corte acima da sobrancelha direita, uma vez que se acredita que Herodias teria feito um ferimento desse tipo no m&aacute;rtir. Sua chegada na catedral foi considerada uma grande b&ecirc;n&ccedil;&atilde;o no local, que virou um ponto de peregrina&ccedil;&atilde;o.
A fama em torno das v&aacute;rias "cabe&ccedil;as" de Jo&atilde;o Batista expressam como a f&eacute; se misturava com mitos e mentiras durante a Idade M&eacute;dia. &Eacute; provavelmente imposs&iacute;vel descobrir hoje se alguma dessas cabe&ccedil;as &eacute; a real. &Eacute; poss&iacute;vel, inclusive, que todas sejam falsas.

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Por que existem quatro cabeças de João Batista pelo mundo?

Imagem de Jogo de futebol iniciou uma guerra entre Honduras e El Salvador? no megacurioso

A Copa do Mundo do México de 1970 foi marcada por uma guerra de 100 horas entre Honduras e El Salvador 

<head></head><body>Para entender como uma partida de futebol classificatória para a Copa do Mundo do México de 1970 causou uma guerra entre El Salvador e Honduras, é preciso entender de onde surgiu o problema entre os dois países.Em 1969, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125241-cecot-el-salvador-construiu-a-maior-e-pior-prisao-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">El Salvador</a>, localizado na América Central, tinha uma população de apenas 3 milhões de habitantes (hoje tem o dobro disso), e a maioria de seu território era controlada por uma elite latifundiária, deixando pouco espaço para os agricultores mais pobres. Estes apoiavam a emigração em massa, que aliviava as pressões sobre suas terras e exigia que elas fossem redistribuídas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/26/26142225908286.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Com isso, os migrantes encontraram em Honduras — a 325 km de distância de El Salvador, um território cinco vezes maior e com uma população de apenas 2,3 milhões de habitantes — o local perfeito para cultivar terras e trabalhar para as empresas de frutas dos Estados Unidos que operavam no país. Naquela época, Honduras era igualmente dominado por um pequeno número de proprietários de terras.Estima-se que 300 mil salvadorenhos viviam em Honduras em meados de 1969 e essa "invasão" toda e apropriação das terras começou a despertar um ressentimento entre os camponeses hondurenhos que lutavam por mais terras da elite.<h2>Ódio mútuo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27154649637383.jpg" alt="(Fonte: War History Online/Reprodução)">(Fonte: War History Online/Reprodução)Para tentar aliviar as tensões, o então presidente hondurenho Oswaldo López Arellano aprovou uma lei de reforma agrária, mas não nas terras de propriedade da oligarquia ou das empresas de frutas norte-americanas, mas naquelas colonizadas pelos migrantes. Além disso, Arellano começou a deportar milhares de salvadorenhos ou encarcerá-los em campos de contenção, tirando tudo o que possuíam.El Salvador, por outro lado, foi dominado por um caos. O governo de Fidel Sánchez Hernández simplesmente não sabia como lidar com o grande número de migrantes que retornavam para um país pequeno e sem terras o suficiente, tampouco com aqueles que ficaram e passaram a exigir uma ação militar para aquela situação.E em meio a um sentimento de extremo ódio dos migrantes salvadorenhos por Honduras, simplesmente havia os três últimos jogos classificatórios para a Copa do Mundo de 1970, que aconteceria no México. Qualquer um que conhece o quanto a América Latina é apaixonada por futebol sabe o que isso significa.Até era esperado um embate perigoso entre as torcidas, mas ninguém esperava que isso fosse muito além.<h2>Por um fio</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27154355450378.jpg" alt="(Fonte: Exclamacion/Reprodução)">(Fonte: Exclamacion/Reprodução)Em 8 de junho de 1969 aconteceu o primeiro desses jogos eliminatórios em Tegucigalpa, capital de Honduras, sob um clima de tensão, afinal, havia uma imensa pressão para que os salvadorenhos vencessem.“Sentimos que tínhamos o dever patriótico de vencer por El Salvador”, disse o jogador Maurício “Pipo” Rodríguez. “Acho que todos nós tínhamos medo de perder, porque teria sido uma desonra que nos acompanharia pelo resto da vida. O que não sabíamos era o significado daquela vitória e a importância histórica daquele gol – que seria usado como símbolo de uma guerra”.El Salvador perdeu a primeira partida, com Honduras conseguindo uma vitória por 1 a 0 no minuto final do segundo tempo. A violência entre os torcedores foi controlada naquele dia, apesar dos inúmeros relatos de brigas e pessoas sendo carregadas para hospitais próximos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27155511934391.jpg" alt="(Fonte: We Are The Mighty/Reprodução)">(Fonte: We Are The Mighty/Reprodução)O mesmo não aconteceu em 15 de junho, quando El Salvador ganhou por 3 a 0. Saques e incêndios criminosos abalaram as ruas em uma atmosfera de puro terror e revolta. Em 24 de junho, o governo salvadorenho mobilizou seus militares e, dois dias depois, declarou estado de emergência.Antes de as seleções entrarem em campo na Cidade do México, em 27 de junho, foi anunciado oficialmente que El Salvador havia cortado os laços diplomáticos com Honduras, alegando que, desde o primeiro jogo, mais de 11 mil salvadorenhos foram forçados a fugir de Honduras.&nbsp;O presidente Hernández declarou que o país não fez nada para impedir assassinatos, opressão, estupros, pilhagens e a expulsão em massa de seu povo de Honduras. Portanto, não havia muito sentido em manter as relações. Era o início declarado da guerra.<h2>O pretexto</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27155310804389.jpg" alt="(Fonte: Difesa Online/Reprodução)">(Fonte: Difesa Online/Reprodução)Naquele último jogo, a guerra rompeu assim que o árbitro soprou o apito final para encerrar a partida, com El Salvador vencendo Honduras por 3 a 2 após a prorrogação. Estima-se que mais de 1.700 policiais mexicanos compareceram ao jogo para tentar controlar a violência e os torcedores salvadorenhos que gritavam “assassinos” das arquibancadas para os hondurenhos.Em 14 de julho, El Salvador ordenou que suas forças invadissem Honduras com aviões de guerra para bombardear o país. No final da tarde daquele dia, a força aérea salvadorenha atacou vários alvos, lançando grandes ofensivas ao longo da estrada principal que liga as duas nações e contra as ilhas hondurenhas no golfo de Fonseca.El Salvador até liderou o conflito, pelo menos a princípio, sobretudo porque seu exército era consideravelmente maior e mais bem equipado do que o do seu oponente. No entanto, seu ataque travou devido à escassez de combustível e munição, fruto da ação da força aérea hondurenha que, além de destruir grande parte da força aérea salvadorenha, danificou severamente as instalações de armazenamento de petróleo de El Salvador.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27155603167395.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)No mesmo dia, a Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu um cessar-fogo, que só foi ouvido pelos salvadorenhos implacáveis em 18 de julho. A essa altura, mais de 6 mil pessoas haviam morrido, em sua maioria civis hondurenhos, e uma média de 130 mil salvadorenhos haviam sido expulsos de Honduras. Sob pressão internacional, El Salvador retirou suas forças do país oponente em agosto.Além das vítimas, a guerra só serviu para esfacelar as economias de ambos os países, que sofreram terrivelmente com as consequências, pois o comércio foi interrompido e as fronteiras fechadas. Inclusive, a maioria das questões socioeconômicas que surgiram no final da Guerra do Futebol foram a causa final da Guerra Civil de El Salvador, que aconteceu de 1979 a 1992, em que mais de 70 mil pessoas morreram durante o conflito.Aos 78 anos, Pipo segue acreditando que as autoridades e os políticos usaram o futebol para incitar o ódio entre os salvadorenhos e hondurenhos que, naquele contexto, eram apenas rivais esportivos, não inimigos. E que a mídia internacional estigmatizou o futebol como o objetivo que iniciou o conflito.“A guerra teria acontecido com ou sem esse objetivo”, observou ele.</body>

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