Imagem de Moda no século XIX, saias de crinolina mataram cerca de 3 mil mulheres no megacurioso

Mulheres que usavam saias de crinolina queimavam vivas se encostassem em uma pequena chama

Voc&ecirc; j&aacute; deve ter ouvido que muitas <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123683-por-que-marcas-como-a-balenciaga-sao-tao-populares-e-caras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tend&ecirc;ncias do mundo da moda</a> fazem mal &agrave; sa&uacute;de &mdash; e isso n&atilde;o &eacute; de hoje. No <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123732-6-fatos-bizarros-sobre-a-vida-na-era-vitoriana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;culo XIX,</a> milhares de mulheres foram queimadas vivas por usarem as roupas da moda da &eacute;poca: as saias de crinolina.
Essas saias tinham todos os elementos necess&aacute;rios para causarem acidentes. Elas contavam com uma grande estrutura de madeira, a&ccedil;o ou vime que servia para suportar as camadas de tecido, como se fosse uma gaiola. Ao mesmo tempo, essa estrutura criava imensos bols&otilde;es de ar que tornavam as saias altamente inflam&aacute;veis.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/13/13145711537300.jpg" alt="(Fonte: Studhistoria)" />(Fonte: Studhistoria)
Al&eacute;m disso, elas eram de tecido, um material que pega fogo com facilidade. Ali&aacute;s, elas tinham muitas camadas de panos. Bastava uma chama e as mulheres incendiavam em segundos.
Por fim, as saias de crinolina eram enormes, chegando a mais de 5 metros de extens&atilde;o. Isso dificultava a mobilidade de quem as usava e contribu&iacute;a para que acidentes ocorressem &mdash; e pior, dificultava o socorro, pois era muito complicado remover a saia a tempo de salvar quem a usava.
<h2>Relatos sobre as mortes causadas pelas saias de crinolina</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/13/13145527798299.jpg" alt="Emily e Mary Wilde foram v&iacute;timas de suas saias. (Fonte: Wellcome Library, London/CC BY 4.0)" />Emily e Mary Wilde foram v&iacute;timas de suas saias. (Fonte: Wellcome Library, London/CC BY 4.0)
As mortes causadas por essas vestimentas renderam relatos assustadores. Em um deles, as irm&atilde;s do renomado escritor Oscar Wilde, Emily e Mary Wilde, foram queimadas vivas durante uma festa de Halloween em que estavam na Irlanda.
Uma delas encostou a saia na chama de uma vela e as chamas se espalharam rapidamente pela roupa. Na tentativa frustrada de salvar a irm&atilde;, a outra tamb&eacute;m foi queimada. Isso ocorreu no ano de 1871.
Fanny Longfellow, esposa do poeta Henry Wadsworth Longfellow, tamb&eacute;m foi v&iacute;tima das saias de crinolina. Sua morte foi ainda mais tr&aacute;gica, pois ocorreu na frente de seus filhos. A morte foi noticiada pelo jornal The New York Times.
&ldquo;Um triste acidente, que se revelou fatal na manh&atilde; de ontem, aconteceu com a Sra. FANNY LONGFELLOW, esposa do Prof. HENRY W. LONGFELLOW, em sua resid&ecirc;ncia em Cambridge, na tarde de ter&ccedil;a-feira. Enquanto estava sentada &agrave; mesa da biblioteca, fazendo selos para o entretenimento de seus dois filhos mais novos, um f&oacute;sforo ou peda&ccedil;o de papel aceso atingiu seu vestido e ela foi envolvida em chamas por um momento. O Prof. LONGFELLOW, que estava em seu escrit&oacute;rio, correu para ajud&aacute;-la e conseguiu extinguir as chamas, com ferimentos consider&aacute;veis para si mesmo, mas tarde demais para salvar a vida dela&rdquo;, diz a reportagem do dia 12/07/1961.
<h2>Cerca de 3 mil mulheres morreram queimadas</h2>
Levantamentos feitos em documentos da &eacute;poca estimam que ao menos tr&ecirc;s mil mulheres foram queimadas vivas por causa de suas saias. A recorr&ecirc;ncia dos acidentes era tema de reportagens da BBC e de jornais americanos, como The New York Times. Os jornais estimavam at&eacute; tr&ecirc;s mortes por semana.
<h2>Pol&iacute;ticos se posicionaram contra as saias, mas pelos motivos errados</h2>
Ap&oacute;s a Guerra Civil Americana, os pol&iacute;ticos dos EUA passaram a criticar as gigantescas saias de crinolina. Contudo, o motivo das cr&iacute;ticas n&atilde;o eram as mortes das mulheres, mas o fato de que essas saias eram imorais, j&aacute; que permitiam que as roupas &iacute;ntimas dessas mulheres fossem eventualmente vistas.
Com o passar dos anos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124320-6-estranhas-tendencias-de-moda-que-ja-existiram-pela-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as saias deixaram de ser usadas</a>, dando lugar as saias longas, sem a estrutura de gaiola.

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Moda no século XIX, saias de crinolina mataram cerca de 3 mil mulheres

Imagem de Os 4 mais enigmáticos textos hieroglíficos já descobertos no megacurioso

Arqueólogos já encontraram muitos textos hieroglíficos que permitiram à humanidade conhecer mais sobre o Egito Antigo. Alguns seguem intrigando as pessoas

<head></head><body>Por milênios, a escrita hieroglífica que caracterizou os antigos egípcios foi motivo de fascinação para a humanidade. Sendo mais preciso, é possível afirmar que esse fascínio permanece até os dias atuais, seja em textos que seguem com sua tradução incompleta, seja nos que seu contexto é desconhecido.Profissionais têm se especializado no tema, de modo que seja possível traduzir estes escritos e revelar aspectos ainda desconhecidos sobre a cultura dos povos antigos. A dificuldade é que a técnica é complexa e carece de compreensão para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118198-hieroglifos-revelam-jogos-politicos-do-imperio-maia-ha-1-300-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hieróglifos</a> específicos. Confira os textos mais intrigantes do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124159-6-impressionantes-animais-mumificados-do-egito-antigo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito Antigo</a>.<h2>1. Grande Hino a Aton</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/06/06185857956413.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Registrado no túmulo de Ai, confidente e funcionário de grande confiança do rei do Egito, o Grande Hino a Aton é um texto hieroglífico de caráter religioso. Sua autoria não é precisa, mas acredita-se que tenha sido criado pelo faraó Akhenaton, por volta de 1350 a.C., durante a Reforma Religiosa de Amarna, em que se colocou o deus Aton como o "verdadeiro deus".O Grande Hino a Aton seria um cântico de louvor a essa nova ordem na religião do Egito Antigo. Aton é colocado como o sol, origem de todas as coisas boas, enquanto o faraó Akhenaton seria seu filho. A religião durou pouco tempo, e após Akhenaton sair do trono, tudo relacionado a ele foi retirado, incluindo sua visão religiosa.<h2>2. Diários de Merer</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/06/06190738985420.jpg" alt="(Fonte: History of Egypt Podcast/Reprodução)">(Fonte: History of Egypt Podcast/Reprodução)Temos muitas informações sobre as pirâmides do Egito, mas também há muitas lacunas e desinformação sobre a maneira como foram erguidas. O historiador grego Heródoto, por exemplo, relatou que teria ouvido de sacerdotes egípcios que a construção das pirâmides teria se dado mediante trabalho escravo. No entanto, em 2013, arqueólogos descobriram papiros que lançaram nova luz sobre o tema.Considerado o texto hieroglífico escrito em papiro mais antigo já descoberto, ele contém os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122581-diarios-de-merer-os-registros-da-construcao-das-piramides-do-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Diários de Merer</a>, um funcionário público, com um diário de bordo do trabalho realizado na criação das pirâmides. Encontrados em cavernas no Mar Vermelho, mostram, entre outros fatores, que os trabalhadores eram remunerados, a quantidade de comida distribuída e toda contabilidade envolvida.<h2>3. Grafito de Esmet-Akhom</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/06/06192315050424.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Datada do ano 394, o Grafito de Esmet-Akhom é conhecido como a última vez em que hieróglifos foram escritos no Egito Antigo, por isso é um marco na história da civilização. Ela estava gravada nas paredes do Templo de Philae, construído em uma pequena ilha e erguido em homenagem a Ísis, a deusa do amor.O templo serviu a família de Esmet-Akhom por gerações, mas quando o Egito caiu nas mãos dos romanos, a situação mudou. Em 391, o imperador Teodósio I ordenou o fechamento dos templos pagãos, como forma de impor o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121652-como-os-seguidores-de-jesus-fundaram-o-cristianismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cristianismo</a>. O fato de estar em uma ilha ajudou a preservar não apenas o templo, mas o hieróglifo presente em sua parede.<h2>4. Paleta de Narmer</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/06/06193453546425.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Narmer foi um faraó do Egito. A Paleta de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118701-os-6-nomes-de-gente-mais-antigos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Narmer</a> é uma placa com duas faces, que contém inscrições e relevos que narram a unificação do Alto e Baixo Egito. A placa é considerada um dos primeiros documentos históricos, tendo sido produzido por volta de 3200 a.C., e encontrada pelo britânico James E. Quibell, em 1898, em uma escavação feita em Hieracômpolis, antiga capital do Alto Egito.Diferentes abordagens foram feitas por pesquisadores no estudo do material, sem ainda haver consenso sobre o objetivo da elaboração da paleta, nem sua utilidade posterior. Atualmente, a Paleta de Narmer está em exposição no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124232-mumia-de-2-3-mil-anos-com-coracao-de-ouro-e-achada-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Museu do Cairo,</a> no Egito.Ela foi feita apresentando cabeças bovinas, dois serpopardos, além de um homem usando a Coroa Vermelha do Baixo Egito, cujo tamanho é o dobro das figuras ao redor, a quem acreditam ser Narmer.</body>

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Os 4 mais enigmáticos textos hieroglíficos já descobertos

Imagem de 5 fatos intrigantes sobre as práticas funerárias em Nova Orleans no megacurioso

Conhecida como uma cidade assombrada e mística, Nova Orleans possui práticas e tradições peculiares no que diz respeito aos enterros

<head></head><body>Nova Orleans não é um município qualquer nos Estados Unidos, mas um dos que guarda uma história rica e recheada de mitologias, contos e histórias assombradas. O passado escravocrata ajuda a alimentar o imaginário da cidade, conhecida como a mais mal-assombrada do mundo.O assunto é tão sério que já alimentou a ficção, com filmes, livros e até uma temporada de American Horror Story. Mas a terra da sádica <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120888-as-terriveis-historias-de-tortura-e-morte-da-mansao-lalaurie.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Delphine LaLaurie</a> também é composta de peculiaridades quando o assunto são as práticas funerárias. Com características muito próprias, a morte por ali é, no mínimo, intrigante<h2>1. Procissão fúnebre envolve música</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/06/06180920515399.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Chamada popularmente de Jazz Funerals, a procissão fúnebre em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113407-carnaval-americano-estados-unidos-conheca-mardi-gras-nova-orleans.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nova Orleans</a> é considerada um fenômeno cultural integrante da identidade da cidade, tendo sido criada ali a partir da influência de elementos culturais afro-americanos. Quando uma pessoa morre, um cortejo segue a família, amigos e membros da igreja, chamada de Second Line.Ele é um cortejo musical, com bandas animadas, usando roupas coloridas e tocando canções alegres e divertidas. Tornou-se um elemento tão forte da tradição local que, hoje em dia, é parte das mais diferentes celebrações do município. Segundo os locais, é uma maneira ímpar de reverenciar e celebrar a vida dos que se foram.<h2>2. Dia de Todos os Santos é data importantíssima</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/06/06181117149400.jpeg" alt="(Fonte: YouTube/Reprodução)">(Fonte: YouTube/Reprodução)O Dia de Todos os Santos, data que se celebra a honra de quem já foi julgado e está na "vida eterna", é um feriado praticado com muito afinco em Nova Orleans. Todo dia 1º de novembro, as famílias tomam conta dos cemitérios da cidade com o objetivo de deixar o túmulo de seus entes queridos limpos.Mas não é só isso: na data as famílias também levam presentes para os mortos, que podem incluir fotografias, flores, alimentos e até bebida alcoólica. Lembra bastante a celebração do Dia de Finados, mas com muito mais pompa e um dia antes.<h2>3. Tumbas foram inspiradas nos columbários romanos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/06/06181307551401.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Os columbários dos cemitérios da Roma Antiga foram inspiração para a forma como os túmulos em Nova Orleans foram construídos. A estrutura é bastante semelhante, mas, ao invés de guardar restos cremados, servem como túmulos completos.Outra diferença é que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123517-os-5-templos-religiosos-mais-excentricos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">columbários</a> romanos ficavam abaixo do solo, esculpidos em rocha calcária, enquanto as câmaras funerárias da cidade norte-americana ficam acima do solo. Elas também não são adornadas como as romanas, mas mostram a mesma engenhosidade na técnica de construção.<h2>4. Túmulos acomodam diferentes mortos</h2><span class="img-fc" data-fonte="Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/27/Tombs_at_Lafayette_Cemetery_No_1_Garden_District_New_Orleans_16.JPG/640px-Tombs_at_Lafayette_Cemetery_No_1_Garden_District_New_Orleans_16.JPG"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/06/06181424858402.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Outra característica curiosa das criptas de Nova Orleans é que elas podem acomodar até dez pessoas dentro. Quando os terrenos disponíveis para sepultamento começaram a ficar escassos na cidade, o governo tomou como medida fazer as tumbas acima da terra. Era uma maneira mais barata e eficiente, além de impedir o acúmulo de corpos ao ar livre, o que poderia gerar diversas doenças.Quando diferentes epidemias assolaram a cidade, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124451-por-que-a-tumba-do-primeiro-imperador-da-china-ainda-nao-foi-aberta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tumbas</a> acima do solo e com capacidade para muitos corpos também ajudaram. Assim, quando uma família perdia muitas pessoas por uma mesma doença, os corpos ficavam juntos na mesma tumba. Até hoje, as famílias donas dos espaços os reutiliza.<h2>5. Enterros subterrâneos já foram proibidos</h2><span class="img-fc" data-fonte="Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/be/All_Saints_Day_in_New_Orleans_--_Decorating_the_Tombs.jpg/640px-All_Saints_Day_in_New_Orleans_--_Decorating_the_Tombs.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/06/06181600706404.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Enterrar os mortos no subsolo dos cemitérios de Nova Orleans é permitido, desde que você tenha um espaço. Todavia, houve um tempo em que não era bem assim. A cidade foi fundada em uma margem elevada ao lado do <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113762-sultana-o-desastre-esquecido-dos-estados-unidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rio Mississippi</a>. Na época das cheias, a água fazia com que os caixões (e os corpos) saíssem do solo e os restos mortais ficassem espalhados pelas ruas.A maneira de resolver foi proibir enterros subterrâneos. Assim surgiram as tumbas citadas no item 3, inspiradas nos columbários romanos. Quando diferentes epidemias tomaram conta da cidade, a prática se mostrou positiva. Ainda por cima, impulsionou o surgimento de quase todos os cemitérios de Nova Orleans.</body>

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5 fatos intrigantes sobre as práticas funerárias em Nova Orleans

Imagem de Arqueólogos encontram "taverna" de 5 mil anos no Iraque no megacurioso

Local estava na cidade de Lagash, tinha cozinha industrial, um tipo de geladeira e servia peixe

<head></head><body>Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia descobriram resquícios do que seria uma taverna da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124238-tabuletas-de-argila-ajudam-a-traduzir-lingua-cananeia-perdida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antiga Mesopotâmia</a>. A escavação no sítio arqueológico de Lagash, no Iraque, encontrou a estrutura do estabelecimento, móveis e até restos de comida.Ao que tudo indica, o local era frequentado por uma espécie de classe média daquela sociedade. Indivíduos que não eram escravos e que podiam ir a um estabelecimento comercial tomar uma tigela de sopa de peixe.Isso significa que um dos entretenimentos mais comuns que temos hoje, sair para <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124336-comidas-processadas-podem-aumentar-o-risco-de-multiplos-canceres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comer um lanche gostoso</a>, também era uma atividade popular há mais de 5 milênios.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/13/13160805477352.jpg" alt="(Fonte: Projeto Arqueológico de Lagash)">(Fonte: Projeto Arqueológico de Lagash)<h2>Forno, louças e até uma “geladeira”</h2>Os arqueólogos encontraram um grande forno de barro nessa taverna, indicando que ali eram feitas muitas refeições e com uma agilidade tão grande que lembraria as cozinhas industriais dos tempos de hoje.Além disso, vasos de barro eram usados para resfriar os alimentos, aumentando a sua durabilidade e atuando como geladeiras da antiguidade. Os jarros de barro são chamados de “zeer” e conseguem preservar a comida usando a troca de temperatura entre a água e a areia que revestem o objeto. Esse modelo de “geladeira” é usado até hoje em países africanos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124566-arqueologos-descobrem-blocos-com-hieroglifos-no-sudao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como o Sudão</a>.Os pesquisadores também encontraram louças em formato cônico. Algumas delas tinham restos de peixe, o que dá uma pista de como era o cardápio desse estabelecimento.À CNN, um dos pesquisadores explicou por que essa descoberta é tão importante: “O fato de você ter um local de encontro público onde as pessoas podem se sentar e tomar uma cerveja e comer seu ensopado de peixe, eles não estão trabalhando sob a tirania dos reis”, disse Reed Goodman, arqueólogo da Universidade da Pensilvânia.Existia uma classe social nessa cidade que tinha o privilégio de se reunir livremente em encontros sociais. Ainda não se sabe no que essas pessoas trabalhavam e como conquistaram essa liberdade, mas a existência desses espaços ajuda a compreender as dinâmicas sociais da Mesopotâmia — melhorando o ensino da história sobre essas civilizações.<h2>Pesquisadores usaram técnicas avançadas para descobrir o local</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/13/13160922956353.jpg" alt="(Fonte: Projeto Arqueológico de Lagash)">(Fonte: Projeto Arqueológico de Lagash)No ano passado, os pesquisadores encontraram um pátio aberto. Meses depois, retornaram ao local e continuaram escavando, até que descobriram o forno. A escavação é feita de maneira cuidadosa. Uma camada de terra é retirada por vez, sempre horizontalmente.Essa taverna estava a apenas 50cm do solo. Por isso, qualquer movimento brusco, ou uso de ferramentas inadequadas, poderia ter destruído o local.<h2>Taverna estava em um grande centro urbano</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/13/13160423515351.jpg" alt="Mapa da região em que ficava a taverna. (Fonte: M. Sauvage Atlas)">Mapa da região em que ficava a taverna. (Fonte: M. Sauvage Atlas)Os pesquisadores acreditam que a antiga cidade de Lagash era um grande centro urbano mesopotâmico, tendo importância comercial e até industrial.Com mais de 450 hectares, Lagash foi um dos maiores locais no sul do Iraque durante o terceiro milênio. O local era de grande importância política, econômica e religiosa. No entanto, também pensamos que Lagash era um centro populacional significativo que tinha fácil acesso a terras férteis e pessoas dedicadas à produção artesanal intensiva.Dessa forma, a cidade poderia ter sido algo como Trenton, como em "'Trenton faz, o mundo leva', uma capital, mas também uma importante cidade industrial", explicou o professor Pittman, do departamento de História da Arte da Universidade da Pensilvânia, em comunicado oficial da instituição.</body>

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Arqueólogos encontram 'taverna' de 5 mil anos no Iraque

Imagem de Os 5 tesouros mais valiosos do mundo que seguem desaparecidos no megacurioso

Tesouros de diferentes povos desapareceram ao longo da história, roubados ou saqueados, e seguem sumidos

<head></head><body>A história da humanidade nos mostra que as diferentes <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124011-5-civilizacoes-escondidas-debaixo-de-nossos-pes-reveladas-pela-tecnologia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">civilizações</a> que já habitaram o mundo tinham seus tesouros, que não necessariamente eram metais preciosos ou dinheiro, mas sim objetos ou lugares especiais para aqueles povos. Muitos acabaram roubados ou saqueados durante guerras, ou invasões inimigas, já outros simplesmente desapareceram de modo misterioso.Enquanto alguns reapareceram, permitindo que aprendêssemos mais sobre a cultura e as formas de organização social destes povos, outros permanecem sumidos, ocultos em lugares desconhecidos. Apesar da probabilidade de que alguns nem existam mais, preparamos uma seleção dos que pesquisadores, arqueólogos e caçadores de relíquias mais gostariam de encontrar. Confira.<h2>1. O Evangelho Q</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01104850573762.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Evangelho Q ou Fonte Q é o nome dado por estudiosos modernos a um suposto texto, datado do século I d.C., que conteria uma série de informações atribuídas a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124342-5-questionamentos-sobre-a-existencia-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus Cristo</a>. Sua existência é alvo de grande polêmica entre estudiosos, com parte deles defendendo que este material nunca existiu.Partindo do pressuposto de sua existência, ele seria um material riquíssimo, por teria sido a base para que os livros de Mateus e Lucas, presentes no Novo Testamento, fossem redigidos. Desaparecido, o material seria capaz de elucidar características do período, ampliando a compreensão sobre Jesus Cristo e seus feitos.Teólogos modernos sugere que o Evangelho Q (vem do alemão "quelle", que significa "fonte") teria sido a fonte a partir da qual escritores do Novo Testamento teriam criado livros bíblicos.<h2>2. Diamante florentino</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01104717587761.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)De origem incerta, ainda que a maior parte dos pesquisadores concorde que haveria sido encontrado na Índia, antes de chegar à Europa, no fim do século XV, o diamante florentino tinha uma linda cor amarela e possuía 137 quilates.A imprecisão acerca de seu trânsito na Europa dificulta entender parte importante de sua história (por exemplo, ele chegou a ser maior?), mas o que se sabe é que, no século XX, após a Primeira Guerra Mundial, Carlos I, último imperador do Império Austro-Húngaro, fugiu para a Suíça, confiando o diamante ao advogado Bruno Steiner, responsável por vendê-lo.Acontece que isso nunca ocorreu: o diamante florentino desapareceu, Steiner foi preso, acusado de fraude, e a pedra preciosa, ao que tudo indica, acabou recortada em uma série de diamantes menores, nunca encontrados.<h2>3. Os Juízes Justos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01104624531760.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119007-retabulo-de-gante-a-obra-de-arte-mais-perseguida-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Retábulo de Gante</a> é uma obra de arte complexa, composto por 12 painéis, sendo que oito deles são venezianas. Pintada por Hubert e Jan van Eyck na Catedral de São Bavão, em Gante, na Bélgica, no século XV, a obra mostrava uma série de personagens a cavalo em dois dos painéis, chamados de Juízes Justos.Apesar das identidades incertas, acredita-se que Filipe III da Borgonha, duque à época que o retábulo foi criado, seja um dos personagens. Em 1934, os Juízes Justos foram roubados e nunca mais achados. O desejo de reaver a peça, no entanto, faz com que o arquivo do caso permaneça aberto, contando atualmente com mais de 2 mil páginas.<h2>4. Joias da Coroa Irlandesa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01104458829759.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Diferentes joias foram surripiadas ao longo da história da humanidade, mas nenhuma chama tanto a atenção quanto o sumiço das joias da Coroa Irlandesa. Roubadas de dentro do Castelo de Dublin, em 1907, elas não integravam, efetivamente, nenhuma coroa, mas estavam em uma estrela da Ordem de São Patrício, um broche de diamante e cinco colares de ouro, todos pertencentes aos soberanos.As joias ficavam guardadas em uma biblioteca, sobre a posse da Grã-Bretanha, que controlava a atual República da Irlanda à época, mas a falta de segurança permitiu que o roubo fosse possível. As peças nunca foram encontradas, mantendo o mistério até sobre os responsáveis pelo roubo, ainda que muitos suspeitos tenham sido apontados ao longo dos anos.<h2>5. Câmara de Âmbar</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01104355252758.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116476-naufragio-nazista-pode-guardar-tesouros-de-palacio-real-russo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Câmara de Âmbar</a> era uma belíssima sala construída no Palácio de Catarina, em Tsarskoye Selo, próximo a São Petersburgo. Seu interior continha mosaicos dourados, espelhos e esculturas, além de grandes painéis com mais de 450 quilos de âmbar.Sua construção foi um esforço conjunto de russos e alemães, tendo sido projetada pelo escultor barroco alemão Andreas Schlüter e construído pelo artesão dinamarquês Gottfried Wolfram, entre 1701 e 1709. Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi tomada pelos alemães, precisamente no ano de 1941.Os nazistas desmontaram toda a sala, levando os painéis e as obras de arte que ali estavam. Nada nunca foi encontrado, mesmo após o fim da guerra. Em 1979, iniciou-se o projeto de restauro da sala, concluído em 2003 por artesãos russos.</body>

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Os 5 tesouros mais valiosos do mundo que seguem desaparecidos

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Segundo historiadores, cerca de 20 mil trabalhadores e mais 20 mil pessoas de apoio trabalharam no projeto da pirâmide em Gizé

<head></head><body>Além de ser a mais antiga das Sete Maravilhas do Mundo, a Grande Pirâmide de Gizé é conhecida por ser o monumental túmulo do faraó Quéops. Porém, esse também é um belíssimo registro detalhado da vida egípcia antiga. Como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121930-6-dos-faraos-mais-jovens-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">faraós</a> eram considerados deuses no Egito Antigo, as grandes tumbas eram construídas para proteger seus restos mortais e conduzir suas almas à vida após a morte.No entanto, os monarcas não eram as únicas pessoas envolvidas nessa história. Cerca de 20 mil trabalhadores e 16 a 20 mil pessoas de apoio atuaram no projeto da pirâmide de Gizé, extraindo e transportando pedras, construindo rampas, fornecendo comida e água e supervisionando o local de trabalho.&nbsp;<h2>Anos de luta e trabalho</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01145009570168.jpg" alt="(Fonte: Repositório de imagens NZN)">(Fonte: Repositório de imagens NZN)Estima-se que a pirâmide de Gizé levou de 20 a 30 anos para ser construída, usando 6,5 milhões de toneladas de pedra. Porém, ela não foi a primeira pirâmide do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121334-6-mitos-sobre-o-egito-antigo-que-voce-provavelmente-acredita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito Antigo</a>. À medida que o país crescia em poder, os túmulos dos faraós e da nobreza também foram crescendo. Foi assim que surgiu as primeiras ambições de criar um projeto de pirâmide com os lados lisos.&nbsp;Foram séculos de aprimoramento de técnicas, o que contribuiu para um salto imenso na engenharia da época. O faraó Seneferu, quem insistiu para que os trabalhadores criassem novos projetos de pirâmides, só foi de fato ficar satisfeito com o surgimento da Pirâmide Vermelha — chamada assim por sua cor rubro-clara —, a terceira maior pirâmide do Egito.Registros históricos apontam evidências de que os escravos não construíram, de fato, as maiores pirâmides do Egito. Na realidade, grande parte dos construtores eram pagos. Os trabalhadores incluíam agricultores em busca de trabalho fora da estação e outros em busca de salários estáveis. Inclusive, muitos deles foram enterrados na base das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124406-como-eram-as-piramides-do-egito-quando-foram-construidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pirâmides</a> com potes contendo cerveja e pão para prepará-los para a vida após a morte, uma honraria improvável para escravos.<h2>Vida dos trabalhadores</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01145208249172.jpg" alt="(Fonte: Repositório de imagens NZN)">(Fonte: Repositório de imagens NZN)Não há nenhum registro histórico de que os escravos estiveram participando das obras das pirâmides. No entanto, existe uma série de documentos registrando a cobrança de impostos trabalhistas no Egito daquela época. O que os egiptólogos não sabem dizer ao certo, no entanto, é porque tantas pessoas viajaram para a região de Gizé para trabalhar nesses projetos.Entre as principais hipóteses estão uma extrema lealdade ao faraó em questão ou o simples desejo de fazer parte de um grande projeto imortal. Com tantos trabalhadores nos projetos da pirâmide, seria ineficiente fazer com que eles saíssem de suas casas. Por esse motivo, uma comunidade de mais de 150 mil m² foi construída ao sudoeste do projeto para abrigar os trabalhadores durante seu turno de três meses, para alimentá-los e suprir suas necessidades.A cidade era protegida por Heit al-Ghurab, a "Muralha do Corvo", uma parede de calcário de 10 metros de altura e com um portão de 6,5 metros. O projeto funcionava basicamente como uma cidade universitária, onde os trabalhadores poderiam descansar enquanto participavam das obras.<h2>Residências rotativas e permanentes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01145244261174.jpg" alt="(Fonte: Repositório de imagens NZN)">(Fonte: Repositório de imagens NZN)Como em qualquer cidade universitária, a maioria dos residentes nas cidades pirâmides era transitória. Eles dedicariam seu tempo e depois seguiriam em frente. No entanto, alguns trabalhadores optaram por assumir turno integral e se tornaram funcionários permanentes.Eles não só viveram na cidade, como também estabeleceram casas próprias e criaram famílias dentro da Muralha do Corvo. Essas residências usaram materiais mais resistentes e estáveis. &nbsp;Evidências arqueológicas mostram que tijolos de barro foram usados para construir as habitações permanentes.&nbsp;Apesar da vida "confortável" em relação aos escravos do Antigo Egito, os trabalhadores das pirâmides não tinham nenhum tipo de moleza. O trabalho era fisicamente esgotante e prejudicou a saúde de vários deles. Inclusive, vários restos mortais mostram que muitos morreram por ferimentos que receberam no trabalho.No fim das contas, esses funcionários de fato tiveram fundamental participação em um trabalho histórico que dificilmente um dia será esquecido. Seus nomes, infelizmente, nem de perto atingiram a mesma relevância que os grandes faraós receberam nos livros de história.&nbsp;</body>

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Como era a vida dos egípcios que construíram as pirâmides?

Imagem de Beguinas: as comunidades feminina que desafiavam a inquisição no megacurioso

Essas mulheres dividiam sua vida entre a fé e a vida em comunidade, mas acabaram perseguidas pela inquisição

<head></head><body>As beguinas foram mulheres que, durante a Idade Média, dedicaram suas vidas à devoção, mas sem <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123375-o-que-sao-as-ordens-medicantes-da-igreja-catolica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fazer votos de pobreza ou castidade perpétua</a>, ou se fecharem em conventos, mantendo-se firmemente independentes da autoridade eclesiástica institucional.Essas mulheres, também conhecidas como "mulheres santas" (em latim vulgar: mulieres sanctae ou mulieres religiosae), eram frequentemente oriundas de famílias nobres e começaram a surgir em Liège, na atual Bélgica, no final do século XII.<h2>Comunidades femininas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01145147679171.jpg" alt="As beguinas dedicavam sua vida à fé. (Fonte: Getty Images)">As beguinas dedicavam sua vida à fé. (Fonte: Getty Images)O movimento beguinal rapidamente se espalhou pela Bélgica, Holanda, Alemanha e França, tornando-se uma opção popular para mulheres urbanas. Além de satisfazer as necessidades espirituais das adeptas ao movimento, ele também buscava resolver problemas socioeconômicos decorrentes de um excesso de mulheres que não se casavam, mas também não queriam ser freiras. Vale lembrar que as Cruzadas levaram milhares de homens à morte, então muitas mulheres não tinham com quem se casar. &nbsp;Ao contrário das freiras, as beguinas viviam em comunidades autônomas conhecidas como beguinagens, que chegavam a ter dezenas de moradoras. Além disso, diferentemente das religiosas de ordens católicas, essas mulheres eram livres para se casar ou deixar a beguinagem quando quisessem, mas muitas permaneceram por toda a vida.A vida das beguinas era dedicada à oração e contemplação, mas elas também trabalhavam em empregos que lhes permitiam se sustentar. Algumas se dedicavam à produção de tecidos ou rendas, enquanto outras trabalhavam como enfermeiras.<h2>Contribuições culturais e perseguição da inquisição</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/01/01145303364175.jpg" alt="Algumas beguinas eram acusadas de heresia por causa de suas obras literárias. (Fonte: Getty Images)">Algumas beguinas eram acusadas de heresia por causa de suas obras literárias. (Fonte: Getty Images)Como eram geralmente bem-educadas, muitas beguinas também escreviam textos espirituais em sua língua nativa, desempenhando um papel importante na criação e disseminação da literatura vernácula, ou seja, a literatura escrita em línguas diferentes do latim, que era a linguagem padrão para se escrever textos literários. Justamente por isso, muitos suspeitavam que as beguinas estavam promovendo ideias religiosas não ortodoxas e algumas até mesmo foram <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121702-como-o-cristianismo-transformou-curandeiras-em-bruxas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acusadas de heresia e executadas</a>.Marguerite Porete, uma beguina do século XIII, foi queimada em Paris por causa de sua obra mística Miroir des simples âmes (O espelho das almas simples em tradução livre), um diálogo entre o Amor, a Razão e a Alma que é considerado um dos maiores tratados religiosos escritos em francês antigo. Além de ter <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123512-perseguicao-aos-livros-conheca-a-historia-das-leituras-proibidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escrito o livro</a>, Marguerite costumava lê-lo em voz alta em diversas localidades e isso contribuiu para a sua condenação, já que as autoridades temiam que sua atitude demonstrasse que não era preciso um padre para expressar o amor à Deus.As acusações de heresia tomaram uma proporção tão grande que o Concílio de Viena, em 1311, ordenou a dissolução das beguinagens. Embora a política oficial em relação às beguinas tenha variado ao longo dos séculos, muitas beguinagens foram eventualmente suprimidas ou dissolvidas, e muitas beguinas se juntaram a ordens religiosas estabelecidas. Algumas comunidades ainda existem, principalmente na Bélgica, onde a maioria opera instituições de caridade.O equivalente masculino das beguinas era conhecido como beghards. Eles nunca alcançaram a mesma proeminência e as poucas comunidades que sobreviveram na Bélgica foram suprimidas durante a Revolução Francesa.</body>

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Beguinas: as comunidades femininas que desafiavam a inquisição

Imagem de Por que o casco dos navios é pintado de vermelho? no megacurioso

A cor foi escolhida primeiro por necessidade e depois por tradição

<head></head><body>Talvez você nem soubesse que a maioria dos cascos dos navios são vermelhos até ver a chamada desse artigo, não é mesmo? Pois é. A maioria de fato recebe essa cor na parte inferior da embarcação, mas por que motivo?Na verdade, a pergunta tem mais de uma resposta, pois são vários os motivos que fazem com que os cascos sejam pintados de vermelho.<h2 style="text-align: justify;">Xô, cracas!</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/02/02212818452118.jpg" alt="As cracas podem causar danos aos cascos dos navios e resultar em grandes problemas. (Fonte: Getty Images)">As cracas podem causar danos aos cascos dos navios e resultar em grandes problemas. (Fonte: Getty Images)A primeira razão é prática: proteger o fundo dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121361-lendario-navio-endurance-e-encontrado-afundado-na-antartida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">navios</a>.&nbsp;Para entender é preciso voltar séculos atrás, quando os barcos ainda eram de madeira. Os cascos de madeira entravam em contato com diversas espécies marinhas, como as cracas – espécies de crustáceos que se fixam em animais, rochas e embarcações –, o que causava diversos estragos e comprometiam a estabilidade do transporte.&nbsp;Além disso, a sujeira fazia como que a velocidade do navio fosse reduzida em decorrência do aumento da força de arrasto (força de resistência de um corpo em meio fluido), necessitando de mais energia para movê-lo.A solução encontrada foi pintar o casco com uma tinta de cobre que tinha a função de biocida, ou seja, podia controlar o crescimento de organismos vivos nocivos à madeira. Como a tinta era de cobre, acabava tendo a coloração avermelhada. Essa técnica então se repetiu pelos séculos que se seguiram.<h2 style="text-align: justify;">Uma questão de tradição</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/02/02213302875119.jpg" alt="Pintar o casco de um navio de vermelho é prestar reverência à honra e à tradição náutica. (Fonte: Getty Images)">Pintar o casco de um navio de vermelho é prestar reverência à honra e à tradição náutica. (Fonte: Getty Images)Outra resposta para o uso do vermelho ainda nos dias de hoje é que essa prática é uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124482-maias-os-costumes-peculiares-e-sangrentos-desta-civilizacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tradição</a>, já que seu uso contínuo ao longo dos anos virou um costume náutico.&nbsp;Atualmente, com os diversos avanços científicos no setor, é possível usar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123493-os-6-alimentos-com-mais-agrotoxicos-que-compramos-no-mercado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">biocida</a> em qualquer qual cor de tinta. Contudo, é tão popular pintar o casco de vermelho que são poucos os que se atrevem a fugir do padrão.&nbsp;<h2 style="text-align: justify;">Medição</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/02/02214531607127.jpg" alt="Marcação na parte frontal do casco ajuda a medir a profundidade que o navio está em relação ao nível da água. (Fonte: Getty Images)">Marcação na parte frontal do casco ajuda a medir a profundidade que o navio está em relação ao nível da água. (Fonte: Getty Images)Se você olhar o casco de um navio, certamente verá que há marcações nele, com uma escala numérica indicando a profundidade. Essa informação é importante para indicar o peso da carga que um navio está carregando, afinal, quanto mais carga ele tiver, mais abaixo do nível da água ele vai ficar.&nbsp;Dessa maneira, só de observar o quão fundo o navio está é possível ter uma noção da quantidade de carga que ele está carregando e, por consequência, ter uma ideia do valor transportado. No casco vermelho, essas marcações ficam mais claras e é possível observar mais facilmente.&nbsp;Saber a profundidade também é importante para evitar que uma embarcação encalhe em áreas pouco profundas.&nbsp;</body>

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Por que o casco dos navios é pintado de vermelho?

Imagem de Odin: descoberta a mais antiga menção ao deus nórdico no megacurioso

Pingente de ouro descoberto na Dinamarca mostra que vikings eram um povo importante da Idade do Ferro

<head></head><body>A descoberta de um pingente de ouro na Dinamarca revelou a menção mais antiga a Odin, o famoso deus cultuado pelos nórdicos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122012-criadas-pelo-vikings-batalhas-de-rap-trocavam-armas-por-insultos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vikings</a>. O objeto, datado do século V d.C. prova que esse povo já era influente e rico durante a Idade do Ferro. O artefato é 150 anos mais antigo do que qualquer outro item que mencione a mitologia nórdica.A descoberta foi realizada em Vindelev, na região leste da Jutlândia, em 2021, em um tesouro que continha quase um quilo de ouro. A inscrição na pingente foi decifrada pela runologista Lisbeth Imer e pelo linguista Krister Vasshus após mais de um ano de trabalho."O texto se refere à representação de um homem com um cavalo, retratando o magnata ou rei local, que se apresenta como descendente do rei dos deuses, Odin", acredita Imer. Segundo evidências literárias sobre a cultura nórdica, era comum que os reis gostassem de se apresentar como descendentes das divindades.<h2>Odin, o rei dos deuses</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/13/13192410619451.jpg" alt="O artefato apresenta em letras rúnicas a inscrição &quot;Ele é o homem de Odin&quot; e o nome &quot;Jaga&quot; ou &quot;Jagaz&quot;">O artefato apresenta em letras rúnicas a inscrição "Ele é o homem de Odin" e o nome "Jaga" ou "Jagaz"Odin é uma das principais figuras da mitologia nórdica, conhecida também como a religião dos vikings. Ele era considerado o deus principal desse panteão e era frequentemente associado à sabedoria, guerra, morte, magia, poesia e conhecimento.De acordo com a mitologia nórdica, Odin governava o mundo dos deuses, conhecido como Asgard, de seu trono, o Hlidskjalf, e era o pai de muitos outros deuses e seres mitológicos, incluindo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121935-6-diferencas-entre-o-thor-da-marvel-e-o-da-mitologia-nordica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Thor</a>, Balder e Loki. Ele era conhecido por ser um viajante frequente, muitas vezes disfarçado, e teria sacrificado um de seus olhos em troca de sabedoria.Além disso, Odin é famoso por ser o deus dos mortos e governar Valhalla, um salão celestial onde os guerreiros mortos em batalha eram recebidos após a morte. Os seguidores de Odin acreditavam que, se morressem em guerra, seriam escolhidos por ele para viver em Valhalla e lutar ao seu lado no fim dos tempos, o Ragnarok.<h2>Importância dos nórdicos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/13/13192753921452.jpg" alt="Além de guerreiros, vikings eram comerciantes habilidosos. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">Além de guerreiros, vikings eram comerciantes habilidosos. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Os nórdicos foram um povo que viveram na região da Escandinávia, composta por Dinamarca, Noruega e Suécia, entre os séculos VIII e XI. Entre eles, haviam vikings, conhecidos por suas habilidades em navegação e exploração marítima,&nbsp;bem como pela participação das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120927-conheca-as-valquirias-as-lendarias-guerreiras-da-mitologia-nordica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulheres</a> em funções importantes da sociedade.O povo nórdico era conhecido por seus navios rápidos, habilidades em navegação, táticas militares e armas, como machados e espadas. Eles viajaram por longas distâncias em seus navios para buscar novas terras, recursos e riquezas, povoando muitas áreas, como a Islândia, a Groenlândia e partes da Inglaterra, Escócia e Irlanda.Eles tiveram um grande impacto na história da Europa, tanto por meio de suas conquistas quanto por suas contribuições culturais. Eles introduziram técnicas agrícolas avançadas, como a rotação de culturas, e desenvolveram uma arte avançada. A língua nórdica antiga também influenciou muitas línguas modernas, incluindo o inglês.</body>

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Odin: descoberta a mais antiga menção ao deus nórdico

Imagem de Arqueólogos descobrem blocos com hieróglifos no Sudão no megacurioso

Ruínas foram encontradas na cidade de Velha Dongola e surpreenderam pesquisadores

<head></head><body>Arqueólogos encontraram vestígios de um antigo templo no Sudão, país localizado na porção norte da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124470-a-africa-esta-se-partindo-em-duas-por-que.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">África</a>, na cidade de Velha Dongola. A construção, que data de 2.700 anos atrás, trouxe surpresa aos pesquisadores da Universidade de Varsóvia envolvidos na expedição, liderada por Artur Obluski.Isso se deu devido à presença de inscrições com hieróglifos e figuras em alguns dos blocos do templo encontrados, sendo considerados elementos de um templo faraônico. Além disso, uma análise preliminar revelou que eles seriam da primeira metade do primeiro milênio a.C., constituindo, assim, uma descoberta inédita.Isso porque nenhum outro achado daquela localidade datava de um período tão antigo. Além disso, os blocos seriam anteriores ao próprio surgimento estimado da cidade, o que pode resultar numa nova visão de como a sua origem se deu, ou mesmo na possível existência de outros centros mais próximos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/10/10165852961292.jpg" alt="Análise da escrita nos blocos trouxe pistas importantes aos pesquisadores. (Fonte: Dawid F. Wieczorek/PCMA UW/Reprodução)">Análise da escrita nos blocos trouxe pistas importantes aos pesquisadores. (Fonte: Dawid F. Wieczorek/PCMA UW/Reprodução)<h2>Análise das ruínas</h2>Numa das inscrições analisadas dessa construção, inclusive, havia a indicação que o templo seria dedicado ao deus <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121132-8-curiosidades-sobre-amon-o-misterioso-deus-egipcio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amon-Rá</a> de Kawa, também adorado no Egito Antigo. Esse detalhe impressiona, considerando que não há registro da existência de sítios arqueológicos com arquitetura egípcia nas proximidades de Velha Dongola.Segundo Julia Budka, professora de arqueologia da Ludwig Maximilian University of Munich, que já atuou em expedições no Sudão, em entrevista à Live Science, ainda não é possível determinar com maior precisão se os materiais localizados ali poderiam ter sido trazidos de outro sítio arqueológico ou não.Kawa, que foi um importante centro urbano, por exemplo, estaria a pelo menos 120 quilômetros de distância. De toda forma, ainda segundo a professora, é necessário conduzir novas investigações para ter uma noção mais precisa da idade do templo localizado.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/10/10170708000307.jpg" alt="Descobertas em Velha Dongola foram as mais antigas já realizadas. (Fonte: Dawid F. Wieczorek/PCMA UW)">Descobertas em Velha Dongola foram as mais antigas já realizadas. (Fonte: Dawid F. Wieczorek/PCMA UW)<h2>Cidade com grandes laços históricos</h2>Velha Dongola, situada entre a terceira e a quarta catarata do Rio Nilo, tem grandes laços históricos. Na antiguidade, inicialmente fundada como uma fortaleza no fim do século V, ela foi a capital do Reino de Macúria.Ao longo da história, sofreu com diversas invasões árabes, além de ter travado relações com o governo egípcio e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121777-6-dados-fundamentais-para-compreender-o-imperio-bizantino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bizantino</a>, o que rendeu trocas comerciais e também certa influência na cultura e religião dos povos. Após entrar em declínio, foi abandonada a partir do século XVIII, permanecendo oculta por alguns séculos.Hoje, ela abriga uma vasta porção de igrejas, além de mesquitas, que revelam parte do passado que vivenciou. E por estar deserta e repleta de ruínas, ela tem sido alvo de pesquisadores poloneses desde 1964, que buscam entender melhor como viviam as antigas civilizações que ali habitavam.</body>

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