Conheça o Observatório da Torre Alta da Amazônia e a sua importância.

<p>Como compreender o papel da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128565-antigas-cidades-de-2-500-anos-sao-encontradas-na-amazonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">floresta amazônica</a> para o planeta diante do constante avanço das mudanças climáticas? Essa é uma das muitas perguntas que pesquisadores buscam responder. E se mergulhar no interior da floresta parecia ser o melhor caminho, um grande projeto possibilitou que isso fosse posto em prática.</p><p>Fruto de uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Max Planck Institute, da Alemanha, <strong>o Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO) foi instalado em uma posição estratégica da floresta</strong>, a 150 quilômetros de distância de Manaus, capital do estado do Amazonas.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/04/04233557229002.jpg" alt="(Fonte: Amazon Tall Tower Observatory/Reprodução)"><figcaption>O Observatório da Torre Alta da Amazônia apresenta 325 metros de altura, uma estrutura mais alta que a Torre Eiffel, de 300 metros. (Fonte: Observatório da Torre Alta da Amazônia / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Torre gigante de pesquisa instalada no coração da floresta amazônica</h2><p>A estrutura apresenta duas torres com 80 metros de altura e está posicionada para receber os ventos provenientes do Atlântico. Outras duas cidades em seu horizonte são Belém e Santarém, ambas pertencentes ao estado do Pará.</p><p>Em altura, essa grande construção supera em tamanho a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127940-a-historia-por-tras-de-5-das-maiores-construcoes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Torre Eiffel</a>, alcançando os 325 metros. Os esforços envolvidos nesse projeto também são significativos. O observatório está equipado com equipamentos de alta precisão que atendem a diferentes finalidades. Além de laboratórios, um acampamento abriga toda a equipe presente no local.</p><p>Um dos objetivos que norteiam o projeto é entender melhor os diferentes ciclos presentes na natureza, como o da água, e de que maneira eles atuam nessa região específica do globo. Vale destacar que a torre está localizada numa área onde são mínimos os impactos provenientes da atividade humana, o que confere ao observatório uma possibilidade ímpar de coletar dados.</p><p>Estudiosos também buscam sanar algumas das lacunas sobre o monitoramento do clima. Para isso, o complexo reúne dados sobre a concentração de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/57-empresas-respondem-por-80-das-emissoes-de-co2" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gás carbônico</a> e até mesmo como se dá o fluxo de gases de efeito estufa na floresta. No campo da meteorologia, em específico, os pesquisadores buscam saber em detalhes como o clima atua nessa porção intocável do globo.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/04/04233640830003.jpg" alt="(Fonte: Amazon Tall Tower Observatory/Reprodução)"><figcaption>Os dados coletados podem ser úteis para compreender de uma forma mais aprofundada a influência que a floresta exerce sobre o planeta. (Fonte: Observatório da Torre Alta da Amazônia / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Múltiplos focos de pesquisa</h2><p>Mesmo a formação de nuvens é observada cuidadosamente nesse observatório, tudo isso para entender como se apresentam ao longo das diferentes estações. Em suma, são muitos processos ocorrendo simultaneamente e que merecem ser explorados.</p><p>As plantas também são acompanhadas, o que pode ser útil para que se descubra quais são as condições mais favoráveis para o seu desenvolvimento, bem como o papel que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125181-pesquisadores-desenvolvem-tecido-feito-de-fungos-capaz-de-se-regenerar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fungos</a> e outros microrganismos desempenham e a relação que exercem entre si.</p><p>A floresta, que abriga 40% da biomassa do planeta, também faz parte de um estudo mais abrangente que busca avaliar sua capacidade de resposta frente aos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125675-o-que-significam-tantos-recordes-de-temperaturas-altas-recentemente-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eventos extremos</a>. Na medida que eles se tornam mais recorrentes e mostram como as mudanças climáticas já fazem parte da nossa realidade, esses estudos revelam seu caráter decisivo.</p>

large_GettyImages-1347992345-min.jpg

medium_GettyImages-1347992345-min.jpg

small_GettyImages-1347992345-min.jpg

thumbnail_GettyImages-1347992345-min.jpg

GettyImages-1347992345-min.jpg

ATTO: estrutura de pesquisa na Amazônia é mais alta que a Torre Eiffel

Muitos alimentos que devem ser cultivados em condições específicas podem ter o sabor alterado pelas temperaturas mais elevadas; entenda o motivo.

<p>Os problemas envolvendo <strong>as mudanças climáticas também atingem os alimentos que consumimos</strong>, e alguns efeitos já são percebidos aqui no Brasil. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125251-quais-sao-os-melhores-azeites-de-acordo-com-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">azeite de oliva</a>, por exemplo, é encontrado nos supermercados por um preço 44% acima do considerado normal devido à redução da safra. E nem sequer há perspectiva de melhora para os próximos anos.</p><p>Até mesmo o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/118254-chocolate-faz-bem-ou-mal-para-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chocolate</a> parece estar ameaçado, e diante de resultados negativos das últimas safras na África, o valor do cacau disparou no mercado internacional. A preocupação é que a produção fique mais cara devido à dificuldade de cultivar o alimento enquanto pragas e condições climáticas desfavoráveis se tornem mais recorrentes. Em março deste ano, o valor do cacau foi superior ao do cobre.</p><p>Mas além dessas oscilações repentinas que afetam toda a cadeia, ainda há outro fator a ser considerado dentro dessa problemática: <strong>o risco de perda do sabor dos alimentos</strong> devido ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121264-aquecimento-global-e-efeito-estufa-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento global</a>. Ou seja, a questão vai muito além do aumento de pragas, incêndios florestais e de estiagem.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02213444657001.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O sabor dos morangos é influenciado pela diferença de temperatura atuante durante o seu cultivo, aponta estudo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Como a variação de temperatura diária influencia no sabor do morango</h2><p>A prática do plantio é muito mais complexa e cheia de nuances do que aparenta ser. Afinal, não se trata apenas de manter uma espécie em um solo adequado, com luz e água. Há muitos detalhes observados nesse processo, que passam do preparo da terra até o transporte do alimento pronto para consumo.</p><p>Mas na medida que as médias de temperatura aumentam, há espécies que sequer conseguem se reproduzir adequadamente. Como exemplo disso, temos a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122815-cabernet-merlot-pinot-as-diferencas-entre-5-tipos-de-uvas-para-vinhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uva, usada para a produção de variados tipos de vinhos</a>. Diante da dificuldade de manter toda a produção no sul da Europa, os viticultores estão, gradativamente, migrando o cultivo para áreas mais ao norte do continente.</p><p>E assim como a uva é bastante sensível, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126851-voce-sabia-que-os-pontinhos-brancos-dos-morangos-nao-sao-sementes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morango</a> apresenta um problema similar, já que a fruta também é cultivada em períodos específicos do ano. Mais do que isso: segundo um artigo publicado na revista <i>Agronomy</i>, a variação de temperatura atuante durante o plantio influencia o sabor que o morango apresenta quando fica maduro.</p><p>Pesquisadores notaram que a combinação de dias quentes com noites mais amenas exerceu um efeito bastante positivo no desenvolvimento da fruta. E como consequência dessa variação diária, os morangos apresentaram um sabor mais doce. Para chegar a essa conclusão, estudiosos avaliaram os morangos cultivados nos Estados Unidos.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02213512867002.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Temperaturas mais altas podem prejudicar o desenvolvimento das frutas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Valor nutricional dos alimentos também é afetado pelas temperaturas elevadas</h2><p>Inclusive, a presença de temperaturas mais elevadas quando o morango estava próximo do amadurecimento prejudicava o desenvolvimento. O que fica claro é como o cultivo da fruta impacta não apenas no rendimento, mas nas propriedades que ela apresenta. E essa relação entre temperatura e sabor é mais íntima do que imaginamos.</p><p>Naturalmente, tais efeitos também afetam o valor nutricional dos alimentos. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/cafe-soja-e-outras-5-plantacoes-que-mais-tem-prejudicado-o-planeta" rel="noopener noreferrer" target="_blank">trigo</a>, por exemplo, quando exposto a temperaturas mais elevadas, sofre uma redução na concentração de amido, que é considerada uma fonte de energia. Com as maçãs, as temperaturas mais elevadas parecem encurtar a floração de algumas variedades, de modo que os frutos tenham seu desenvolvimento interrompido antes de ficarem maduros.</p><p>Ou seja, se alimentar de forma adequada já é bastante desafiador, e se as dificuldades para o cultivo dos vegetais aumentarem, ficará ainda mais caro ter refeições de qualidade em nossa cozinha. De certa forma, isso remete ao problema da escassez de alimentos que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122978-superpopulacao-quantas-pessoas-a-terra-consegue-aguentar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Malthus relatava em meio às suas preocupações com o aumento populacional</a>, e que acabou não se concretizando, já que a tecnologia impediu esse cenário.</p><p>Mas agora, embora existam técnicas capazes de alterar algumas propriedades genéticas dos alimentos e mesmo de permitir o seu cultivo em condições desfavoráveis, temos uma variável climática atuando em um ritmo elevado e encarecendo a produção.</p>

large_GettyImages-1947262772.jpg

medium_GettyImages-1947262772.jpg

small_GettyImages-1947262772.jpg

thumbnail_GettyImages-1947262772.jpg

GettyImages-1947262772.jpg

Com as mudanças climáticas, o sabor de muitos alimentos tende a mudar

Ilha canadense inacessível tornou-se santuário animal e desperta interesse de turistas aventureiros.

<p>Na remota e misteriosa <strong>Sable Island, no Canadá</strong>, reside um santuário de mistérios e curiosidades que tem intrigado exploradores e navegadores ao longo dos séculos. <strong>Habitada por 560 cavalos selvagens</strong> e apenas alguns poucos seres humanos corajosos, esta ilha desabitada tem uma história rica e envolvente.</p><p>Sable Island é uma estreita faixa de areia, com 45 km de extensão, que desafia as ondas do oceano e as inclemências do clima. Localizada a 175 km da costa da Nova Escócia, a ilha não possui cais nem pista de pouso, tornando o acesso um desafio para os visitantes.</p><ul><li><strong>Leia também:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125536-tristao-da-cunha-a-ilha-habitada-no-lugar-mais-remoto-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Tristão da Cunha: a ilha habitada no lugar mais remoto do mundo</strong></a></li></ul><p>Os cavalos selvagens têm suas origens traçadas até os cavalos abandonados pelos Acadianos no século XIX. Desde então, eles têm sobrevivido e prosperado neste ambiente hostil, tornando-se uma parte essencial do ecossistema da ilha.</p><h2>Vida selvagem</h2><figure class="image image_resized" style="width:75%;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162420042211.png" alt="sable-island-conheca-a-ilha-canadense-habitada-por-cavalos-selvagens-banner.png" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162419901210.png 208w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162420229214.png 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162420120212.png 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162420136213.png 1000w," sizes="100vw"><figcaption>Cavalos selvagens dominam a Sable Island. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure><p>O clima imprevisível e as condições adversas tornam a navegação ao redor de Sable Island perigosa, contribuindo para sua reputação como um lugar de mistério e perigo.</p><p>A combinação de bancos de areia traiçoeiros, correntes oceânicas e nevoeiro denso fez com que muitos navios fossem tragados pelas águas ao longo dos séculos. O local também é um dos maiores cemitérios do Atlântico, com cerca de 350 <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127122-o-naufragio-que-inspirou-a-historia-de-dracula.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">naufrágios</a> que cercam suas águas.</p><p>Pouco visitada ao longo dos séculos, na ilha prosperou uma diversidade impressionante de vida selvagem, incluindo focas, aves marinhas e até 18 espécies de tubarões.</p><h2>Turismo em Sable Island</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162719462225.jpg" alt="GettyImages-164570955 (1).jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162719540227.jpg 234w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162719477226.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162719571228.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162719712229.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>As belezas da ilha são um paraíso para os turistas, especialmente fotógrafos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure><p>O interesse dos turistas em Sable Island é alimentado pela sua reputação como um lugar único e remoto, repleto de mistério e beleza natural. A ilha é um /paraíso para os fotógrafos, oferecendo cenários deslumbrantes e uma luz única que muda ao longo do dia.</p><p>Recentemente designada como parque nacional do Canadá, a ilha continua a atrair aqueles que buscam explorar suas paisagens selvagens e descobrir suas histórias fascinantes.</p><h3>Como chegar</h3><p>Apesar dos desafios logísticos envolvidos em visitar a ilha, muitos viajantes são atraídos pela oportunidade de explorar um ambiente intocado e selvagem, onde a natureza reina soberana.</p><p>A maneira mais comum de chegar a Sable Island é por meio de voos fretados de aeronaves pequenas. Esses voos partem geralmente de Halifax, na Nova Escócia, e são operados por empresas de aviação charter especializadas em voos para locais remotos.</p><p>Alguns aventureiros optam por chegar a Sable Island por meio de embarcações privadas, como veleiros ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/veiculos/102104-iate-de-mais-de-us-2-milhoes-da-bugatti-tem-lareira-e-jacuzzi.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">iates</a>. No entanto, essa opção requer planejamento cuidadoso devido às condições imprevisíveis do mar e à falta de instalações de ancoragem na ilha.</p><h2>Mudanças climáticas</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162847708231.jpg" alt="GettyImages-155442956.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162847645230.jpg 245w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162847770232.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162847802233.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/05/03/03162847802234.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>Os cavalos divertem-se nas dunas da ilha. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure><p>As características únicas da paisagem de Sable Island, incluindo suas dunas em constante movimento, tornam-na um laboratório natural sobre os impactos das mudanças climáticas.</p><p>O aumento do nível do mar e a intensificação de tempestades estão acelerando a erosão costeira em Sable Island. As dunas estão sendo erodidas mais rapidamente, levando à perda de habitat para a fauna e flora nativas da ilha.</p>

large_GettyImages-164570955 (1).jpg

medium_GettyImages-164570955 (1).jpg

small_GettyImages-164570955 (1).jpg

thumbnail_GettyImages-164570955 (1).jpg

GettyImages-164570955 (1).jpg

Sable Island: conheça a ilha canadense habitada por cavalos selvagens

Nas áreas em que tudo estava destruído e o solo envenenado, França estabeleceu zonas vermelhas onde é proibir morar, cultivar ou criar animais.

<p>Cerca de 900 toneladas de munição são recuperadas por ano durante a “colheita de ferro” em antigos campos de batalha da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122077-5-mitos-a-respeito-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>. Esses locais foram estão cheios de artefatos explosivos não-detonados, estilhaços, projéteis, gases e materiais químicos.</p><p>Após o conflito, o governo da França avaliou o estrago do evento bélico em seus 7% de seu território atingido pelas batalhas, separando em três áreas: as zonas verdes, com danos mínimos; as zonas amarelas, com danos pesados, mas limitado; e as zonas vermelhas, locais completamente destruídos e impossíveis de se recuperar.</p><p>Nestas “zonas rouges”, é estritamente proibido viver, cultivar, criar animais e realizar atividades recreativas, devido à contaminação do solo por produtos químicos tóxicos, como arsênico, chumbo e outros metais pesados. Além disso, são comuns encontrar munições não detonadas.</p><h2>Estrago maior que a área de São Paulo</h2><p>Para se ter uma ideia do tamanho do estrago da Primeira Guerra Mundial na França, quando forma definidas, em 1919, eram 1.800 quilômetros quadrados, uma área maior que o município de São Paulo, que tem 1.500 quilômetros quadrados. Quase uma década depois, a área foi reduzida para 490 quilômetros quadrados.</p><p>Hoje, esta área proibida está toda fragmentada e dividida, mas forma um arquipélago que perpassa do norte ao leste do território francês na fronteira com a Suíça, somando uma área de 100 quilômetros quadrados, do tamanho de Paris.</p><p>Na região aconteceu a <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/99783-sata-o-cachorro-de-guerra-que-salvou-a-vida-de-varios-soldados-franceses.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Batalha de Verdun</a>, em 1916, um dos mais longos combates da 1ª Guerra Mundial, que deixou mais de 1,2 milhão de mortos, feridos, desaparecidos ou capturados.</p><h2>Trabalho de limpeza</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/30/30081346378002.webp" alt="As florestas que cresceram nas áreas da guerra ainda oferecem riscos de explosões e intoxicações. (Fonte: F. Lamiot/Reprodução)"><figcaption>As florestas que cresceram nas áreas da guerra ainda oferecem riscos de explosões e intoxicações. (Fonte: F. Lamiot / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A França chegou até a instituir, em 1945, o “Department du déminage”, órgão do governo responsável por limpar e reconstruir as áreas atingidas pela guerra. Os franceses estimam que demorará 700 anos para acabar a limpeza e retirar os projéteis e granadas deixados pela 1ª Guerra Mundial.</p><p>No entanto, o impacto ambiental será muito mais duradouro. Serão necessários 10 mil anos para eliminar gases, ácidos e outros produtos químicos. Até os vinhos franceses são afetados pelo nível de chumbo transferido da madeira de barris de carvalhos antigos nestas zonas.</p><h2>A guerra para acabar com todas as guerras</h2><p>No contexto da 1ª Guerra Mundial, a frase A guerra para acabar com todas as guerras foi utilizada para descrever a crença de que o conflito global em larga escala que ocorreu entre 1914 e 1918 seria tão devastador e traumático que acabaria por impedir futuras guerras.</p><ul><li><strong>Leia também:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128014-conheca-cher-ami-o-heroico-pombo-correio-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Conheça Cher Ami, o heroico pombo-correio da Primeira Guerra Mundial</strong></a></li></ul><p>O conflito representou um grande avanço tecnológico, com experimentos e inovações mortais, como gases venenosos, tanques, aviação militar, técnicas de tratamento de feridos em guerra, telefones de campo e telégrafo sem fio. Mas deixou quase 20 milhões de mortes e outros 20 milhões de feridos.</p><p>Esta visão idealista sustentava que a terrível carnificina e destruição da Primeira Guerra Mundial serviriam como um alerta final para a humanidade, levando os países a buscar soluções pacíficas para resolver conflitos futuros e, assim, garantir a paz duradoura. No entanto, como sabemos agora, essa esperança foi, em grande parte, ilusória.</p>

large_1a-guerra-mundial-zona-vermelha-continua-poluida-apos-100-anos-do-conflito-banner.png

medium_1a-guerra-mundial-zona-vermelha-continua-poluida-apos-100-anos-do-conflito-banner.png

small_1a-guerra-mundial-zona-vermelha-continua-poluida-apos-100-anos-do-conflito-banner.png

thumbnail_1a-guerra-mundial-zona-vermelha-continua-poluida-apos-100-anos-do-conflito-banner.png

1a-guerra-mundial-zona-vermelha-continua-poluida-apos-100-anos-do-conflito-banner.png

1ª Guerra Mundial: "zona vermelha" continua poluída após 100 anos do conflito

“Alga assassina” considerada o maior organismo unicelular do mundo se tornou uma dor de cabeça para o meio ambiente

<p>A <i>Caulerpa taxifolia</i> é considerada o maior organismo unicelular do mundo, mas ela não é uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124130-a-fascinante-vida-marinha-microscopica-registrada-em-gotas-d-agua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espécie microscópica</a>. Podendo chegar a incríveis 90 cm de cumprimento, essa alga verde tem características únicas de sobrevivência que acabaram se tornando um problema para o ecossistema marinho.</p><p>A <i>C. taxifolia</i> ganhou o apelido de “alga assassina” por conta das toxinas que libera para garantir a sua sobrevivência. Além disso, a planta tem um crescimento descontrolado fora de seu habitat original e compete por luz e nutrientes com outras espécies, o que acaba reduzindo a biodiversidade local.</p><ul><li><strong>Leia também:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127779-algas-marinhas-faziam-parte-da-dieta-de-humanos-8-mil-anos-atras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Algas marinhas faziam parte da dieta de humanos 8 mil anos atrás</strong></a></li></ul><p>Nativa das águas quentes do Caribe, do Golfo da Guiné e do norte do Oceano Índico, uma cepa da espécie foi desenvolvida para viver em águas frias e ser utilizada em aquários. Mas a dor de cabeça começou quando o organismo unicelular foi liberado acidentalmente no mar Mediterrâneo pelo Museu Oceanográfico de Mônaco.</p><h2>Sem paredes celulares</h2><p>O gênero Calerpa, que abrange mais de 70 espécies, foi descoberto há 150 anos, e se diferencia das outras plantas por sua ausência de paredes celulares e tecidos especializados. Todas as suas partes, incluindo raízes, hastes e folhas são, na verdade, uma única célula.</p><p>A sua estrutura celular é formada por diversos núcleos com correntes de citoplasmas ligadas a microtúbulos e bastonetes, que partem da área externa para a área interna da planta.</p><p>O organismo celular possui reprodução assexuada e uma enorme capacidade regenerativa. Apenas um pedaço da planta, é capaz de dar origem a um novo indivíduo. Logo após o corte, a alga fecha a parede celular e gera novas raízes e folhas.</p><h2>Facilidade de propagação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/28/28060401544002.jpg" alt="Cepa desenvolvida para aquários foi liberada no mar e se tornou um problema ecológico. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)"><figcaption>Cepa desenvolvida para aquários foi liberada no mar e se tornou um problema ecológico. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O que torna a <i>Caulerpa taxifolia</i> preocupante é sua capacidade de colonizar uma ampla variedade de substratos marinhos, incluindo rochas, areia, lama e até mesmo tapetes de ervas marinhas.</p><p>Essa adaptabilidade permite que ela se estabeleça em profundidades que variam de menos de 1 metro a aproximadamente 12 metros, o que amplia significativamente seu potencial de invasão e impacto nos ecossistemas costeiros.</p><p>A propagação dessa alga invasora não se limita apenas às proximidades de suas áreas de origem. A dispersão a longa distância ocorre principalmente através da descarga de água de lastro de navios transoceânicos e do despejo ilegal de plantas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127616-a-razao-pela-qual-os-narvais-nao-sobrevivem-em-nenhum-aquario-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquários</a>, permitindo que o organismo unicelular viaje grandes distâncias pelo oceano.</p><h2>Praga</h2><p>O primeiro lugar onde o maior organismo unicelular do mundo se tornou uma praga, foi na Europa. Na década de 1980, a espécie foi identificada na costa da França e se espalhou por milhares de hectares até chegar ao litoral da Croácia. Nos anos 2000, a espécie também foi encontrada na Austrália e nos Estados Unidos.</p><p>Em um lago de San Diego, na Califórnia, foram gastos mais de 7 milhões de dólares ao longo de seis anos para erradicar a planta. Por isso, o estado americano proíbe a posse, venda e o transporte da <i>Caulerpa taxilofia</i>. Além disso, as leis dos EUA também buscam impedir a venda e o transporte interestadual da cepa de aquário.</p>

large_taxifolia.jpg

medium_taxifolia.jpg

small_taxifolia.jpg

thumbnail_taxifolia.jpg

taxifolia.jpg

Como o maior organismo unicelular do mundo se tornou uma praga?

A contínua redução da cobertura de gelo da Antártica preocupa pesquisadores por uma série de motivos.

<p>As mudanças climáticas se manifestam de forma atípica no continente antártico, o que leva pesquisadores a se perguntarem se as anomalias de temperatura representam, de fato, uma nova realidade, sem um ponto de retorno. E são muitos os motivos que sustentam tais preocupações e fornecem um prognóstico negativo.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/28/28131347193009.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>m fevereiro de 2024 a camada de gelo da Antártica se apresentou em sua menor cobertura. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Um histórico preocupante</h2><p>A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128923-manto-de-gelo-antartico-pode-colapsar-e-aumentar-o-nivel-do-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">camada de gelo marinho na Antártica se reduz de forma constante</a>, e em um ritmo cada vez mais intenso, o que sugere a possibilidade de que não retorne aos patamares anteriores. O momento que representou essa mudança se deu em 2015, em que houve uma significativa diminuição, quando em comparação com os anos anteriores.</p><p>E a partir disso, o período foi sucedido por medições com valores mais baixos ainda. Em fevereiro de 2023, por exemplo, tivemos uma amostra dessa perspectiva se concretizando: a cobertura de gelo da Antártica atingiu o patamar de 1,788 milhões de quilômetros quadrados, sendo o menor da história. Por isso, não é demais considerar a hipótese de que o pior ainda esteja por vir.</p><p>O gelo marinho apresenta um papel que vai muito além de conter a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127066-5-mudancas-drasticas-no-mundo-caso-a-antartida-derretesse.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elevação do nível do mar e a consequente destruição das cidades</a> mais vulneráveis a esse avanço. Essa camada serve de habitat a muitas espécies, que estão morrendo, o que configura uma consequência direta do aquecimento global.</p><p>Mas o gelo também atua sobre o clima, impulsionando a corrente oceânica e desencadeando um efeito cascata importantíssimo, embora constantemente ignorado. Com a menor atuação da corrente oceânica proveniente da Antártica, aceleraria o colapso de outras correntes, já que se trata de um sistema interligado.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/28/28131550021010.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Visão do continente antártico. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Motivos para observar a Antártica de forma estratégica</h2><p>A Antártica também figura como uma região estratégica para conter o aquecimento global por outros dois motivos importantes: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120360-como-os-polos-da-terra-influenciam-no-aquecimento-global.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">camada de gelo reflete a radiação solar</a>, evitando que atue de forma negativa sobre o clima do planeta. Mas uma vez que ela se reduz, a água passa a exercer o papel oposto, absorvendo o calor dos raios solares e impulsionando ainda mais a elevação das temperaturas, e, por sua vez, acelerando o processo de derretimento das calotas polares.</p><p>Outro ponto diz respeito à concentração de CO<sub>2</sub> que se encontra sob o permafrost, no continente. Se por um lado ele permite<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/amostras-de-gelo-da-antartica-mostram-impactos-da-colonizacao-nas-americas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;obter informações sobre o clima da terra no passado</a>, por outro, oferece perigo.</p><p>Por se tratar de uma zona bastante antiga, esse volume depositado entre as camadas de gelo remete à emissão de gás carbônico de 800 mil anos atrás. E uma vez que aumenta o derretimento, amplia-se a concentração de poluentes na atmosfera terrestre.</p><p>Ou seja, além da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111623-agropecuaria-e-responsavel-por-13-das-emissoes-globais-de-co2-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">emissão gerada a partir da agropecuária</a> e da queima de combustíveis fósseis, a região antártica responderia por parte considerável desses efeitos — justamente quando reduzir a presença de gases poluentes é o caminho necessário para reverter esse cenário.</p>

large_GettyImages-1215798433.jpg

medium_GettyImages-1215798433.jpg

small_GettyImages-1215798433.jpg

thumbnail_GettyImages-1215798433.jpg

GettyImages-1215798433.jpg

Será que a redução do gelo da Antártica já atingiu um ponto irreversível?

Estudo publicado na revista Science aponta que parte do território chinês está afundando.

<p>O rápido processo de desenvolvimento que a China vivenciou nos últimos anos colocou o país em uma posição de destaque. Na década de 1980, a maioria da sua população era rural. Em 2023, além da proliferação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/36882-graficos-mostram-o-incrivel-crescimento-de-megacidades.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">megacidades</a> em seu território, vimos <strong>65% da sua população total viver em áreas urbanas</strong>.</p><p>Com um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121830-entenda-a-relacao-entre-a-1-guerra-mundial-e-as-revolucoes-russas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">processo de industrialização tardio</a>, mas intenso, o país é um dos mais afetados pelas mudanças climáticas. Por outro lado, a China luta para ser referência na promoção de energias renováveis. Com a economia, sua evolução colocou o país na posição de segunda maior potência global, superando o Japão.</p><ul><li><strong>Leia também:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120475-maceio-entenda-por-que-o-solo-da-cidade-esta-afundando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Maceió: entenda por que o solo da cidade está afundando</strong></a></li></ul><p>No entanto, alguns problemas surgiram como resultado desse crescimento e ameaçam a população chinesa de forma direta. Segundo um estudo, publicado na revista <i>Science</i>, o país está afundando e estima-se que <strong>muitas áreas urbanas deverão ficar abaixo do nível do mar até 2120</strong>. Isso impactaria a vida de pelo menos 200 milhões de pessoas.</p><h2>Combinação de fatores ameaça as cidades chinesas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24105008743058.jpg" alt="Compactação excessiva do solo está reduzindo a estabilidade da superfície. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Compactação excessiva do solo está comprometendo a estabilidade da superfície dentro da China. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>O estudo tomou como base a análise de 82 cidades entre os anos de 2015 e 2022. Em 45% das porções estudadas, sinais de subsidência foram detectados, incluindo sua capital, Pequim, que apresenta uma taxa de 10mm por ano. O mesmo valor se aplica a 16% dessas áreas. Xangai, a maior cidade chinesa, e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121259-as-7-maiores-cidades-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma das mais populosas do planeta</a>, já afundou três metros, segundo o levantamento realizado.</p><p>Da mesma forma, outras cidades costeiras também são ameaçadas por esse processo. Ou seja, na medida que apresentam menor altitude e são mais povoadas, ficam mais vulneráveis a esse risco. Com isso, a estrutura das residências e dos edifícios presentes nesses locais é ameaçada por diferentes fatores, como as inundações e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120170-veja-em-imagens-como-o-aumento-do-nivel-do-mar-afetaria-as-cidades.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elevação do nível do mar</a>.</p><p>Mas, além da concentração da população em uma determinada faixa territorial, as contínuas intervenções sobre a superfície contribuíram para esse processo de desgaste. O próprio excesso de veículos com carga presente nas vias gera vibração do solo em áreas mais sensíveis e contribui com o agravamento do problema.</p><ul><li><strong>Saiba mais:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127934-as-10-cidades-costeiras-que-estao-afundando-mais-rapido-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>As 10 cidades costeiras que estão afundando mais rápido pelo mundo</strong></a></li></ul><h2>Problemas a serem encarados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24105145774060.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O afundamento de terrenos é um processo conhecido, mas a intensidade com que ele tem se manifestado nas cidades chinesas gera preocupação. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>A mineração e a exploração da água subterrânea também figuram como causas que favorecem tais efeitos sob a superfície. Em campos petrolíferos, não é diferente: Daqing, cidade que apresenta a maior base de produção do país, sofre com subsidências de 31 mm por ano. Mas como abrandar esse efeito? Essa é uma pergunta que a China do futuro precisa descobrir como responder.</p><p>Fato é que não é a primeira vez que o país lida com efeitos colaterais do seu processo de urbanização. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124043-a-china-esta-matando-o-mundo-com-seus-nevoeiros-de-poluicao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poluição do ar já atingiu níveis preocupantes</a> em diversas cidades. O crescente uso de carros elétricos, que ganhou incentivo nos últimos anos, mostra parte do esforço do governo para mitigar esses efeitos. A maior frota desses veículos, inclusive, está na China.</p><p>A maior usina hidrelétrica do mundo, Três Gargantas, é chinesa. E ela também já foi <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125196-barragem-gigante-na-china-esta-desacelerando-rotacao-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">associada à desaceleração da rotação da Terra</a>, dando uma amostra perigosa da influência da ação do homem sobre o ambiente, sobretudo em empreendimentos tão ambiciosos. Tais questões não foram totalmente sanadas, mas exigem atenção constante. Com esse processo de subsidência, há um novo desafio a ser encarado.</p>

large_GettyImages-874468942.jpg

medium_GettyImages-874468942.jpg

small_GettyImages-874468942.jpg

thumbnail_GettyImages-874468942.jpg

GettyImages-874468942.jpg

45% das áreas urbanas da China estão afundando em ritmo surpreendente; entenda o motivo

Algumas medidas adotadas no dia fazem muito bem ao planeta, além de poder representar economia financeira para quem as adota.

<p><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124676-sustentabilidade-6-ideias-que-vao-mudar-tua-vida-e-a-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sustentabilidade</a> é mais do que um conceito, é também um modo de <strong>levar a vida pensando em práticas cotidianas que realmente sejam eficazes para o planeta</strong>. Ser ecologicamente responsável atualmente é cada vez mais necessário, mas em meio a tantas dicas e sugestões, nem sempre é fácil decidir quais medidas adotar.</p><p>A parte boa de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124208-as-6-cidades-mais-sustentaveis-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estilo de vida sustentável</a> é que ele também pode auxiliar na economia. Leia com atenção as sugestões abaixo e procure as que melhor se encaixam em sua rotina.</p><h2>1. Uso consciente de automóveis</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19104844331037.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A diminuição no uso do carro é uma prática sustentável. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Pensar na questão da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122801-5-alternativas-de-mobilidade-sustentavel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mobilidade urbana&nbsp;</a>é uma importante prática de sustentabilidade. Especialmente em grandes cidades, os deslocamentos não são tão simples, já que os centros urbanos nem sempre oferecem opções de transporte público. A ausência de ciclovias e ciclofaixas também é um problema. Porém, há como fazer uso consciente do carro.</p><p>Pequenas distâncias podem ser feitas com o uso de bicicletas e patinetes. Andar também é um modo eficaz de diminuir a emissão de dióxido de carbono. Ambas as formas, além de tudo, são exercícios físicos que <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121570-6-beneficios-que-caminhar-diariamente-traz-para-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">garantem vigor físico</a>. Escolher um dia da semana para deixar o carro em casa e ir ao trabalho de transporte público ou carona também contribui para o meio ambiente.</p><h2>2. Reduzir, reutilizar, reciclar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19104924236040.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A reciclagem é fundamental para a saúde do planeta. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Estas três palavras são importantíssimas quando se pensa em modos de vida sustentáveis. Reduzir o consumo de produtos industrializados gera menor uso de energia e recursos empregados na cadeia produtiva deles.</p><p>Reutilizar impacta em ampliar o ciclo de vida das coisas, de modo que você necessite comprar menos e criar menos lixo. Garrafas e sacolas plásticas, por exemplo, são materiais simples de serem reutilizados no dia a dia.</p><p>Já a reciclagem é uma prática bastante difundida, de grande impacto, mas nem sempre feita. Transformar produtos usados em novos ajuda a economizar <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/282054-big-crunch-energia-escura-enfraquecendo-causar-fim-universo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">energia</a>, água e outros materiais empregados na elaboração de papel, plástico, vidro e alumínio, por exemplo. Separar materiais por tipo e colocá-los no dia certo de coleta é uma prática super sustentável.</p><h2>3. Use menos papel</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19104948245041.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A redução do uso de papel impacta diretamente na preservação das árvores. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Há mais de uma década, empresas em todo o mundo vêm adotando uma medida bastante sustentável: reduzir o uso de papel no seu dia a dia. Não se trata apenas de economia financeira, mas de defender o meio ambiente.</p><p>Reduzir o uso de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127229-por-que-papel-se-rasga-mais-facilmente-quando-esta-molhado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">papel</a> impacta diretamente na diminuição do desmatamento e das emissões de carbono, além de resultar em menor produção de resíduos. Você pode adotar essa prática, preferindo digitar documentos (muitos aplicativos para dispositivos móveis já fazem isso), e até recusando a segunda via do cartão nas compras que realiza.</p><h2>4. Compre produtos usados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19105011338044.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Preferir roupas usadas é ótimo para o planeta. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>A moda também pode ser sustentável. Pensar em reuso de roupas e sapatos é um manifesto de sustentabilidade, mas também gera economia e pode, em último caso, ser bastante estiloso. Apenas a indústria da moda é responsável por aproximadamente 10% das emissões de carbono em todo o mundo.</p><p>Uma simples camiseta de algodão pode gastar até 2.700 litros de água para ser produzida. E nem entramos no aspecto dos produtos químicos utilizados nas lavagens e tingimentos de tecidos que podem, eventualmente, poluir leitos de rios. Buscar roupas em <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105333-17-itens-diferentoes-que-as-pessoas-ja-compraram-em-brechos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">brechós</a> e aplicativos de trocas de roupas é simples e ajuda muito.</p><h2>5. Compostagem</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/19/19105031751046.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A compostagem é a técnica de gerar alimento para a terra. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Sabia que os restos de alimentos podem ter um impacto relevante para o planeta? O que sobra de comida, além de cascas e sementes, chamados de resíduos orgânicos, podem ser utilizados para a criação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122489-aprenda-a-fazer-uma-composteira-em-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">compostagens</a>, uma espécie de "alimento da terra".</p><p>Esses resíduos são ricos em nutrientes e promovem o crescimento saudável de plantas, além de ser responsável por reter umidade na terra e precisar de menos água e fertilizantes químicos. Criar compostos orgânicos também reduz os gases com efeito estufa, bem como o descarte de resíduos em aterros sanitários.</p>

large_GettyImages-1439441839.jpg

medium_GettyImages-1439441839.jpg

small_GettyImages-1439441839.jpg

thumbnail_GettyImages-1439441839.jpg

GettyImages-1439441839.jpg

5 práticas sustentáveis do cotidiano que realmente ajudam o planeta

Conceito de época geológica moldada pela humanidade sofre ataques que tentam descredibilizá-lo. Por isso, é importante quebrar os mitos presentes nas críticas.

<p>Em fevereiro do ano 2000, o renomado químico Paul Crutzen, vencedor do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123224-as-5-pessoas-que-receberam-o-premio-nobel-duas-vezes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Prêmio Nobel</a>, cunhou o termo <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128468-sera-que-2024-vai-oficialmente-dar-inicio-ao-antropoceno-a-era-dos-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antropoceno</a> durante um congresso internacional realizado no México. A expressão designaria uma nova era geológica, substituindo o <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/280676-antropoceno-holoceno-futuro-terra-debate.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Holoceno</a>, que representaria um novo recorte na história do planeta (a partir da década de 1950) construído através da ação humana – em muitos casos, negativo.</p><p>O conceito não é consenso entre pesquisadores, e inclusive é questionando dentro do próprio campo da geologia – e das ciências sociais e humanas. Todavia, apesar das críticas, o maior ataque à tese parece vir de grupos que questionam as ações do homem sobre a Terra, duvidam do aquecimento global e disparam mentiras científicas. Por essa razão, é importante quebrar esses mitos.</p><h2>1. "Não representa todos os impactos causados"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173140931091.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>O conceito do Antropoceno ajuda a compreender os efeitos das alterações no meio ambiente. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Em partes, é verdade que o Antropoceno não compreende todos os impactos causados pela humanidade à Terra. Entretanto, a ideia do conceito não é minimizar os efeitos da ação humana nos últimos milênios, mas compreender que eles não são globais e tampouco foram concomitantes e nem alteraram o ambiente de forma permanente.</p><p>A proposta de Crutzen (posteriormente detalhada por um grupo de estudo) era demarcar a saída da estabilidade do Holoceno, de modo a pesquisar e trabalhar de modo mais conciso os efeitos e impactos mais recentes.</p><h2>2. "Antropoceno é um período curto para ser uma época geológica"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173652572094.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>A importância do Antropoceno não tem a ver com o seu tempo de duração. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Ainda que a duração seja realmente curta, é possível compreender a sugestão de mudança por outro viés. Enquanto as mudanças ocorridas durante o Holoceno são três vezes maiores do que em outras épocas geológicas, as diferenças para o Antropoceno são proporcionalmente menores.</p><p>Outra tese defendida pela ideia de Crutzen é que o novo período apresenta mudanças muito mais significativas e duradouras para o planeta do que o Holoceno. Esse detalhe não pode ser esquecido, pensando que a nova era geológica teria menos de 100 anos.</p><h2>3. "Os estragos causados no Antropoceno são insignificantes"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23172842018089.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>O Antropoceno traz marcas dos desgastes feitos pelo homem na paisagem. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Esse é um dos piores mitos sobre o Antropoceno. Desde meados do século XX, os seres humanos foram responsáveis por remodelar a paisagem, além de movimentar rochas e sedimentos em mais de uma ordem de magnitude do que as causas naturais, como geleiras e rios. As barragens criadas no período seriam capazes de cobrir todo o estado da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119907-a-grande-guerra-dos-ovos-causou-quase-uma-extincao-na-california.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Califórnia</a>, nos Estados Unidos, em uma profundidade de até cinco metros.</p><p>Todos os sedimentos deixados pela humanidade neste mesmo período estão repletos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/69718-pesticidas-podem-alterar-qualidade-do-esperma-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pesticidas</a>, metais e microplásticos. Logo, se identificar sinais distintos em sedimentos e rocha que possam ser correlacionados globalmente é parte formal da definição de um período de tempo, os marcadores estão muito presentes no Antropoceno.</p><h2>4. "Outros animais também causaram mudanças geológicas, não há nada de especial agora"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173421578093.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Nenhum animal impactou o meio ambiente como fez o homem. (Fonte: Unsplash/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A afirmação, ainda que não completamente equivocada, esquece que nenhuma das mudanças feitas por outros animais arrebatou os ambientes do planeta de modo tão rápido como as concretizadas pela ação humana. Outro detalhe diz respeito à consciência das transformações que estavam sendo feitas, algo que não ocorre com outros animais.</p><p>Na verdade, quem defende a ideia do Antropoceno afirma que a ação de outros seres ajuda o reconhecimento de intervalos geológico, em especial porque os seres humanos, ainda que conscientes do que fazem, não traduziram isso em ações para evitar as consequências, inclusive não consideram o custo a longo prazo para a saúde do planeta.</p><h2>5. "O Antropoceno mostra que não há o que fazer para mitigar as alterações ambientais"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173000185090.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>O Antropoceno pode trazer pistas sobre como recuperar o meio ambiente. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Grande mito. O Antropoceno é, justamente, um passo importante para mitigar os efeitos da ação humana sobre o ambiente, já que auxilia em seu diagnóstico. Não é possível retroceder a Terra às condições do período do Holoceno. Todavia, é viável tomar decisões mais sábias para o futuro, que certamente podem mitigar as <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128284-7-doencas-que-podem-aumentar-devido-as-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alterações climáticas</a>, por exemplo.</p><h2>6. "O Antropoceno é somente um golpe publicitário"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173247920092.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Engana-se quem defende que o Antropoceno seja um conceito ligado ao marketing. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A ideia de que criar uma nova era geológica seja fruto de <i>marketing&nbsp;</i>apenas é ignorar o que a própria ciência já demonstrou sobre as alterações que o planeta passou nos últimos séculos – ao menos desde a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125405-ossos-revelam-brutalidade-do-trabalho-infantil-na-revolucao-industrial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução Industrial</a>.</p><p>Não se nega que a tese do conceito é desconfortável, porque também nos força a pensar em mudanças comportamentais. Mas é justamente o conhecimento científico que pode alterar nossas perspectivas e redefinir o futuro a partir de ações concretas.</p>

large_6-mitos-sobre-a-interferencia-humana-no-antropoceno-thumb.png

medium_6-mitos-sobre-a-interferencia-humana-no-antropoceno-thumb.png

small_6-mitos-sobre-a-interferencia-humana-no-antropoceno-thumb.png

thumbnail_6-mitos-sobre-a-interferencia-humana-no-antropoceno-thumb.png

6-mitos-sobre-a-interferencia-humana-no-antropoceno-thumb.png

6 mitos sobre a interferência humana no Antropoceno

Até aqui, já passamos por cinco extinções em massa desde o surgimento da vida na Terra. Para alguns cientistas, a sexta extinção está ocorrendo nesse exato momento. 

<p style="text-align:justify;">O planeta Terra já presenciou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124454-entenda-as-5-agora-6-extincoes-em-massa-do-planeta-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cinco eventos de extinção em massa</a> ao longo de sua história, cada um dizimando pelo menos 75% das espécies existentes. Agora, muitos cientistas acreditam que estamos no meio da sexta onda de morte global, com taxas de extinção sem precedentes impulsionadas pelas atividades humanas.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Desde a origem da vida na Terra, todas as extinções que assolaram o planeta foram por motivos alheios aos próprios habitantes e levaram muito tempo para acontecer (uma média de 2,8 milhões de anos, segundo os especialistas).</p><p style="text-align:justify;">Agora, podemos estar diante de uma nova eliminação em massa e, desta vez, somos os principais responsáveis.&nbsp;</p><h2 style="text-align:justify;">Desmatando a árvore da vida&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24103553997047.jpg" alt="O desmatamento é um problema grave no processo de desaparecimento de muitas espécies. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O desmatamento é um problema grave no processo de desaparecimento de muitas espécies. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Antes de mais nada, é preciso dizer que<strong>&nbsp;há cientistas que defendem que estamos longe de uma extinção em massa</strong>, pois os dados apontam para a perda de cerca de 13% da vida no planeta (de 1500 até o momento), algo bem distante dos 75% necessários para se dizer que estamos num processo global de extinção.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Contudo, <strong>outros pesquisadores</strong> são bem mais pessimistas e dizem que já demos o "pontapé inicial" que nos levará à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127363-extincao-em-massa-matou-98-7-dos-nossos-antepassados-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aniquilação</a>. Eles <strong>afirmam que, em apenas cinco séculos, fizemos desaparecer tantos grupos que levaria 18 mil anos para isso acontecer naturalmente</strong>. É como se estivéssemos cortando a árvore da vida com uma motosserra.</p><p style="text-align:justify;">Para esses cientistas, os sinais são claros e alarmantes. Um estudo recente analisou dados de mais de 71 mil espécies animais em todo o mundo e chegou a uma conclusão assustadora: <strong>estamos perdendo a biodiversidade a uma velocidade alarmante</strong>. Essa perda não é apenas uma questão de números, mas sim <strong>uma crise que afeta diretamente a saúde do nosso planeta</strong> <strong>e, por consequência, a nossa própria sobrevivência</strong>.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24103859226049.jpg" alt="A onça pintada é um dos animais ameaçados de extinção no Brasil. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A onça-pintada é um dos animais ameaçados de extinção no Brasil. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">A atividade humana desenfreada, desde a conversão massiva de terras para agricultura até a exploração insustentável dos recursos naturais, está empurrando inúmeras espécies para o precipício da extinção.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;"><strong>A agricultura</strong>, por exemplo, <strong>é responsável por 90% do desmatamento global e consome 70% da água doce do planeta</strong>, destruindo habitats e levando à perda irreparável de biodiversidade.</p><p style="text-align:justify;">Com essa dinâmica, não estamos apenas perdendo algumas espécies aqui e ali; estamos perdendo grupos inteiros de animais. E isso é muito grave.</p><p style="text-align:justify;">A gravidade reside no fato de que <strong>as espécies não existem isoladamente</strong>. Elas estão interligadas em intricados ecossistemas, onde <strong>cada uma desempenha um papel fundamental</strong>. Quando uma espécie desaparece, todo o ecossistema pode entrar em colapso, afetando desde a qualidade do ar que respiramos até a produção de alimentos essenciais para nossa sobrevivência.</p><h2 style="text-align:justify;">Efeito dominó</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24102917442044.jpg" alt="O sangue de muitos animais está nas nossas mãos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O sangue de muitos animais está nas nossas mãos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">A morte de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/trompa-cambada-e-fato-como-sao-chamados-os-coletivos-desses-8-animais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grupos de animais</a> pode desencadear problemas em efeito dominó. Por exemplo, <strong>a extinção dos pombos-passageiros levou a um aumento das populações de ratos, o que, por sua vez, aumentou os casos de doença de Lyme em humanos</strong>.</p><p style="text-align:justify;">Num outro caso, havia <strong>uma espécie de rã que criava seus girinos no próprio estômago</strong>. Imagina o que poderíamos aprender com isso sobre a nossa própria fisiologia! Mas agora essa oportunidade se foi.</p><p style="text-align:justify;">E diante de todas as ações nocivas da humanidade, as consequências são evidentes. Secas mais severas, tempestades intensas e alterações climáticas descontroladas são apenas alguns dos sinais de alerta que o nosso planeta nos envia.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;"><strong>Se não agirmos agora, as perdas de biodiversidade serão irreversíveis</strong>, levando décadas para serem corrigidas — se é que podemos corrigi-las.</p>

Meio ambiente

Novidades