Imagem de As mulheres pré-históricas também caçavam? Evidências indicam que sim no megacurioso

Estudos mostram que, no passado, as mulheres também caçavam, refutando a ideia de que a divisão entre os sexos seja tão antiga

A divis&atilde;o do trabalho entre os sexos, por mais que pare&ccedil;a antiga, dada a presen&ccedil;a de civiliza&ccedil;&otilde;es que muitas vezes colocavam os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126985-a-testosterona-faz-com-que-os-homens-chorem-menos.htm" target="_blank" title="A testosterona faz com que os homens chorem menos?">homens numa posi&ccedil;&atilde;o de destaque</a>, acima das mulheres, n&atilde;o se relaciona com a forma como&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125011-cabelos-de-3-mil-anos-revelam-uso-de-alucinogenos-na-idade-do-bronze.htm" target="_blank" title="Cabelos de 3 mil anos revelam uso de alucin&oacute;genos na Idade do Bronze">povos pr&eacute;-hist&oacute;ricos</a> se desenvolveram.
Vemos hoje que em muitas representa&ccedil;&otilde;es desse per&iacute;odo, aparecem apenas figuras masculinas ca&ccedil;ando, mas a verdade &eacute; que essa divis&atilde;o de tarefas pode ser muito mais recente do que imaginamos.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/23/23122040046529.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Em busca de evid&ecirc;ncias</h2>
Como destacou um artigo publicado no Journal of Archaeological Science em 2012, f&oacute;sseis neandertais, que viveram entre 400 mil e 40 mil anos atr&aacute;s, apresentavam uma s&eacute;rie de caracter&iacute;sticas comuns que evidenciavam como homens e mulheres&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127970-cientistas-recriam-rosto-de-neandertal-que-viveu-ha-56-mil-anos.htm" target="_blank" title="Cientistas recriam rosto de neandertal que viveu h&aacute; 56 mil anos">compartilhavam diversas tarefas</a> em seu dia a dia.
Les&otilde;es traum&aacute;ticas foram percebidas em ossos de pessoas de ambos os sexos, e apesar de ser considerado que elas n&atilde;o decorriam exclusivamente da ca&ccedil;a, denotavam que, se havia algum tipo de divis&atilde;o, ela n&atilde;o influenciava em todas as atividades desempenhadas pelo grupo.
Outras popula&ccedil;&otilde;es tamb&eacute;m organizaram, da sua pr&oacute;pria maneira, o uso de diferentes tipos de armas ao longo da hist&oacute;ria. E essa estrat&eacute;gia de obter a participa&ccedil;&atilde;o das mulheres nas tarefas de ca&ccedil;a n&atilde;o seria isolada a um &uacute;nico grupo, sendo algo que pode ser percebido pelo uso de diferentes instrumentos.
Sepultamentos tamb&eacute;m indicam que a divis&atilde;o do trabalho no passado seria menos pronunciada: um corpo feminino, que data de 9 mil anos atr&aacute;s, foi encontrado no s&iacute;tio arqueol&oacute;gico de Wilamaya Patjxa, no Peru.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/23/23122106470530.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Explorando pormenores</h2>
Junto aos restos mortais, foram encontradas diversas ferramentas utilizadas para ca&ccedil;a no per&iacute;odo, inclusive, parte delas era usada para abater animais de grande porte. A mulher, que teria morrido entre 17 e 19 anos, fornece uma amostra significativa da&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119991-6-descobertas-feitas-por-mulheres-mas-creditadas-aos-homens.htm" target="_blank" title="6 descobertas feitas por mulheres, mas creditadas a homens">participa&ccedil;&atilde;o feminina</a> nesse tipo de tarefa.
Pesquisadores acreditam que a distin&ccedil;&atilde;o entre sexos n&atilde;o seria inerente ao ser humano, mas fruto de processos que foram constru&iacute;dos ao longo de muito tempo. Como reflexo dessa distor&ccedil;&atilde;o, mulheres passaram a ser consideradas incapazes de contribuir com tarefas que exigiam muito, fisicamente falando, e os homens se tornaram sin&ocirc;nimo de for&ccedil;a.
Mas ao se aprofundar em particularidades que dizem respeito ao sexo biol&oacute;gico, essa superioridade n&atilde;o se sustenta. Na verdade, as mulheres s&atilde;o consideradas mais resistentes que os homens para percorrer grandes dist&acirc;ncias correndo, refor&ccedil;ando que a diferencia&ccedil;&atilde;o possibilita especializa&ccedil;&otilde;es distintas. Isso porque elas possuem uma maior concentra&ccedil;&atilde;o de estrog&ecirc;nio que os homens.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/23/23122229735531.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>O papel do estrog&ecirc;nio</h2>
O horm&ocirc;nio, associado a um melhor desempenho atl&eacute;tico, seria bastante &uacute;til na hora da ca&ccedil;a. Ele promove uma lenta <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122494-por-que-perder-peso-rapido-demais-faz-mal-a-saude.htm" target="_blank" title="Por que perder peso r&aacute;pido demais faz mal &agrave; sa&uacute;de?">queima de gordura</a>, e por sua vez, reduz a fadiga e fornece uma energia sustentada numa maior faixa de tempo.
Inclusive, o estrog&ecirc;nio tamb&eacute;m mostra ter um papel decisivo na recupera&ccedil;&atilde;o das atividades f&iacute;sicas. Ao regular a resposta &agrave; insulina, ele atua reduzindo a resposta inflamat&oacute;ria e estabilizando as c&eacute;lulas do organismo, o que evita os danos que eventualmente surgem durante a pr&aacute;tica de atividades.
Por se tratar de um grupo de diferen&ccedil;as biol&oacute;gicas, n&atilde;o devem ser refletidas em preconceitos sobre as mulheres e n&atilde;o devem <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/99226-as-mulheres-e-o-isla-entenda-o-papel-feminino-no-mundo-muculmano.htm" target="_blank" title="As mulheres e o Isl&atilde;: entenda o papel feminino no mundo mu&ccedil;ulmano">sustentar a desigualdade</a>. No entanto, para avan&ccedil;ar nesse sentido, ainda &eacute; preciso fazer muito para buscar meios de enaltecer a participa&ccedil;&atilde;o feminina e de explorar ainda mais como se deu a sua participa&ccedil;&atilde;o em diferentes per&iacute;odos.

thumb-image-2024-02-29T14:07:19.389Z

As mulheres pré-históricas também caçavam? Evidências indicam que sim

Imagem de Gueixas: a realidade oculta das damas de companhia do Japão no megacurioso

As famosas damas de companhia carregaram, ao longo da sua história, muitas marcas de sofrimento

<head></head><body>As gueixas fazem parte da cultura japonesa, tendo se popularizado ao longo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122325-como-a-estrutura-de-punicao-do-japao-medieval-controlava-injusticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Era Edo</a>. Hoje elas ainda são conhecidas por receber e entreter convidados em eventos. No entanto, muitos fatos envolvendo o passado dessa antiga profissão permanecem sendo alvo de dúvidas ou mesmo ofuscados pelas aparências que a tradição visava preservar.Uma delas diz respeito ao próprio exercício da profissão, em que muitos imaginam que apenas as mulheres que eram gueixas. As gueixas masculinas também existiam, e acredita-se ainda que foram os homens os primeiros a ocupar essa posição. Com o tempo, isso mudou, e as mulheres passaram a predominar.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21232111802527.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Gueixas do passado e do presente</h2>Hoje, só é permitido ingressar na profissão no Japão após completar o ensino médio, mas no passado, jovens eram vendidas antes de chegar na adolescência para locais especializados na formação de gueixas, chamados de okiya. Todo o investimento que esses anos de preparo demandavam se convertiam numa dívida a ser paga com a okasan ("mãe") até quando a gueixa estivesse pronta para conquistar maior autonomia.Até que se tornasse uma gueixa, a jovem seria uma maiko (aprendiz de gueixa, com idade entre 9 e 12 anos), quando poderia trabalhar servindo bebidas aos convidados. Seus gestos e forma de falar também passavam por constante treinamento. Enquanto isso, elas recebiam um subsídio.Um evento marcava mudança de status, quando chegavam ao estágio de geiko, uma gueixa completa, geralmente por volta dos 20 anos: o mizuage. Antes dançando, conversando e tocando instrumentos em casas de chá, restaurantes, banquetes e eventos importantes, hoje as gueixas estão na televisão e aparecem em eventos variados.Pode não parecer, mas por trás da aparência, muitos detalhes eram cuidadosamente pensados, passando pelos trajes, penteados, chinelos e maquiagens utilizadas. Anos de preparo para exercer a profissão também escondiam, na mesma medida, muitas marcas de sofrimento.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21232332415529.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>O lado oculto de uma das profissões mais tradicionais</h2>O famoso penteado, que consistia num coque dividido atrás e variava de posição conforme o status, exigia que a gueixa adotasse todos os cuidados possíveis para não mover um único fio de cabelo até mesmo enquanto dormia, o que muitas vezes significava permanecer numa posição desconfortável.As gueixas mais experientes até usavam perucas, mas antes disso, lavar as madeixas com frequência era algo fora de questão, já que o penteado era feito semanalmente. E por passar tanto tempo preso, além do incômodo, o cabelo acabava ficando frágil, suscetível a danos permanentes. A maquiagem, da mesma forma, feita para esboçar um rosto delicado e bem delineado, também oferecia danos.E isso se devia sobretudo ao uso do chumbo branco na composição das maquiagens do período, já que conferia um aspecto que era bastante apreciado. Foi questão de tempo para os sinais de intoxicação pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128008-os-7-elementos-mais-mortais-da-tabela-periodica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">metal pesado</a> tornarem seus malefícios mais óbvios.A pele envelhecia mais rapidamente, os dentes e os cabelos caíam, e os enjoos e a forte dor de cabeça estavam entre os sintomas de envenenamento por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108473-voce-sabia-possivel-transformar-chumbo-ouro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chumbo</a>. Em 1877, ele foi proibido pelo governo japonês, mas não antes de deixar muitas vítimas.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21224431636521.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Uma categoria de profissão hierarquizada</h2>As gueixas até poderiam se casar, caso sua dívida com a okiya estivesse paga. Mas isso significaria desistir de forma permanente da profissão. Ainda assim, muitas seguiam como gueixas ao longo da vida, o que fazia com que conquistassem cada vez mais segurança e reputação.No passado, seu grande objetivo era encontrar um danna, patrocinador, que iria proporcionar todos os quimonos, joias, maquiagens e despesas particulares. Alguns casos se convertiam em relacionamentos, mas não era a regra. A sociedade das gueixas, como evidenciam os seus estágios iniciais, é bastante organizada e hierarquizada.Mas mesmo após passar por todo o período de formação, como shikomi (observadora que auxiliava nas tarefas domésticas do lar) e maiko (aprendiz), quando cursava disciplinas para dominar a arte de ser agradável, uma gueixa de maior beleza e prestígio tinha mais chances de ter seus custos patrocinados. Ela poderia, da mesma forma, ser mais requisitada que outras para participar de eventos.<img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/21/21232215617528.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Gradual desvalorização das gueixas</h2>Após a Segunda Guerra Mundial, com o avanço da prostituição em terras japonesas, muitas gueixas eram confundidas com essas profissionais e se sentiam desvalorizadas. Historicamente, as gueixas não vendiam seu corpo, ainda que obras que tratam da vida delas na literatura abarquem episódios onde a própria virgindade era posta à venda na mizuage, transição de status maiko para geiko.E como tal prática da venda da relação sexual é oficialmente <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/98999-5-coisas-inacreditaveis-que-sao-proibidas-ao-redor-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">proibida</a> desde a década de 1950 no Japão, se é incentivada e ainda ocorre, é de forma silenciosa. No entanto, prostitutas fingiam ser gueixas para atrair interesse.Diante dos novos padrões de beleza ocidentais, as gueixas gradualmente deixaram de ser um ícone de beleza entre os japoneses. Vale lembrar que após o grande conflito, a sociedade oriental passou por transformações profundas que geraram impactos no próprio mercado de trabalho.A partir disso, muitas gueixas largaram a profissão para ocupar postos em fábricas, o que não mudou com o passar do tempo, dado o constante processo de industrialização que o Japão vivenciou. E se antes elas eram tão numerosas que era difícil escolher uma, atualmente elas mal passam de mil. Muitas desistem quando ainda estão na fase de aprendiz (maiko), antes mesmo de se tornarem gueixas.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:18.905Z

Gueixas: a realidade oculta das damas de companhia do Japão

Imagem de Regressão de Júlia: gênia brasileira de 11 anos cria novo cálculo para raiz quadrada no megacurioso

Com ajuda do seu professor, jovem aluna de uma escola em Minas descobre outra maneira (mais simples!) de achar a raiz quadrada de um número.

<head></head><body>Uma mineira de 11 anos é mais uma das pessoas a marcar seu nome no mundo da matemática. Júlia Helena Pimenta Ferreira, aluna do Colégio Santa Maria Minas, em Belo Horizonte, conseguiu essa façanha ao criar um raciocínio inovador para calcular raízes quadradas. Essa maneira de resolver o <a href="https://www.megacurioso.com.br/matematica-e-estatistica/103257-alguns-calculos-bizarros-feitos-por-fas-dedicados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cálculo</a> levou seu professor a criar uma fórmula nomeada de Regressão de Júlia.Para conseguir expressar matematicamente o raciocínio da aluna, o professor Frederico Ferreira de Pinho Tavares mergulhou em um ano de estudos avançados até desenvolver a Regressão de Júlia, uma fórmula que agora ganha destaque em uma das principais revistas científicas da área.<h2 style="text-align: justify;">A Regressão de Júlia</h2>A jornada de descoberta começou com a curiosidade de Júlia em abril de 2022. O que poderia ter sido apenas mais uma pergunta em sala de aula tornou-se a semente de uma inovação surpreendente. Frederico Ferreira não apenas aceitou o desafio, mas abraçou-o, desenvolvendo não apenas uma <a href="https://megacurioso.com.br/ciencia/120839-6-vezes-que-equacoes-matematicas-revolucionaram-o-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fórmula matemática</a>, mas uma abordagem que desafia a norma e abre caminho para novos estudos teóricos na matemática.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Jornal Nacional&nbsp;" data-fonte-url="https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/11/10/aluna-de-11-anos-ajuda-a-desenvolver-formula-para-descobrir-raiz-quadrada-de-uma-nova-maneira.ghtml"><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/14/14093006979515.jpg" alt="Método de Júlia que serviu de modelo para a criação da Regressão de Júlia. (Fonte: Jornal Nacional/ Divulgação)">Método de Júlia que serviu de modelo para a criação da Regressão de Júlia. (Fonte: Jornal Nacional/ Divulgação)A simplicidade da Regressão de Júlia é desconcertante. Não é apenas uma fórmula, é uma nova perspectiva sobre como encarar a matemática. O método dispensa as operações tradicionais mirabolantes para calcular raízes quadradas, tornando o processo tão fácil que certamente vai facilitar a vida dos próximos estudantes.Para compreender a magia por trás da fórmula de Júlia, basta seguir passos simples.&nbsp;Ao calcular a raiz quadrada de 144, por exemplo, a ideia é multiplicar por números que cheguem próximos a esse valor. Assim, multiplica-se 10 vezes 10, que é igual a 100. A partir daqui, é uma questão de sucessões.&nbsp;Soma o resultado (100) ao número multiplicado (10) mais o seu sucessor (11), resultando em 100 + 10 + 11, totalizando 121. Agora, bastar repetir o processo, somando o resultado ao último número utilizado mais o seu sucessor, ou seja, 121 + 11 + 12, chegando assim ao número original que é 144.&nbsp;Tá, mas e a raiz quadrada? Simples, é o último número adicionado no cálculo. Logo, a raiz quadrada de 144 é 12. &nbsp;<h2 style="text-align: justify;">Quebrando regras</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Jornal Nacional&nbsp;" data-fonte-url="https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/11/10/aluna-de-11-anos-ajuda-a-desenvolver-formula-para-descobrir-raiz-quadrada-de-uma-nova-maneira.ghtml"><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/14/14092727346509.jpg" alt="Júlia agrade ao professor por tê-la escutado. (Fonte: Jornal Nacional/ Divulgação)">Júlia agrade ao professor por tê-la escutado. (Fonte: Jornal Nacional/ Divulgação)O professor de Júlia enviou a descoberta para uma das revistas científicas mais respeitadas do Brasil, a Revista do Professor de Matemática. Tudo isso só foi possível graças à capacidade de Júlia "quebrar regras" e à <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121663-5-professores-que-mudaram-o-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sabedoria do professor</a> que, primeiro, soube escutar a aluna e, segundo, percebeu que havia algo de inovador ali.&nbsp;No meio de uma disciplina muitas vezes temida, Júlia mostra como a matemática (assim como as demais matérias) não precisa ser uma série de regras a serem seguidas, mas sim um campo fértil para a inovação e a criatividade.&nbsp;Do mesmo modo, aprendemos que a colaboração entre alunos e professores pode gerar não apenas resultados acadêmicos, mas também uma nova visão sobre como encarar desafios aparentemente insuperáveis.&nbsp;</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:17.440Z

Regressão de Júlia: gênia brasileira de 11 anos cria novo cálculo para raiz quadrada

Imagem de Anna Jarvis: a fundadora do Dia das Mães que tentou proibir a data no megacurioso

Jarvis não aceitava que o comércio havia transformado a comemoração em puro capitalismo

Estima-se que h&aacute; 2 bilh&otilde;es de m&atilde;es no mundo, portanto, n&atilde;o &eacute; surpresa que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125156-6-curiosidades-que-voce-nao-sabia-sobre-o-dia-das-maes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dia das M&atilde;es</a> seja o segundo feriado mais lucrativo de todos, comemorado em mais de 100 pa&iacute;ses. Esse ano, a Federa&ccedil;&atilde;o Nacional do Varejo (NRF) prospectou que os norte-americanos deveriam gastar cerca de US$ 37 bilh&otilde;es, quase US$ 4 bilh&otilde;es a mais do que em 2022.
No Brasil, a data &eacute; comemorada sempre no segundo domingo de maio, diferente do que acontece em outros pa&iacute;ses, e tamb&eacute;m &eacute; considerada um fen&ocirc;meno comercial. Esse ano, os pequenos e m&eacute;dios lojistas movimentaram R$ 189,5 milh&otilde;es apenas em vendas digitais durante o per&iacute;odo do feriado, um aumento de 33% com rela&ccedil;&atilde;o ao ano passado, como mostraram dados da Nuvemshop, plataforma para cria&ccedil;&atilde;o de lojas online l&iacute;der na Am&eacute;rica Latina.
Em entrevista &agrave; Exame, Babi Tonhela, especialista em e-commerce da Nuvemshop, disse: &ldquo;O Dia das M&atilde;es &eacute; uma das datas mais importantes para o varejo&rdquo;. E foi exatamente por esse motivo que Anna Jarvis decidiu proibir o Dia das M&atilde;es.
<h2>As precursoras</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/25/25154426958232.jpg" alt="Anna Jarvis. (Fonte: The Cambridge Room/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Anna Jarvis. (Fonte: The Cambridge Room/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A princ&iacute;pio, a ideia do Dia das M&atilde;es surgiu a partir de a inten&ccedil;&atilde;o em promover a paz. A ativista antiguerra Julia Ward Howe, autora de O Hino de Batalha da Rep&uacute;blica, defendia a ideia de um "Dia da Paz das M&atilde;es", em que as mulheres pacifistas se reunissem em igrejas, sal&otilde;es sociais e lares para ouvir serm&otilde;es, ensaios, cantar e orar pela paz.
Professora e diretora, a norte-americana Mary Towles Sassen escreveu um guia chamado Mother&rsquo;s Day Celebrations, em 1887, na esperan&ccedil;a de que os sistemas escolares dos EUA observassem a data inspirada por Howe para fortalecer os la&ccedil;os entre alunos, pais e professores. Mas essa ideia nunca saiu de sua cidade natal, em Henderson, no Kentucky.
Em fevereiro de 1904, um discurso feito por Frank Hering, membro do corpo docente da Universidade de Notre Dame, treinador de futebol e presidente nacional da Ordem Fraternal das &Aacute;guia, ressaltou a import&acirc;ncia das m&atilde;es nas vidas das pessoas. Essa foi a primeira declara&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica que insistiu na ideia de homenagear as m&atilde;es.&nbsp;
&Eacute; por isso que a organiza&ccedil;&atilde;o ainda defende que Hering foi o verdadeiro fundador do Dia das M&atilde;es, quando Anna Jarvis, na verdade, foi a &uacute;nica que lutou para que isso fosse al&eacute;m de um discurso bonito para uma plateia emocionada.
<h2>Honrando mam&atilde;e</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/25/25154600588239.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Jarvis era filha de Ann Reeves Jarvis, que teve treze filhos, dos quais apenas quatro conseguiram atingir a idade adulta. Sua m&atilde;e sempre foi uma mulher muito ativa no que diz respeito &agrave; mobiliza&ccedil;&atilde;o das m&atilde;es para cuidar de seus filhos e desejava que esse trabalho fosse bem reconhecido. Muito disso, ela se inspirou nos pensamentos e atitudes da ativista Ward.
A partir de 1858, a m&atilde;e de Jarvis foi muito ativa na Igreja Metodista Episcopal, dirigindo Clubes de Trabalho voltado para os prim&oacute;rdios do Dia das M&atilde;es para combater as altas taxas de mortalidade infantil, principalmente devido &agrave;s doen&ccedil;as que devastavam sua comunidade, em Grafton, Virg&iacute;nia Ocidental. Ela tamb&eacute;m se envolveu na organiza&ccedil;&atilde;o de um Dia da Amizade das M&atilde;es ap&oacute;s a Guerra Civil Americana, visando a uni&atilde;o das mulheres depois de tanta disc&oacute;rdia no pa&iacute;s.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/25/25155733898244.jpg" alt="(Fonte: Gettyimages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Gettyimages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No leito de morte de sua m&atilde;e, falecida em 9 maio de 1905, uma Jarvis devastada prometeu que a honraria realizando seu sonho de espalhar a palavra do Dia das M&atilde;es. Sua campanha foi bem diferente do que sugeria sua m&atilde;e, cujo trabalho era melhorar a vida dos outros. O lema de Jarvis para o Dia das M&atilde;es foi: &ldquo;Para a melhor m&atilde;e que j&aacute; viveu &ndash; sua m&atilde;e&rdquo;. Ela imaginou o feriado como um retorno ao lar e um dia para homenagear as m&atilde;es.
Em 1908, Jarvis organizou as primeiras celebra&ccedil;&otilde;es oficiais da data em Grafton e na Filad&eacute;lfia, escolhendo o segundo domingo de maio porque homenageava o anivers&aacute;rio de morte de sua m&atilde;e.
<h2>A m&atilde;e fundadora</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/25/25155352571241.jpg" alt="(Fonte: CLUW/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: CLUW/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Dia das M&atilde;es rapidamente se tornou popular e, em 1910, a celebra&ccedil;&atilde;o se tornava feriado estadual na Virg&iacute;nia Ocidental. A essa altura, Jarvis j&aacute; se intitulava fundadora do Dia das M&atilde;es, estabelecido por ela mesma ap&oacute;s muito trabalho, tempo e despesa. Quanto a sugest&atilde;o de que Hering era o verdadeiro fundador, a mulher disse que ele s&oacute; queria arrancar dela, em um esfor&ccedil;o desesperado, o t&iacute;tulo de fundadora para promover seus interesses ego&iacute;stas.
E Jarvis n&atilde;o estava errada, afinal, ela empreendeu uma jornada para que o feriado ganhasse reconhecimento nacional. Ela fez peti&ccedil;&otilde;es &agrave; imprensa, pol&iacute;ticos, igrejas, organiza&ccedil;&otilde;es e indiv&iacute;duos de influ&ecirc;ncia, inclusive o rico magnata das lojas de departamento da Filad&eacute;lfia, John Wanamaker. Ele abra&ccedil;ou a ideia e promoveu um evento em sua rede lojas que atraiu cerca de 15 mil pessoas, em que cada uma recebeu um cravo gratuito para homenagear sua m&atilde;e.
No ano seguinte, o pre&ccedil;o dos cravos disparou e Jarvis divulgou um comunicado &agrave; imprensa condenando os floristas que se aproveitavam da situa&ccedil;&atilde;o. Ela chegou a escrever: &ldquo;O que voc&ecirc; vai fazer para derrotar charlat&otilde;es, bandidos, extorquidores e outros cupins que minariam com um dos melhores, mais nobres e verdadeiros movimentos de celebra&ccedil;&atilde;o?&rdquo;.
No entanto, a revolta de Jarvis n&atilde;o teve efeito, at&eacute; porque a comercializa&ccedil;&atilde;o do Dia das M&atilde;es atingiu seu pico em 1914, quando o ent&atilde;o presidente dos EUA, Woodrow Wilson, assinou o projeto de lei determinando a data como feriado nacional.
<h2>Perdendo o controle</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/25/25155554420242.jpg" alt="(Fonte: Buzzfeed/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Buzzfeed/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1920, Jarvis j&aacute; implorava para que as pessoas n&atilde;o comprassem mais flores, sem entender que o fator por tr&aacute;s do grande sucesso que sempre sonhou que a data tivesse era gra&ccedil;as ao seu apelo comercial. &ldquo;Portanto, a ind&uacute;stria de flores, cart&otilde;es e doces merecem parte do cr&eacute;dito pela promo&ccedil;&atilde;o da data&rdquo;, disse Katharine Antolini, historiadora do West Virginia Wesleyan College, em entrevista &agrave; BBC.
Jarvis passou d&eacute;cadas de sua vida tentando boicotar a data porque acreditava que o povo americano n&atilde;o estava mais disposto a proteger o Dia das M&atilde;es do capitalismo, portanto, n&atilde;o eram dignos de celebr&aacute;-lo. A fundadora n&atilde;o conseguia ver um envolvimento verdadeiro entre a reflex&atilde;o tranquila e &agrave;s rela&ccedil;&otilde;es pessoais entre m&atilde;es e filhos.
Em algum aspecto, Anna Jarvis n&atilde;o estava totalmente errada, seu problema, no entanto, foi tentar manter as r&eacute;deas de algo que ganhou uma propor&ccedil;&atilde;o muito maior do que suas m&atilde;os.&nbsp;
Como consequ&ecirc;ncia, ela morreu em um hospital psiqui&aacute;trico, aos 84 anos, em 24 de novembro de 1948, ap&oacute;s gastar sua fortuna lutando para manter o controle do Dia das M&atilde;es, talvez na esperan&ccedil;a de poder achar que estava fazendo a coisa certa por sua m&atilde;e.

thumb-image-2024-02-29T14:07:16.319Z

Anna Jarvis: a fundadora do Dia das Mães que tentou proibir a data

Imagem de Como o ciclo menstrual afeta o funcionamento e a estrutura do cérebro? no megacurioso

Um novo estudo revela que o ciclo menstrual pode estar diretamente relacionado a mudanças sutis na estrutura do cérebro

<head></head><body>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125176-o-ciclo-menstrual-pode-afetar-o-sono-e-os-sonhos-das-mulheres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ciclo menstrual</a> é um fenômeno complexo que envolve flutuações hormonais regulares e afeta não apenas o sistema reprodutivo, mas também outros aspectos do corpo. Recentemente, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (UCSB), realizaram um estudo pioneiro que examina a relação entre o ciclo menstrual e as mudanças na estrutura cerebral<h2>O estudo da UCSB e suas participantes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30231554994074.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)">(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)O estudo da UCSB envolveu 30 mulheres com ciclos menstruais regulares que não estavam usando anticoncepcionais hormonais. Os pesquisadores coletaram imagens do cérebro dessas mulheres em três momentos dos seus ciclos menstruais: durante a menstruação, na ovulação e na fase lútea intermediária, que precede a menstruação. As medições incluíram o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124398-cerebros-humanos-vem-diminuindo-de-tamanho-ha-3-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">volume cerebral</a> e dois tipos diferentes de tecido cerebral: substância cinzenta e substância branca.<h2>Flutuações hormonais e suas correlações cerebrais</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30231805305077.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)Os pesquisadores também monitoraram as flutuações hormonais em quatro hormônios-chave ao longo do ciclo menstrual: estradiol, progesterona, hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH). Esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121138-qual-a-relacao-entre-hormonios-sexuais-e-gordura-localizada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hormônios</a> apresentam picos em diferentes fases do ciclo menstrual.<h2>Impacto sobre o volume cerebral e o líquido cefalorraquidiano</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30231907000078.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)Os resultados do estudo revelaram correlações intrigantes entre os níveis desses hormônios e as características da estrutura cerebral. Por exemplo, a concentração de estradiol e LH mostrou associação com a eficiência da difusão da água na substância branca do cérebro.Isso sugere mudanças na "microestrutura" da substância branca que podem influenciar a conectividade cerebral. Além disso, a concentração de FSH estava correlacionada com a espessura cortical, afetando a substância cinzenta do córtex.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/30/30232051734079.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução">(Fonte: Getty Images/ReproduçãoNo entanto, vale ressaltar que o volume geral do cérebro permaneceu inalterado. Aumentos na progesterona, por outro lado, estiveram associados ao aumento do volume do tecido cerebral, mas à diminuição do líquido cefalorraquidiano, um líquido que envolve o cérebro e o protege.O estudo da UCSB fornece percepções fascinantes sobre a relação entre o ciclo menstrual e a estrutura cerebral. Embora as implicações precisas dessas mudanças ainda não sejam totalmente compreendidas, a pesquisa destaca a importância de explorar mais profundamente como o ciclo menstrual pode influenciar a função cerebral.Isso também sublinha a necessidade de estudos adicionais que possam investigar como essas alterações podem afetar a saúde mental ao longo do ciclo e mensurar o risco de doenças cerebrais, como a doença de Alzheimer. À medida que mais pesquisas são realizadas nessa área, a comunidade médica pode estar melhor preparada para integrar essas descobertas nos cuidados de saúde, reconhecendo a importância das flutuações hormonais na vida cotidiana das mulheres</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:15.867Z

Como o ciclo menstrual afeta o funcionamento e a estrutura do cérebro?

Imagem de Do WhatsApp ao trabalho remoto: tudo isso só existe graças a uma mulher negra no megacurioso

Marian Croak liderou pesquisas relacionadas ao protocolo VoIP. Seu trabalho permitiu que bilhões de pessoas fizessem video-chamadas

<head></head><body>Skype, Google Meet, Teams, Discord, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109609-somente-8-das-imagens-compartilhadas-no-whatsapp-sao-reais-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">WhatsApp</a>, Telegram e muitos outros aplicativos permitem chamadas de voz e vídeo — e todos eles só existem graças ao trabalho de uma pesquisadora e executiva <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124980-afinal-cleopatra-era-ou-nao-uma-mulher-negra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">negra</a>: Marian Croak.Marian Croak foi homenageada em 2021 pela sua contribuição no desenvolvimento da tecnologia VoIP (Voice over Internet Protocol), entrando para o Hall da Fama dos Inventores Nacionais. É esse protocolo que permite que a voz seja transmitida pela internet.Marian é Doutora em Psicologia e Análise Quantitativa pela Universidade do Sul da Califórnia. Em 2014, ela foi contratada pela gigante das telecomunicações AT&amp;T para trabalhar no projeto que estava desenvolvendo a tecnologia VoIP.Nessa mesma empresa, ela atuou nas primeiras pesquisas sobre a tecnologia 4G e 5G. Sendo assim, muito do que a internet é hoje, em termos de velocidade e qualidade, deve-se ao trabalho dessa pesquisadora — e quando usamos a palavra “muito” não estamos brincando, pois ela tem mais de 200 patentes relacionadas à tecnologia.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09121500978132.jpg" alt="Marian Croak palestrando. (Reprodução: Google)">Marian Croak palestrando. (Reprodução: Google)“Fiz parte de uma equipe que também estava muito interessada em fazer testes e prototipagem de comunicações de voz pela internet. Havia algumas tecnologias existentes, mas elas não eram escaláveis e eram de natureza privada. Então, estávamos pensando em maneiras de abri-las, torná-las escaláveis, confiáveis e capazes de suportar bilhões de chamadas diárias”, contou Marian Croak em entrevista ao blog do Google.<h2>Nem todos acreditavam na tecnologia VoIP</h2>Ainda em entrevista ao Google, Marian contou que as primeiras versões do VoIP eram ruins e que isso fez com que muita gente desacreditasse do potencial dessa tecnologia.“Começamos a trabalhar nisso, mas tivemos muitos céticos nos dizendo que isso não funcionaria e que ninguém jamais usaria essa tecnologia “parecida com um brinquedo”. E na época eles estavam certos: não estava funcionando e não era confiável. Mas com o tempo conseguimos chegar a um ponto em que começou a funcionar muito bem. Tanto é verdade que, eventualmente, os líderes seniores da AT&amp;T começaram a adotar a tecnologia”, disse.<h2>Hoje, VoIP tem demanda gigantesca e permite o trabalho remoto</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09121821122138.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Durante a pandemia muitas pessoas puderam trabalhar em segurança graças à tecnologia VoIP — e o trabalho remoto segue sendo uma tendência. Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que 20,5 milhões de brasileiros trabalham em funções que poderiam ser feitas remotamente.Uma pesquisa desenvolvida pela Opinion Box mostrou que 70% dos entrevistados consideram trabalhar remotamente para empresas sediadas fora do Brasil, algo inimaginável sem o VoIP.Já um levantamento feito pela empresa Findstack afirma que o mercado de comunicação por VoIP movimentará mais de US$ 102 bi até o ano de 2026, impulsionados pela tecnologia 5G. Atualmente, a América do Norte detém 40% do mercado global envolvendo a tecnologia VoIP.<h2>Marian Croak está trabalhando em projeto de IA</h2>Atualmente, a pesquisadora Marian Croak não trabalha mais na AT&amp;T. Ela foi contratada pelo Google e está atuando em projetos relacionados à Inteligência Artificial (IA). Uma de suas missões é garantir um uso ético dessa tecnologia.“Qual definição de justiça ou segurança iremos usar? Há muitos conflitos neste campo neste momento, e às vezes isso pode ser polarizador. E o que eu gostaria de fazer é que as pessoas conversassem de uma forma mais diplomática, talvez, do que estamos tendo agora, para podermos realmente avançar nesse campo”, opinou em 2021 ao blog do Google.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:12.909Z

Do WhatsApp ao trabalho remoto: tudo isso só existe graças a uma mulher negra

Imagem de Pacientes se recuperam melhor quando são operados por mulheres, diz estudo no megacurioso

Estudo analisou um milhão de cirurgias e concluiu que os pacientes operados por cirurgiãs tiveram melhores resultados.

<head></head><body>Um grande estudo publicado pela revista científica JAMA Surgery chegou a uma conclusão inusitada: pacientes operados por uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/126942-como-a-industria-de-cirurgia-estetica-coreana-destroi-sua-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cirurgiã</a> mulher têm mais sucesso no resultado do procedimento e na recuperação do que aqueles operados por homens.A equipe que conduziu a pesquisa analisou os dados de um milhão de pacientes submetidos a cirurgias no Canadá. A amostra envolveu a janela temporal compreendida entre 1º de janeiro de 2007 e 31 de dezembro de 2019. Os pesquisadores acompanharam pacientes que passaram por <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120986-harmonizacao-facial-o-que-e-como-e-feita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cirurgias eletivas</a> ou de emergência, observando todos os eventos pós-operatórios diversos que poderiam acontecer com eles em um prazo entre 90 dias e um ano após o procedimento.&nbsp;<h2>O que o estudo descobriu</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/02/02190454780001.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Em seguida, a pesquisa comparou os resultados a partir do sexo dos profissionais que fizeram a cirurgia. O que se verificou é que as cirurgias feitas por <a href="http://m%C3%A9dicos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">médicos</a> do sexo masculino tiveram os piores resultados."Depois de considerar as características do paciente, do procedimento, do cirurgião, do anestesista e do hospital, os resultados sugerem que os pacientes tratados por cirurgiãs mulheres têm taxas mais baixas de resultados <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125284-o-que-e-a-cirurgia-de-aumento-de-altura-e-quando-ela-e-indicada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pós-operatórios</a> adversos, incluindo morte aos 90 dias e 1 ano após a cirurgia, em comparação com aqueles tratados por cirurgiões do sexo masculino", afirma a equipe em seu estudo.&nbsp;Contudo, os pesquisadores afirmam que ainda é necessário analisar demais aspectos para entender por que isso acontece. Mas, segundo afirmam no estudo, os resultados são ainda mais discrepantes entre médicos homens e mulheres quando se considera como os pacientes ficaram um ano após a cirurgia.<h2>Por que isso acontece?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/02/02192526862003.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Ainda não se sabe ao certo por que cirurgiões mulheres tendem a ter pacientes que se saem melhor após sua cirurgia. Há vários fatores que podem interferir, como a complexidade dos casos. Mas o estudo já sugere possíveis explicações ao fenômeno.Em uma pesquisa prévia, publicada em 2017, os mesmos cientistas escreveram: “mulheres e homens praticam a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125557-4-formas-como-a-inteligencia-artificial-vai-melhorar-a-medicina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina</a> de forma diferente, embora existam poucas pesquisas sobre as diferenças nos estilos de aprendizagem, aquisição de habilidades ou resultados para cirurgiões femininos e masculinos. Não sabemos o mecanismo isso está subjacente a melhores resultados para pacientes tratados por cirurgiãs, embora possa estar relacionado à prestação de cuidados que são mais congruentes com as diretrizes, mais centrados no paciente e envolvem comunicação superior”.Aliás, há outros estudos que investigaram temas próximos. Em um deles, constatou-se que as pacientes do <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/69414-10-fatos-que-te-farao-sentir-orgulho-de-ser-mulher.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sexo feminino</a> costumam se recuperar melhor quando são tratadas por uma médica, o que é um dado curioso, além de surpreendente, uma vez que há mais homens na medicina do que mulheres.Por fim, o estudo afirma que pesquisas desse tipo podem ter um importante papel na valorização dessas profissionais. "Apesar destes dados, as mulheres continuam a ser marginalizadas no local de trabalho de muitas maneiras. Para fornecer o melhor atendimento ao paciente, as organizações deveriam apoiar as médicas e aprender como elas conseguem esses melhores resultados", concluem os estudiosos.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:08.039Z

Pacientes se recuperam melhor quando são operados por mulheres, diz estudo

Imagem de Quais são as chances de engravidar usando métodos contraceptivos? no megacurioso

Mulheres costumam se assustar com fotos de recém-nascidos segurando DIUs, sendo inevitável a dúvida sobre qual método funciona melhor

<head></head><body>Permeia a vida de algumas mulheres o medo de uma gravidez inesperada. E esse sentimento aumenta ainda mais quando a internet disponibiliza uma enxurrada de fotos de recém-nascidos com minúsculos dedos agarrados a dispositivos intrauterinos (DIUs), dando a impressão de que o método contraceptivo falha&nbsp;com frequência.Sim, é possível que métodos contraceptivos falhem, mas a margem de erro é muito pequena até mesmo para aqueles considerados "de ação rápida", como pílulas ou preservativos.Um estudo financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde apontou que das gravidezes não planejadas, cerca de 52% ocorrem em mulheres que não usam contracepção, enquanto 43% naquelas que usaram contracepção de forma inconsistente ou incorreta; e apenas 5% delas ocorrem em mulheres cujo método contraceptivo foi usado corretamente, mas falhou.Então, quais são as chances de engravidar usando métodos contraceptivos?<h2>Um caso raro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/24/24161623192357.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Como apontam os especialistas, os DIUs possuem uma eficácia de 99%. Podendo ser de cobre ou hormonais, eles estão classificados entre os métodos mais confiáveis para evitar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119726-e-possivel-engravidar-ja-estando-gravida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gestações</a> não desejadas.O DIU pode permanecer no local por 5 ou 10 anos, dependendo do seu tipo, mas pode também ser retirado a qualquer momento. Menos de uma em cada 100 mulheres vai engravidar em um ano fazendo uso de um dos tipos de DIU. Ambos são indicados por estudos como métodos com taxas de proteção que se comparam aos procedimentos cirúrgicos, como a laqueadura para mulheres ou a vasectomia para homens.“Enquanto a probabilidade de gravidez associada a este método não chega a uma em cada 100 mulheres, a pílula, por exemplo, apresenta uma probabilidade de nove em cada 100 mulheres”, disse Helga Marquesini, ginecologista do Hospital Sírio Libanês, em entrevista à BBC.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/24/24161722325358.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)E isso vale para o uso da pílula anticoncepcional combinada e a tradicional. A combinada contém versões artificiais dos hormônios femininos estrogênio e progesterona, produzidos naturalmente nos ovários. Se o espermatozoide atingir o óvulo, a gravidez pode ocorrer, por isso a contracepção tenta impedir que isso aconteça mantendo o óvulo e o espermatozoide separados, ou interrompendo a ovulação. Já no caso da pílula tradicional, ela previne a gravidez ao engrossar o muco do colo do útero para impedir que os espermatozoides cheguem ao óvulo.Por isso que Marquesini ressalta que gestações, mesmo com o uso de pílula, não costumam surpreender. No entanto, um bebê que nasceu de uma mulher que usava DIU pode ser muito raro e costuma despertar interesse por parte do poderio médico.<h2>As variáveis</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/24/24161803851359.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Estudos clínicos feitos pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS) mostram que muitos métodos contraceptivos de ação rápida exibem uma taxa de falha que pode variar bastante, sobretudo porque é necessário utilizá-los da forma correta.No caso do adesivo anticoncepcional, que libera hormônios no corpo por meio da pele para prevenir a gravidez, menos de uma em cada 100 mulheres engravidará em um ano se fizer o uso corretamente. Por outro lado, cerca de 9 em cada 100 mulheres que usam o adesivo de maneira atípica engravidarão em um ano.O mesmo se aplica ao anel vaginal, um dispositivo feito de plástico macio inserido na vagina para liberar uma dose contínua dos hormônios estrogênio e progestagênio na corrente sanguínea para prevenir a gravidez.Quando o assunto é preservativo masculino e feminino, a história fica mais complexa. Se for feito o uso perfeito da camisinha masculina, há 98% de chances de ser eficaz. Por outro lado, o uso atípico já apresenta uma queda para 82%, o que significa que cerca de 18 em cada 100 mulheres, cujos parceiros usam preservativo, engravidarão em um ano.Para o preservativo feminino há 95% de eficácia se for usado perfeitamente. O número cai para 79%, no entanto, em caso de uso atípico. Nas vezes que falham os contraceptivos de ação prolongada, como o DIU, é porque costuma estar mal posicionado.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:06.889Z

Quais são as chances de engravidar usando métodos contraceptivos?

Imagem de Arma engenhosa e mortal da pré-história teria sido inventada por mulheres no megacurioso

Dispositivo aumentava a performance das mulheres para arremessar dardos, o que pode ter feito com que elas também saíssem para caçar

<head></head><body>Na vastidão dos tempos pré-históricos, quando a humanidade ainda rastejava em direção à civilização atual, um objeto pode ter aperfeiçoado a maneira como os humanos caçavam. De acordo com descobertas mais recentes, uma determinada <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127175-bastao-de-300-mil-anos-achado-na-alemanha-pode-ser-ferramenta-mais-antiga-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ferramenta</a>, chamada atlatl, pode ter concedido às mulheres um papel igualitário na caça, desafiando as convenções de gênero das quais muitos de nós nos acostumamos a acreditar.<h2>A pesquisa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/29/29101317567061.jpg" alt="Na comparação, quando usando o atlatl (figura b.), homens e mulheres tiveram desempenho semelhante. (Fonte: Nature-Michelle / Divulgação)">Na comparação, quando usando o atlatl (figura b.), homens e mulheres tiveram desempenho semelhante. (Fonte: Nature-Michelle / Divulgação)O estudo colocou 108 participantes à prova, colocando cada um para arremessar o dardo vinte vezes, sendo dez de forma manual e as outras dez usando o atlatl, numa maneira de comparar o uso do atlatl com o lançamento manual de dardos. Foram realizados, ao todo, mais de 2.160 lançamentos. Os resultados foram inegáveis.&nbsp;O atlatl não apenas aumentou a velocidade dos dardos lançados, mas também nivelou a competição, igualando as velocidades de lançamento entre os participantes masculinos e femininos.Quando os homens lançaram o dardo sozinho, conseguiam chegar de 8 a 16 metros por segundo, contra 5,1 a 11,5 metros por segundo alcançados pelas mulheres. Por outro lado, ao usarem o atlatl, os homens atingiam de 10 a 24 metros por segundo, contra impressionantes 10 a 20 metros por segundo das <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/75585-21-mulheres-incriveis-que-mudaram-o-mundo-para-melhor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulheres</a>.&nbsp;Esses resultados sugerem uma reviravolta fascinante nas narrativas tradicionais. A ideia de que as mulheres desempenhavam papéis passivos na caça é agora desafiada. A partir dessa descoberta, nasce a figura de uma mulher, também, caçadora.<h2 style="text-align: justify;">A ferramenta da igualdade</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/29/29101737835062.jpg" alt="Segundo o estudo, a igualdade de gênero vem desde as sociedades mais antigas. (Fonte: GettyImages / Reprodução)">Segundo o estudo, a igualdade de gênero vem desde as sociedades mais antigas. (Fonte: GettyImages / Reprodução)O atlatl é um dispositivo que transcende o tempo. Uma ferramenta de alavancagem, oriunda lá da Idade da Pedra, que permitiu aos nossos ancestrais arremessar lanças com uma força impressionante. No entanto, uma das surpresas mais intrigantes reveladas por um estudo recente é que esse objeto ancestral pode ter sido um grande "equalizador" de gênero.&nbsp;Conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Kent, nos EUA, o estudo trouxe à luz a possibilidade de que as mulheres pré-históricas poderiam muito bem ter sido as pioneiras dessa inovação revolucionária.A arqueóloga Dra. Michelle Bebber, líder do estudo, aponta para a possibilidade de que enterros femininos e masculinos contendo o atlatl agora possam ser interpretados de maneira diferente. Nessa nova visão, a ocorrência do dispositivo nos enterros tanto de homens quando de mulheres simboliza a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124540-igualdade-de-genero-em-relacionamentos-parte-da-geracao-z-aponta-melhora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">igualdade de gênero</a> na distribuição do trabalho.&nbsp;Sendo assim, o atlatl se torna um exemplo e um testemunho do papel das mulheres nas sociedades antigas, mostrando que elas também era responsáveis por trazer o alimento ao lar e à comunidade.&nbsp;Por fim, de acordo com os pesquisadores, as mulheres podem muito bem ser as mentes brilhantes por trás do atlatl. Esse seria só mais um sinal da criatividade e da determinação que sempre estiveram presentes nas narrativas das mulheres ao longo dos séculos.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:06.746Z

Arma engenhosa e mortal da pré-história teria sido inventada por mulheres

Imagem de Tocofobia: o medo extremo e paralisante de engravidar no megacurioso

A condição impede que mulheres sonhem com a gravidez, causando picos de ansiedade generalizada, pensamentos suicidas e até abortos

<head></head><body><a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121466-como-nosso-cerebro-influencia-na-percepcao-da-dor-que-sentimos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dor</a> é algo subjetivo e pode variar de pessoa para pessoa, mas alguns acreditam que isso não se aplica à dor do parto. Durante o processo de dar à luz, o corpo da mulher é naturalmente espremido para que o bebê nasça da melhor e mais segura forma possível. O colo do útero amolece e abre, com o órgão se contraindo para empurrar o bebê para fora, causando as temidas contrações, enquanto o canal vaginal se estica para permitir a saída da criança.É verdade que todo mundo pode lidar com um certo nível de dor, mas realmente cada um reage de maneira diferente. Ou seja, apesar do que dizem, isso significa que o trabalho de parto será diferente. No entanto, nada impede que essa movimentação toda gere uma tensão e ansiedade imensa na mulher antes, durante e até mesmo depois da gravidez.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/28/28094152691027.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A premiada atriz britânica Helen Mirren compartilhou, em 2007, durante uma entrevista a um jornalista australiano, que decidiu nunca ter filhos devido a um vídeo explícito de parto mostrado a ela no início da adolescência, quando frequentava uma escola católica. A atriz falou que o filme causou o desmaio de dois meninos de 13 anos, que tiveram que ser carregados para fora da sala de aula. Foi ali que ela percebeu que não conseguiria ter filho e esse sentimento não mudou ao longo da vida adulta, apesar de ela ainda sofrer com a decisão.Mirren não está sozinha. Cerca de 15% a 22% das mulheres em todo o mundo sentem medo em relação ao processo de parto em algum momento da gravidez, segundo o UTSouthwestern Medical Center. Não existem estatísticas sobre uma ansiedade patológica durante a gravidez e o parto.Estudos feitos na Austrália e na Grã-Bretanha descobriram que 6% das mulheres grávidas relataram um medo incapacitante de ter filhos, enquanto 13% das mulheres que ainda não estão grávidas adiam ou evitam completamente por medo da gravidez.Isso se chama tocofobia, o medo de engravidar.<h2>O medo paralisante</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/28/28094234602028.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A condição foi estudada pela primeira vez em Paris, em 1858, mas só foi introduzida na literatura médica nos anos 2000, quando foi classificada no The British Journal of Psychiatry. Antes disso, porém, já existiam diversos estudos sobre esse medo patológico do parto, embora fossem descritos como um "desconforto" das gestantes e considerado natural para um evento tão "desconhecido e doloroso".Mas a tocofobia não é só um medo, podendo fazer uma mulher evitar a ideia de ter um filho, por mais que queira. Atualmente, a condição é classificada como primária e secundária.&nbsp;A tocofobia primária é o medo mórbido do parto em uma mulher que não teve nenhuma experiência anterior com a gravidez. Os sintomas podem começar na adolescência, como foi com Helen Mirren, ou no início da vida adulta. Embora em alguns casos as relações sexuais possam ser normais, o uso em excesso de vários <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127164-quais-sao-as-chances-de-engravidar-usando-metodos-contraceptivos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">métodos contraceptivos</a> para impedir a gravidez chegam a causar graves problemas hormonais. Normalmente, esse comportamento acompanha ansiedade e picos de depressão.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/28/28094335372030.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A secundária, no entanto, acontece após um evento obstétrico traumático em uma gravidez. Contudo, também pode surgir após um parto normal, aborto espontâneo, casos de bebês natimortos, interrupção da gravidez, pressão para um parto vaginal sem complicações, desconhecimento na probabilidade de complicações ou excesso de conhecimento sobre experiências ruins de outras pessoas. Só é menos comum que a tocofobia seja associada a um caso de depressão pré-natal ou pós-natal.“Todas as pessoas que eu conhecia e que estavam grávidas, mal podiam esperar para dar à luz, e eu não entendia o motivo de eu não ter esse instinto maternal”, revelou Julia Jurgs, que deu à luz sua filha, Charlie, em 2020, em entrevista à ABC News.<h2>O fundo do poço</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/28/28094445353031.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em entrevista à Women’s Health, Charlotte, mãe e moradora de Surrey, em Londres, testemunhou um tipo de tocofobia muito mais agressiva do que a americana Julia Jurgs. Seu medo do parto começou quando ainda estava na escola primária, depois que assistiu a um vídeo gráfico de uma mulher dando à luz.“Ao longo da minha gravidez, tive muitos pensamentos intrusivos sobre aborto e comecei a temer para onde esses pensamentos me levariam. Pensei em me jogar escada abaixo várias vezes, e cheguei a acordar no meio da noite após sonhar que estava fazendo um aborto”, confessou ela à revista.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/28/28094649664034.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)De acordo com a psicóloga Anouska Longley, pessoas que sofrem de um quadro acentuado de tocofobia tendem a ter crises de ansiedade agudas apenas de encontrar com uma pessoa grávida ou ouvir alguém falar sobre gravidez. E isso está muito além do que se espera em termos de medo e ansiedade normais em relação ao parto.Claire Marshall, enfermeira especialista em saúde mental perinatal, membro honorária da Universidade de Hull e responsável por uma pesquisa pioneira sobre a tocofobia –, já se deparou com casos de mulheres que engravidaram e ficaram tão estressadas que pediram a interrupção da gravidez ou até se suicidaram no processo.<h2>Encontrando ajuda</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/28/28094555853033.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)As mulheres que sofrem com a tocofobia precisam ser encaminhadas à sessões de Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), que ajuda a identificar os aspectos da condição que estão alimentando a fobia. Educação em saúde, grupos de gestantes e arte terapia também são medidas que reconhecidamente reduzem a tocofobia.Segundo José Paulo de Siqueira Guida, médico obstetra do Caism (Hospital da Mulher da Unicamp), a medicação é a segunda frente no tratamento para a condição. Acaba se fazendo necessária para casos em que a psicoterapia não está sendo suficiente. Os antidepressivos ajudam ao equilibrar as substâncias químicas cerebrais responsáveis pela regulação do humor, também impedindo a proliferação de pensamentos intrusos.Apesar disso, ainda há muito caminho até que os profissionais de saúde consigam identificar quando as preocupações padrão sobre a gravidez se desviam de um patamar esperado para níveis problemáticos que podem colocar em risco a saúde mental da mulher.</body>

Mulher

Novidades