Pesquisadores estão em busca de uma explicação para a lucidez terminal que se manifesta em pacientes com demência.

<p>Dizem que há mistérios que a ciência é incapaz de explicar, e quando refletimos sobre os muitos casos relatados de aparente recuperação súbita de pacientes pouco antes da morte, temos um exemplo que chama muito a atenção.</p><p>Isso porque, dentre as pessoas que apresentam <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128818-a-demencia-era-mesmo-uma-doenca-comum-entre-os-antigos-gregos-e-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">demência</a>, há episódios relatados em hospitais que são comparados a esse fenômeno súbito: pouco antes de morrer, apesar de todas as restrições que a condição neurológica impõe na memória e no raciocínio, o paciente volta a se lembrar de muitos fatos e pessoas que conheceu em diferentes momentos da vida.</p><p>Nos diálogos travados, a lucidez do enfermo se apresenta vívida, com conversas sobre fatos ocorridos muitos anos atrás. O que intriga é que mesmo nos cenários em que a comunicação também é prejudicada pelo agravamento da demência, a limitação parece desaparecer completamente. Casos como estes são relatados há mais de 200 anos.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/10/10134258022143.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>&nbsp;retorno da memória é observado em pacientes terminais que apresentam demência. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Lucidez terminal e seus efeitos</h2><p>Naturalmente, essa mudança acaba sendo encarada como um sinal de regresso da doença mental. No entanto, muitos casos são precedidos pela morte súbita do paciente, contrariando as expectativas dos familiares da pessoa hospitalizada, e até mesmo dos médicos, caracterizando a chamada lucidez terminal.</p><p>Inclusive, pacientes com <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/126899-6-sintomas-de-alzheimer-que-as-pessoas-nao-conhecem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doença de Alzheimer</a>, esquizofrenia e tumores cerebrais também aparecem relatados em artigos que abordam esse tipo de episódio. Isso alimenta muitas dúvidas sobre a natureza dos processos neurológicos que ocorrem nesse último estágio da vida, que pode se estender ao longo de horas ou dias.</p><p>Um artigo de pesquisa, publicado na <i>Alzheimer's &amp; Dementia,</i> destaca outro ponto importante: há ocorrência de episódios lúcidos que não sinalizam a morte iminente. Mas, em geral, esse retorno da memória e da lucidez é tido como um fenômeno temporário e que não reverte a condição apresentada pelo paciente.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/10/10134652224146.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>Apesar do retorno da memória ser encarado com alegria, ele também pode ser um alerta. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Casos documentados levantam questionamentos</h2><p>Fato é que ainda não se sabe exatamente o que está por trás da ocorrência da lucidez terminal, já que, se por um lado há situações que parecem trazer algumas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122946-6-fatos-surpreendentes-sobre-a-memoria-em-diferentes-especies.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">memórias</a> à tona, como a fala de um parente querido, há casos que se manifestam sem a presença de qualquer incentivo para tal.</p><p>Ao menos por ora, o entendimento é que esses episódios de lucidez podem não apenas se apresentar de formas variadas, mas também serem resultantes de reações químicas pouco conhecidas do nosso organismo. Importante destacar que o retorno da memória diz respeito a um evento bastante impactante, tanto para o paciente, quanto para as pessoas próximas a ele.</p><p>E isso constantemente leva pesquisadores a observarem como o fator ético exerce bastante peso na condução de investigações mais abrangentes, limitando a realização delas. De certa forma, é o que justifica a existência desse campo de estudo tão complexo, capaz de levantar tantos questionamentos pertinentes, e que, ao mesmo tempo, é tão pouco explorado.</p>

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Por que pacientes terminais com demência têm melhora antes de morrer?

Fenômeno faz o nosso cérebro interpretar ruídos aleatórios como sendo palavras ou frases, geralmente nos chamando a atenção. 

<div data-message-author-role="assistant" data-message-id="0a89c147-f70f-434d-9548-82e5ac298ffa" dir="auto"><p style="text-align:justify;">Você já se pegou estando num lugar silencioso e ter tido a impressão de que alguém te chamou, mesmo sem ter ninguém por perto? Parece até coisa de filme de terror, não é mesmo? Tanto que há quem diga que "é a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128594-o-que-acontece-quando-nos-morremos-cientificamente-falando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morte</a> chamando". Por outro lado, pessoas mais religiosas dizem que isso é algum tipo de conexão espiritual com um ente falecido. Contudo, a ciência tem outro nome para esse fenômeno: <strong>pareidolia auditiva</strong>.</p><p style="text-align:justify;">Sim, pode ficar em completa paz. Ouvir vozes, frases ou até música onde não existe é mais comum do que se possa imaginar. E tudo isso é culpa de nosso cérebro, que é uma máquina em busca de tentar entender o mundo, nem que para isso ele cometa alguns erros.&nbsp;</p><h2 style="text-align:justify;">Fenômeno neuropsicológico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/07/07115341806098.jpg" alt="Esse café parece feliz hoje? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Esse café parece feliz hoje? (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Pode ser que você já tenha ouvido falar no termo <i>pareidolia</i>, mas em outra situação. Sabe quando olhamos para uma nuvem e dizemos que ela parece com um animal, ou quando vemos uma mancha na parede e dizemos se tratar de Jesus ou algo nesse sentido? Pois bem, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117592-o-que-e-a-pareidolia-5-fotos-para-voce-entender-o-fenomeno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">isso é pareidolia</a>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Esse fenômeno ocorre quando nosso cérebro interpreta algum estímulo com algo que nos é familiar. É uma maneira do nosso poderoso órgão encontrar um padrão em meio ao caos, dando um sentido para aquela informação. Portanto, no caso de vermos um "rosto feliz" num objeto comum como uma lixeira, é só nosso cérebro tentando dar um significado a um simples objeto. Nessa situação, estamos diante da <i>pareidolia visual</i>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Porém, esse processo neuropsicológico também ocorre com sons, recebendo assim o nome de <strong>pareidolia auditiva</strong>. Aqui, ao ponto que somos expostos a ruídos aleatórios, o nosso cérebro buscará transformar esse som "sem sentido" em algum som que tenha um nexo para nós. E o que mais familiar que o nosso nome, não é mesmo?</p><p style="text-align:justify;">Mas não é apenas com o nosso nome que a pareidolia auditiva se apresenta. &nbsp;A pessoa pode ouvir frases, palavras aleatórias e até mesmo músicas. Tudo vai depender do som que está sendo emitido.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Esse fenômeno, por exemplo, é bem comum em barulhos como o "ruído branco", que muita gente gosta de ouvir para dormir. Por ser construído com ruídos constantes e aleatórios, não é estranho que comecemos a perceber padrões onde não existem, só para satisfazer nossa necessidade de sentido.&nbsp;</p><h3 style="text-align:justify;">Mais uma vez, a evolução</h3><p style="text-align:justify;">Ao longo da história humana, a capacidade de reconhecer padrões e extrair significado de informações sensoriais foi crucial para nossa sobrevivência. Basta pensar que, ao estar em um ambiente barulhento, é essencial detectar ameaças ou sinais de comunicação. Perceber o perigo podia ser a diferença entre viver e morrer.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">É por isso que o nosso cérebro se desenvolveu de uma forma a estar sempre pronto para encontrar padrões de linguagem mesmo em meio ao ruído, mesmo que às vezes isso signifique interpretar erroneamente os sons que ouvimos.&nbsp;</p><h2 style="text-align:justify;">Pode ser sinal de uma doença mental?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/07/07120354274104.jpg" alt="Quem me chamou? Foi só a pareidolia auditiva mesmo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Quem me chamou? Foi só a pareidolia auditiva mesmo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">É importante ressaltar que a pareidolia auditiva não é um sinal de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121452-conheca-6-transtornos-mentais-dos-mais-assustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doença mental</a>. Não é uma alucinação no sentido clínico do termo. Em vez disso, é uma manifestação normal da forma como nosso cérebro processa informações sensoriais.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Claro, em alguns casos extremos, a pareidolia auditiva pode ser associada a condições médicas, como a esquizofrenia, mas na maioria das vezes é apenas uma peculiaridade do funcionamento do cérebro humano.</p><p style="text-align:justify;">Caso passe por isso, não entre em pânico. Você não está "perdendo a cabeça". Em vez disso, tente identificar a fonte do ruído que desencadeia essas experiências e depois o retire. Simples assim.</p></div>

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Pareidolia auditiva: o que é o fenômeno que nos faz "ouvir vozes"?

De acordo com lendas antigas, coelhos e lebres sempre foram criaturas representantes do submundo e um sinal de morte.

<p>Os coelhos certamente são um dos maiores símbolos representantes da Páscoa, sem contar que também são animais extremamente fofos e adoráveis. Porém, e se eu te falasse que essas criaturas geram um pavor inacreditável em algumas pessoas? Essa é a definição de <strong>leporifobia, o medo irracional de coelhos e lebres</strong>.</p><p>Isso é ainda mais chocante quando analisamos que os coelhos provocam esse tipo de medo desde sociedades antigas, como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126729-revelando-o-passado-como-os-antigos-egipcios-redefiniram-o-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antigos egípcios</a> e os povos celtas. De acordo com essas crenças do passado, eles são animais do submundo e um fortíssimo indicador de que algum ruim está para acontecer.</p><h2>Lendas assustadoras</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02180933080335.jpg" alt="Por se esconderem no subsolo, lebres sempre foram interpretadas como seres do submundo. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Por se esconderem no subsolo, lebres sempre foram interpretadas como seres do submundo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Diversos povos aprenderam a temer os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124299-6-fatos-impressionantes-sobre-o-coelho-gigante-de-flanders.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coelhos</a> com o tempo, mas nenhum chegou perto da relação dos irlandeses com esses animais. E tudo começou com a lenda de um fazendeiro local que teria atirado na perna de uma lebre enquanto ela estava amamentando o leite de suas vacas. Enquanto o animal indefeso mancava pelos cantos, o homem seguiu-o até uma toca.</p><p>No subsolo, o fazendeiro teria encontrado uma mulher ferida, também com um sangramento na perna. O folclore dá a entender que o animal, na verdade, era uma bruxa que vagava pelos campos da Irlanda. Embora a lebre não fosse exatamente uma figura temida pelos antigos agricultores locais, ela era respeitada como um animal inteligente e enigmático que não deveria ser caçado ou consumido.</p><p>Os antigos egípcios, por sua vez, acreditavam que os coelhos tinham uma relação marcante com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123141-mundus-patet-quando-roma-abria-as-portas-do-submundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">submundo</a>. Osíris, o Governante dos Mortos, muitas vezes foi retratado em ilustrações e esculturas com cabeça de lebre — uma criatura venerada por sua rapidez e sentidos aguçados.</p><h2>Medo retratado na modernidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02181020219337.jpg" alt="Donnie Darko é uma das obras modernas que retratam os coelhos em papéis sombrios. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Donnie Darko é uma das obras modernas que retratam os coelhos em papéis sombrios. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Se coelhos e lebres eram figuras marcantes e temidas pelos povos antigos, o que não falta são exemplos de narrativas contemporâneas envolvendo esses animais. Em <i>Alice no</i> <i>País das Maravilhas</i>, por exemplo, o delirante Coelho Branco assume a postura de uma lebre frenética e excitada na época de primavera.</p><p>Em 2001, então, o filme <i>Donnie Darko</i> volta a usar a criatura em um papel mais sombrio: o assustador personagem Frank, descrito como metade homem metade coelho. No longa, Frank usa uma fantasia de coelho assustadora e é morto durante uma festa de Halloween, assumindo de uma vez por todas a figura sobrenatural do traje de coelho. Contudo, sua forma morta só pode ser vista pelo protagonista Donnie Darko, que está sendo guiado para a vida após a morte.&nbsp;</p><p>No fim das contas, os leporídeos possuem habilidades impressionantes, como a velocidade fora do normal e fertilidade assustadora, sem contar o fato de que realmente adoram viver em ambientes subterrâneos. Talvez, por esses motivos, tantas pessoas aprenderam a temê-los por não compreenderem suas existências.</p>

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Leporifobia: o medo irracional de coelhos

Descubra as fascinantes razões por trás da raridade dos canhotos e as pesquisas mais recentes sobre a genética por trás dessa característica.

<p>Você já se perguntou <strong>por que algumas pessoas são canhotas enquanto a grande maioria é destra?</strong> A lateralidade, ou preferência manual, é um fenômeno intrigante que tem desafiado os cientistas por décadas. Apenas cerca de 10% da população mundial é canhota, o que levanta questões sobre as influências genéticas e ambientais por trás dessa característica.</p><h2>Influência genética e desenvolvimento cerebral</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/01/01210347112010.jpg" alt="O cérebro humano é dividido em dois hemisférios, e cada um deles domina funções específicas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O cérebro humano é dividido em dois hemisférios, e cada um deles domina funções específicas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O cérebro humano exibe uma notável assimetria funcional, onde o hemisfério esquerdo geralmente é dominante para funções relacionadas à linguagem, como a produção e compreensão da fala, além de controlar habilidades motoras finas, como escrever e manipular objetos com precisão.</p><p>Por outro lado, o hemisfério direito está mais envolvido em processos visuais e espaciais, como reconhecimento de padrões, percepção de profundidade e orientação no espaço. Essa divisão de funções entre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125249-hemisferios-do-cerebro-o-que-e-verdade-e-o-que-e-mentira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hemisférios cerebrais</a> está intimamente relacionada à lateralidade manual, com a mão preferida sendo controlada pelo hemisfério oposto do cérebro.</p><p>Segundo os cientistas, a preferência manual é fortemente influenciada por fatores genéticos e pelo complexo desenvolvimento cerebral durante a gestação e a infância. Estudos recentes identificaram genes específicos correlacionados com a preferência manual, fornecendo informações valiosas sobre as bases genéticas dessa característica.</p><p>Por exemplo, o gene TUBB4B foi identificado em estudos genéticos como uma variante associada a uma maior probabilidade de ser <a href="https://www.megacurioso.com.br/mega-no-youtube/99946-13-coisas-sobre-canhotos-que-voce-provavelmente-nao-sabe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canhoto</a>. Essas descobertas indicam que a lateralidade é, pelo menos parcialmente, determinada por fatores hereditários.</p><h2>Influência ambiental e social</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/01/01210959465011.jpg" alt="Fatores ambientais podem influenciar o desenvolvimento da preferência manual desde a infância. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Fatores ambientais podem influenciar o desenvolvimento da preferência manual desde a infância. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Para além dos fatores genéticos, o ambiente e os aspectos sociais desempenham um papel significativo na preferência manual das pessoas. Uma teoria intrigante sugere que a predominância dos destros pode ser influenciada pela cooperação social ao longo da evolução humana.</p><p>Em sociedades antigas, o compartilhamento de ferramentas e a realização de atividades em grupo poderiam ter favorecido o uso da mesma mão para facilitar a colaboração e eficiência nas tarefas cotidianas. Essas práticas sociais podem ter contribuído para a prevalência dos destros ao longo do tempo.</p><p>As influências ambientais, como as práticas culturais e educacionais, também poderiam interagir com predisposições genéticas para determinar se uma pessoa se tornará destro ou canhoto. Por exemplo, em algumas culturas, a pressão para se adaptar à maioria (destros) pode influenciar o desenvolvimento da preferência manual desde a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124625-criancas-esquecem-a-primeira-infancia-por-volta-dos-7-anos-de-idade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">infância</a>. Além disso, o acesso desigual a determinados recursos ou ferramentas também pode impactar o desenvolvimento da lateralidade.</p><p>Estudos recentes têm explorado como fatores como educação, cultura, experiências de vida e até mesmo eventos pré-natais podem influenciar o desenvolvimento da lateralidade. A integração contínua de abordagens genéticas, neurológicas e sociais é essencial para uma compreensão abrangente da lateralidade e sua variação dentro e entre as populações.</p>

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Por que existem tão poucos canhotos no mundo?

Descubra as teorias mais inovadoras e bizarras que estão desafiando os conceitos tradicionais da ciência.

<p>Na vanguarda da exploração científica contemporânea, há <strong>teorias que desafiam as fronteiras do conhecimento convencional</strong>, abrindo portas para conceitos extraordinários que podem redefinir nossa compreensão do universo.</p><p>Especialistas em diversos campos não apenas consideram, mas investigam ativamente ideias que parecem mais adequadas a narrativas de ficção científica do que a discussões acadêmicas. Vamos explorar cinco dessas teorias científicas estranhas que estão sendo levadas a sério pela ciência.</p><h2>1. Consciência cósmica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/30/30132933297163.jpg" alt="Universo consciente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Universo consciente. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A teoria da consciência cósmica propõe uma visão radical que desafia as concepções tradicionais ao sugerir que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124792-o-universo-tem-uma-consciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">universo tem consciência</a>. De acordo com essa ideia, o cosmos não seria apenas matéria inanimada, mas sim uma entidade viva e consciente, interligando toda a vida e influenciando a estrutura do espaço-tempo.</p><p>Essa perspectiva revolucionária tem implicações profundas, pois sugere que a consciência não é apenas um produto da atividade cerebral, mas algo mais intrínseco e universal. Se essa teoria for válida, poderia redefinir nossa compreensão da realidade fundamental, oferecendo novas maneiras de explorar a relação entre a consciência humana e o cosmos.</p><h2>2. Cristais do tempo e o movimento perpétuo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/30/30133701674169.jpg" alt="Cristais do Tempo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Cristais do tempo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A teoria dos cristais do tempo propõe a existência de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117806-cristais-de-tempo-o-novo-estado-de-materia-que-chocou-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fase da matéria</a> que desafia as leis da termodinâmica ao manter um movimento perpétuo, ou seja, um ciclo contínuo de oscilação sem a necessidade de entrada de energia externa. Esses cristais representariam um estado de loop temporal, onde suas propriedades físicas se repetem indefinidamente sem perder energia ou desacelerar.</p><p>Essa capacidade de existir em movimento perpétuo desafia conceitos convencionais sobre a conservação de energia e o tempo, abrindo novas perspectivas sobre a natureza fundamental do universo. O estudo dos cristais do tempo promete expandir nossa compreensão da física fundamental e pode eventualmente conduzir a aplicações práticas inovadoras na tecnologia e na exploração do cosmos.</p><h2>3. Universos espelhados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/30/30133816110170.jpg" alt="Teoria sugere a existência de universos paralelos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Teoria sugere a existência de universos paralelos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A teoria dos universos espelhados, ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120122-universos-paralelos-existem-saiba-o-que-a-fisica-diz-sobre-isso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">universos paralelos</a>, propõe a existência de múltiplos universos além do nosso próprio universo observável. Cada um desses universos seria separado por barreiras ou membranas, e teria suas próprias leis físicas e propriedades únicas. Esses universos paralelos seriam como diferentes realidades ou variantes do nosso próprio cosmos, cada um seguindo seu próprio conjunto de regras físicas.</p><p>Os universos espelhados levantam questões profundas sobre a natureza da existência e da realidade, questionando o que define verdadeiramente o nosso universo e desafiando nossas percepções convencionais sobre o que é possível dentro do âmbito da física e da cosmologia.</p><h2>4. Neurogênese post-mortem</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/30/30133913994171.jpg" alt="A a neurogênese post-mortem sugere que certas atividades elétricas podem continuar após a morte. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A neurogênese post-mortem sugere que certas atividades elétricas podem continuar após a morte. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A teoria da neurogênese post-mortem é uma ideia que desafia conceitos convencionais sobre o que acontece com o cérebro após a morte. Em termos simples, a neurogênese post-mortem propõe que, mesmo após o coração parar de bater e os sinais vitais cessarem, certas atividades elétricas ou químicas no cérebro podem continuar por um tempo. Isso pode incluir a persistência de atividade elétrica em certas áreas do cérebro ou processos bioquímicos que continuam a ocorrer após a morte.</p><p>Essa ideia tem sido objeto de estudo e debate, com alguns cientistas sugerindo que certas células cerebrais podem permanecer metabolicamente ativas por um tempo após a morte, mesmo na ausência de fluxo sanguíneo e oxigênio.</p><h2>5. Teoria das cordas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/30/30134225230172.jpg" alt="Teoria das Cordas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Teoria das cordas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A teoria das cordas sugere que as partículas elementares não são pontos, mas sim cordas vibrantes unidimensionais que manifestam diferentes estados de energia por meio de suas oscilações. Essas vibrações das cordas podem explicar a diversidade de partículas e forças observadas na natureza, oferecendo uma nova perspectiva sobre espaço, tempo e matéria.</p><p>Ao considerar as cordas vibrantes como a base subjacente de toda a matéria e energia, a teoria das cordas busca unificar a física quântica com a teoria da relatividade geral. Ela promete resolver problemas não resolvidos por teorias anteriores e oferece uma estrutura elegante para compreender fenômenos como a gravidade em níveis fundamentais. Embora ainda não haja confirmação experimental direta, a teoria das cordas continua a ser um campo de pesquisa ativo que desafia e inspira físicos a explorar os mistérios mais profundos do cosmos.</p>

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5 teorias científicas "malucas" que estão sendo analisadas pela Ciência

Mesmo após a mudança para uma dieta saudável, os prejuízos causados pela junk food na adolescência persistem pelo resto da vida

<p>O consumo de uma dieta rica em alimentos processados, gorduras saturadas e açúcares simples, não só está associado a problemas metabólicos e obesidade, mas também afeta a função cognitiva, aponta um novo estudo publicado na revista científica <i>Brain, Behavior, and Immunity</i>.</p><p>Ao investigar os mecanismos neurobiológicos, os pesquisadores da University of Southern California descobriram que a sinalização da substância acetilcolina no hipocampo estava desregulada em ratos expostos à dieta baseada em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121696-junk-food-a-nojenta-refeicao-dos-pobres-na-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">junk food</a>, comprometendo funções relacionadas à memória.</p><p>A acetilcolina é um neurotransmissor essencial no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico dos mamíferos, incluindo humanos. Ela desempenha múltiplos papéis importantes, principalmente relacionados à transmissão de sinais entre células nervosas e células alvo.</p><h2>Impactos duradouros</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/18/18094339972027.jpg" alt="Estudo mostra importância da alimentação durante a adolescência para o desempenho do cérebro pelo resto da vida. (Fonte: Pexels/Pavel Danilyuk/Reprodução)"><figcaption>Estudo mostra importância da alimentação durante a adolescência para o desempenho do cérebro pelo resto da vida. (Fonte: Pexels / Pavel Danilyuk / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O estudo concluiu que o consumo de hambúrgueres, batatas fritas, sorvetes e outros alimentos ultraprocessados na adolescência pode levar a déficits de memória duradouros, especialmente na memória episódica contextual, responsável pela retenção de informações a longo prazo.</p><p>Nos testes realizados em laboratório com camundongos, esses déficits persistiram mesmo após a mudança para uma dieta saudável na idade adulta. Desta forma, os estudiosos concluíram que os danos causados pela podem ser difíceis de reverter completamente.</p><p>Por outro lado, os cientistas afirmam que, no estudo com ratos, não houve diferenças significativas na memória de reconhecimento de objetos que não dependem do hipocampo, nem foram observados efeitos significativos sobre a ansiedade ou atividade locomotora.</p><h2>Risco de demência</h2><p>Outro estudo, que acompanhou 10 mil brasileiros por 10 anos, destacou que consumir mais de 20% das calorias diárias provenientes de alimentos ultraprocessados pode aumentar o risco de declínio cognitivo, provocando doenças como <a href="https://www.megacurioso.com.br/produto/124869-adoecer-com-frequencia-aumenta-o-risco-de-desenvolver-demencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">demência</a>.</p><p>A dieta rica em gordura, açúcar e alimentos ultraprocessados foram associados a taxas mais rápidas de deterioração das funções executivas do cérebro, que incluem a capacidade de processar informações e tomar decisões.</p><p>Homens e mulheres que consumiram mais desses alimentos apresentaram uma taxa 25% mais rápida de declínio das funções executivas e uma taxa 28% mais rápida de comprometimento cognitivo geral em comparação com aqueles que consumiram menos alimentos ultraprocessados.</p><h2>O que comer para melhorar o cérebro?</h2><p>Para melhorar a saúde do cérebro e promover uma função cognitiva otimizada, é importante consumir uma dieta balanceada e rica em nutrientes. As frutas e vegetais coloridos, especialmente os ricos em antioxidantes, como morangos, espinafre e couve, ajudam a reduzir o risco de doenças neurodegenerativas.</p><ul><li><strong>Leia também:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128889-saladas-cultivadas-no-espaco-podem-ser-mortais-para-os-astronautas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Saladas cultivadas no espaço podem ser mortais para os astronautas</strong></a></li></ul><p>Os peixes, como salmão, cavala, sardinha e arenque, são ricos em ômega-3. A substância promove a função cognitiva e reduzindo o risco de declínio cognitivo relacionado à idade. Já os ovos são fonte de colina, um componente dos neurotransmissores que ajudam na comunicação entre as células cerebrais.</p><p>O café e o chá-verde contêm cafeína e antioxidantes que podem melhorar a concentração, o foco e a memória a curto prazo, além de oferecerem proteção contra o declínio cognitivo.</p><p>&nbsp;</p>

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Junk food danifica o cérebro e afeta a memória a longo prazo

A mulher foi a responsável por mexer com a mente de Josef Breuer e Sigmund Freud.

<p><strong>Bertha Pappenheim foi o caso que fundou a psicanálise</strong>. Nascida em 27 de fevereiro de 1859, em Viena, Bertha era filha de Sigmund Pappenheim, responsável por herdar uma empresa de comércio de grãos considerada milionária, e de Recha Goldschmidt, cuja árvore genealógica tinha nomes como Heinrich Heine, um famoso poeta alemão conhecido como o "último dos românticos" por fazer parte do ultrarromantismo do século XIX.</p><p>Portanto, por ter uma vida de classe média alta, a jovem foi desde muito cedo sufocada com todos os tipos de privilégios que uma dama daquela época poderia receber. Além de uma educação religiosa com base em textos hebraicos e bíblicos, Bertha também estudou inglês, francês e italiano, bem como tomou aulas de piano e equitação.&nbsp;</p><p>Ela sempre se mostrou muito enérgica e animada, até que seu comportamento começou a mudar após seus 20 anos.</p><h2>Uma mente conturbada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/10/10134622361168.jpg" alt="Bertha Pappenheim é conhecida como Anna O. (Fonte: Jewish Unpacked/Reprodução)"><figcaption>Bertha Pappenheim é conhecida como Anna O. (Fonte: Jewish Unpacked / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A princípio, os primeiros <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125586-4-sintomas-estranhos-causados-por-problemas-de-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sintomas</a> apareceram devagar. Bertha criou um mundo de fantasia que chamava de "teatro privado", depois, no outono de 1880, quando já havia completado seus 21 anos, ela se afundou na <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121452-conheca-6-transtornos-mentais-dos-mais-assustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doença</a>. Aconteceu bem na época em que Bertha cuidava de seu pai, acamado devido a uma pleurisia (uma infecção dos tecidos que revestem os pulmões e a caixa torácica) que o acometeu durante as férias da família em Bad Ischl, na Áustria. Infelizmente, a doença seria fatal, acabando com a vida do homem em 5 de abril de 1881.</p><p>Enquanto cuidava de seu pai, Bertha começou a apresentar sintomas físicos de sua doença, como tosse persistente, alucinações, paralisia, distúrbios de visão e um estado perturbador de ansiedade. No final de novembro de 1880, sua mãe contatou um médico amigo da família, Josef Breuer, então um respeitado internista e considerado o médico da alta burguesia judaica.</p><p>Na época, ele diagnosticou Bertha com histeria, descrita como uma condição mental que afetava as mulheres e que levava a sintomas como cegueira, explosões emocionais, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127656-4-substancias-alucinogenas-usadas-por-nossos-ancestrais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alucinações</a> e comportamento histriônico. A jovem foi submetida a várias sessões de leve <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/126758-como-e-o-funcionamento-do-cerebro-durante-o-estado-de-hipnose.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hipnose</a> em que ela podia narrar as coisas que estavam em sua cabeça. Mais tarde, essa abordagem seria conhecida como catarse, um precursor do método psicanalítico.&nbsp;</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/10/10134755974170.jpg" alt="Josef Breuer é considerado o pioneiro da psicanálise. (Fonte: Psicologia y Mente/Reprodução)"><figcaption>Josef Breuer é considerado também um pioneiro da psicanálise. (Fonte: Psicologia y Mente / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Apesar do estado geral de Bertha continuar se deteriorando ao longo do processo, ela conseguiu acessar e expressar emoções e experiências reprimidas. Breuer percebeu que fazer a jovem falar sobre o que estava em sua cabeça parecia oferecer certo alívio dos sintomas físicos que sentia. O médico apelidou esse tratamento de "cura falante".</p><p>O estado de Bertha piorou após a morte de seu pai. Rígida em cima de uma cama e sem comer por dias, ela não via as pessoas ao seu redor e reconhecia apenas Breuer.</p><p>Em 7 de junho de 1881, a jovem já havia perdido totalmente o controle de si, sendo levada à força a uma ala para distúrbios nervosos de uma clínica psiquiátrica em Inzersdorf e sedada com grandes doses de hidrato de cloral. Aquele foi o início do seu vício no medicamento.</p><h2>O nascimento de Anna O.</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/10/10134912968171.jpg" alt="Sigmund Freud. (Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Sigmund Freud. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A essa altura, Breuer já havia informado seu amigo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122396-entenda-como-freud-criou-o-maior-mito-sobre-o-orgasmo-feminino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sigmund Freud</a> sobre o caso da jovem e ele já estava certo de que o problema de Bertha não era histeria, mas algo além. Freud nunca chegou a conhecer pessoalmente a jovem, mas seu caso serviu de base para o seu livro <i>Estudos sobre a histeria</i>, de 1895, em que foi mencionada sob a alcunha de Anna O., cuja histeria foi descrita por ele como enraizada no abuso sexual que poderia ter sofrido na infância.</p><p>Foi, inclusive, essa insistência de Freud na violência sexual como causa que fez Breuer romper a amizade que possuía com ele. Apesar disso, Bertha, continuou sendo a peça central para o trabalho de Freud em desenvolver a terapia da fala como um tratamento para a doença mental.</p><p>Não é para menos que o próprio Freud descreveu Bertha como "a responsável pela fundação da abordagem psicanalítica do tratamento de saúde mental", que ele formalizou em seu livro <i>A interpretação dos sonhos</i>, em que se encontra grande parte da teoria psicanalítica.</p><h2>Os anos conturbados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/10/10135010575172.jpg" alt="O tratamento de Breuer nunca curou Bertha Pappenheim. (Fonte: The Dead Ladies Show/Reprodução)"><figcaption>O tratamento de Breuer nunca curou Bertha Pappenheim. (Fonte: The Dead Ladies Show / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Breuer escreveu que Bertha se recuperou completamente em 7 de junho de 1882, um ano depois de ter sido institucionalizada em Inzersdorf. Segundo ele, a cura dela aconteceu no momento em que reviveu a cena ao lado do leito de morte de seu pai, um evento que teria sido responsável por desencadear a doença.</p><p>Uma vez curada, Bertha teria viajado por um tempo até se estabelecer ao lado de sua família novamente. Breuer ressaltou que o tratamento por meio da "cura falante" foi um grande sucesso terapêutico, mas a história verdadeira é muito diferente.</p><p>A pesquisa dos historiadores Henri Ellenberger e Albrecht Hirschmuller descobriu, por meio de uma carta de Breuer ao seu colega psiquiatra Auste Forel, que o tratamento de Bertha nunca apresentou nenhum progresso significativo e que, no outono de 1881, ele já pensava em interná-la novamente, dessa vez no Sanatório Bellevue, na Suíça.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/10/10135211957175.jpg" alt="Martha Barnays, esposa de Freud. (Fonte: Surgiu/Reprodução)"><figcaption>Martha Barnays, esposa de Freud. (Fonte: Surgiu / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Para piorar, em uma carta de 31 de outubro de 1883, enviada por Freud à sua noiva Martha Bernays, ficou claro que Mathilde Breuer, esposa de Josef, havia desenvolvido um forte ciúmes pelo interesse e convívio extenso do seu marido com a jovem. Com isso, supostos rumores que passaram a circular pela sociedade da época teriam feito o médico decidir encerrar o tratamento de Bertha em junho de 1882, sendo que ela ainda sofria de uma leve "loucura histérica".</p><p>Em 1 de julho de 1882, Bertha foi admitida em um novo <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/74168-barbacena-o-local-onde-morreram-mais-de-60-mil-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sanatório</a>. Ela passou alguns meses na instituição, onde teve vários episódios com mais ou menos os mesmos sintomas de antes, além de ter piorado em relação ao vício em cloral e morfina devido à neuralgia facial aguda que tinha.</p><p>Breuer se recusou a retomar o tratamento quando Bertha regressou à Viena no início de janeiro de 1883. Entre esse ano e 1887, a mulher foi parar três vezes em uma clínica psiquiátrica sob o mesmo diagnóstico prévio de histeria. Martha Bernays, noiva de Freud, foi a única que manteve contato próximo com Bertha, a quem o médico chegou a desejar que estivesse morta para que ela se livrasse do sofrimento que era sua vida.</p><h2>A verdadeira Bertha</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/10/10135402794176.jpg" alt="Bertha foi internada várias vezes após o tratamento com Breuer. (Fonte: Leo Baeck Institute London/Reprodução)"><figcaption>Bertha foi internada várias vezes após o tratamento com Breuer. (Fonte: Leo Baeck Institute London / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Freud sempre enfatizou em suas correspondências que a mulher estava arrasada devido às alucinações que sofria e que não havia recuperação para ela. Provavelmente, Bertha concordava com isso, afinal, cinco anos após o fim do tratamento com Breuer, ela ainda não havia se recuperado.</p><p>Em meados de 1888, Bertha se mudou para Frankfurt, onde a maioria de seus parentes por parte de mãe vivia, e foi lá que sua mente conturbada encontrou algum alívio, mas só porque também se encontrou como pessoa. Por incentivo de sua prima, a escritora Anna Ettlinger, ela começou a escrever o que estava em sua cabeça, passando tudo para as páginas em forma dos mesmos contos de fadas que narrava sobre suas emoções para Breuer.</p><p>Surpreendentemente, esse processo parece ter sido muito mais terapêutico do que a "cura falante" do médico — isso porque Bertha renasceu para a vida em todos os aspectos. Em 1890, ela publicou uma segunda coleção dos contos antes de se enveredar pelo campo do trabalho social judaico. Ao participar como voluntária em cozinhas comunitárias para imigrantes da Europa Oriental e em um orfanato para meninas judiais, do qual se tornou proprietária, Bertha desempenhou um papel essencial na comunidade judaica da época, sobretudo no que diz respeito ao movimento feminista alemão.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/10/10135930745177.jpg" alt="O movimento feminista judaico cresceu nas mãos de Bertha Pappenheim. (Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>O movimento feminista judaico cresceu nas mãos de Bertha Pappenheim. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Em poucos anos, de uma "histérica e viciada em remédios", Bertha Pappenheim se transformou em uma escritora líder do feminismo judaico, publicando vários livros e ensaios, como o <i>Women’s Rights</i>, em que criticou ferrenhamente a exploração econômica e sexual das mulheres. Enquanto isso, sua vida pregressa como histérica, da qual ninguém fazia ideia, continuou paralelamente no campo da psicanálise, crescendo sob a alcunha de Anna O.</p><p>De acordo com Kendra Cherry, especialista em reabilitação psicossocial, educadora e psicóloga, a condição de Bertha hoje poderia ser diagnosticada como algum tipo de transtorno dissociativo ou somático. Alguns especialistas, no entanto, acreditam que a condição da mulher poderia ter sido resultado de algum tipo de doença física ou neurológica, como uma inflamação cerebral ou uma neurotuberculose.</p><p>Bertha Pappenheim morreu em 28 de maio de 1936 como um expoente da defesa feminina judaica, e não como a histérica descrita por Freud e Breuer.</p>

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Por que o caso de Bertha Pappenheim fundou a psicanálise?

As sociedades de Alto QI desempenham um papel crucial no cultivo e na promoção do pensamento intelectual e da excelência acadêmica em todo o mundo.

<p>As sociedades de alto QI representam um enclave exclusivo de indivíduos com inteligência excepcional, proporcionando um ambiente propício para a interação intelectual e o crescimento pessoal. Com critérios rigorosos de admissão, essas sociedades reúnem mentes brilhantes de todo o mundo, fomentando discussões profundas e o avanço do conhecimento.&nbsp;</p><ul><li><strong>Saiba também: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118090-nota-de-qi-define-inteligencia-veja-as-pessoas-mais-inteligentes-do-mundo.htm?f">Nota de QI define inteligência? Veja as pessoas mais inteligentes do mundo</a></li></ul><p>Conheça oito sociedades prestigiadas do mundo que reúnem pessoas com inteligência excepcional.</p><h2>1. Mensa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11103130828079.png" alt="Logo da Mensa Brasil. (Fonte: Mensa/Reprodução)"><figcaption>Mensa Brasil. (Fonte: Mensa / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Fundada em 1946 na Inglaterra, <strong>é a maior e mais antiga sociedade de alto QI, com mais de 150 mil membros em todo o mundo</strong>. Com critérios de ingresso exigentes — um percentil superior a 98% em testes de QI padronizados —, a Mensa promove uma variedade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/brasileiro-superdotado-desvenda-o-misterio-do-qi-genetico" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atividades intelectuais</a> e culturais para seus membros.</p><h2>2. Intertel</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11103626120084.jpeg" alt="Logo da Intertel. (Fonte: Intertel by LinkedIn/Reprodução)"><figcaption>Intertel. (Fonte: Intertel by LinkedIn / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Estabelecida em 1966 nos Estados Unidos, a Intertel é uma sociedade reconhecida para indivíduos com QI superior a 135. Com mais de 1.500 membros globalmente, a sociedade oferece uma variedade de programas e serviços, <strong>além de exigir um percentil superior a 99% em testes de QI para admissão</strong>.</p><h2>3. TNS (Triple Nine Society)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11104042104092.jpeg" alt="Logo TNS. (Fonte: TNS/Reprodução)"><figcaption>TNS. (Fonte: TNS / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Fundada em 1978 nos Estados Unidos, a TNS é considerada uma das sociedades mais elitistas e famosas do mundo. Com membros selecionados no percentil superior a 99,9%, a TNS mantém um perfil altamente discreto e oferece encontros internacionais para seus mais de 1.900 membros em todo o mundo.</p><h2>4. Prometheus Society</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11104302079095.jpeg" alt="Logo Prometheus Society. (Fonte: Prometheus Society/Reprodução)"><figcaption>Prometheus Society. (Fonte: Prometheus Society / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Estabelecida em 1982 nos Estados Unidos, a Prometheus Society é para aqueles com QI superior a 160. Com uma comunidade online ativa e fóruns de discussão, a sociedade promove a interação intelectual entre seus membros selecionados.</p><ul><li><strong>Entenda:</strong> <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128725-a-complexa-relacao-entre-alto-qi-e-zumbido-no-ouvido-uma-perspectiva-neurocientifica.htm">A complexa relação entre alto QI e zumbido no ouvido</a></li></ul><h2>5. Mega Society</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11104443518098.png" alt="Logo Mega Society. (Fonte: Mega Society/Reprodução)"><figcaption>Mega Society. (Fonte: Mega Society / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Criada em 1982 nos Estados Unidos, a Mega Society é para aqueles com percentil superior a 99,99% nos testes de QI. Essa exclusividade gera preocupações sobre elitismo e validade dos testes de QI utilizados. Além disso, a sociedade mantém um perfil altamente discreto, sem divulgar informações sobre seus membros ou atividades.&nbsp;</p><p>Apesar das críticas, a sociedade mantém sua reputação de exclusividade e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126971-dia-da-superdotacao-oor-que-pessoas-com-alto-qi-esquecem-mais-facilmente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">excelência intelectual</a>, reunindo algumas das mentes mais brilhantes do mundo.</p><h2>6. IIS (Infinity International Society)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11104752060099.jpg" alt="Logo IIS. (Fonte: IIS/Reprodução)"><figcaption>IIS. (Fonte: IIS / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Criada em 2007 por Jeffrey Osgood nos Estados Unidos, a IIS é uma sociedade para aqueles com QI superior a 140. Além de oferecer programas e serviços para seus mais de 500 membros em todo o mundo, a <strong>IIS é reconhecida por admitir crianças de diversos países, promovendo a diversidade e a excelência intelectual desde tenra idade</strong>.</p><h2>7. ISPE (International Society for Philosophical Enquiry — The Thousand)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11105010875100.png" alt="Logo ISPE. (Fonte: ISPE/Reprodução)"><figcaption>ISPE. (Fonte: ISPE / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Estabelecida em 1974, a ISPE reúne indivíduos com QI acima de 146. Notável por ser a terceira mais antiga do mundo, a ISPE exige um percentil superior a 99,9% em testes de QI padronizados para admissão. Com mais de 1 mil membros globalmente, a sociedade oferece diversos programas e serviços para seus membros.</p><h2>8. ISI Society</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/11/11105141552101.jpg" alt="Logo ISI Society. (Fonte: ISI Society/Reprodução)"><figcaption>ISI Society. (Fonte: ISI Society / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Reconhecida como a mais seletiva entre as sociedades de alto QI, a ISI Society foi fundada em 2002 nos Estados Unidos. Além de exigir um percentil superior a 99,93% em testes de QI,<strong> a sociedade avalia a inteligência de maneira abrangente, incluindo criatividade e inteligências emocional e social</strong>.<br><br><span class="ui-provider a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z ab ac ae af ag ah ai aj ak" dir="ltr">Gostou do conteúdo? Então, fique por dentro de mais assuntos como esse aqui no Mega Curioso!</span></p>

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8 sociedades de alto QI que se destacam no mundo

Doença pode ser uma consequência de um mecanismo de defesa que ataca as células do próprio cérebro.

<p>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128751-alzheimer-pode-ser-transmissivel-em-condicoes-rarissimas-revela-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alzheimer</a> é a doença neurodegenerativa mais conhecida que existe. Apesar disso, ela continua a desafiar a medicina e a afetar milhões de pessoas em todo o mundo. Com sua progressão lenta e insidiosa, esta condição não apenas rouba a memória das vítimas, mas também compromete suas <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128132-encolhimento-do-hipocampo-pode-ser-um-sinal-de-alzheimer-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">habilidades cognitivas</a>, afetando suas vidas e as daqueles que os cercam.</p><p>Atualmente, o Alzheimer não possui cura e uma das principais razões para isso são as muitas incertezas sobre como a doença se inicia. Exceto pelo fator genético — que pode contribuir com até <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127462-5-informacoes-enganosas-sobre-o-mal-de-alzheimer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">5% dos casos</a> —, ainda não se sabe o que causa o surgimento e o desenvolvimento do Alzheimer.</p><h2>Parados no tempo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/08/08150457989162.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Por anos, os estudo negligenciaram outras possíveis causas para o Alzheimer. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Durante anos, pesquisadores têm se dedicado a encontrar diferentes abordagens para o tratamento do Alzheimer. De modo geral, a maioria delas se concentraram em tentar evitar a formação prejudicial de aglomerados de uma proteína chamada beta-amiloide. Isso fez com que as placas de beta-amiloide tenham sido consideradas por muito tempo a causa primordial da doença.</p><p>Infelizmente, essa insistência fez com que diversos estudos não chegassem a um resultado satisfatório na busca de uma cura — além de negligenciar alternativas mais promissoras. Hoje, grupos de cientistas ao redor do mundo procuram olhar para outras possibilidades, na tentativa de recuperar um pouco desse “tempo perdido”.</p><p>No Instituto Cerebral Krembil, integrante da Rede de Saúde da Universidade de Toronto, pesquisadores têm elaborado uma nova teoria sobre a doença de Alzheimer. Hoje, eles não a consideram mais como exclusivamente uma doença cerebral. Em vez disso, a equipe encara a doença predominantemente como um transtorno do sistema imunológico dentro do cérebro.</p><h2>Uma doença autoimune?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/08/08150605682165.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Estudo ainda não é conclusivo, mas oferece novas possibilidades para compreender a doença. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O sistema imunológico é uma rede complexa de células e moléculas distribuídas por todo o corpo, trabalhando em conjunto para proteger contra invasores estrangeiros e promover a reparação de tecidos danificados. Em resposta a danos cerebrais ou à presença de bactérias, a beta-amiloide é ativada como parte de uma resposta imune abrangente.&nbsp;</p><p>No entanto, sua estrutura molecular compartilha semelhanças notáveis com as membranas bacterianas, levando-a a atacar erroneamente as próprias células cerebrais que deveria proteger. Esse erro de identificação desencadeia um processo de degeneração progressiva das células cerebrais, culminando em demência, característica da doença de Alzheimer.</p><p>Embora ainda não conclusivo, a compreensão do Alzheimer a partir de estudos distintos pode nos colocar mais próximos de uma cura para a doença. Eles oferecem novas visões sobre as possíveis causas e, consequentemente, sugerem a necessidade de um redirecionamento nos esforços terapêuticos, buscando tratamentos que modifiquem a resposta imunológica cerebral de forma mais direcionada e eficaz.</p>

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Alzheimer pode ser uma doença autoimune? Novo estudo dá perspectivas diferentes para a doença

Entenda o processo de seleção de memórias no cérebro e sua importância para lembranças duradouras.

<p>Nos últimos anos, os neurocientistas têm se dedicado a desvendar os mistérios por trás da formação de memórias permanentes no <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128097-10-dicas-para-estimular-o-cerebro-e-ficar-mais-inteligente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cérebro humano</a>. Um estudo inovador, liderado por pesquisadores da Escola de Medicina Grossman da Universidade de Nova York, em colaboração com o Instituto de Inteligência Artificial de Quebec, em Montreal, oferece detalhes fascinantes sobre como o cérebro decide quais experiências do dia a dia merecem ser armazenadas como memórias duradouras.</p><p>Publicada na renomada revista <i>Science</i>, a pesquisa é crucial para entender a formação das nossas lembranças.</p><h2>O papel das ondulações cerebrais na formação da memória</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/02/02215637054005.jpg" alt="As ondulações são essenciais para formar memórias duradouras, fortalecendo as conexões no cérebro. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As ondulações são essenciais para formar memórias duradouras, fortalecendo as conexões no cérebro. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Os cientistas fizeram uma descoberta notável ao identificar um mecanismo intrigante que envolve os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121394-acredite-e-possivel-criar-novos-neuronios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neurônios</a>, responsáveis pela codificação de memórias por meio de sinais elétricos. Essas células cerebrais concentram-se no hipocampo e disparam de forma coordenada durante períodos chamados "ondulações agudas". Durante esses períodos de intensa atividade, os neurônios emitem sinais elétricos quase simultaneamente, criando padrões distintos de atividade neuronal.</p><p>Essas ondulações desempenham um papel essencial na codificação de informações em memórias duradouras, facilitando a formação de conexões neurais fortes. A sincronização dos disparos neurais durante as ondulações agudas é crucial para uma formação eficiente da memória, conectando diferentes regiões do cérebro envolvidas na codificação, armazenamento e recuperação de informações.</p><h2>Os benefícios da pausa na consolidação da memória</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/02/02220042468006.jpg" alt="Uma pausa serena para o cérebro é essencial para a consolidação da memória. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Uma pausa serena para o cérebro é essencial para a consolidação da memória. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Segundo os pesquisadores, os períodos de inatividade após a exposição a estímulos sensoriais desempenham um papel crucial na consolidação da memória. Durante as pausas, ocorrem ondulações agudas no cérebro, caracterizadas pelo disparo simultâneo de uma parte significativa dos neurônios do hipocampo, região essencial para a formação da memória.</p><p>Nesses episódios, os padrões neuronais associados às experiências vividas são marcados de forma distintiva, sendo posteriormente reativados e repetidos no sono, em uma fase específica conhecida como sono de ondas lentas. Durante esse estágio, as memórias são revisadas e consolidadas, fortalecendo as conexões neurais associadas às experiências importantes do período de vigília. Esse processo é crucial para estabilizar e reter memórias de longo prazo.</p><p>Compreender os mecanismos por trás da formação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118700-6-tecnicas-que-podem-ajudar-a-melhorar-nossa-memoria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">memórias</a> duradouras tem implicações abrangentes, incluindo o aprimoramento da memória e o tratamento de condições como o estresse pós-traumático. Nesse cenário, o estudo representa um avanço significativo rumo à compreensão dos segredos do cérebro humano, embora muitas questões permaneçam, como a razão pela qual esse sistema evoluiu e como pode ser modulado para benefício humano. O apoio contínuo à pesquisa neurocientífica promete um futuro com uma compreensão ainda mais profunda da mente humana.</p>

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