Por conta de uma rara floração de inverno, o deserto de Atacama inesperadamente apareceu coberto por flores roxas. 

O <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125061-por-que-os-desertos-sao-tao-secos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">deserto de Atacama</a>, que fica localizado na região norte do Chile até o Peu apareceu recentemente coberto por belíssimas flores roxas. O fenômeno não surpreende pelo fato do deserto mais quente e seco do planeta estar coberto por uma vida vegetal vasta, mas por isso estar acontecendo no auge do inverno na região — meses antes do previsto.O evento natural é conhecido como "o deserto florido", e ocorre a cada poucos anos, cobrindo o Atacama completamente por essas flores. Neste período, a paisagem geralmente arenosa, rochosa e árida é transformada em um jardim com mais de 200 espécies diferentes de flores rosas, roxas e amarelas que se estendem por centenas de quilômetros.<h2>Fenômeno fora de época</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11231530299006.jpg" alt="El Niño fez com que deserto do Atacama surgisse florido em pleno inverno no Chile. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>El Niño fez com que deserto do Atacama surgisse florido em pleno inverno no Chile. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A vida vegetal do deserto de Atacama costuma florescer entre setembro e novembro, época de primavera no Chile. Esse é o período do ano quando chuva, temperatura e luz solar unem forças para despertar sementes adormecidas no deserto. Porém, a floração precoce de 2024 surpreendeu muitos pesquisadores por estar acontecendo no meio do inverno.E o motivo dessa antecipação? O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128897-apos-super-el-nino-nova-ocorrencia-da-la-nina-e-esperada-a-partir-de-junho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">El Niño</a>. Por conta desse fenômeno natural, tudo é afetado, desde os padrões de vento, temperatura e precipitação até a intensidade das temporadas de furacões. Durante o El Niño, a temperatura da superfície do Oceano Pacífico tropical central e oriental aumenta, o que coincide com um aumento na precipitação.Isso fez com que o deserto de Atacama recebesse muito mais chuva do que o comum para essa época do ano, fazendo com que as flores brotassem para a vida mais cedo. Como resultado, quem passar pela região poderá ver de perto uma paisagem completamente deslumbrante.<h2>Deserto florido</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11231633070007.jpg" alt="Último registro do fenômeno "><figcaption>Último registro do fenômeno "deserto florido" no Atacama foi feito em 2015. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Em entrevista à Reuters, o chefe de conservação da biodiversidade da Corporação Florestal Nacional (CONAF) do Chile, Cesar Pizarro, afirmou que a floração atual no deserto de Atacama ainda não é o suficiente para decretar o início do "deserto florido". Porém, como mais chuva é esperada para a região nas próximas semanas, é bem provável que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/plantas-e-frutas/99517-7-das-flores-mais-diferentonas-e-exoticas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">flores</a> sigam se espalhando por uma área ainda maior.&nbsp;Tudo isso é impressionante quando consideramos que o Atacama é o deserto não polar mais seco da Terra, recebendo apenas 1 a 3 milímetros de chuva por ano em algumas partes. Porém, isso não impediu que a vida prosperasse por lá. Nos últimos 40 anos, os pesquisadores registraram pelo menos 15 eventos de florescimento. A última vez que esse fenômeno foi visto aconteceu em 2015.Em 2022, o governo chileno decretou a criação de um novo parque nacional na província de Copiapó. O objetivo é que essa nova área sirva para proteger essas exibições espetaculares de florescimento, junto com a vida selvagem que essas plantas sustentam.&nbsp;

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Deserto mais quente do mundo aparece roxo em fenômeno incrível

Pesquisadores encontraram altos níveis de fungos multirresistentes no solo e bulbos das tulipas disponíveis em floriculturas.

Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, chamou a atenção por alertar sobre os potenciais riscos de se comprar tulipas em floriculturas. Segundo o documento publicado na revista Applied and Environmental Microbiology, as plantas podem ser mortais se não forem analisadas de perto.Isso porque os investigadores encontraram dezenas de milhares de cepas multirresistentes do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115828-10-fungos-que-parecem-ter-saido-direto-da-ficcao-cientifica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fungo</a> Aspergillus fumigatus&nbsp;no solo, bulbos e sacos de composto dessas flores disponíveis comercialmente. Para pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, esse fungo pode representar uma taxa de mortalidade de quase 100%.&nbsp;<h2>As tulipas mortais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/09/09150710362011.jpg" alt="Estudo indica que tulipas estão entre as flores mais afetadas pelo fungo Aspergillus fumigatus. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Estudo indica que tulipas estão entre as flores mais afetadas pelo fungo Aspergillus fumigatus. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>De acordo com o principal autor do estudo e professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Ambientas da Universidade de Geórgia, Marin Brewer, a maioria das pessoas não está ciente de que trabalhar com composto e bulbos de flores pode representar um sério risco à saúde — sobretudo se tratando das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121953-tulipas-foram-responsaveis-pela-primeira-bolha-especulativa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tulipas</a>.&nbsp;Os grupos de risco envolvem indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, diabetes tipo 2, HIV e até mesmo Covid-19. Pacientes com câncer ou que estão tomando medicamentos imunossupressores também são vulneráveis. O estudo ressaltou que mais pessoas correm risco de desenvolver infecções fúngicas do que antes.Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS), nomeou o fungo Aspergillus fumigatus como uma das ameaças fúngicas mais críticas no mundo. Ao todo, esse fungo infecta mais de 2 milhões de pessoas por ano em todo o planeta. A aspergilose, doença causada por ele, é uma das causas mais frequentes de morte em pacientes imunossuprimidos. Segundo estudos recentes, cerca de oito a cada 10 pacientes com aspergilose invasiva morrem.<h2>Estudando o fungo de perto</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/09/09150809929016.jpg" alt="Uso de máscaras N-95 pode diminuir os riscos de infecção fúngica entre jardineiros. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Uso de máscaras N-95 pode diminuir os riscos de infecção fúngica entre jardineiros. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Para a coleta de informações, os cientistas obtiveram amostras de produtos, incluindo composto, solo, bulbos de flores e uma variedade de produtos alimentícios vendidos em grandes lojas de varejo entre 2019 e 2021. No total, os pesquisadores encontraram mais de 500 cepas do fungo nesses produtos — o que incluía uma grande variedade de marcas.A maioria das cepas de fungos multirresistentes a medicamentos foi encontrada no solo, em composto feito de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118722-indianos-usam-esterco-de-vaca-para-se-proteger-da-covid-19.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esterco</a> e em bulbos de flores, incluindo narcisos, dálias, gladíolos e tulipas. "Com base em nossas descobertas, pode haver dezenas de milhares de cepas potencialmente resistentes em um saco de composto", disse Brewer com declaração oficial.Conforme explicaram os cientistas, pessoas são infectadas pelo Aspergillus fumigatus ao inalar seus esporos. Por conta disso, os pesquisadores recomendam fortemente que indivíduos com sistemas imunológicos comprometidos tomem bastante precaução ao longo das práticas de jardinagem e falem com médicos especialistas para discutir potenciais riscos. Além disso, o uso de máscaras N-95 é recomendado para fornecer alguma proteção.

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Alerta: tulipas compradas em lojas podem ser mortais, diz estudo

As autoras do novo estudo buscavam registros fósseis de uvas tão antigas quanto o asteroide de Chicxulub, no hemisfério ocidental.

Em busca da semente de uva mais antiga do hemisfério ocidental, as pesquisadoras Fabiana Herrera e Mônica Carvalho se depararam com as preciosas sementes fósseis, quando percorriam os Andes colombianos em 2022. Relatada em um artigo publicado recentemente na Nature Plants, a descoberta foi feita em quatro paleofloras neotropicais datadas entre 60 e 19 milhões de anos.A descoberta dessas sementes, apenas alguns milhões de anos mais jovens do que as mais antigas já encontrado no outro lado do mundo (na Índia), reforça a tese de que essa proliferação de uvas no planeta ocorreu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127975-dinossauro-esquecido-tinha-superolfato-para-encontrar-comida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como consequência da extinção dos dinossauros ocorrida no Cretáceo-Paleogene</a>.Como a queda do asteroide gigante que dizimou os dinossauros ocorreu na icônica cratera de Chicxulub, no México, há cerca de 66 milhões, mesma época em que as uvas indianas fossilizadas foram datadas, a nova descoberta sugere que a diversidade botânica dos Neotrópicos (Américas Latina e do Norte) também foi moldada pelas grandes extinções.<h2>Como foram identificadas as sementes de uvas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/08/08145329239215.jpg" alt="X. (Fonte: Fabiany Herrera/arte de Pollyanna von Knorring/Divulgação.)"><figcaption>Reconstrução artística das sementes fossilizadas. (Fonte: Fabiany Herrera/arte de Pollyanna von Knorring / Divulgação.)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/de-onde-vem-as-sementes-para-plantar-frutas-sem-sementes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Extremamente difícil de encontrar, a semente fóssil de uva é muito pequena</a>, mas foi identificada pela dupla de pesquisadoras, em sua peregrinação pela Colômbia, Panamá e Peru, devido à sua forma, tamanho e algumas características morfológicas exclusivas.&nbsp;A confirmação definitiva só ocorreu por meio de tomografias computadorizadas, realizadas pela dupla após sua volta ao laboratório.&nbsp;O fóssil foi batizado pela equipe como&nbsp; Lithouva susmanii, versão em latim para "uva de caroço de Susman", em homenagem ao paleobotânico Arthur T. Susman. Para o coautor Gregory Stull, do Museu Nacional de História Natural de Washington, a nova espécie "é importante porque apoia uma origem sul-americana do grupo no qual a videira comum Vitis evoluiu".<h2>O que a extinção dos dinossauros tem a ver com as uvas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/08/08140325676191.jpg" alt="X. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A queda do asteroide afetou os animais e também as plantas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A hipótese de Herrera e sua equipe é que o desaparecimento de animais massivos, como os dinossauros, pode ter sido benéfico às florestas. Em um release, a coautora Mônica Carvalho explica que "animais grandes, como dinossauros, são conhecidos por alterar os ecossistemas ao redor".&nbsp;Isso significa que, se estivessem vivos, provavelmente esses habitantes do Jurassic Park teriam continuado a pisotear as árvores em seu entorno, mantendo as florestas mais aberta do que hoje. E a prova disso é que, "no registro fóssil, começamos a ver mais plantas que usam trepadeiras para subir em árvores, como uvas, naquela época", acrescentou Herrera.Hoje curadora assistente de paleobotânica do Field Museum, em Chicago, Fabiany explica que, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124423-5-impactos-que-o-asteroide-que-matou-os-dinossauros-teve-na-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como os dinossauros foram as maiores coisas a serem afetadas pela queda do asteroide</a>, às vezes nos esquecemos de que esse fenômeno teve um impacto importante na flora também. Ou seja, "a floresta se recompôs de uma forma que mudou a composição das plantas", conclui.

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Como o asteroide que matou os dinossauros permitiu o surgimento da uva na Terra

Pesquisadores indicam que espécie vinda da Flórida se tornou a primeira vítima de extinção devido à elevação dos níveis de água do mar no país. 

Uma rara espécie de árvore-cacto foi recentemente declarada extinta na Flórida. Segundo pesquisadores, acredita-se que essa tenha sido a primeira espécie perdida devido à elevação do nível do mar nos Estados Unidos. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115030-cacto-com-mais-de-10-m-de-altura-chama-atencao-em-cidade-japonesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cacto</a> Key Largo (Pilosocerus millspaughii) possuía uma única pequena população na região de Florida Keys, um arquipélago na ponta sul do estado.&nbsp;Descoberto pela primeira vez em 1992, a planta vinha sendo monitorada desde então. Contudo, estudos mostram que a intrusão de água salgada por conta do nível do mar, a erosão do solo causada por tempestades e as frequentes marés altas colocaram uma pressão gritante sobre a espécie.<h2>Riscos das mudanças climáticas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10131657035206.jpg" alt="Árvore-cacto de Key Largo pode atingir impressionantes 6 metros de altura. (Fonte: Susan Kolterman/Florida Museum)"><figcaption>Árvore-cacto de Key Largo pode atingir impressionantes 6 metros de altura. (Fonte: Susan Kolterman / Florida Museum)</figcaption></figure></figure>De acordo com os investigadores, o cacto de Key Largo já chegou a ter mais de 150 caules em uma floresta de mangue isolada na região. Porém, em 2021, o número da população diminuiu para apenas seis fragmentos frágeis que tiveram que ser realocados para cultivo externo em uma tentativa desesperada de garantir sua sobrevivência.Na visão da diretora de conservação regional do Jardim Botânico Tropical Fairchild e principal autora do estudo, a árvore-cacto de Key Largo pode ser um indicador de como outras plantas costeiras responderão às mudanças climáticas. A espécie ainda segue crescendo em algumas ilhas espalhadas pelo Caribe, incluindo o norte de Cuba e partes das Bahamas. Na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128089-mandibula-de-mamute-gigante-de-10-mil-anos-e-descoberta-por-cacador-de-fosseis-na-florida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Flórida</a>, por outro lado, ela foi completamente extinta.O trabalho de Prossley foi publicado na revista Journal of the Botanical Research Institute of Texas&nbsp;na última terça-feira (09). Durante vários anos de pesquisa, ela e sua equipe documentaram de perto o declínio da espécie e os impactos que as mudanças climáticas tem gerado na região.<h2>A história do cacto de Key Largo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10131848764208.jpg" alt="Agora extinta da Flórida, espécie ainda pode ser encontrada em partes de Cuba e nas Bahamas. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Agora extinta da Flórida, espécie ainda pode ser encontrada em partes de Cuba e nas Bahamas. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O cacto de Key Largo pode atingir alturas que excedem os 6 metros de altura. Uma das características mais marcantes dessa planta são suas flores de cor creme com um aroma de alho. Durante a noite, essas mesmas flores brilham com o luar, o que ajuda a atrair polinizados como morcegos. Seus frutos possuem coloração vermelha e roxa bastante vívida, também ajudando a atrair pássaros e mamíferos.&nbsp;Se um dia essa espécie já foi abundante na Flórida, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127091-nacoes-em-risco-5-paises-vulneraveis-as-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a> causadas pelo homem estão fazendo com que a água do derretimento das camadas de gelo e das geleiras flua para todos os oceanos do mundo. Como consequência, o aumento do nível do mar acabou se tornando extremamente maléfico para muitas espécies costeiras.Agora mais do que nunca, os pesquisadores terão que continuar trabalhando arduamente para que outras espécies não sofram com os mesmos problemas passados pela árvore-cacto de Key Largo.&nbsp;

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Espécie de cacto é extinta nos EUA devido à elevação do mar

Pesquisadores japoneses documentaram a forma pela qual algumas plantas se avisam sobre a chegada de animais predadores.

Há quem acredite que as plantas interagem conosco. Se isso não for verdade, pelo menos sabemos agora que elas são capazes de "conversar" entre si. É isso que foi constatado por um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Saitama, no Japão, que foi publicado recentemente na revista especializada Nature Communications.Os biólogos desenvolveram um mecanismo que conseguiu flagrar o momento em que as plantas soltam compostos químicos quando estão sendo ameaçadas por animais herbívoros, o que é uma forma de passar um recado às plantas vizinhas para que elas possam se proteger dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125647-5-predadores-que-encaram-presas-das-mais-perigosas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">predadores</a>.<h2>A comunicação das plantas</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/wJ0SgwWG1q4?si=PIW4HFWsVfow7GJ_" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Algumas plantas são capazes de soltar uma névoa fina de compostos químicos, com cheiros que não são perceptíveis por nós, humanos. Esses compostos são capazes de repelir insetos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127312-rabdodontideos-os-dinossauros-herbivoros-esquecidos-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">herbívoros</a> que estão prestes a devorá-las. Assim, ao soltar esse odor, as plantas conseguem avisar as outras, de maneira muito inteligente, para que se protejam.Os cientistas conhecem esse tipo de mecanismo, que já foi detectado em cerca de 80 plantas, pelo menos desde os anos 1980. Mas agora, os pesquisadores da Universidade Saitama conseguiram produzir imagens em tempo real de plantas enquanto exercem esse tipo de comunicação.Essa descoberta supre uma lacuna na compreensão sobre essa "conversa", pois já se sabia que as plantas enviavam mensagens, mas não se conhecia ainda a forma pela qual elas as recebiam. Os biólogos Yuri Aratani e Takuya Uemura conseguir montar uma espécie de máquina para fazer com que uma planta infestada por insetos transmitisse a mensagem de perigo. Em seguida, eles usaram um microscópio de fluorescência para observar o que acontecia.&nbsp;<h2>A realização do experimento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/06/06122816371001.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>A Arabidopsis thaliana é uma das plantas capazes de avisar a vizinhança sobre perigos. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O que os pesquisadores fizeram foi o seguinte: eles colocaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127729-nova-especie-de-lagarto-dragao-tem-habilidade-de-camuflagem-impressionante.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lagartas</a> sobre uma planta de tomateiro e a Arabidopsis thaliana,&nbsp;planta da família da mostarda, e capturaram as mensagens enviadas para uma segunda planta da mesma espécie, mas que não estava atacada por esses insetos. As folhas permaneceram dentro de um cilindro que preservava o ar.&nbsp;Além disso, a primeira planta foi geneticamente modificada para que as suas células tivessem um biossensor capaz de acionar uma fluorescência verde quando um influxo de íons de cálcio era detectado.&nbsp;Em seguida, a equipe usou uma técnica para medir os sinais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123965-calcio-storico-o-violento-esporte-que-inspirou-o-futebol-americano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cálcio</a> ocorridos nessa planta ao ser "comunicada" da presença dos predadores. O que eles observaram foi impressionante: as plantas que não foram atacadas por insetos recebiam a mensagem das plantas feridas, já que reagiam por meio de rajadas de sinalização de cálcio que irradiavam em suas folhas.À medida que as lagartas começavam a comer as plantas, o composto era emitido, soltado duas moléculas conhecidas como Z-3-HAL E-2-HAL. Essas células, conforme eles observaram, desempenhavam uma missão importante: a de abrir e fechar os "estômatos", orifícios pelos quais a planta libera <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127361-nova-forma-rara-de-oxigenio-desafia-cientistas-e-a-fisica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oxigênio</a> e absorve gás carbônico. Deste modo, elas eram capazes de reagir e conseguiam se preservar dos ataques.De acordo com o biólogo molecular Masatsugu Toyota, principal autor do estudo, a descoberta é muito relevante. "Finalmente desvendamos a intrincada história de quando, onde e como as plantas respondem às 'mensagens de alerta' transmitidas pelo ar por seus vizinhos ameaçados. Essa rede de comunicação etérea, escondida da nossa visão, desempenha um papel fundamental na proteção oportuna de plantas vizinhas contra ameaças iminentes", explicou. Nunca a expressão de "falar com plantas" fez tanto sentido quanto agora.&nbsp;

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Cientistas já conseguem entender o que as plantas "conversam"; veja como

Conheça o plástico 100% biodegradável que pode se decompor completamente na natureza em apenas dois meses.

A poluição por plásticos é um dos maiores desafios ambientais da atualidade. Com a produção e descarte inadequado dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109030-de-mocinho-a-vilao-ambiental-conheca-candidatos-para-substituir-plastico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plásticos convencionais</a>, enormes quantidades desse material acabam em nossos oceanos e ecossistemas, causando danos incalculáveis.Recentemente, pesquisadores da Universidade de Copenhague desenvolveram um novo tipo de bioplástico, feito de amido de cevada, que é totalmente biodegradável. Esse material inovador pode ser a resposta para mitigar a poluição por materiais sintéticos e reduzir a pegada de carbono da produção industrial. O estudo foi publicado na revista Carbohydrate Polymers.<h2>Composição e benefícios</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04101846294065.jpg" alt="Filme plástico de amido de cevada feito pelos pesquisadores. (Fonte: Universidade de Copenhage/Reprodução)"><figcaption>Filme plástico de amido de cevada feito pelos pesquisadores. (Fonte: Universidade de Copenhage/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O plástico de amido de cevada é um biocomposto formado, principalmente, de amilose e celulose, substâncias comuns em plantas. A amilose é extraída de diversas culturas, incluindo milho, batata, trigo e cevada. A celulose usada é uma nanocelulose obtida de resíduos da indústria açucareira. Essa combinação resulta em um material durável, flexível e que se decompõe naturalmente, diferente dos bioplásticos atuais que necessitam de condições especiais para degradação.A durabilidade e a flexibilidade desse plástico são proporcionadas justamente pelas longas cadeias moleculares de amilose e celulose. Essas características tornam o material adequado para diversas aplicações, desde embalagens de alimentos até sacolas de compras. Além disso, sua resistência à água é superior a dos bioplásticos convencionais, ampliando ainda mais seu potencial <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122167-por-que-nao-podemos-simplesmente-parar-de-usar-plastico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uso em diferentes setores</a>.<h2>Produção e impacto ambiental</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04102034684066.jpg" alt="O novo material oferece uma solução sustentável e eficiente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O novo material oferece uma solução sustentável e eficiente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O processo de produção do plástico de amido de cevada envolve a dissolução das matérias-primas em água e a mistura sob pressão, formando pequenos grânulos que podem ser moldados de diversas formas. Esse método é viável em escala industrial, já que a cadeia de produção de amido está amplamente estabelecida, com milhões de toneladas produzidas anualmente.O impacto ambiental desse novo bioplástico é significativamente menor que o dos plásticos convencionais. Além de ser 100% biodegradável, sua produção emite menos CO2. A capacidade de se decompor completamente na natureza em apenas dois meses, sem deixar resíduos de microplásticos, torna-o uma alternativa ecológica viável. Os pesquisadores acreditam que essa inovação pode ajudar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/larvas-que-comem-plastico-mostram-como-combater-a-poluicao-ambiental" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reduzir a poluição</a> e a dependência dos plásticos convencionais.A invenção do plástico de amido de cevada representa um avanço significativo na luta contra a poluição ambiental. Com sua biodegradabilidade, esse material oferece uma solução promissora para a crise global dos resíduos sintéticos. À medida que a pesquisa avança e a produção em larga escala se torna uma realidade, o novo bioplástico demonstra seu potencial de transformar a indústria de plásticos e contribuir para um futuro mais verde e limpo.

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Plástico de amido de cevada: uma revolução biodegradável

Exemplar de Amorphophallus titanum voltou a florescer no início de junho em um processo impressionante. 

Quem decidir visitar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/de-jardins-botanicos-a-playgrounds-como-diminuir-o-calor-nas-cidades" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jardim Botânico Real de Kew</a>, em Londres, nessa época do ano, terá uma baita surpresa: a "planta mais fedorenta do mundo" (Amorphophallus titanum) floresceu no início de junho — com uma planta vizinha também prestes a passar pelo mesmo processo em breve. Segundo entusiastas da botânica, esse é um evento imperdível.O motivo? Essas plantas normalmente só florescem uma vez por década. Isso ocorre porque elas passam anos armazenando energia na base do caule para impulsionar sua enorme inflorescência. Se esses dados não fossem impressionantes o suficiente, a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/plantas-e-frutas/74223-desabrochamento-raro-e-mau-cheiro-saiba-detalhes-sobre-a-flor-cadaver.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">flor-cadáver</a>&nbsp;possui a maior flor não ramificada do mundo, com 3 metros de altura. Mas vale o alerta: prenda o nariz perto dela, pois o cheiro não é nada agradável.<h2>Cheiro desagradável</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12091439462028.jpeg" alt="Flor cadáver consegue atrair polinizadores a quilômetros de distância com seu cheiro impactante. (Fonte: Kew Gardens/Divulgação)"><figcaption>Flor-cadáver consegue atrair polinizadores a quilômetros de distância com seu cheiro impactante. (Fonte: Kew Gardens/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A Amorphophallus titanum é bastante conhecida pelo seu cheiro que se assemelha ao de carne podre. Por esse motivo, ela acabou recebendo o apelido de "flor-cadáver".Mas, de onde vem esse cheiro? Ela irradia calor e odor pútrido para atrair uma série de polinizadores carnívoros, como moscas e besouros. O odor é tão impactante que pode chegar a animais que estão a quase 1 km de distância.No entanto, quem visitou o exemplar da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127320-plantas-sao-capazes-de-gritar-segundo-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">planta</a> em Londres saiu afirmando que o odor era mínimo. Com duração média de 24 a 48 horas, a primeira flor da planta já murchou. Contudo, como uma segunda planta está se preparando para florescer e com abertura prevista para essa semana, ainda não é tarde para quem estiver pela região presenciar essa maravilha da natureza.A flor-cadáver é um verdadeiro ícone do Jardim Botânico de Londres. Mas é preciso ressaltar que essas gigantes plantas tropicais só sobrevivem na região por serem mantidas em uma estufa que imita as condições da sua terra natal: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112905-orangotango-sobrevive-apos-ser-atacado-a-balas-em-sumatra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sumatra</a>, uma pequena ilha equatorial da Indonésia.<h2>Pesquisas botânicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12091641254029.jpg" alt="Segunda planta da Amorphophallus titanum deve florescer ainda nesta semana. (Fonte: Kew Gardens/Divulgação)"><figcaption>Segunda planta da Amorphophallus titanum deve florescer ainda nesta semana. (Fonte: Kew Gardens/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A obsessão dos botânicos pelo A. titanum começou no final de 1800, quando muitas plantas foram descobertas e coletadas para cultivo em todo o mundo como resultado da colonização ocidental. Por sua vez, essa era uma espécie de joia real entre a coleção de plantas tropicais do Império Britânico, que mantinha o cultivo de plantas em estufas para exibir a sua riqueza e diversidade.Em 1878, então, o botânico italiano Odouardo Beccari chamou a atenção da ciência ocidental para a espécie ao visitar Sumatra. Foi ele quem forneceu espécimes para cultivo no Jardim Botânico Real de Kew. Então, em junho de 1889 (há 135 anos), a primeira flor-cadáver nasceu.A primeira flor cultivada durou apenas três dias e foi considerada uma visão inadequada para as mulheres, pois seu nome em latim se traduz para "pênis gigante deformado". Desde então, essas plantas continuam atraindo polinizadores e espectadores com a sua biologia bizarra.

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'Planta mais fedorenta do mundo' está em exibição há 135 anos em Londres

Frutas, verdura e ervas são essenciais para uma dieta balanceada, mas como armazená-los corretamente?

Alimentos frescos, como frutas, verdura e <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128907-a-origem-na-antiguidade-de-5-ervas-e-especiarias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ervas</a>, são benéficos para a saúde, mas tendem a se deteriorar rapidamente <a href="https://www.megacurioso.com.br/plantas-e-frutas/40533-maca-geneticamente-modificada-nao-ganha-cor-marrom-depois-de-cortada-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">se não forem consumidos</a> logo após serem colhidos. Esse processo de deterioração ocorre porque, mesmo após a colheita, os produtos <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127993-por-que-os-vegetais-sao-a-melhor-forma-de-ingerir-vitaminas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vegetais</a> continuam seus processos biológicos. Além disso, a ação de micróbios acelera a decomposição.A simples refrigeração dos alimentos não é uma solução universal, já que diferentes tipos de vegetais reagem de maneiras variadas ao armazenamento. Portanto, é essencial conhecer métodos eficazes para combater o desperdício de alimentos e manter os produtos frescos por mais tempo.<h2>O cuidado começa na escolha</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/11/11154601473205.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Opte sempre por produtos com a melhor aparência. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A qualidade e o frescor dos produtos começam na fazenda. Os agricultores colhem os vegetais no ponto ideal, mas fatores pré e pós-colheita influenciam a qualidade dos alimentos antes mesmo de chegarem ao consumidor. Embora os consumidores não possam controlar esses fatores diretamente, podem adotar cuidados específicos ao escolher e armazenar os alimentos em casa.Uma das práticas fundamentais é evitar produtos machucados ou danificados, pois esses são mais suscetíveis à deterioração rápida devido à perda de umidade e à entrada facilitada de micróbios. Lavar os produtos antes de armazená-los também não é necessário, pois muitos já são lavados comercialmente. Além disso, a umidade residual pode acelerar a decomposição. O ideal é lavar os vegetais apenas antes de consumi-los para remover sujeira e micróbios.<h2>Armazenando adequadamente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/12/12144122672175.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Saber armazenar corretamente, pode fazer com que seus alimentos durem muito mais. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A escolha do local adequado para armazenar cada tipo de produto é crucial para prolongar sua vida útil dos alimentos. Você pode optar por deixá-los em um balcão ou uma fruteira, na geladeira ou em um local fresco, seco e escuro, como a despensa. Produtos como bananas, cebolas, alho, batatas, batata-doce e abóbora inteira devem ser guardados em locais escuros. No entanto, batatas e cebolas não devem ser armazenadas juntas, pois as cebolas liberam etileno, que acelera a deterioração das batatas, enquanto a umidade das batatas estraga as cebolas.Outras frutas que também liberam etileno, como maçãs, peras, abacates e bananas, também devem ser armazenadas separadamente para evitar o amadurecimento acelerado e a deterioração de outras frutas próximas. Frutas como maçãs e cítricos podem ser refrigeradas para manter o frescor por mais tempo, enquanto a melancia não deve ser armazenada por mais de três dias na geladeira para evitar a perda de sabor e cor.No caso de vegetais folhosos, cenouras, pepinos, couve-flor e brócolis, o local mais adequado é a gaveta de baixa umidade da geladeira, de preferência em sacos plásticos perfurados que mantêm a umidade sem prejudicar a circulação de ar. E ervas e alguns vegetais folhosos, como aipo, cebolinha e aspargos, podem ser mantidos com os caules em água para se manterem crocantes. Eles devem ser armazenados em áreas bem ventiladas e longe da luz solar direta para evitar que murchem devido ao calor.

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Qual é a melhor maneira de manter os alimentos frescos por mais tempo?

Cientista brasileira desenvolve plantios sustentáveis no solo marciano, contribuindo para a futura colonização humana do planeta vermelho.

A possibilidade de colonizar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127788-5-descobertas-incriveis-feitas-em-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marte</a> tem fascinado a humanidade por décadas, e as questões sobre como sustentar a vida nesse ambiente inóspito continuam a desafiar cientistas ao redor do mundo. Rebeca Gonçalves, uma astrobióloga brasileira, está na vanguarda dessas pesquisas, e utilizou uma técnica agrícola milenar desenvolvida pelos maias para cultivar alimentos no solo marciano.<h2>Técnicas maias no solo marciano</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09163408373026.jpg" alt="Tomates e ervilhas cultivados em consorciação. (Fonte: Arquivo Pessoal/Reprodução)"><figcaption>Tomates e ervilhas cultivados em consorciação. (Fonte: Arquivo Pessoal / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para o desafio de cultivar alimentos em Marte usando recursos limitados, Gonçalves adotou a técnica de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118668-por-que-e-importante-plantar-flores-em-sua-horta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">policultura</a>, ou consorciação, utilizada pelos maias, onde diferentes plantas são cultivadas juntas para maximizar a eficiência do solo. Essa abordagem milenar, que combina plantas com características complementares, mostrou-se promissora para o cultivo no planeta vermelho. A consorciação, além de aumentar a produtividade, pode melhorar a resistência das plantas às adversidades ambientais, um fator crucial para a agricultura em Marte, onde os recursos são escassos e as condições são extremas.A escolha das plantas foi um passo crítico no projeto; após meses de pesquisa, ela selecionou cenouras, ervilhas e <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/117783-tomate-e-sua-grande-importancia-para-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tomates-cereja</a>, cada uma escolhida por suas características únicas. As ervilhas, capazes de fixar nitrogênio no solo, atuam como fertilizantes naturais. Os tomates-cereja fornecem suporte e sombra para as outras plantas, enquanto as cenouras ajudam a arejar o solo com suas raízes. Essa combinação não apenas utiliza eficientemente o espaço, mas também promove um ambiente de crescimento saudável para cada espécie.<h2>Desafios e resultados da agricultura espacial</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/09/09163811146027.jpg" alt="Sementes plantadas em solo marciano. (Fonte: Arquivo Pessoal/Reprodução)"><figcaption>Sementes plantadas em solo marciano. (Fonte: Arquivo Pessoal / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para que o experimento fosse relevante, era essencial usar um solo similar ao marciano. Com a ajuda da NASA, Gonçalves utilizou um regolito marciano sintético, criado a partir de materiais do Havaí e do deserto de Mojave. Esse solo artificial, composto por 97% de elementos presentes em Marte, não contém nutrientes ou matéria orgânica, apresentando um desafio significativo para o crescimento das plantas. No entanto, os resultados foram promissores, especialmente para os tomates-cereja, que produziram o dobro de frutos quando cultivados em consorciação.Embora as ervilhas tenham apresentado um crescimento similar tanto em consorciação quanto isoladas, e as cenouras tenham se desenvolvido melhor em monocultura, os tomates-cereja se destacaram, demonstrando que a técnica pode ser eficaz. Esses resultados fornecem uma base sólida para futuras pesquisas e ajustes, como a modificação dos nutrientes ou a escolha de outras espécies para otimizar a produtividade.Para as futuras colônias em Marte, a capacidade de cultivar alimentos localmente é crucial não apenas para a subsistência, mas também para a saúde dos colonos. Alimentos frescos fornecem nutrientes essenciais perdidos em alimentos desidratados. Gonçalves prevê que, após a fase inicial de dependência de suprimentos externos, as colônias marcianas poderão se tornar autossustentáveis, utilizando resíduos orgânicos como fertilizantes. Esse cenário não apenas remete a ficções científicas, mas também se baseia em pesquisas robustas e práticas agrícolas comprovadas.

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Brasileira revoluciona agricultura espacial com "tomates marcianos"

Cientistas estão utilizando drones e IA para encontrar uma parceira feminina de uma planta masculina seriamente ameaçada de extinção.

Se você costuma se sentir constrangido/constrangida de ter que recorrer ao Tinder para colocar sua vida amorosa em dia, imagine um macho que precisa utilizar um exército de drones e recursos de IA para encontrar uma parceira. Esse é o caso da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128050-qual-e-a-maior-semente-do-mundo-e-por-que-ela-tem-esse-formato-curioso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Encephalartos woodii, uma das plantas mais antigas a sobreviver na Terra</a>.Predecessoras dos dinossauros, estas plantas estão tecnicamente extintas da natureza, pois o único exemplar macho conhecido, resgatado da floresta de Ngoya, na África do Sul, em 1895, teve que ser levado para um viveiro botânico, uma vez que seu habitat foi irremediavelmente destruído pela ação humana.Com isso, todos os exemplares existentes no mundo hoje são clones daquela planta original e igualmente machos. Isso torna a reprodução sexuada natural absolutamente inviável pela ausência de fêmeas conhecidas na natureza, o que impede a polinização cruzada. Recentemente, um grupo de cientistas iniciou um esforço para encontrar uma parceira para o E. woodii&nbsp;macho.<h2>Como os cientistas pretendem encontrar uma E. woodii fêmea?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04170115905240.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images.)"><figcaption>A busca por uma parceira fêmea de E. woodii está sendo feita por drones. (Fonte: Getty Images.)</figcaption></figure></figure>Na expectativa de detectar um espécime feminino de E. woodii em Ngoya, onde a planta foi endêmica um dia, os pesquisadores estão vasculhando, pela primeira vez, toda a extensão do que restou da floresta. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124841-cientistas-descobrem-pegadas-de-anfibio-mais-antigo-que-dinossauros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A varredura está sendo realizada por drones</a>, e como há muitas fotos para analisar, os cientistas estão utilizando a tecnologia de inteligência artificial (IA).Cada drone utiliza uma câmera multiespectral que, além da luz visível, capta imagens em mais cinco comprimentos de onda diferentes, o que permite distinguir plantas específicas e suas características. Como o projeto é recente, faltam mais de 4 mil hectares a serem fotografados, sendo que, dos 79 hectares capturados, resultaram 15,8 mil imagens.Em um comunicado, a líder do projeto, Laura Cinti, pesquisadora da Universidade de Southampton, no Reino Unido, explica que, "com a IA, estamos usando um algoritmo de reconhecimento de imagem para reconhecer as plantas pela forma". Após geradas, as imagens de plantas são colocadas em diferentes ambientes ecológicos, para treinar o modelo de IA.&nbsp;<h2>E se a E. woodii fêmea não for encontrada?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/04/04175514759268.jpg" alt="Dra. Laura Cinti ao lado do E. woodii em Kew Gardens. (Fonte: Universidade de Southampton/Divulgação)"><figcaption>Dra. Laura Cinti ao lado do E. woodii em Kew Gardens. (Fonte: Universidade de Southampton/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Embora menos de 2% da floresta tenham sido pesquisados sem sucesso até agora, os pesquisadores já têm um plano B para o caso de nenhuma fêmea ser encontrada: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/o-machismo-botanico-existe-piora-sua-rinite-e-voce-nao-faz-ideia-do-que-e" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudar o sexo de uma planta macho</a>.&nbsp;Essa "redesignação sexual" já ocorreu de forma natural em outras cicadáceas, segundo Cinti, devido a mudanças repentinas de temperatura, o que poderia teoricamente ser reproduzido em laboratório.&nbsp;Dizendo-se muito inspirada pela história da E. woodii, a especialista em bioarte e comportamento das plantas diz que o caso "reflete uma história clássica de amor não correspondido".

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