Imagem de Papiro raro com Livro dos Mortos egípcio é encontrado com múmias em cemitério arqueológico no megacurioso

Arqueólogos fazem uma descoberta incrível no Egito ao encontrar um papiro raro do Livro dos Mortos junto a múmias antigas em uma necrópole do Novo Império

<head></head><body>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127277-as-piramides-do-egito-existem-ha-quanto-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito</a> é uma terra rica em história e mistério, onde a antiga civilização deixou para trás vestígios fascinantes de seu passado. Recentemente, arqueólogos desenterraram um tesouro arqueológico notável na necrópole de Tuna el-Gebel. Entre os muitos achados, o destaque foi um rolo de papiro extraordinariamente longo, contendo fragmentos do Livro dos Mortos, do antigo Egito.<h2>A necrópole de Tuna el-Gebel</h2>Tuna el-Gebel, localizada no Egito, desempenhou o papel central na emocionante descoberta arqueológica. Este cemitério antigo serviu como o local final de descanso para altos funcionários e sacerdotes durante o Novo Império — entre os séculos XVI e XI a.C. — um período de grande relevância na história egípcia. A escavação revelou uma riqueza de achados, incluindo amuletos, ornamentos e caixões feitos de pedra e madeira que continham múmias preservadas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/26/26215859058355.jpg" alt="Tuna el-Gebel. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)">Tuna el-Gebel. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)<h2>O destaque da descoberta</h2>O aspecto mais surpreendente desta descoberta arqueológica é, sem dúvida, o extenso rolo de papiro que continha fragmentos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122926-livro-dos-mortos-o-guia-egipcio-deixado-para-as-mumias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Livro Egípcio dos Mortos</a>. Este papiro excepcionalmente longo, medindo entre 13 e 15 metros, está notavelmente bem preservado. O Livro Mortos é uma compilação de feitiços elaborados para auxiliar as almas dos falecidos em sua jornada pela vida após a morte. Esses encantamentos equipavam o falecido com palavras a serem recitadas para superar os obstáculos no submundo e alcançar Osíris.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/26/26220514674356.jpg" alt="Pedaço do Livro dos Mortos, do Antigo Egito. (Fonte: Getty Images/Reprodução)">Pedaço do Livro dos Mortos, do Antigo Egito. (Fonte: Getty Images/Reprodução)<h2>Significado do Livro dos Mortos</h2>É importante notar que o Livro Egípcio dos Mortos não segue o formato de um livro convencional; em vez disso, consiste em uma coleção flexível de feitiços. Estes feitiços podiam ser combinados de várias maneiras e eram enterrados junto aos falecidos para auxiliá-los em sua jornada após a morte. Curiosamente, nenhuma tumba jamais foi encontrada com uma coleção completa de todos os capítulos do Livro dos Mortos, ilustrando a adaptabilidade e a flexibilidade das crenças funerárias egípcias.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/26/26220642274357.jpg" alt="Pedaço do Livros Egípcio dos Mortos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)">Pedaço do Livros Egípcio dos Mortos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)A descoberta do papiro contendo fragmentos do Livro Egípcio dos Mortos ao lado das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124232-mumia-de-2-3-mil-anos-com-coracao-de-ouro-e-achada-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">múmias</a> na necrópole de Tuna el-Gebel é um evento arqueológico notável. Ele nos fornece uma visão mais profunda das crenças e práticas funerárias do antigo Egito, destacando a importância de guiar as almas dos falecidos em sua jornada após a morte. Este achado fascinante continua a enriquecer nosso conhecimento sobre essa antiga civilização e sua busca pela vida eterna.</body>

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Papiro raro com Livro dos Mortos egípcio é encontrado com múmias em cemitério arqueológico

Imagem de 'Tatuagem de Cristo' é achada em cadáver de 1,3 mil anos no Sudão no megacurioso

O cristograma foi tatuado no pé de um homem que viveu entre os anos 667 e 774

<head></head><body>Uma&nbsp;rara tatuagem que faz referência a Jesus Cristo foi encontrada em um cadáver de 1,3 mil anos no sítio arqueológico de Ghazali, no Sudão. Os restos mortais estavam enterrados próximos a um mosteiro medieval, de acordo com o Centro Polonês de Arqueologia Mediterrânea da Universidade de Varsóvia (PCMA/UW), responsável pela descoberta.A arte na pele foi identificada por acaso durante a documentação fotográfica do corpo, conforme o comunicado divulgado no dia 18 de outubro. Enquanto registrava as imagens, a bioarqueóloga da Universidade de Purdue (Estados Unidos), Kari Guilbault, notou algo diferente no pé direito do cadáver.Depois de uma análise mais detalhada das fotos, usando softwares específicos, a equipe confirmou que a marca representava um cristograma. O símbolo religioso combina as letras gregas “chi” e “rho”, formando uma abreviatura de monograma para o nome de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122739-as-representacoes-mais-antigas-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cristo</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/24/24185645785444.jpg" alt="(Fonte: Universidade de Varsóvia/Divulgação)">(Fonte: Universidade de Varsóvia/Divulgação)Junto ao cristograma, que surgiu por volta do ano 324 d.C., os cientistas também identificaram as letras alfa e ômega, que abrem e fecham o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120603-qual-a-influencia-do-alfabeto-grego-na-ciencia-e-na-comunicacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alfabeto grego</a>, respectivamente. Segundo o relatório, elas “representam a crença cristã de que Deus é o começo e o fim de tudo”.<h2>Referência à crucificação</h2>A Universidade de Varsóvia explicou que se trata da segunda vez em que a prática de tatuagens é identificada na Núbia medieval, que engloba partes dos atuais Egito e Sudão. Ela se diferencia de outras artes corporais antigas daquela área por ser feita com linhas retas em vez do ponto e traço.Outro detalhe sugerido pela pesquisa é que a opção por tatuar o cristograma no pé direito seria uma referência à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127287-como-teria-sido-a-crucificacao-de-jesus-cristo-segundo-evidencias-historicas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crucificação de Jesus Cristo</a>. O processo descrito nos evangelhos canônicos afirma que os soldados romanos usaram pregos nas mãos e pés de Cristo ao crucificá-lo, influenciando a escolha da pessoa.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/24/24185736254445.jpg" alt="(Fonte: Universidade de Varsóvia/Divulgação)">(Fonte: Universidade de Varsóvia/Divulgação)Este corpo, que provavelmente pertencia a um homem, foi descoberto nas escavações feitas entre 2012 e 2018. Além da área do antigo mosteiro, a equipe investigou outros quatro cemitérios nas proximidades e centenas de sepulturas.A pessoa tatuada estava em um dos cemitérios utilizados pelos moradores, mas ainda há dúvidas se ele era um monge. O grupo ao qual pertencem os restos mortais habitou a área entre os anos de 667 e 774, contando com integrantes que tinham entre 35 e 50 anos quando morreram.<h2>Como a tatuagem foi feita?</h2>Outro mistério não solucionado diz respeito ao modo como a tatuagem de Cristo foi feita. Isso poderia ser resolvido com a retirada de uma amostra, mas o estado frágil do cadáver, conservado a partir de uma mumificação natural, inviabiliza o processo.Especula-se que o desenho tenha surgido a partir da mistura de um pigmento à base de carbono com água, gordura animal ou leite materno, assim como outras tatuagens que estão entre as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119383-a-origem-das-tatuagens-em-diferentes-culturas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mais antigas já encontradas</a>.</body>

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'Tatuagem de Cristo' é achada em cadáver de 1,3 mil anos no Sudão

Imagem de Quem escolheu quais livros entrariam na Bíblia? no megacurioso

O livro sagrado dos cristãos foi construído ao longo de vários séculos e sofreu várias mudanças até chegar na sua 'versão final' 

<head></head><body>A <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123147-4-evidencias-historicas-que-comprovam-passagens-da-biblia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bíblia</a> é um dos livros mais importantes da humanidade. Não apenas por conter os textos sagrados do Cristianismo — religião com mais adeptos no mundo —, mas também por ser o mais vendido, <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/103079-biblia-descubra-26-fatos-sobre-o-livro-mais-vendido-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">com mais de cinco bilhões de exemplares já comercializados</a>.Porém, o que temos hoje é apenas uma versão da Bíblia. Com o passar dos séculos, ela já contou com diferentes formatações, nas quais alguns textos entram enquanto outros saem. Mas, considerando a sua importância e toda a sua história, como foi definido quais livros deveriam fazer parte da Bíblia?<h2>Desconstruindo O Código Da Vinci</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/16/16234601369000.jpg" alt="Dan Brown, autor de O Código Da Vinci. (Fonte: Getty Images)">Dan Brown, autor de O Código Da Vinci. (Fonte: Getty Images)Em 2003, o escritor Dan Brown ajudou a popularizar diversas histórias sobre o livro sagrado dos cristãos com&nbsp;O Código Da Vinci. Na trama, que envolve conspirações seculares e diversas teorias, os livros que compõem a Bíblia foram definidos durante uma assembleia realizada em 325 d.C. na cidade de Niceia. Atendendo a um pedido do imperador romano Constantino I, a assembleia ficou conhecida como Concílio de Niceia e teria servido para definir a doutrina e a crença cristã.Aqui é que a ficção e a realidade se separam. De fato, houve a tal assembleia, mas sua finalidade provavelmente não envolveu definir quais seriam os livros que entrariam na Bíblia. Possivelmente, esta versão surgiu para legitimar a Bíblia como uma obra muito mais antiga do que ela de fato é. E como existiram diversos concílios ao longo dos séculos — e alguns realmente serviram para discutir a Bíblia —, a história ganhou força, até que se tornasse mundialmente conhecida com a versão do Dan Brown.<h2>Construindo a Bíblia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/16/16234629895001.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Para entender como a Bíblia foi criada, é importante voltar um pouco mais no tempo, para <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123608-a-biblia-sagrada-e-a-mesma-desde-que-foi-escrita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quando seus textos foram escritos</a>. Os mais antigos datam do século II a.C., enquanto os mais recentes, presentes no Novo Testamento, foram concluídos no século II d.C. Além disso, muitos deles não foram escritos de uma única vez, e levaram anos — ou até mesmo décadas — para serem concluídos.Isso significa que a definição de quais textos iriam compor a Bíblia passou por diversos fatores. O teor dos livros tiveram um papel fundamental na escolha, mas como uma “primeira versão” só surgiu por volta do século V, muitos pergaminhos contemporâneos aos textos que hoje são conhecidos se perderam com o tempo.Nos séculos seguintes, outros concílios foram realizados, com o objetivo de verificar a inclusão ou a remoção de livros da Bíblia. O último deles aconteceu no século XVI (entre os anos de 1545 e 1563) e ficou conhecido como Concílio de Trento. Vale lembrar que a invenção da imprensa aconteceu por volta de 1440, e antes disso, um livro tinha que ser feito à mão. Com os textos bíblicos podendo ser copiados com mais rapidez, ficou mais fácil realizar a escolha.Apesar disso, ainda hoje, não existe apenas uma versão da Bíblia. Pequenas variações podem ser encontradas nas diferentes religiões cristãs. Existem também diversos textos que ainda estão preservados, mas que não foram escolhidos para fazer parte da bíblia, como a Didaquê (ou Ensinamentos dos Doze Apóstolos), o Apocalipse de Pedro e a Epístola de Barnabé.</body>

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Quem escolheu quais livros entrariam na Bíblia?

Imagem de 7 maneiras como as culturas explicaram os eclipses no megacurioso

Em muitas culturas antigas o eclipse era um acontecimento assustador

<head></head><body>Hoje sabemos que um eclipse ocorre quando um objeto celeste, como a Lua ou a Terra, bloqueia temporariamente a luz de outro objeto celeste, como o Sol ou a Lua, criando um breve período de escuridão na Terra. Contudo, antes que a ciência moderna desvendasse os segredos por trás desses fenômenos celestiais, diferentes civilizações desenvolveram suas próprias explicações e rituais em torno dos eclipses solares.O significado de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117102-eclipse-solar-2020-veja-como-o-fenomeno-foi-registrado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eclipse</a> para as culturas ao longo da história tem sido uma intrigante coleção de mitos, lendas e interpretações místicas que refletem a curiosidade e o temor do desconhecido. Conheça 7 maneiras fascinantes pelas quais as culturas explicaram os eclipses solares ao longo do tempo.<h2>1. Povos nórdicos</h2>Na mitologia nórdica, os destemidos vikings do norte europeu acreditavam que durante um eclipse solar total, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127210-estrela-mais-brilhante-do-universo-carrega-varios-misterios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sol</a> estava sendo devorado por dois lobos famintos, Skoll e Hati. O destino do mundo dependia de seus esforços para afugentar esses predadores celestiais, evitando assim o Ragnarok, o apocalipse iminente.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/08/08211153921009.jpg" alt="Vikings acreditavam que o Sol era devorado">Vikings acreditavam que o Sol era devorado<h2>2. China</h2>Na antiga China, os sábios contavam uma história de um dragão celestial que atacava e devorava o Sol durante um eclipse. Para assustar o dragão e salvar o Sol, as pessoas faziam barulho e tocavam tambores. A tradição persistia, pois o Sol sempre retornava após a agitação.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/08/08211317044010.jpg" alt="Chineses acreditavam que um dragão celestial devorava o Sol">Chineses acreditavam que um dragão celestial devorava o Sol<h2>3. Hindus</h2>A mitologia hindu oferecia uma explicação vívida e perturbadora: um demônio chamado Rahu tentou beber o néctar dos deuses e foi decapitado, com sua cabeça voando pelo céu, causando o eclipse solar. A busca incansável de Rahu pelo Sol era um conto de fúria e redenção.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/08/08211542602011.jpg" alt="Rahu, o demônio hindu que causa eclipses">Rahu, o demônio hindu que causa eclipses<h2>4. Incas</h2>Os Incas, da América do Sul, adoravam o Deus do Sol, Inti, e consideravam os eclipses como sinais de sua ira. Após um eclipse, rituais e sacrifícios eram realizados para apaziguar Inti e restaurar a harmonia.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/08/08211753821012.jpg" alt="Inti, Deus Sol Inca">Inti, Deus Sol Inca<h2>5. Nativos americanos</h2>Entre os nativos americanos, tribos como os Choctaw viam um esquilo preto roendo o Sol durante um eclipse solar. Para afugentar o esquilo e salvar o Sol, eles faziam barulho e gritavam.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/08/08211855147013.jpg" alt="Tribo Choctaw">Tribo Choctaw<h2>6. África Ocidental</h2>Os Batammaliba, do norte do Togo e do Benin, acreditavam que a raiva humana espalhava-se pelo Sol e pela Lua, levando-os a lutar e causar um eclipse. Durante esse evento, a busca pela paz entre os corpos celestes era espelhada pela busca pela paz entre as pessoas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/08/08212253153014.jpg" alt="Povo Batammaliba">Povo Batammaliba<h2>7. Egito</h2>Surpreendentemente, os antigos egípcios, conhecidos por suas habilidades astronômicas, deixaram poucos registros explícitos de eclipses solares. Alguns sugerem que esses eventos foram deliberadamente evitados ou interpretados de forma simbólica, dada a reverência dos egípcios pelo Deus do Sol, Ra.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/08/08212655610015.jpg" alt="Ra, Deus do Sol">Ra, Deus do SolEssas diferentes interpretações refletem a complexidade da experiência humana diante de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124247-4-eventos-celestiais-deslumbrantes-para-voce-observar-em-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fenômenos celestiais</a> incompreendidos. Os eclipses eram temidos, reverenciados e, em alguns casos, vistos como mensagens divinas. À medida que a ciência evoluiu, nossa compreensão dos eclipses se aprofundou, mas a fascinação que eles despertam e os mistérios que envolvem continuam a nos encantar, como aconteceu com todas essas culturas ao longo da história.</body>

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7 maneiras como as culturas explicaram os eclipses

Imagem de Palestina e Israel: 5 palavras-chave para entender o conflito no megacurioso

O recente ataque do grupo extremista Hamas contra Israel despertou horror e também confusão entre as pessoas sobre o que está acontecendo e por qual motivo

<head></head><body>Às 6h35, horário local, do último sábado (7), o mundo parou quando o grupo extremista Hamas lançou um ataque inesperado por terra e ar contra Israel, atingindo grandes cidades, como Tel Aviv e Jerusalém. Até o momento, as autoridades locais indicam que ao menos 1.500 pessoas morreram, sendo 900 em Israel e 700 na Faixa de Gaza, sem contar milhares de feridos e desaparecidos.Como o conflito e seus precedentes alcançaram escala mundial, muitas dúvidas surgiram sobre o que está acontecendo e por qual motivo.Essas são 5 palavras para entender o conflito entre Palestina e Israel.<h2>1. Palestina</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09173940033367.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Antes de tudo, é preciso saber que a Palestina não é um país, um Estado, por esse motivo , o povo palestino luta pelo seu reconhecimento internacional após sofrer com o imperialismo do século XX. Como Estado de jure&nbsp;(reconhecido por lei, mas que não possui controle sobre seu território ou governo), a Palestina reivindica os territórios da Cisjordânia (incluindo Jerusalém Ocidental) e a Faixa de Guerra, como foi definido pelos Acordos de Armistício de 1949, que puseram um fim na primeira guerra árabe-israelense após a criação do Estado de Israel.Para entender a situação da Palestina, é preciso voltar no século XVI, quando a região era apenas controlada pelo Império Otomano e assim permaneceu até o final da Primeira Guerra Mundial, quando este foi derrotado e desmantelado. Com isso, em 1922, a Liga das Nações concedeu à Grã-Bretanha um mandato sobre a Palestina como forma de apoiar a criação de um lar nacional para o povo judeu na região, um reflexo da Declaração de Balfour de 1917, ignorando que lá havia uma população árabe com cerca de 800 mil pessoas.<h2>2. Israel</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09174026744369.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)O povo judeu foi expulso da região da Palestina, dando início à sua diáspora (o deslocamento forçado ou incentivado) quando o Império Romano dominou a área em 63 a.C. e os expulsou sete décadas após a morte de Cristo como forma de combater os movimentos nacionalistas que buscavam independência.A diáspora judaica espalhou esse povo por diferentes países, principalmente na Europa, além de Rússia e Estados Unidos. Dependendo da região, suas condições de vida foram variadas, mas, no geral, eles enfrentaram muita discriminação e perseguição, sobretudo na Europa.Como resultado, surgiu o sionismo, um movimento político e ideológico que buscava a criação e preservação de um Estado judaico na região historicamente conhecida como "Terra de Israel", que inclui partes dos territórios palestinos. O termo sionismo teve origem na palavra "Sião", que é um dos nomes dados a Jerusalém na Bíblia.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09174052516371.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A Declaração de Balfour foi o primeiro flerte e sinal de empatia de uma potência mundial com o sionismo, e foi condenada pelos palestinos que acreditam que a Grã-Bretanha desrespeitou os desejos políticos da população nativa. Isso porque a declaração apoiava o discurso sionista de que a Palestina é a região dos judeus por direito, tendo como base "fontes bíblicas e históricas".Essa ideia de que os interesses dos judeus — sua segurança e liberdade — só estariam preservados se fosse estabelecido um Estado judaico independente cresceu e foi cimentada no final da Segunda Guerra Mundial, após os horrores do Holocausto.Em 3 de setembro de 1947, o Comitê Especial das Nações Unidas sobre a Palestina (UNSCOP) reconheceu a ligação histórica do povo judeu com a Palestina. Antes de expirar o mandato britânico na Palestina, em 14 de maio de 1948, a Agência Judaica para Israel declarou a independência do Estado de Israel, apesar de toda oposição do povo árabe.<h2>3. Hamas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09174126598373.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A falta de progresso nas negociações para que acordos de paz acontecessem, interferências internacionais unilaterais e as constantes tentativas em inviabilizar os direitos dos palestinos facilitaram para que ideias extremistas fossem reunidas em grupos como o Hamas, que recorrem à violência como uma forma de pressionar por mudanças.Durante a Primeira Intifada, uma revolta palestina contra a ocupação israelense dos Territórios Palestinos, o Hamas foi fundado, em dezembro de 1987, por membros da Irmandade Muçulmana, que visa combater Israel, decretar sua extinção e estabelecer um Estado palestino islâmico na região.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09174149155374.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A princípio, seus esforços eram concentrados em atividades de resistência armada, como ataques terroristas contra alvos israelenses, porém, ao longo dos anos, o grupo expandiu sua influência e adquiriu uma visão política, principalmente ao vencer as eleições legislativas palestinas em 2006.A partir disso, o grupo passou a controlar a Faixa de Gaza, antes sob a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), com grande influência israelense. E como ressalta Uriã Fancelli, mestre em relações internacionais pelas universidades de Estrasburgo e Gorningen, confundir os palestinos com o Hamas é o mesmo que dizer que todo afegão é membro da Al-Qaeda. Ou seja, o conflito recente não representa a luta dos palestinos, tampouco coloca Israel em posição de vítima.<h2>4. Faixa de Gaza</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09174224789375.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A Faixa de Gaza é um território com 41 quilômetros de comprimento, onde habitam pouco mais de 2 milhões de pessoas, localizado entre a costa oeste do território israelense, na fronteira com o Egito, e é banhado pelo Mar Mediterrâneo.Gaza foi tomada do Egito por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos só em 2005. Dois anos depois, passou a ser controlada pelo Hamas quando o grupo venceu as eleições legislativas palestinas e expulsou o governo da ANP.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09174244408378.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Israel e Egito então lançaram uma série de restrições de movimento contra Gaza que tornaram sua existência um verdadeiro inferno na Terra, impedindo até mesmo a entrada de recursos básicos, como comida, remédios e energia. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 80% da população da região depende da ajuda internacional, sendo que 1 milhão de habitantes dependem de ajuda alimentar diária. Cerca de 1,7 milhões de refugiados palestinos habitam a Faixa de Gaza.O recente ataque do Hamas, apoiado pelo Irã, foi uma maneira de impedir que a Arábia Saudita estabeleça relações diplomáticas formais com Israel, não só isolando os palestinos e iranianos como fazendo deles alvos ainda maiores. Em meio a tudo isso, os EUA atua como um mediador essencial para que isso aconteça.<h2>5. Estados Unidos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09174316496379.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Desde 1949 que os EUA mantêm relações diplomáticas estáveis com Israel, tanto no âmbito de segurança como de comércio e política, e desde esse tempo elas são consideradas controversas. Um exemplo disso é que, como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os americanos usam seu poder de veto para bloquear resoluções críticas de Israel na ONU, impedindo que a comunidade internacional tome medidas para pressionar Israel a fazer concessões durante conflitos.Em 2017, o então presidente americano Donald Trump fez dos EUA o primeiro país do mundo a reconhecer formalmente Jerusalém como a capital de Israel ao transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém. A ação desencadeou uma revolta dos palestinos, que há anos reivindicam, sem sucesso, Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/09/09174346323380.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Além disso, o governo Trump também apresentou um plano de paz chamado de Acordo do Século, amplamente discutido como unilateral por favorecer apenas a Israel, ao permitir a anexação de partes significativas da Cisjordânia pelos israelenses. O plano foi rejeitado pelos palestinos e pela comunidade internacional.O atual presidente dos EUA, Joe Biden, enviou um porta-aviões, cinco navios de guerra e vários aviões de combate para os israelenses usarem contra a agressão do Hamas, reforçando o que os americanos chamam de "aliança inabalável" com Israel.&nbsp;Há décadas que a ajuda financeira e militar dos EUA permite que as capacidades militares israelenses se mantenham em posição contra os palestinos, que nunca tiveram apoio aberto de nenhuma potência.</body>

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Palestina e Israel: 5 palavras-chave para entender o conflito

Imagem de Jesus foi uma alucinação causada por cogumelos, afirma teoria criada por arqueólogo em 1960 no megacurioso

Nos anos 1960, um polêmico arqueólogo propôs uma interpretação polêmica sobre a existência de Jesus Cristo

<head></head><body>A história de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124342-5-questionamentos-sobre-a-existencia-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus Cristo</a> costuma dar vazão a muitas interpretações. Mas talvez nenhuma delas tenha sido tão radical quanto a feita pelo britânico John Marco Allegro, um controverso arqueólogo e estudioso dos manuscritos do Mar Morto. Segundo o que afirmou durante a década de 1970, Jesus não teria sido um homem real, mas sim uma alucinação causada por cogumelos.As explicações têm fundo histórico. Inicialmente, é preciso considerar que a Bíblia é vista por muitos estudiosos como um conjunto de alegorias, e não como uma descrição realista do que teria ocorrido no passado. Isso dá margem para que muitos pesquisadores debatam sobre as provas históricas a respeito do nascimento e vida de Jesus. E John Allegro está entre os que ofereceram a explicação mais original para esse acontecimento.<h2>O raciocínio do arqueólogo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05100907521044.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Allegro foi conhecido por ser um grande estudioso dos Manuscritos do Mar Morto, coleção de centenas de textos e fragmentos de texto encontrados em cavernas de Qumran, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106513-10-coisas-que-voce-provavelmente-nao-sabia-sobe-o-mar-morto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mar Morto</a>, entre as décadas de 1940 e 1950. Esses documentos tiveram um grande impacto na compreensão do Judaísmo e do Cristianismo.Quando foram encontrados, os manuscritos ainda não estavam traduzidos. Por isso, não se sabia o que eles carregavam. John Allegro foi um dos primeiros estudiosos a receber autorização para decifrar esses textos antigos. Em 1955, ele recomendou que o Pergaminho de Cobre, o maior entre eles, fosse enviado para a Universidade de Manchester para ser analisado. Após anos de pesquisa, Allegro publicou dois livros sobre o assunto.<h2>Jesus como uma alucinação?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05101638976046.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Em 1970, Allegro publicou uma obra chamada&nbsp;The Sacred Mushroom and the Cross (algo como "O cogumelo sagrado e a cruz") e outra em 1979, chamada Os Manuscritos do Mar Morto e o Mito Cristão. Nos livros, ele explorava a ideia de que o Cristianismo seria uma espécie de disfarce para um culto sexual criado por pessoas que consumiam Amanita muscaria, um fungo com propriedades alucinógenas.Assim, para o arqueólogo, Jesus pode ter sido uma metáfora para indicar o fungo e seus efeitos. Ele argumentou no livro que o cristianismo primitivo foi criado a partir de um culto que registrou práticas xamânicas em textos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/74166-biblia-realidade-x-ficcao-sera-que-essa-discussao-e-tao-relevante-assim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Novo Testamento</a>. Segundo Allegro, os evangelistas teriam feito interpretações equivocados na transcrição dos Evangelhos.De acordo com esta visão, portanto, nunca teria existido um homem chamado Jesus Cristo. O que teria existido seria um culto de pessoas que usavam o cogumelo para ter experiências alucinógenas.Obviamente, essa leitura de John Allegro foi muito contestada, mas chegou a circular bastante dentro dos movimentos de contracultura na década de 1970. Houve ainda quem defendeu que o arqueólogo criou essa ideia como uma espécie de vingança contra os cristãos que rejeitaram suas traduções dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109676-descobriram-que-fragmentos-dos-iconicos-manuscritos-do-mar-morto-sao-falsos.htm#:~:text=Os%20Manuscritos%20do%20Mar%20Morto,mundo%2C%20seja%20por%20conta%20do" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Manuscritos do Mar Morto</a>. Mas é claro que houve também que adorou a interpretação bizarra.</body>

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Jesus foi uma alucinação causada por cogumelos, afirma teoria criada por arqueólogo em 1960

Imagem de Em qual lugar do mundo o Jardim do Éden estava localizado? no megacurioso

Ao longo dos séculos, teóricos tentaram incansavelmente descobrir a localização do nascimento bíblico da humanidade

Segundo as religi&otilde;es abra&acirc;micas, depois que Deus criou a Terra, ele fez o homem na forma de Ad&atilde;o e o colocou no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118271-qual-era-o-fruto-proibido-do-jardim-do-eden-na-biblia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jardim do &Eacute;den</a>. Embora a humanidade tenha sido posteriormente expulsa desse para&iacute;so, alguns te&oacute;ricos ao longo dos s&eacute;culos acreditam que ele teria sido um lugar real &mdash; ou pelo menos baseado em um. Ent&atilde;o, qual a localiza&ccedil;&atilde;o real do Jardim do &Eacute;den?
Conforme descrito na B&iacute;blia, esse lugar era "como um para&iacute;so na Terra", o que fez com que as pessoas ficassem ansiosas para encontr&aacute;-lo. No Livro de G&ecirc;nesis, por sua vez, diz-se que ele fica no ponto de encontro de quatro rios. Com essas informa&ccedil;&otilde;es em m&atilde;os, as primeiras teorias passaram a surgir.
<h2>O Jardim do &Eacute;den existiu mesmo?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02220029425005.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Conforme a hist&oacute;ria do Jardim do &Eacute;den, quando Deus criou o homem, ele tamb&eacute;m criou um para&iacute;so verdejante. No centro deste jardim havia uma &aacute;rvore: a &Aacute;rvore do Conhecimento do Bem e do Mal, cujo fruto era proibido para consumo humano. No final, Deus precisou expulsar <a href="https://www.megacurioso.com.br/genetica/37507-novas-evidencias-sugerem-que-adao-e-eva-teriam-vivido-na-mesma-epoca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ad&atilde;o e Eva</a> do local por quebrarem a regra e adquirido o conhecimento do bem e do mal.
As primeiras especula&ccedil;&otilde;es sobre a real localiza&ccedil;&atilde;o deste para&iacute;so v&ecirc;m de uma passagem do livro de G&ecirc;nesis: "E sa&iacute;a um rio do &Eacute;den para regar o jardim; e da&iacute; se separou e se tornou quatro cabe&ccedil;as. O nome do primeiro &eacute; Pisom; &eacute; isso que circunda toda a terra de Havil&aacute;, onde h&aacute; ouro; e o ouro daquela terra &eacute; bom; h&aacute; o bd&eacute;lio e a pedra &ocirc;nix. E o nome do segundo rio &eacute; Giom; o mesmo &eacute; o que circunda toda a terra de Cuxe. E o nome do terceiro rio &eacute; Tigre; &eacute; o que vai para o oriente de Assur. E o quarto rio &eacute; o Eufrates."
Nesse sentido, a B&iacute;blia fornece crit&eacute;rios claros para a identifica&ccedil;&atilde;o do Jardim do &Eacute;den. Ent&atilde;o, quais locais ao longo do mundo se encaixam nessa defini&ccedil;&atilde;o?
<h2>Potenciais origens do para&iacute;so</h2>
<span data-fonte="Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6d/Jan_Brueghel_de_Oude_en_Peter_Paul_Rubens_-_Het_aards_paradijs_met_de_zondeval_van_Adam_en_Eva.jpg/2560px-Jan_Brueghel_de_Oude_en_Peter_Paul_Rubens_-_Het_aards_paradijs_met_de_zondeval_van_Adam_en_Eva.jpg" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/wikimedia-commons-05150629594263.jpg" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Wikimedia Commons)
De modo geral, os rios Tigre e Eufrates s&atilde;o pertencentes ao Crescente F&eacute;rtil. Com base nisso, a resposta mais &oacute;bvia para a origem do Jardim do &Eacute;den &eacute; que ele ficaria em algum lugar na Mesopot&acirc;mia. Al&eacute;m de abrigar os rios citados anteriormente, a regi&atilde;o tamb&eacute;m foi a parte do mundo onde ocorreram muitos dos eventos na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123608-a-biblia-sagrada-e-a-mesma-desde-que-foi-escrita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">B&iacute;blia</a>.
Ainda assim, existe grande debate sobre a localiza&ccedil;&atilde;o perfeita. A &aacute;rea mais cotada pelos te&oacute;ricos &eacute; o Golfo P&eacute;rsico, sobretudo regi&otilde;es entre o sul do Iraque, do Kuwait e do Iran, onde os rios Tigre e Eufrates encontram o mar. Contudo, h&aacute; tamb&eacute;m quem afirme que as origens do Jardim do &Eacute;den provavelmente se encontram no ber&ccedil;o cient&iacute;fico da pr&oacute;pria humanidade: a &Aacute;frica.
Por&eacute;m, &eacute; tamb&eacute;m preciso pensar que talvez nunca tenha existido uma localiza&ccedil;&atilde;o real do para&iacute;so na Terra, seja porque ele nunca existiu ou porque o mundo mudou t&atilde;o drasticamente desde ent&atilde;o que o local n&atilde;o existe mais na hist&oacute;ria moderna. Quer tenha sido real ou m&iacute;tico, a sua verdadeira e exata localiza&ccedil;&atilde;o deve permanecer indefinida para sempre.&nbsp;

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Em qual lugar do mundo o Jardim do Éden estava localizado?

Imagem de Santa Marina ou São Marino? A santa que se vestiu de homem para viver com o pai no megacurioso

Conheça a história da santa que se vestiu de homem para poder viver com o pai

<head></head><body>Um documentário lançado recentemente joga nova luz à Santa Marina, santa <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121451-6-fatos-curiosos-sobre-a-igreja-catolica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">católica</a> que se disfarçou de monge para poder ingressar num mosteiro. Segundo Leide Jacob, a diretora do filme (que é um curta-metragem), a obra "traz uma oportunidade de a igreja revisitar esse passado e de recontar essas histórias", afirmou ao site Jornalistas Livres.O filme tem causado alguma polêmica e recebeu uma nota de repúdio da Arquidiocese de São Paulo.<h2>A história de Santa Marina</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05084217712010.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia)">(Fonte: Wikipedia)Santa Marina viveu no século VI, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119662-o-esquecido-e-inglorio-programa-espacial-do-libano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Líbano</a>. Órfã de mãe, ela foi criada pelo pai, que era um cristão fervoroso que resolveu ingressar num mosteiro quando ficou viúvo. O homem, que se chamava Eugênio, colocou sua filha sob os cuidados de um parente.No mosteiro, Eugênio sentia saudade de Marina. Ao ser consultado pelo abade, ele falou que tinha preocupação com o filho, não revelando que se tratava de uma menina. O abade então sugeriu que ele trouxesse a criança até o mosteiro. Feliz com a possibilidade, o pai convidou Marina, que prontamente aceitou.Eugênio então cortou os cabelos da filha, vestiu-a com o hábito monástico e passou a tratá-la como Marino. Aos 14 anos, a jovem ingressou no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/108771-seja-bem-vindo-ao-mont-saint-michel-um-mosteiro-no-meio-da-agua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mosteiro</a> e consagrou sua virgindade a Deus. Passou a ser criada pelo pai e pelos monges no local, dedicando-se à oração e à caridade.Seu pai faleceu quando ela tinha 17 anos. Mas Marina resolveu seguir com sua consagração. Para isso, manteve sua identidade sob segredo.<h2>As injustiças sofridas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05092704848026.jpeg" alt="(Fonte: Wikipedia)">(Fonte: Wikipedia)Os monges costumam viajar e dormir na hospedaria de uma família conhecida. Neste local, a filha do dono tinha um relacionamento secreto com um soldado, e acabou engravidando. Para protegê-lo, a moça acusou o monge "Marino" de tê-la violado e tirado sua virgindade.Marina ouviu a acusação, mas não se defendeu (o que poderia ser feito facilmente, caso revelasse ser mulher), e sofreu as consequências. O abade expulsou-a do mosteiro e ela passou a viver no relento, pedindo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115043-manusia-silver-conheca-os-mendigos-de-prata-da-indonesia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esmolas</a> e aguentando as humilhações sofridas por conta da calúnia.Quando a jovem deu à luz, entregou a criança a "Marino" exigindo que ele assumisse a responsabilidade. Sem questionar, Marina recebeu o bebê e o alimentava com as esmolas que recebia. Depois de três anos nas ruas, Marina e o menino foram aceitos novamente no mosteiro, mas passaram a executar as tarefas mais pesadas e humilhantes no local.Quando morreu subitamente, o abade teria dado uma declaração: “Vede, tão grande foi o pecado que Deus não lhe aceitou a penitência”. Por conta disso, ordenou que o corpo do monge fosse sepultado sem honras e afastado do mosteiro.Foi apenas ao preparar o corpo para o sepultamento que as pessoas descobriram que o monge era mulher e, portanto, não poderia ser o pai da criança. Toda a comunidade se estarreceu, incluindo o abade, por ter sido injusto com Marina. Ele então ordenou que seu corpo fosse trazido e exposto para veneração. A caluniadora se arrependeu de seus pecados, o que foi considerado como a primeira graça concedida por Santa Marina.</body>

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Santa Marina ou São Marino? A santa que se vestiu de homem para viver com o pai

Imagem de Exorcismo de Tanacu: quando a política influenciou na tortura de uma freira no megacurioso

O crime cometido pelo padre Daniel Corogeanu foi também um reflexo do passado sociopolítico de repressão religiosa da Romênia

H&aacute; uma aura pulsante de mist&eacute;rio, misticismo, supersti&ccedil;&atilde;o e obscuridade ao redor da Rom&ecirc;nia. Lar de lendas e hist&oacute;rias emblem&aacute;ticas, como a dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122127-teratofilia-a-estranha-obsessao-sexual-por-criaturas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vampiros</a>, famosa por sua associa&ccedil;&atilde;o com o Dr&aacute;cula, de Bram Stoker, o pa&iacute;s sustenta tamb&eacute;m uma influente tradi&ccedil;&atilde;o folcl&oacute;rica relacionada ao sobrenatural que estende suas ra&iacute;zes para todos os aspectos da sociedade.
Devido &agrave; sua forte rela&ccedil;&atilde;o com cren&ccedil;as e tradi&ccedil;&otilde;es religiosas, a Rom&ecirc;nia, mais at&eacute; do que muitos outros pa&iacute;ses, possui um la&ccedil;o muito estreito com exorcismos. A pr&aacute;tica est&aacute; associada &agrave; Igreja Cat&oacute;lica, mas tamb&eacute;m &eacute; presente em diversas outras religi&otilde;es, como as de matrizes africanas e judaicas, e envolve a desobsess&atilde;o de uma pessoa possu&iacute;da por entidades malignas ou demon&iacute;acas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03144714663237.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O exorcismo &eacute; muito mais conhecido na vertente cat&oacute;lica, disseminado em livros e filmes ao longo das d&eacute;cadas, e envolve um processo rigoroso que inclui a avalia&ccedil;&atilde;o de um cl&eacute;rigo treinado e a autoriza&ccedil;&atilde;o de uma entidade eclesi&aacute;stica, seguindo as normas impostas diretamente pelo Vaticano.
Em 2005, no cora&ccedil;&atilde;o de um convento ortodoxo no nordeste da Rom&ecirc;nia, aconteceu o famoso exorcismo de Tanacu, em que uma freira com esquizofrenia foi torturada, uma atrocidade que exp&ocirc;s mais que a rela&ccedil;&atilde;o problem&aacute;tica da Igreja com a sa&uacute;de mental, mas tamb&eacute;m do passado sociopol&iacute;tico de repress&atilde;o religiosa da Rom&ecirc;nia.
<h2>As vozes de Cornici</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03144759470238.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quase nada se sabe sobre quem exatamente foi Irina Cornici. Nascida em algum momento de 1989, ela fazia parte de uma fam&iacute;lia financeiramente bem estruturada, mas ap&oacute;s o suic&iacute;dio dos pais, ela e o irm&atilde;o acabaram em um orfanato. Aos 19 anos, Cornici come&ccedil;ou a trabalhar como bab&aacute; na Alemanha at&eacute; que foi convencida por uma amiga que havia se tornado freira no mosteiro da Igreja Ortodoxa Romena de Tanacu, no condado de Vaslui, a fazer os votos e se tornar uma tamb&eacute;m.
Portanto, em janeiro de 2005, aos 23 anos, a jovem se mudou para o mosteiro para dar in&iacute;cio &agrave; sua vida dedicada a Deus. Naquele mesmo m&ecirc;s, Cornici come&ccedil;ou a rir durante as missas. De maneira incontrol&aacute;vel, ela tamb&eacute;m zombava e falava sozinha constantemente. Em abril, seu estado piorou a ponto de um m&eacute;dico ser chamado ao mosteiro para avali&aacute;-la.
"Ela pensava que o diabo estava falando com ela e disse que ela era uma pessoa pecadora", relatou Gheorghe Silvestrovici, o m&eacute;dico e psiquiatra que a tratou, em entrevista &agrave; NBC News. "&Eacute; um sintoma de esquizofrenia e ela provavelmente estava tendo seu primeiro epis&oacute;dio."
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03144944390239.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Cornici foi encaminhada a um hospital psiqui&aacute;trico pr&oacute;ximo, onde permaneceu em tratamento por duas semanas. Apesar disso, a comunidade no mosteiro seguiu avessa &agrave; possibilidade de Cornici sofrer de alguma doen&ccedil;a mental e as inven&ccedil;&otilde;es fantasiosas apenas pioraram seu caso. A amiga mais pr&oacute;xima da jovem afirmou que "Satan&aacute;s" havia conversado com ela antes de tomar seu corpo.
Quando Cornici voltou ao mosteiro, em 20 de abril, o padre Daniel Petre Corogeanu e as freiras j&aacute; haviam decidido que a jovem seria submetida a um exorcismo. Com isso, a fim de cont&ecirc;-la de movimentos violentos e bruscos, eles a algemaram de bra&ccedil;os abertos a uma cruz de madeira e a ungiram com &aacute;gua-benta. Antes de se ajoelharem &agrave; frente dela para orarem, para que seu esp&iacute;rito fosse liberto do poder maligno, eles a amorda&ccedil;aram para impedi-la de ca&ccedil;oar e amaldi&ccedil;oar.
A jovem foi mantida assim por tr&ecirc;s dias at&eacute; que seus protestos pararam e o padre determinou que ela estava "curada". Eles a desceram da cruz e a colocaram em um quarto, onde recebeu p&atilde;o e ch&aacute;.
Cornici desmaiou logo ap&oacute;s comer e as freiras n&atilde;o conseguiram acord&aacute;-la. Uma ambul&acirc;ncia foi chamada e a jovem recebeu seis doses de adrenalina para seu pulso fraco, mas, antes de chegar ao hospital, j&aacute; estava morta.
<h2>Uma na&ccedil;&atilde;o em choque</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03145419219240.jpg" alt="(Fonte: Cinex/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Cinex/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A pol&iacute;cia foi acionada pelos m&eacute;dicos do hospital ao perceberem as marcas nos punhos e tornozelos de Cornici. Al&eacute;m disso, a aut&oacute;psia afirmou que a jovem morreu de desidrata&ccedil;&atilde;o, exaust&atilde;o e falta de oxig&ecirc;nio.
Acusados de homic&iacute;dio qualificado, o padre e as freiras foram submetidos a um interrogat&oacute;rio que durou 11 horas. A um jornal romeno, Corogeanu ainda afirmou que &ldquo;voc&ecirc; n&atilde;o pode tirar o Diabo das pessoas com rem&eacute;dios&rdquo; e que, portanto, um exorcismo se faz necess&aacute;rio.&nbsp;
A irm&atilde; Nicoleta Arcalianu, que tamb&eacute;m foi indiciada, afirmou que Cornici sabia que estava possu&iacute;da por esp&iacute;ritos malignos porque estava "implorando para que a amarr&aacute;ssemos e a ajud&aacute;ssemos".
A na&ccedil;&atilde;o romena ficou chocada com o caso, que dominou a m&iacute;dia do pa&iacute;s, com um jornal chegando a declarar em sua primeira p&aacute;gina: &ldquo;A Rom&ecirc;nia na Idade M&eacute;dia&rdquo;. Muitas pessoas, sobretudo jovens das &aacute;reas rurais, puderam se relacionar com a hist&oacute;ria de vida de Cornici. A cria&ccedil;&atilde;o em orfanatos, depois a mudan&ccedil;a para mosteiros e conventos ortodoxos em busca de ajuda espiritual ou comida e abrigo sempre foi a cr&ocirc;nica mais antiga da Rom&ecirc;nia. N&atilde;o &eacute; para menos que a Igreja &eacute; a institui&ccedil;&atilde;o considerada a mais confi&aacute;vel pelos habitantes do pa&iacute;s.
<h2>O problema do pa&iacute;s</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03145623846244.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mas a morte de Irina Cornici foi muito mais do que uma quest&atilde;o de f&eacute; equivocada &mdash; &eacute; um reflexo sombrio do crescimento explosivo da influ&ecirc;ncia da Igreja desde o fim do governo de extrema-esquerda do l&iacute;der Nicolae Ceausescu.
Por longos 15 anos, a religi&atilde;o foi controlada pelo Estado como parte das pol&iacute;ticas autorit&aacute;rias e repressivas do governo, inclusive a Igreja Ortodoxa que, apesar de ter assumido uma posi&ccedil;&atilde;o privilegiada durante o regime, serviu como instrumento de controle estatal. Ou seja, as autoridades religiosas eram monitoradas pelo governo e at&eacute; coagidas a cooperar com o regime para "passar a mensagem adiante".
Sendo assim, os crist&atilde;os romenos, no geral, enfrentaram v&aacute;rios tipos de persegui&ccedil;&atilde;o e repress&atilde;o pelo regime de Ceausescu, como restri&ccedil;&otilde;es &agrave; pr&aacute;tica religiosa, fechamento de igrejas e pris&atilde;o a quem se opunha ao regime.
Quando a Revolu&ccedil;&atilde;o Romena de dezembro de 1989 derrubou o governo, o pa&iacute;s experimentou uma onda de hipervaloriza&ccedil;&atilde;o da religiosidade como resposta a anos de repress&atilde;o. N&atilde;o &eacute; para menos que a liberdade religiosa hoje &eacute; protegida pela Constitui&ccedil;&atilde;o, e os crist&atilde;os, assim como outros tipos de religiosos, podem professar e praticar sua f&eacute; livremente.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/03/03145710068245.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O que aconteceu &eacute; que a Rom&ecirc;nia sofreu do mesmo problema que algumas regi&otilde;es que estavam sob influ&ecirc;ncia da Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica &mdash; um "descontrole" do clero, que permitiu que algumas institui&ccedil;&otilde;es, como o mosteiro de Tanacu, ficassem &agrave; merc&ecirc; de pessoas despreparadas como o padre Corogeanu. Al&eacute;m disso, com muitas igrejas sendo constru&iacute;das, houve uma esp&eacute;cie de competi&ccedil;&atilde;o que saiu do controle. As autoridades religiosas j&aacute; n&atilde;o conseguiam mais mapear o que estava acontecendo.
Segundo Dan Ciachir, especialista em Igreja Ortodoxa Romena, a press&atilde;o da demanda significa que qualquer pessoa pode se tornar padre. &ldquo;N&atilde;o h&aacute; mais sele&ccedil;&atilde;o. A quantidade substitui a qualidade&rdquo;, disse ele ao&nbsp;The New York Times.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/05/05143000794215.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O padre Corogeanu foi um exemplo disso. Dez anos antes do crime, ele era apenas um jogador de futebol em Vaslui, sua cidade natal, que n&atilde;o seguiu na carreira porque n&atilde;o conseguiu ser aceito na Universidade de Bucareste. Sendo assim, optou por estudos religiosos na Universidade de Iasi e, um ano depois, foi recrutado por um empres&aacute;rio para construir um mosteiro nas colinas perto da cidade. Logo em seguida, ele foi ordenado pelo bispo local e acabou assumindo a administra&ccedil;&atilde;o do mosteiro.
Em 2007, Corogeanu foi condenado a 14 anos de pris&atilde;o, enquanto as quatro freiras receberam senten&ccedil;as entre 5 e 8 anos de encarceramento.
E, apesar de tudo, para muitas pessoas, a pris&atilde;o dessas figuras religiosas segue sendo uma injusti&ccedil;a, porque muitos acreditam que Cornici estava realmente possu&iacute;da por algo maligno.

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Exorcismo de Tanacu: quando a política influenciou na tortura de uma freira

Imagem de Joana Angélica: a abadessa brasileira assassinada pelos portugueses no megacurioso

No ano da Independência do Brasil, a religiosa deu a vida para impedir que as tropas portuguesas invadissem o convento Nossa Senhora da Conceição da Lapa, na Bahia

Em 2016, a exposi&ccedil;&atilde;o "Mulheres Pioneiras: Elas Fizeram Hist&oacute;ria"&nbsp;foi realizada na C&acirc;mara dos Deputados, em Bras&iacute;lia, apresentando personalidades femininas que lutaram para ocupar seu espa&ccedil;o na sociedade ou defender os seus valores. Em meio a tantos nomes c&eacute;lebres estava o de Joana Ang&eacute;lica, a abadessa assassinada por tropas portuguesas no ano da Independ&ecirc;ncia do Brasil.
Ela &eacute; considerada a primeira hero&iacute;na da epopeia que foi a liberta&ccedil;&atilde;o do nosso pa&iacute;s do dom&iacute;nio colonial portugu&ecirc;s. &ldquo;Nenhum dos tormentosos acontecimentos da &eacute;poca impressionou mais fundo a alma da Bahia do que o selvagem ataque dos soldados contra o indefeso convento de Nossa Senhora da Concei&ccedil;&atilde;o da Lapa&rdquo;, escreveu o historiador Bernardino Jos&eacute; de Souza em seu livro Hero&iacute;nas Baianas.
<span data-fonte="Domenico Failutti/ Museu Paulista/Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/db/Domenico_Failutti_-_Retrato_de_Soror_Joanna_Ang%C3%A9lica%2C_Acervo_do_Museu_Paulista_da_USP.jpg/1362px-Domenico_Failutti_-_Retrato_de_Soror_Joanna_Ang%C3%A9lica%2C_Acervo_do_Museu_Paulista_da_USP.jpg" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/wikimedia-commons-27180522185466.jpg" alt="Wikimedia Commons" />Joana Ang&eacute;lica. (Fonte: Domenico Failutti/ Museu Paulista/Wikimedia Commons)
Joana Ang&eacute;lica de Jesus nasceu na Bahia em algum momento de 1761. De fam&iacute;lia abastada, ainda jovem entrou para a Ordem da Imaculada Concei&ccedil;&atilde;o, no fat&iacute;dico Convento Nossa Senhora da Concei&ccedil;&atilde;o da Lapa. Foi l&aacute; que ela construiu sua carreira, se tornando duas vezes abadessa do local, e se tornando refer&ecirc;ncia para a sociedade baiana de Salvador.
&Eacute; preciso olhar para o contexto do Brasil daquela &eacute;poca para entender como e por qual motivo o Convento da Lapa foi manchado pelo sangue de Joana Ang&eacute;lica.
<h2>A revolta do povo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22132230589190.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Com o in&iacute;cio do s&eacute;culo XIX, as ideias iluministas e liberais promovendo a igualdade, liberdade e a independ&ecirc;ncia, que surgiram no final do s&eacute;culo anterior, ganharam for&ccedil;a na boca dos intelectuais e l&iacute;deres brasileiros. N&atilde;o demorou muito para que eles passassem a questionar a legitimidade do dom&iacute;nio colonial portugu&ecirc;s e do sistema mon&aacute;rquico absolutista.
A explora&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica e tributa&ccedil;&atilde;o, as restri&ccedil;&otilde;es comerciais ao Brasil, falta de representa&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica significativa do pa&iacute;s nas decis&otilde;es pol&iacute;ticas em Portugal e descontentamento com a corte portuguesa; tudo isso criou um ambiente prop&iacute;cio para que o dom&iacute;nio portugu&ecirc;s fosse questionado. &Agrave; sombra da Revolu&ccedil;&atilde;o Francesa e das Guerras Napole&ocirc;nicas, a busca pela independ&ecirc;ncia se tornou uma vontade.
A Inconfid&ecirc;ncia Mineira (1789) e a Revolu&ccedil;&atilde;o Pernambucana (1817) foram apenas alguns dos epis&oacute;dios que marcaram as movimenta&ccedil;&otilde;es do povo brasileiro em se livrar dos portugueses. A Assembleia Constituinte em Lisboa, que aconteceu em 9 mar&ccedil;o de 1821, frustrou tanto as expectativas do Brasil de que uma nova Constitui&ccedil;&atilde;o pudesse trazer mais autonomia e igualdade para a col&ocirc;nia, que rompeu a tens&atilde;o.
No mesmo ano, se espalharam movimentos e grupos pr&oacute;-independ&ecirc;ncia do Brasil, com figuras importantes, como Jos&eacute; Bonif&aacute;cio de Andrada e Silva, advogando em prol do sentimento nacionalista para que o povo brasileiro reivindicasse seus direitos.
<h2>O atentado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22132355012191.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Para tentar reprimir movimentos locais e manter o controle sobre a col&ocirc;nia, no in&iacute;cio de 1822, houve um aumento significativo de tropas portuguesas em v&aacute;rias partes do Brasil, principalmente na Bahia, onde n&atilde;o apenas o sentimento anti-lusitano era grande como a predomin&acirc;ncia de movimentos radicais que lutavam pela autonomia ou pela independ&ecirc;ncia.
&ldquo;Havia na Bahia uma rela&ccedil;&atilde;o muito conflituosa entre portugueses e nativos, muito por conta da cobran&ccedil;a de impostos, mas tamb&eacute;m por conta da mis&eacute;ria em que muitos escravos e libertos viviam numa regi&atilde;o que estava perdendo cada vez mais a for&ccedil;a para o Rio de Janeiro&rdquo;, observou Victor Missiato, professor do Col&eacute;gio Presbiteriano Mackenzie Tambor&eacute;, em entrevista &agrave; BBC News.
Em 20 de fevereiro de 1822, setores populares baianos se revoltaram com a nomea&ccedil;&atilde;o do militar portugu&ecirc;s, o general Madeira de Melo, para o cargo de governador das Armas da Bahia. Essas "experi&ecirc;ncias de poder", ou seja, como portugueses nascidos no Brasil eram al&ccedil;ados a cargos importantes, tamb&eacute;m figurava como um dos motivos de existirem conflitos na Bahia.
Diante disso, cidad&atilde;os tentaram impugnar a posse do general, causando um embate entre os populares e os soldados baianos contra o militar e seus comandados. O ponto alto do conflito naquele dia foi a tomada do Forte de S&atilde;o Pedro, onde o brigadeiro Manuel Pedro de Freitas Guimar&atilde;es, comandante nativista, foi dominado, preso e enviado para Portugal.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27175746608462.jpg" alt="(Fonte: Mais de Salvador/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mais de Salvador/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Soldados portugueses perseguiram os brasileiros que escaparam do Quartel da Mouraria, que ficava perto do Convento da Lapa. Eles bateram &agrave; porta do local alegando que as religiosas estavam dando abrigo para os fugitivos.
Joana Ang&eacute;lica os atendeu e tentou impedi-los de entrarem no claustro, que era proibido para homens. A cena terminou com a abadessa de 61 anos assassinada a golpes violentos de baioneta desferidos por um dos soldados. Apesar da inclem&ecirc;ncia que os militares trataram a l&iacute;der religiosa, pouparam as outras freiras, autorizadas a serem transferidas para o Convento da Soledade.
Para o historiador Guerra Filho, o gesto de Joana Ang&eacute;lica tamb&eacute;m foi motivado pelo contexto pol&iacute;tico da regi&atilde;o, tanto quanto pelos valores cat&oacute;licos. Afinal, nascida e criada em Salvador, ela tinha percep&ccedil;&atilde;o o suficiente sobre as injusti&ccedil;as e opress&atilde;o portuguesa.
Em 2001, devido ao seu ato de bravura, a Arquidiocese de Salvador submeteu o seu caso &agrave; an&aacute;lise do Vaticano para o processo can&ocirc;nico de beatifica&ccedil;&atilde;o da mulher.

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