De acordo com pesquisadores, alto teor de THC pode aumentar o risco de efeitos adversos para os usuários de canábis. 

A canábis é uma das drogas mais consumidas no mundo, mas ainda há muitas coisas sobre seus efeitos em nosso organismo que não descobrimos. Recentemente, uma pesquisa publicada na Molecular Psychiatry trouxe novas evidências sobre como o uso da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122557-maconha-como-ela-ja-foi-aceita-e-muito-disputada-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha</a>&nbsp;de alta potência pode deixar marcas no nosso DNA. A descoberta, inclusive, pode ajudar a explicar por que algumas pessoas que usam a substância desenvolvem psicose.Para isso, os pesquisadores analisaram amostras de DNA de 239 pessoas que enfrentaram o primeiro episódio de psicose e 443 indivíduos saudáveis, comparando os efeitos do uso de canábis nos dois grupos. Os resultados mostraram que a droga modifica o DNA de formas distintas em pessoas com histórico de psicose, o que pode ser um indicador valioso para identificar quem está mais vulnerável a desenvolver distúrbios mentais.<h2>Riscos da canábis no organismo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/17/17194037946005.jpg" alt="Pesquisadores apontam que a "><figcaption>Pesquisadores apontam que a "canábis de alta potência" é a que mais oferece riscos para a saúde mental. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Nos últimos anos, o teor de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-cbd-e-o-thc-da-maconha-interagem-um-com-o-outro" rel="noopener noreferrer" target="_blank">THC</a>, principal composto psicoativo da canábis, tem aumentado consideravelmente. Em locais como o Colorado, nos Estados Unidos, é possível encontrar produtos com até 90% de THC, o que eleva o risco de efeitos adversos para os usuários. Estudos anteriores já apontavam que o uso diário de canábis com mais de 10% de THC aumenta em cinco vezes a probabilidade de desenvolver psicose em comparação com quem nunca usou a substância.Os sintomas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121452-conheca-6-transtornos-mentais-dos-mais-assustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">psicose</a> associados ao uso da droga incluem alucinações, delírios e paranoia, tornando essas experiências muito debilitantes para quem as enfrenta. “A canábis de alta potência representa um risco maior para a saúde mental, especialmente para aqueles que a consomem regularmente”, explicaram os pesquisadores. O estudo sugere que os padrões de alteração no DNA podem ser a chave para entender essa ligação.Ao analisar o DNA, a pesquisa focou em um processo chamado metilação — que regula a atividade dos genes sem mudar sua estrutura. Os cientistas descobriram que o uso frequente da substância impacta esse processo de forma significativa, principalmente em genes relacionados ao sistema imunológico e à produção de energia.<h2>O estudo da epigenética</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/17/17194240160007.jpg" alt="Indivíduos com histórico de psicose, segundo a pesquisa, teriam seus DNAs modificados de forma distinta pela droga. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Indivíduos com histórico de psicose, segundo a pesquisa, teriam seus DNAs modificados de forma distinta pela droga. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>As alterações epigenéticas — o estudo das alterações nas expressões gênicas — observadas pelos pesquisadores indicam como o uso de canábis pode afetar a expressão dos genes, alterando o funcionamento do organismo. É importante destacar que essas mudanças não podem ser explicadas pelo uso de tabaco, frequentemente misturado à canábis. Esse fato reforça que os efeitos encontrados são realmente consequência do uso da droga.O estudo sugere que os padrões de metilação do DNA poderiam ser utilizados como biomarcadores para identificar pessoas mais propensas a desenvolver psicose. Se isso for comprovado por estudos posteriores, os investigadores argumentam que será possível criar estratégias de prevenção mais eficazes e informar os usuários sobre práticas de consumo mais seguras.Compreender melhor como a canábis altera a biologia do corpo pode ajudar a ciência a desenvolver intervenções direcionadas para reduzir os riscos associados ao uso da substância. Com isso, a pesquisa abre um caminho promissor para proteger a saúde mental dos usuários no futuro próximo.

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Como a maconha pode deixar uma marca no DNA do usuário

Entenda a importância da vitamina A e os mitos que cercam seu consumo.

A vitamina A é uma verdadeira aliada do nosso corpo, responsável por um sem-fim de funções essenciais. Porém, recentemente, as cenouras, essas adoráveis raízes laranjas que tanto amamos, têm enfrentado críticas.Um pequeno grupo na internet começou a soar alarmes sobre a “toxicidade da vitamina A”, como se as cenouras fossem vilãs da saúde. O motivo para essa má reputação? Elas são ricas em betacaroteno, um pigmento que o corpo pode converter em vitamina A.Vamos desvendar essa polêmica e entender por que esse nutriente merece um lugar de destaque em nossa dieta!<h2>Por que a vitamina A tão importante?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/09/09155644375236.jpg" alt="Milhares de crianças perdem a visão anualmente devido à deficiência de vitamina A. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Milhares de crianças perdem a visão anualmente devido à deficiência de vitamina A. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A vitamina A age como um super-herói para o sistema imunológico, ajudando a regular nossas defesas e mantendo a função pulmonar em dia. Ela é vital para nossos olhos e sem ela, podemos acabar com problemas sérios, como a cegueira noturna.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 250 mil a 500 mil crianças ficam cegas a cada ano devido à deficiência desse nutriente.Por sorte, existem muitas maneiras de obter a quantidade certa de vitamina A na nossa dieta. Você pode encontrá-la de duas formas. A forma pré-formada, que está presente em alimentos como peixes, miúdos (alguém aí gosta de fígado?), laticínios e <a href="https://www.megacurioso.com.br/culinaria/102800-5-mitos-sobre-ovos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ovos</a>. E os carotenoides, encontrados em uma variedade de frutas e vegetais, como as cenouras.<h2>O que acontece se exageramos na dose?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/09/09160048682240.jpg" alt="Cuidado com suplementos de vitamina A, pois o excesso pode ser prejudicial à saúde. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Cuidado com suplementos de vitamina A, pois o excesso pode ser prejudicial à saúde. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Obter vitamina A de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127993-por-que-os-vegetais-sao-a-melhor-forma-de-ingerir-vitaminas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fontes naturais</a> e fortificadas é uma tarefa fácil para a maioria das pessoas. No entanto, para quem tem dietas restritivas ou doenças que dificultam a absorção de nutrientes, pode ser necessário um suplemento.É aí que precisamos ter atenção, pois o excesso de vitamina A pode ser perigoso! A hipervitaminose, ou toxicidade A, pode ocorrer quando você ultrapassa a dose diária recomendada. Sintomas como dores de cabeça, náuseas e até problemas de pele podem aparecer.Foi esse medo da hipervitaminose que deu origem a um mito nas redes sociais, com algumas pessoas afirmando que é preciso eliminar todas as fontes de vitamina A da dieta para desintoxicar o organismo. Felizmente, essa ideia de desintoxicação foi desmascarada, pois não têm fundamento científico.Afinal, o corpo humano já possui mecanismos naturais para regular os nutrientes que consome. Quando a vitamina A é obtida por meio de fontes alimentares naturais, o excesso é geralmente eliminado, tornando improvável a ocorrência de hipervitaminose.Então, você pode saborear uma salada colorida sem preocupações. Se você comer demais alimentos com carotenoides, pode até acabar com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127541-e-possivel-se-bronzear-apenas-comendo-cenouras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pele um pouco alaranjada</a>, mas isso é inofensivo e reversível.Portanto, se alguém sugerir que você deve parar de comer cenouras, sorria e continue a desfrutar de uma dieta equilibrada!

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Vitamina A: o que você realmente precisa saber sobre esse nutriente

Confira as principais informações sobre a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV.

Quase todo mundo já ouviu falar alguma vez da PrEP. Seja na escola ou faculdade, em campanhas governamentais, no Carnaval, na balada ou qualquer outra situação semelhante. E, mesmo que não faça ideia do que seja, é provável que alguém do seu convívio a utilize.&nbsp;A Profilaxia Pré-Exposição é uma combinação de medicamentos — também chamada de ''coquetel'' — que funciona para reduzir o risco de contrair o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125119-hiv-40-anos-da-identificacao-do-virus-causador-da-aids.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vírus da Imunodeficiência Humana&nbsp;(HIV)</a> através de relações sexuais.&nbsp;Para entender melhor sobre como ela funciona e seu papel na prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) consultamos o&nbsp;Dr. Sergio Cimerman, professor titular de Infectologia da UNIP. Confira as principais informações a seguir.<h2>PrEP: tudo o que você precisa saber</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/15/15201504806013.jpg" alt="a">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages&nbsp;</a></figure>Assim como os preservativos, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128211-e-possivel-controlar-a-epidemia-da-aids-em-menos-de-uma-decada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">PrEP tem papel crucial no combate ao HIV</a> — e mesmo a outras ISTs. No Brasil, o tratamento preventivo é distribuído amplamente pelo Sistema Único de Saúde&nbsp;(SUS) desde 2018.<h3>Como funciona a PrEP?</h3>O HIV é da família dos&nbsp;retrovírus, assim, a sua prevenção é realizada por meio de medicamentos anti-retrovirais. Atualmente, é utilizado o Tenofovir associado a Emtricitabina via oral. Há também o Cabotegravir, medicamento injetável aprovado pela Anvisa em junho de 2023.A PrEP ''só pode ser prescrita para pessoas acima de 15 anos de idade e com peso corporal acima de 35 kg'', conforme o&nbsp;professor da UNIP, Dr. Sergio Cimerman.<h3>Quem pode usar a PrEP e como usá-la</h3>Como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114525-como-funciona-o-tratamento-que-pode-evitar-a-infeccao-por-hiv.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">PrEP é para a pré-exposição ao HIV</a>, ela deve ser tomada por pessoas não infectadas, mas em situação de vulnerabilidade ao vírus, como: com parceiros soropositivos, que não utilizam preservativos, ou que utilizam a Profilaxia Pós-Exposição frequentemente. Há, ainda, o uso pontual, por pessoas que eventualmente se encontram situações de risco planejadas.&nbsp;<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/15/15201807031015.jpg" alt="a">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages&nbsp;</a></figure>Assim, os dois métodos de uso são: o diário, com a ingestão de um comprimido todos os dias; e o sob demanda, com esquema de ingestão de comprimidos antes e após a relação. Segundo Cimerman, ''a escolha é compartilhada entre médico e paciente que acabam por decidir juntos a melhor opção baseado em dados clínicos''.&nbsp;<h3>Ela tem efeitos colaterais?</h3>Os medicamentos que compõe a PrEP são amplamente testados e seguros, mas podem apresentar efeitos colaterais como náusea, dor de cabeça, e&nbsp;mal-estar. Porém, como informou o Dr. Cimerman ao Mega Curioso, esses efeitos são ''mínimos e transitórios''.&nbsp;Todavia, o professor alerta que, quem deseja utilizar a PrEP, ''deve informar ao médico remédios que faça de uso crônico, pois alguns podem causar interação''.<h3>Como ter acesso à PrEP?</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/15/15201858630016.jpg" alt="a">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages&nbsp;</a></figure>Conforme mencionamos anteriormente, a Profilaxia Pré-Exposição é distribuída gratuitamente pelos SUS. Segundo o professor e infectologista, a distribuição é ''baseada em um&nbsp;protocolo bem estabelecido com regras e normas a serem seguidas''. Essas normas incluem:<ul><li>Acompanhamento regular de saúde</li><li>Funcionamento adequado dos rins e do fígado</li><li>Testagem para o HIV e outras ISTs</li><li>Testagem para hepatites virais e vacinação para hepatite B</li><li>Avaliação do histórico de fraturas &nbsp;</li></ul>Enquanto o preenchimento do formulário para iniciar o uso da PrEP pode ser preenchido por qualquer médico, o professor da UNIP recomenda a&nbsp;consulta e acompanhamento com um infectologista ''que já detém experiencia no manejo destas drogas e, assim, poderá orientar o paciente com mais propriedade''.Com todos os requisitos preenchidos e exames feitos, basta procurar <a href="https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/prevencao-combinada/prep-profilaxia-pre-exposicao/onde-encontrar-a-prep" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os locais que fazem a distribuição da PrEP na sua região</a>. ''Os medicamentos devem ser buscados presencialmente, com a receita e o formulário devidamente preenchidos'', informa o Dr. Cimerman.<h2>Além do HIV</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/15/15201941756017.jpg" alt="a">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages&nbsp;</a></figure>A PrEP é uma grande aliada na prevenção da HIV e outras ISTs, afinal ela exige que os usuários façam&nbsp;testagens e exames regulares, além do acompanhamento médico contínuo.&nbsp;Entretanto, é importante ressaltar que o uso do preservativo&nbsp;ainda é a principal forma de prevenção, pois a PrEP funciona apenas contra o HIV, e os usuários continuam suscetíveis às outras infeções sexualmente transmissíveis.Nesse sentido, o Dr. Cimerman recomenda que o paciente seja sempre honesto em sua abordagem com o médico. ''Assim, ele poderá fazer contigo uma decisão mais solida e orientar, também, sobre as diversas ISTs que também podem ser adquiridas''.&nbsp;Dessa forma, ele afirma que, ''na sua triagem, ele poderá solicitar exames específicos e orientar sobre algumas imunizações que podem ser importantes''. Por fim, o professor da UNIP conclui que o fator principal para o sucesso de prevenções e tratamentos ''é uma relação de confiança entre o médico e o paciente''.&nbsp;

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PrEP e qual a importância dela no combate a epidemias de ISTs?

Entenda por que o corpo humano não permite que você se sufoque apenas segurando o ar.

Você já se perguntou se é possível sufocar simplesmente <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118298-croata-fica-mais-de-24-minutos-sem-respirar-e-bate-recorde-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prendendo a respiração</a>? Apesar do esforço que algumas pessoas podem fazer, a resposta é não. O corpo humano possui mecanismos automáticos que garantem que, mesmo que você tente parar de respirar por conta própria, o sistema respiratório reiniciará antes que danos graves ocorram.<h2>O cérebro tem tudo sob controle</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/06/06221121834020.jpg" alt="O cérebro mantém o ritmo da respiração automaticamente, garantindo que a pessoa continue respirando mesmo sem perceber. (Fonte: Getty Image/Reprodução)"><figcaption>O cérebro mantém o ritmo da respiração automaticamente, garantindo que a pessoa continue respirando. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O nosso cérebro tem várias áreas que trabalham juntas para garantir que a gente continue respirando, mesmo sem perceber. O córtex motor, por exemplo, é como o alarme que soa quando paramos de respirar e manda sinais para a parte do cérebro responsável pela respiração, localizada no tronco cerebral.Essa área comanda os músculos que ajudam na respiração, como o diafragma (aquele que faz seus pulmões inflarem e desinflarem), além dos músculos entre as costelas, que dão uma mãozinha na expansão do peito quando você puxa o ar.&nbsp;Além disso, tem um pedaço do tronco cerebral chamado complexo pré-Bötzinger, que age como um “marca-passo respiratório”, controlando o ritmo da sua respiração. E mesmo quando você está segurando o ar, essa parte do cérebro continua funcionando, pronta para fazer você respirar novamente.É como se fosse o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/110457-voce-sabe-por-que-nao-precisa-lembrar-de-respirar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">piloto automático da respiração</a>, sempre ligado, não importa o que você faça.<h2>O corpo manda sinais de alerta quando algo está errado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/06/06221429153021.jpg" alt="Os pulmões também têm sensores que alertam quando é hora de respirar novamente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os pulmões também têm sensores que alertam quando é hora de respirar novamente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Agora, quando o assunto é prender a respiração, o corpo tem outros truques na manga. Temos células chamadas quimiorreceptores, que ficam de olho nos níveis de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122070-por-que-o-corpo-humano-precisa-de-oxigenio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oxigênio</a> e dióxido de carbono.Elas estão espalhadas no cérebro e no pescoço e, quando percebem que o CO2 está subindo demais (o que acontece rápido quando você para de respirar), elas mandam um aviso para o cérebro: “Ei, tá na hora de respirar!”. É como se fosse o alarme de emergência do corpo, garantindo que a pessoa não passe muito tempo sem oxigênio.Além desses sensores, os pulmões também têm seus próprios mecanismos de alerta. Quando eles param de se expandir e contrair — o que acontece quando você prende a respiração — os receptores lá dentro dão o grito, avisando o cérebro que algo não está certo. Nesse momento, o seu corpo meio que “te força” a respirar de novo, antes que as coisas fiquem complicadas.Ou seja, segurar a respiração até se sufocar simplesmente não funciona. O corpo é programado para fazer a pessoa respirar de novo, mesmo que tente o contrário. E embora você possa até desmaiar, o sistema dá um jeito de te salvar antes que o oxigênio acabe.É uma prova de que o corpo sempre encontra uma forma de nos proteger, mesmo quando tentamos forçar nossos limites.

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É possível se sufocar prendendo a respiração?

A febre pode ser uma aliada do sistema imunológico, mas também um possível risco.

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128289-o-que-acontece-com-nosso-corpo-durante-uma-febre.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">febre</a> é um dos sinais mais óbvios de que o corpo está travando uma batalha contra uma infecção. Sentir o corpo quente, os calafrios, a fraqueza... tudo isso faz parte da experiência. Mas, será que ela é só uma resposta incômoda, ou realmente está ajudando nosso organismo?Um estudo recente, realizado por pesquisadores do Vanderbilt University Medical Center (VUMC), investigou o papel da febre na nossa defesa contra invasores. As descobertas foram publicadas na revista Science Immunology.<h2>A febre como aliada do corpo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/09/09141302452197.jpg" alt="Febres acima de 39 °C fortalecem a resposta imunológica, acelerando a atividade das células T. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Febres acima de 39 °C fortalecem a resposta imunológica. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A febre tem um papel essencial no combate a infecções. O aumento da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121187-qual-e-a-temperatura-normal-do-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperatura corporal</a> dificulta a ação dos micróbios e impulsiona o sistema imunológico.Segundo os pesquisadores, as temperaturas típicas da febre, em torno dos 39 °C, aceleram a atividade de células T, responsáveis por várias funções importantes na defesa do corpo. Essas células se tornam mais eficientes, aumentando sua capacidade de responder a infecções. É como se o calor “turbinasse” a ação das células defensoras.Ao mesmo tempo, a febre também reduz a atuação das células que costumam segurar o ímpeto do sistema imunológico, dando mais liberdade para ele agir com força total. Mas, como tudo na vida, o excesso pode ser prejudicial.Não são todas as células do sistema imunológico que lidam bem com o calor. As células Th1, que ajudam a combater <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111660-nem-todos-os-virus-sao-prejudiciais-e-alguns-podem-proteger-a-nossa-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vírus</a>, sofrem bastante em temperaturas altas e muitas acabam morrendo com o estresse causado pela febre. Contudo, as que sobrevivem voltam ainda mais fortes, mais rápidas e eficientes em sua função.<h2>Quando a febre deixa de ser amiga</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/09/09141441729198.jpg" alt="Febres altas prolongadas podem aumentar o risco de doenças inflamatórias, como a de Crohn. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Febres altas prolongadas podem aumentar o risco de doenças inflamatórias, como a de Crohn. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar desses benefícios, é importante lembrar que nem toda febre é boa. Quando ela se torna muito alta ou dura por muito tempo, o corpo pode começar a pagar o preço.O calor constante afeta o sistema imunológico e também prejudica o funcionamento das mitocôndrias, que são as usinas de energia das nossas células. Sob temperaturas elevadas, elas ficam menos eficientes, o que pode causar danos às células e até ao DNA.Esse cenário se torna mais preocupante quando pensamos em inflamações crônicas. Por exemplo, doenças como Crohn, que causam inflamações prolongadas no intestino, já estão associadas a um risco maior de câncer de cólon.E agora, os cientistas suspeitam que o calor gerado pela inflamação possa contribuir para mutações celulares que levam ao crescimento de tumores. Ainda são necessárias mais pesquisas para confirmar essa relação, mas os primeiros indícios já nos deixam alerta.Ou seja, uma febre moderada, de vez em quando, pode ser ótima para o corpo se defender de infecções. Mas quando a temperatura alta se torna constante ou muito intensa, ela pode causar mais problemas do que realmente ajudar.

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A febre realmente ajuda a combater infecções ou é um perigo fatal?

Descubra como o estilo de vida e a cultura contribuem para a longevidade dos centenários japoneses.

Além da cultura e tradições milenares, o Japão intriga o mundo com seu elevado número de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/as-pessoas-realmente-viviam-ate-os-100-anos-ou-mais-nos-tempos-antigos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">centenários</a>. Em 1963, o país tinha apenas 153 pessoas com mais de 100 anos. Hoje, são mais de 95 mil!É algo que chama a atenção, não é? O que será que eles estão fazendo de diferente? Especialistas apontam para uma combinação poderosa de fatores que explica esse fenômeno. E, claro, há também aquela famosa sabedoria japonesa de aproveitar a vida sem pressa.<h2>Estilo de vida saudável</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/24/24195439004392.jpg" alt="Estilo de vida e prevenção são os segredos da longevidade japonesa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Estilo de vida e prevenção são alguns dos segredos da longevidade japonesa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um dos grandes trunfos dos japoneses para viver tanto tempo é, sem dúvida, seu estilo de vida. Em regiões rurais, onde o ritmo é bem mais tranquilo do que nas grandes cidades, as pessoas parecem ter descoberto a fórmula da longevidade.A calma no dia a dia já faz parte da rotina, e o estresse, grande vilão das sociedades modernas, é quase um intruso por lá. E não é só isso: o sistema de saúde japonês é universal e extremamente eficiente. Caso alguém precise de um tratamento, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/exames-de-sangue-explicam-porque-ha-tantas-pessoas-com-100-anos-no-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diagnóstico</a> e o tratamento chegam rápido.Outro fator importante é a prevenção. Os japoneses fumam menos, bebem moderadamente e se exercitam muito mais do que a maioria dos ocidentais. Isso fica claro nos números: 70% das pessoas entre 60 e 69 anos, e metade daqueles com mais de 70, estão ativos em alguma forma de trabalho, voluntariado ou atividades físicas.Imagine chegar aos 80 ou 90 anos ainda cheio de energia, movendo o corpo e estimulando a mente! Parece o sonho de muitos, mas no Japão, é a realidade de vários.<h2>Dieta equilibrada e o “Meiwaku”</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/24/24195720006393.jpg" alt="A dieta japonesa, leve e nutritiva, é um dos segredos da longevidade no país. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A dieta japonesa, leve e nutritiva, é um dos segredos da longevidade no país. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outro segredo da longevidade japonesa está no que vai para o prato. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103760-por-que-os-asiaticos-sao-magros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dieta tradicional</a> é rica em peixes, vegetais e alimentos de baixa caloria, o que reduz a mortalidade por doenças cardiovasculares em até 15%.E não podemos esquecer da famosa ilha de Okinawa, onde a comida saudável e a moderação são quase uma religião. Lá, para cada 100 mil habitantes, 68 têm mais de 100 anos. A receita parece simples: alimentos frescos e nada de exageros.Além da alimentação, há um aspecto cultural muito forte no Japão que também tem impacto direto na vida longa dos idosos: o conceito de "Meiwaku". Esse termo traduz o medo de se tornar um fardo para a família.Para evitar isso, os japoneses mais velhos fazem questão de se manterem ativos, seja com exercícios físicos, seja com atividades sociais. É como se a cultura estivesse constantemente lembrando os idosos de que a vida não para aos 60, 70 ou 80 anos — ela continua a todo vapor.

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Japoneses descobriram o segredo da longevidade! E é fazer exatamente o que você não quer

A Klebsiella pneumoniae se tornou uma das mais virulentas e mortais das bactérias.

Uma superbactéria resistente a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/novo-antibiotico-para-combater-os-supervirus-promete-ser-imbativel" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antibióticos</a> tem colocado em risco a saúde de humanos e de animais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A Klebsiella pneumoniae, que é multirresistente, já causou a morte de muitas pessoas em pelo menos 16 países.E como será que ela adquiriu essa resistência aos medicamentos? Novos estudos trazem pistas sobre como essa bactéria, que era até então relativamente comum no trato intestinal, passou a esse estágio de periculosidade.<h2>O surgimento da superbactéria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/29/29165247455000.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Desde 2011 os médicos começaram a detectar casos graves de infecção pela Klebsiella pneumoniae.&nbsp;(Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Há cerca de uma década, médicos do mundo todo começaram a relatar casos de uma nova cepa hipervirulenta da&nbsp;Klebsiella pneumoniae.&nbsp;Um deles foi o médico Thomas A. Russo, da Universidade de Buffalo, que tratou o primeiro caso dessa infecção em 2011, quando um jovem sem outras <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118678-o-que-significa-comorbidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comorbidades</a> ficou hospitalizado por meses.O paciente acabou se recuperando completamente, mas o médico resolveu investigar mais sobre essa bactéria hipervirulenta, uma vez que ela era capaz de infectar e causar grandes danos a indivíduos saudáveis, tornando-se resistente a medicamentos.Desde então, a bactéria se espalhou pelo mundo e gerou novas cepas mais resistentes, capazes de provocar infecções fatais. Por conta disso, essas cepas foram apelidadas de “as verdadeiras e temidas superbactérias”.No início de 2024, o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças da União Europeia relatou um aumento nos casos de contaminação por Klebsiella pneumoniae hipervirulenta, com cepas que são resistentes até aos antibióticos chamados de carbapenêmicos, que são tidos como os que devem ser usados como último recurso.<h2>Novas descobertas sobre a Klebsiella pneumoniae&nbsp;</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/29/29111419955012.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Estudos visam entender como as novas cepas da bactéria se formam. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O médico Thomas A. Russo publicou estudos nos quais identifica quais foram os elementos genéticos que transformaram a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111907-vacina-contra-superbacteria-e-desenvolvida-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Klebsiella pneumoniae</a> clássica (que infectava apenas pessoas imunocomprometidas no ambiente de assistência médica) na Klebsiella pneumoniae hipervirulenta, capaz de causar danos sérios em pessoas saudáveis.Sua pesquisa, que foi publicada no periódico eBioMedicine, é a primeira a determinar os fatores genéticos que criaram essa super-resistência. “Nosso objetivo com este estudo foi decifrar como vários fatores genéticos contribuem para essa hipervirulência, a fim de orientar o desenvolvimento de terapias preventivas, tratamentos e estratégias de controle para Klebsiella pneumoniae&nbsp;hipervirulenta”, afirmou Russo.Sua equipe de pesquisadores conduziu uma investigação com quatro cepas clínicas da superbactéria. Em seguida, eles criaram e testaram mutantes das cepas, incluindo o plasmídeo (que designa as moléculas de DNA circular que se reproduzem independentemente do DNA cromossômico da bactéria) presente nelas. Segundo Russo, esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127618-miniorgao-recem-descoberto-defende-dna-de-ataques.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plasmídeos</a> contêm múltiplos genes, e podem talvez aumentar a virulência ou conferir resistência maior a elas.As descobertas indicam que os plasmídeos podem ser responsáveis pelo aumento da virulência da bactérias. “Os fatores genéticos definidos como os mais importantes quantitativamente podem ser alvos terapêuticos potenciais para o desenvolvimento de contramedidas”, diz Russo. Estudos seguem sendo feitos no intuiito de melhorar os tratamentos contra essa bactéria.

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Klebsiella: uma bactéria comum que se tornou supermortal

Diferente do que muita gente pensa, não se morre apenas por conta da idade.

É comum que as pessoas digam que um idoso "morreu de velhice". Mas a frase é imprecisa, já que velhice não é uma doença e, portanto, não pode ser a causa da morte de ninguém.Então o que será que acontece? Se as pessoas não morrem por estarem velhas demais, isso significa que elas morrem do quê?<h2>A causa da morte por velhice</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/29/29104036837004.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>A idade avançada nunca será a causa da morte de alguém. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure><div aria-level="3" data-attrid="wa:/description" data-hveid="CB4QAA">Dito de outra forma: é possível sim morrer por estar velho demais, mas a idade avançada, sozinha, nunca será a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123391-as-8-causas-mais-comuns-de-morte-em-todo-o-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">causa da morte</a>. Não é a velhice que mata, mas sim as doenças que decorrem por causa dela.</div>É o que esclarece a médica Elizabeth Dzeng, que é professora na Universidade da Califórnia, em São Francisco. “Sempre há outras doenças preexistentes, ou novas doenças, que causam as mortes em questão. 'Velhice' não é algo que você colocaria em uma certidão de óbito — muito provavelmente, seria algo como parada cardíaca, que ocorre devido a algum problema subjacente, como uma infecção, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125274-o-que-acontece-no-corpo-durante-um-ataque-cardiaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ataque cardíaco</a> ou câncer”, declarou ao site Gizmodo.O fato é que algumas doenças, que também podem aparecer nas pessoas mais jovens, se tornam mais frequentes quando ficamos idosos. “Com pneumonia, por exemplo, os idosos podem não mostrar os sinais normais de infecção — eles podem, em vez disso, apresentar alto nível de açúcar no sangue, se forem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/veneno-de-caramujo-marinho-mortal-pode-normalizar-glicose-em-diabeticos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diabéticos</a>, ou se tiverem demência, eles podem apenas apresentar mudanças em seu estado mental: confusão aumentada, incapacidade de fazer as coisas que normalmente fariam. Quando somos mais velhos, e esse tipo de coisa acontece, podemos não atribuir isso ao processo da doença subjacente", acrescenta Dzeng.<h2>O conceito de velhice</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/29/29104106811006.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>A velhice passou a ser mais compreendida pelos médicos com o passar dos anos. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Na verdade, velhice é um conceito que se tornou mais complexo ao passar dos anos, o que também acompanhou o conhecimento sobre as causas de uma morte. Até algumas décadas atrás, as profissões de saúde tinham menos ferramentas para fazer diagnósticos.&nbsp;Por isso, "morrer de velhice" até fazia algum sentido. Soma-se a isso ao fato de que, até 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluía “velhice” como causa de morte em seu manual de dados da <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/232088-burnout-reconhecida-doenca-ocupacional-veja-muda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Classificação Internacional de Doenças</a> (CID). Desde então, o CID foi substituído &nbsp;por “declínio biológico associado ao envelhecimento na capacidade intrínseca”. Hoje em dia, falar que alguém morreu de velhice significa que não se sabe a exata causa de sua morte – seja por falta de informação ou pela ausência de um exame adequado.Aqui, há uma curiosidade. Certos países ainda usam bastante essa expressão para designar a morte de idosos de idade avançada. No Japão, por exemplo, a doença rosui, cujo conceito é "declínio associado à velhice", foi a terceira principal causa de morte em 2021. “Hoje em dia, diríamos: 'Ela tinha todos os tipos de condições, mas como era velha, digamos que morreu de velhice'”, afirmou o gerontologista Akihisa Iguchi ao jornal The Wall Street Journal.Soma-se a isso o fato de que muitas famílias até preferem não saber a causa exata que levou à morte de um parente de idade avançada. Quando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120785-10-momentos-da-rainha-elizabeth-ii-antes-de-assumir-o-trono.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rainha Elizabeth II</a> faleceu em 2022, a causa dada foi "velhice". A razão real de morte nunca foi revelada pela família real.

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É realmente possível "morrer de velho"?

Entenda como uma técnica alemã do início do século 20, destinada a eliminar a dor do parto, se tornou um pesadelo para as mulheres.

No início do século 20, o nascimento de um filho era um processo arriscado e doloroso para as mulheres. Com a promessa de revolucionar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/74078-13-lugares-inacreditaveis-onde-ja-aconteceram-partos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parto</a> e eliminar a dor, o “twilight sleep”, ou "sono crepuscular" surgiu como uma técnica inovadora na Alemanha.Tratava-se de um estado de sedação leve ou anestesia, onde a paciente experimentava uma diminuição da consciência, mas ainda poderia responder a estímulos Aclamado como uma libertação feminina, o método, no entanto, escondeu um lado sombrio que causaria sofrimento e traumas.<h2>A esperança de um parto indolor</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/04/04113934809128.jpg" alt="Mãe e seu filho, nascido sob o método twilight sleep. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Mãe e seu filho, nascido sob o método "twilight sleep". (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O "twilight sleep" foi desenvolvido por Bernhardt Kronig e Karl Gauss na Alemanha, no início do século 20. A técnica consistia em administrar uma combinação de escopolamina e <a href="https://www.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/45553-conheca-a-historia-de-como-a-morfina-foi-inventada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morfina</a> para induzir amnésia e aliviar a dor do parto sem apagar a consciência das mulheres.A popularidade do método cresceu rapidamente, impulsionada por relatos positivos e pela defesa de feministas da época, que o viam como um passo significativo na libertação das mulheres da dor e do sofrimento associados à maternidade.A técnica ganhou destaque internacional, especialmente nos Estados Unidos, onde foi promovida pela National Twilight Sleep Association (NTSA). Mulheres ricas e influentes viajaram para a Alemanha para experimentar o parto indolor e, ao retornar, espalharam relatos elogiosos.A sedação parecia ser a solução definitiva para um parto sem dor, atraindo a atenção de médicos e pacientes em todo o mundo.<h2>O pesadelo da prática e suas consequências</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/04/04114230727132.jpg" alt="Imagem mostrando como as mulheres eram preparadas para o parto sob sedação, com os olhos cobertos e os braços imobilizados. (Fonte: IFL Science/Reprodução)"><figcaption>Imagem mostrando como as mulheres eram preparadas para o parto sob sedação, com os olhos cobertos e os braços imobilizados. (Fonte: IFLScience/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar das promessas iniciais, a prática da sedação logo revelou graves falhas. A técnica, que exigia doses personalizadas e administração cuidadosa, foi aplicada de forma padronizada em muitas clínicas, resultando em efeitos colaterais severos. As mulheres eram frequentemente deixadas em estado de delírio e, muitas vezes precisavam ser contidas para evitar ferimentos.A amnésia induzida pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119506-escopolamina-a-droga-mais-assustadora-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escopolamina</a> impedia que as mães reconhecessem seus filhos ao nascer, contribuindo para altos índices de depressão pós-parto. Além disso, o uso de fórceps tornou-se comum devido à incapacidade das mulheres de colaborar no parto, aumentando os riscos de lesões para mãe e bebê.A técnica também resultava em bebês nascidos com respiração deprimida, uma situação alarmante que muitas vezes exigia medidas drásticas para a ressuscitação dos recém-nascidos. Eventualmente, o método foi amplamente criticado e caiu em desuso.O que começou como uma promessa de libertação da dor para as mulheres, logo se transformou em um dos episódios mais sombrios da história da obstetrícia. O caso trouxe à tona os perigos de práticas médicas mal executadas. Sua história serve como um lembrete de que soluções milagrosas podem levar a consequências trágicas.

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Twilight Sleep: a promessa de parto sem dor que virou pesadelo

Novos estudos revelam como os hormônios sexuais modulam o sistema imunológico, explicando diferenças nas respostas a doenças entre homens e mulheres.

Um estudo recente revelou um fato impressionante sobre o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118774-o-que-e-o-sistema-imunologico-e-como-ele-funciona.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistema imunológico</a>: os hormônios sexuais desempenham um papel crucial na sua regulação. Essa descoberta, liderada por cientistas suecos, explica por que homens e mulheres têm respostas imunológicas tão diferentes.&nbsp;Até então, pensava-se que as diferenças entre os sexos no sistema imunológico eram principalmente atribuídas à genética. No entanto, os hormônios parecem ser os verdadeiros protagonistas dessa história. Isso tem implicações significativas, não apenas para entender melhor como o corpo lida com infecções, mas também para o desenvolvimento de novos tratamentos para doenças.<h2 style="text-align:justify;">Hormônios em ação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16211456138065.jpg" alt="Hormônios tem mais importância no sistema imunológico do que acreditávamos antes. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Segundo pesquisa, os hormônios têm mais importância no sistema imunológico do que acreditávamos. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo, que analisou homens <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121632-quais-sao-os-maiores-equivocos-sobre-pessoas-trans-e-nao-binarias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transgênero</a> passando por terapia hormonal de afirmação de gênero, demonstrou que a testosterona e o estrogênio afetam profundamente o equilíbrio entre dois componentes cruciais do sistema imunológico: o interferon tipo 1 (IFN-1), com funções antivirais, e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), um agente pró-inflamatório.&nbsp;Ao aumentar os níveis de testosterona e reduzir os de estrogênio, os pesquisadores observaram mudanças nas respostas imunológicas, aproximando o perfil imunológico dos homens trans ao dos homens cis. Isso mostrou que os hormônios, e não os cromossomos, regulam grande parte das funções imunológicas.Essas descobertas são especialmente importantes quando se trata de entender por que homens e mulheres reagem de maneiras tão diferentes a doenças e <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/4-fatos-sobre-a-importancia-das-vacinas-nos-ultimos-50-anos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacinas</a>.&nbsp;Por exemplo, homens têm maior risco de complicações graves e mortalidade em infecções como a COVID-19, enquanto as mulheres costumam ter respostas mais eficazes às vacinas, mas com maiores efeitos colaterais. Além disso, as mulheres também enfrentam um risco maior de doenças autoimunes, como o lúpus e a Esclerose Múltipla (EM).&nbsp;Ao que o estudo indica, essas respostas divergentes podem ser explicadas pelas diferenças hormonais que influenciam diretamente como o sistema imunológico responde a ameaças.A pesquisa com 23 homens trans em tratamento com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126985-a-testosterona-faz-com-que-os-homens-chorem-menos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">testosterona</a> mostrou aumento significativo nos níveis do hormônio após três meses, enquanto o estradiol diminuiu. Houve mudanças nas células imunológicas, afetando a função de células específicas, como as dendríticas plasmocitoides, essenciais na resposta antiviral, sem alterar o número total de glóbulos brancos.As vias imunológicas que envolvem o TNF-a e o IFN-1 também foram alteradas, sugerindo que o corpo modula a inflamação e a resposta a infecções de maneira diferente dependendo dos níveis hormonais.<h2 style="text-align:justify;">O que esperar do futuro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/16/16212506895066.jpg" alt="O sistema imunológico do homem e da mulher respondem de forma distinta às doenças. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O sistema imunológico do homem e da mulher responde de forma distinta às doenças. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os hormônios sexuais, de acordo com os pesquisadores, desempenham um papel vital na manutenção do equilíbrio imunológico. Isso não apenas ajuda a explicar por que certas doenças afetam homens e mulheres de maneira distinta, mas também abre portas para novos <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/4-tratamentos-promissores-no-combate-ao-cancer" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tratamentos</a>.&nbsp;Compreender como os hormônios modulam o sistema imunológico pode levar ao desenvolvimento de medicamentos que imitam esses efeitos para tratar doenças autoimunes e melhorar respostas imunológicas. Essas descobertas também são importantes para a saúde de pessoas transgênero, que podem exigir acompanhamento especializado devido às mudanças causadas pela terapia hormonal.Embora o estudo tenha focado na testosterona, é preciso explorar mais o impacto de hormônios como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121138-qual-a-relacao-entre-hormonios-sexuais-e-gordura-localizada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrogênio</a> no sistema imunológico. Pesquisas futuras com amostras maiores e participantes de diferentes identidades de gênero são essenciais para entender melhor como o sistema imunológico se adapta às variações hormonais ao longo da vida.Em suma, a pesquisa deixa claro que os hormônios sexuais não são apenas reguladores da reprodução e das características sexuais, mas também atores centrais na nossa capacidade de combater doenças. A descoberta traz uma nova perspectiva para a medicina, abrindo possibilidades para tratamentos mais personalizados e eficazes que levem em conta o perfil hormonal de cada indivíduo.

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