Imagem de Como o Viagra surgiu a partir da dinamite? no megacurioso

Em 1846, o químico Christian Friedrich Schönbein estava fazendo experimentos na sua cozinha quando descobriu uma fórmula 'mágica'

O Viagra &eacute; de longe um dos medicamentos mais vendidos na hist&oacute;ria da humanidade. Desde que a f&oacute;rmula original passou a ser comercializada em 1998, a farmac&ecirc;utica Pfizer viu uma oportunidade de lucrar muito dinheiro. Inclusive, a empresa chegou a faturar US$ 2 bilh&otilde;es por ano com a venda da droga causadora de ere&ccedil;&otilde;es em homens.
Entretanto, essa droga milagrosa que ajuda 62 milh&otilde;es de homens pelo mundo inteiro a funcionarem sexualmente quase n&atilde;o existiu se n&atilde;o fosse um experimento inusitado envolvendo <a href="https://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/102000-confira-5-das-substancias-quimicas-mais-explosivas-ja-criadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinamite</a>. Curioso para saber como essa hist&oacute;ria termina? Ent&atilde;o conhe&ccedil;a um pouco mais do Viagra e de que maneira ele surgiu no meio "dessa bagun&ccedil;a"!
<h2 class="uk-text-justify">Experimentos qu&iacute;micos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/20/20193718182504.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Em 1846, o qu&iacute;mico alem&atilde;o-su&iacute;&ccedil;o Christian Friedrich Sch&ouml;nbein estava em casa, na Basileia, fazendo experimentos. Por acidente, ele acabou derramando uma mistura de &aacute;cido sulf&uacute;rico e n&iacute;trico no balc&atilde;o da cozinha. Para limpar tudo, ele decidiu pegar o pano mais pr&oacute;ximo que encontrou e depois o pendurou no fog&atilde;o para secar.
Assim que o avental de algod&atilde;o secou, ele explodiu prontamente. Foi ent&atilde;o que Sch&ouml;nbein descobriu que havia criado a nitrocelulose, o primeiro explosivo de nitrato do mundo, algo que revolucionaria a hist&oacute;ria nos pr&oacute;ximos 100 anos. Esse se tornou o primeiro substituto pr&aacute;tico para a p&oacute;lvora em armas de fogo.
No ano seguinte &agrave; descoberta de Sch&ouml;nbein, o qu&iacute;mico italiano Ascanio Sobrero, trabalhando com o qu&iacute;mico franc&ecirc;s Th&eacute;ophile-Jules Pelouze, na Universidade de Turim, combinou a mesma mistura de &aacute;cido n&iacute;trico-sulf&uacute;rico com glicerina para produzir um l&iacute;quido oleoso que ele chamou de piroglicerina ou simplesmente nitroglicerina. Ent&atilde;o, a situa&ccedil;&atilde;o escalou.
<h2 class="uk-text-justify">Nitroglicerina na Medicina</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/20/20193720807505.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
A nitroglicerina acabou virando o primeiro alto explosivo verdadeiro do mundo, principalmente pela capacidade de se decompor quimicamente por meio de uma onda de choque explosiva que passa pelo material em velocidades supers&ocirc;nicas. Por ser um composto altamente inst&aacute;vel, a nitroglicerina precisa de muito cuidado para ser usada industrialmente.
Anos se passaram e diversos inventores tentaram "domar" a nitroglicerina, at&eacute; que Alfred Nobel conseguiu combin&aacute;-la para virar uma subst&acirc;ncia mais flex&iacute;vel e control&aacute;vel chamada de "dinamite". Anos se passaram at&eacute; o&nbsp;m&eacute;dico brit&acirc;nico William Murrel descobrir que a nitroglicerina dilu&iacute;da poderia ser usada para tratar pacientes que sofriam de angina e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118484-6-sintomas-que-podem-indicar-hipertensao-arterial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hipertens&atilde;o</a>, em 1878.&nbsp;
Nas d&eacute;cadas seguintes, a nitroglicerina foi cada vez mais prescrita para todas as variedades de doen&ccedil;as card&iacute;acas. Em todos os casos, o princ&iacute;pio ativo &eacute; dilu&iacute;do a uma concentra&ccedil;&atilde;o de 1%, eliminando o potencial explosivo. Durante 100 anos, o produto foi experimentado clinicamente, e mais informa&ccedil;&otilde;es foram sendo descobertas sobre ele.
<h2 class="uk-text-justify">Cria&ccedil;&atilde;o do Viagra</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/20/20193723400506.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Com o passar do tempo, os cientistas descobriram que o uso da nitroglicerina ajudava na expans&atilde;o dos vasos sangu&iacute;neos, algo chamado de vasodilata&ccedil;&atilde;o. Esse efeito fisiol&oacute;gico fez mais estudiosos acharem que o elemento nitrog&ecirc;nio era a chave para que mais processos acontecessem.
Essa conex&atilde;o foi estabelecida apenas em 1970. Em 1977, o farmacologista Ferid Murad e seus colegas da Universidade da Virg&iacute;nia descobriram que a nitroglicerina e compostos semelhantes funcionavam estimulando a libera&ccedil;&atilde;o de uma subst&acirc;ncia que eles chamaram de fator relaxante derivado do endot&eacute;lio.&nbsp;
Com isso, uma revolu&ccedil;&atilde;o foi criada na Farmacologia, e foi da&iacute; que surgiu o sildenafil, medicamento semelhante produzido pela Pfizer nos anos 1990. O medicamento n&atilde;o se mostrou t&atilde;o efetivo para casos de hipertens&atilde;o, mas os pacientes demonstraram um efeito colateral inusitado: ere&ccedil;&otilde;es incontrol&aacute;veis.
Por completo acidente, os farmac&ecirc;uticos descobriram que o &oacute;xido n&iacute;trico liberado pelo&nbsp;sildenafil n&atilde;o estava agindo como esperado, ou seja, sobre os vasos sangu&iacute;neos do cora&ccedil;&atilde;o, mas sim sobre os corpos cavernosos dos p&ecirc;nis dos pacientes. Foi a&iacute; que o medicamento passou a ser usado em casos de disfun&ccedil;&atilde;o er&eacute;til e come&ccedil;ou a ser vendido sob o nome&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/33556-mito-ou-verdade-o-viagra-pode-melhorar-o-desempenho-esportivo-de-atletas-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Viagra</a> no mundo todo em 1998 &mdash; tudo fruto de muito estudo e coincid&ecirc;ncia.

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Como o Viagra surgiu a partir da dinamite?

Imagem de Síndrome do celibato: jovens japoneses desistiram de se relacionar no megacurioso

O fenômeno é fruto de uma estrutura social problemática e de desigualdade de gênero. O governo teme a 'extinção' diante às taxas de natalidade mais baixas do mundo

<head></head><body>Conforme uma pesquisa de setembro de 2016, encomendada pelo governo do Japão através do National Institute of Population and Social Security Research, cerca de 42% dos homens e 44,2% das mulheres — quase metade dos solteiros<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106572-o-que-e-a-geracao-millennial-e-porque-essas-distincoes-existem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;millennials&nbsp;</a>do país —, com idades entre 18 e 34 anos, ainda são virgens.Enquanto esses não demonstram nenhum interesse em praticar sexo, 85,7% dos homens e 89,35 das mulheres nutrem esperanças de um relacionamento no futuro. Isso não deveria ser um problema, afinal, em nada o Estado deve opinar em como alguém leva sua vida sexual, mas o medo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116729-quanto-tempo-uma-especie-leva-para-ser-extinta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">extinção</a> sempre foi um fator para os japoneses.E diante das estatísticas consideradas "assombrosas", o governo entrou em um verdadeiro estado de pânico, sobretudo quando a mídia deu um nome para o que têm acontecido: síndrome do celibato.<h2>Por dentro do problema</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Smithsonian Magazine&nbsp;" data-fonte-url="https://www.smithsonianmag.com/smart-news/heres-why-nearly-half-of-japanese-women-under-24-arent-interested-in-sex-3239991/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/14/14095615751059.jpg" alt="(Fonte: Juan Salmoral/Reprodução)">(Fonte: Juan Salmoral/Reprodução)Quando o ano de 2014 foi o de menor natalidade no Japão, com pouco mais de 1 milhão de nascimentos, combinado com 1,3 milhão de mortes no mesmo ano, o caráter patológico criado pela mídia para caracterizar esse fenômeno social colocou o país em mais alerta, visto que a nação enfrenta uma das menores taxas de natalidade do mundo, com uma população de 125 milhões que apenas diminui na última década, devendo cair mais um terço até 2060.A culpa dessa "catástrofe nacional" que se tornou o celibato pode ser atribuída, em parte, ao governo. Isso porque os relacionamentos se tornaram difíceis e descartáveis diante a estagnação econômica, em transição social após 20 anos; os efeitos na psique da nação afetada pela destruição de 2011 causada pelo Sismo e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120027-tsunami-no-brasil-isso-ja-aconteceu-em-1755.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tsunami&nbsp;</a>de Tohoku, responsável pela morte de mais de 15 mil pessoas; o acidente nuclear de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120241-fukushima-como-o-desastre-poderia-ter-sido-evitado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Fukushima</a>; e a desigualdade de gênero.A professora de diplomacia pública da Universidade de Estudos Estrangeiros de Kyoto, Nancy Snow, explicou em entrevista à CNN que as mudanças nas normas sociais e econômicas contribuíram para a diminuição das relações interpessoais.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/14/14095857486062.jpg" alt="(Fonte: amirijina/Flickr)">(Fonte: amirijina/Flickr)Para as mulheres, a aversão ao casamento e à vida na modernidade faz todo o sentido, visto que, desde o período Edo, as mulheres repetem o mesmo velho ditado japonês: “O casamento é a sepultura de uma mulher”. Este foi cunhado para se referir ao longo histórico de esposas ignoradas e trocadas por amantes. Na reinterpretação moderna, o túmulo é visto como suas carreiras duramente conquistadas, em meio aos índices de desigualdade japonês.“Os chefes supõem que você vai engravidar”, disse a entrevistada pelo The Guardian, Eri Tomita, sobre quando uma mulher assume o status de um casamento. O Fórum Econômico Mundial classificou o Japão como uma das piores nações do mundo em <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121340-5-situacoes-em-que-mulheres-ainda-sofrem-com-a-desigualdade-de-genero.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">igualdade de gênero no trabalho</a>.“Um namorado me pediu em casamento há três anos, mas eu recusei quando percebi que me importava mais com o meu trabalho. Depois disso, perdi o interesse em namorar”, revelou ela, que até o momento da matéria trabalhava em um banco francês no departamento de Recursos Humanos. Tomita ainda complementou dizendo que a demissão é uma via de mão única no momento em que uma mulher tem um filho, devido ao horário e políticas inflexíveis de qualquer empresa, fora a pressão social.Uma matéria da BBC de 2013 indicou que cerca de 70% das mulheres japonesas deixam seus empregos após o primeiro filho, e a demonização social tem um papel fundamental nessa decisão. Mulheres casadas que trabalham e tem famílias são chamadas de oniyome, um termo pejorativo em japonês para dizer "esposas do diabo".<h2>Difícil para ambos os lados</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/14/14100140111063.jpg" alt="(Fonte: Sushicam/Flickr)">(Fonte: Sushicam/Flickr)A própria estrutura social histórica japonesa criou a percepção de que um compromisso romântico que leva a um casamento existe com o único objetivo de que o casal produza filhos ao país, e essa ideia resiste até hoje. Os dados do Instituto de População e Previdência Social do Japão indicaram que 90% das mulheres jovens acreditam que seja esse o propósito do casamento.Além disso, o compromisso romântico acaba representando um fardo e um trabalho penoso, com custos altíssimos, em face à compra de propriedades e gastos com o planejamento de um futuro e a criação de filhos. Em adição a isso, há também a persistente expectativa da sociedade, do cônjuge e dos familiares para que a união dê certo, o que acaba resultando em altos índices de ansiedade social, depressão, suicídio ou isolamento social — fenômeno conhecido como <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116547-hikikomori-o-fenomeno-japones-que-ja-afeta-pessoas-no-mundo-todo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hikikomori</a>, mais um dos problemas enfrentado pelo Japão.Quanto aos homens, a síndrome do celibato acaba atingindo no que é esperado de uma figura masculina, sendo o senso de identidade de alguns conectado ao faturamento por mês.&nbsp;“Os homens estão ganhando cerca de um terço da metade do que costumavam ganhar durante os anos de boom econômico na década de 1980”, argumentou Snow. E, segundo ela, os homens acabam se sentindo menores, ameaçados pelas mulheres que lutaram para se fortalecer e ocupar posições de importância, não se enxergando mais como úteis em campo social.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/14/14100253439064.jpg" alt="(Fonte: StreetVJ/Shutterstock)">(Fonte: StreetVJ/Shutterstock)Portanto, os homens embarcaram em uma espécie de jornada de rebelião passiva contra a masculinidade tradicional japonesa e a obrigação esmagadora que os afeta, em meio à recessão e aos salários instáveis do país. O entrevistado do The Guardian, Satoru Kishino, disse que se sente obrigado em ser um tipo de guerreiro econômico por uma esposa e uma família. “É muito problemático. Eu não ganho um salário alto para ir a encontros, e não quero a responsabilidade de uma mulher esperando que isso leve ao casamento”, confessou ele.Na empreitada de tentar resolver esse problema que aflige os japoneses, existem grupos de apoios, como a White Hands, uma organização sem fins lucrativos com sede em Tóquio. Para homens e mulheres, também foi criado a profissão "ajudante do sexo" — que em nada tem a ver com a parte prática da coisa —, mas sim em entender e tentar amenizar o sintoma ou ideia de ansiedade das pessoas em se aproximar do próximo com intuito de alguma relação.No entanto, para pessoas como Tomita e Kishino, que estão bem longe de serem demovidos de suas vontades ou estilos de vida, isso está muito além de uma noite de prazer na cama de alguém.</body>

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Síndrome do celibato: jovens japoneses desistiram de se relacionar

Imagem de Como era o sexo na Idade Média? no megacurioso

As pessoas da Idade Média tinham visões bem estranhas sobre o sexo

<head></head><body>É comum imaginar que, na Antiguidade, a relação das pessoas com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/sexo/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sexo</a> era bem simples: mera proibição e restrição ao casamento. No entanto, um novo livro chamado&nbsp;The Fires of Lust: Sex in the Middle Ages, da historiadora Katherine Harvey, mostra que, pelo menos na <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/36876-6-mitos-sobre-a-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade Média</a>, a coisa era bem mais complexa.As histórias contadas no livro mostram poções para as mulheres se tornarem virgens de novo, crenças de que monges morriam por falta de sexo, padres invocando <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121578-asmodeus-7-fatos-sobre-um-dos-lideres-do-inferno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">demônios</a> para atrair mulheres, e daí por diante.A obra explica que a visão que as pessoas na idade média tinham da sexualidade combinava dois sistemas de valores: a do cristianismo católico e a medicina galênica.<h2>O culto à castidade</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/11/11182238354006.jpg" alt="(Fonte: Milo Manara)">(Fonte: Milo Manara)O dogma religioso do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121451-6-fatos-curiosos-sobre-a-igreja-catolica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">catolicismo</a> ensinava às pessoas que elas não deveriam sentir desejo, pois estariam cometendo o pecado da luxúria. Na Idade Média, acreditava-se então que os humanos não deveriam ter prazer no sexo, as mulheres não deveriam menstruar e os homens não deveriam ejacular.Assim, muitas pessoas medievais acreditavam que era muito louvável ser virgem até morrer — mas ser virgem, em sua ideia, não era apenas não fazer sexo ou masturbar-se, mas também não ter nenhum pensamento sexual. Isso, claro, era bem raro de acontecer.Para ilustrar isto, o livro traz o relato de um monge que afirmou ter sido provocado pelo demônio a esfregar seus genitais até ejacular. Mesmo sem nunca ter feito sexo, ele foi considerado por um bispo como não sendo mais virgem.Dentro desta mesma linha, havia um livro de medicina feminina que recomendava remédios para recuperar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118711-testes-de-virgindade-o-cruel-procedimento-que-tortura-as-mulheres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">virgindade</a> — com poções feitas de clara de ovo, flores e ervas. Mulheres que quisessem fingir ser virgens poderiam colocar uma sanguessuga na vagina: assim, o homem que fizesse sexo com ela veria o sangue e se convenceria.Como a virgindade era muito respeitada na Idade Média, algumas pessoas acreditavam que a aparência de uma mulher poderia revelar se ela era "pura". Seios grandes indicariam grande experiência sexual. Por isso, as jovens tentavam usar estratégias para impedir que seus seios crescessem demais.<h2>A visão da medicina sobre o sexo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/11/11182027541005.jpg" alt="(Fonte: Tok de História)">(Fonte: Tok de História)A medicina medieval se centralizava na ideia de que os indivíduos teriam saúde caso equilibrassem seus quatro "humores": sangue, fleuma, bílis negra e bílis amarela. Dentro dessa visão, acreditava-se que o homem era "quente" e a mulher era "úmida e fria". Ela menstruava, portanto, porque não tinha calor corporal suficiente para secar os humores ruins e excessivos dentro dela.As ereções masculinas seriam, para o povo medieval, o resultado de um "espírito ventoso" — por isso, homens com impotência deveriam comer alimentos que causavam gases. Os médicos acreditavam que o excesso de sexo era muito perigoso para a saúde: poderia levar ao ressecamento do corpo, à perda de cabelo, problemas do coração e insuficiência renal.Por outro lado, havia também a visão da medicina de que pouco sexo poderia ser igualmente prejudicial. No caso das mulheres, faria que elas não recebessem o calor necessário para "temperar sua natureza frígida". O <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122083-para-fugir-da-pobreza-milhares-de-indianas-retiram-seus-uteros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">útero</a> poderia também "sufocar", o que era um risco grande para adolescentes e viúvas.Para solucionar este problema, havia médicos que provocavam <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112332-pesquisadora-quer-desvendar-as-origens-do-orgasmo-feminino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">orgasmos</a> nas pacientes para liberar o "excesso de semente" que prejudicava a sua saúde. Mas o remédio ideal, claro, era o casamento.Além disso, os pecados sexuais graves — como <a href="https://www.megacurioso.com.br/polemica/89249-tudo-em-familia-conheca-5-casos-famosos-de-incesto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">incesto</a>, adultério e sexo com freiras — poderiam render punições sérias, como espancamentos e até execuções. Açoites públicos eram comuns, e os adúlteros eram obrigados a correr pela rua amarrados pelas genitais enquanto apanhavam.</body>

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Como era o sexo na Idade Média?

Imagem de Teratofilia: a estranha obsessão sexual por criaturas no megacurioso

Você já fantasiou com algum personagem? Saiba que esse sentimento bizarro faz parte da humanidade há séculos — e que tem um motivo para isso

<head></head><body>Qual é a primeira coisa que vem a sua mente quando é indagado sobre como um vampiro se parece? Alguns associam sua imagem às raízes de onde surgiram: carecas, imberbes, pálidos, com dentes pontiagudos e até mesmo com corcundas. Eles são criaturas de características inumanas que rejeitam o dia e prosperam na noite, saindo para caçar humanos, sugar seu sangue e parasitar corpos.Esses são iguais o Conde Orlok, de Nosferatu, figuras do folclore romeno, chamados moroi&nbsp;ou strigoi,&nbsp;difundidos na cultura popular desde sua primeira documentação no livro A Glória do Ducado de Carniola (1689), de Johann Weikhard, que abordou o terror que um aldeão "morto-vivo" chamado Jure Grando Alilovic causou em um vilarejo na Ístria antes de ser decapitado por um padre local.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/08/08161942012420.jpg" alt="Representações dos vampiros em Nosferatu, de 1922, e Drácula de Bram Stoker, de 1992. (Fonte: Prana Film/Columbia Pictures/Reprodução)">Representações dos vampiros em Nosferatu, de 1922, e Drácula de Bram Stoker, de 1992. (Fonte: Prana Film/Columbia Pictures/Reprodução)Outras pessoas já pensam em um vampiro parecido com o Drácula de Bram Stocker, inspirado em Lorde Ruthven da literatura inglesa de John Polidori, em The Vampyre (1819), e no gótico Varney, O Vampiro (1845), de James Malcolm Ryder. Esse tipo de vampiro é elegante, imortal, sexy, rico, de boa aparência, extremamente inteligente e um sedutor tão profundo que é igualado aos demônios mitológicos íncubos. Eles não têm em nada a ver com as criaturas de sua origem, consideradas "primitivas", pois podem ser melhores até que os humanos em todos os aspectos.&nbsp;Apesar de as pessoas imaginarem que foi com o Lestat de Lioncourt, de Anne Rice, ou com os Cullen e Volturi, na saga Crespúsculo de Stephanie Mayer, que fizeram as pessoas desenvolverem uma espécie de fetiche por vampiros —, isso começou há muitos séculos, até mesmo antes da era de ouro do gótico alavancada por essas criaturas, e possui um nome: teratofilia.<h2>Do mito para a sociedade</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Birmingham Museum and Art Gallery/Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Edward_Burne-Jones_-_Tile_Design_-_Theseus_and_the_Minotaur_in_the_Labyrinth_-_Google_Art_Project.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/08/08163504403433.jpg" alt="(Fonte: Birmingham Museum and Art Gallery/Wikimedia Commons)">(Fonte: Birmingham Museum and Art Gallery/Wikimedia Commons)A teratofilia é a fantasia ou atração sexual por criaturas monstruosas, portanto, é definida clinicamente como uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/sexo/62021-conheca-mais-9-fetiches-bastante-estranhos-que-existem-por-ai.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parafilia</a> — que já foi definida como "perversão sexual" e "desvio sexual" pela psicologia, sendo a experiência de intensa excitação sexual a objetos, situações e fantasias atípicas.A sociedade experimenta esse sentimento desde à <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121465-6-filosofias-da-grecia-antiga-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grécia Antiga</a>, quando o termo foi cunhado, derivado das palavras teras&nbsp;e philia, "monstro" e "amor", respectivamente. Os teratófilos possuem uma aproximação incontrolável por anormalidades físicas, como defeitos congênitos, e acreditam que seus desejos são mais amplos do que a sexualidade. Dessa forma, a atração que sentem permite valorizar a beleza onde o senso comum sugere que não deveriam.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06150629176389.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)No entanto, apesar de haver essa atração por algo considerado “esquisito”, os teratófilos são incapazes de se envolverem em relações sexuais porque tudo o que desejam tende a ser fictício. É nesse momento em que a zoofilia, prática e satisfação sexual com animais, acaba cruzando o caminho da teratofilia.Isso porque essa atração surgiu com a lenda do Minotauro, em que a rainha Pasífae de Creta se mostrava desesperada para fazer sexo com um touro, ordenando que um carpinteiro chamado Dédalo construísse uma vaca de madeira para ela subir e ser levada até um prado para ter a relação com o homem metade touro.<h2>Através do tempo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06150759973391.jpg" alt="(Fonte: RKO Radio Pictures Inc./Reprodução)">(Fonte: RKO Radio Pictures Inc./Reprodução)Há uma correlação biológica sobre o motivo das pessoas fantasiariam com coisas estranhas, visto que o amor, medo e orgasmo sexual, todas emoções intensas, são controladas pela mesma parte do cérebro humano, o hipotálamo.Socialmente, o ser humano há séculos é ensinado a reprimir o sexo e as expressões sexuais pela cultura e pela Igreja, o que fez aumentar mais ainda a sedução por aquilo que é perigoso e proibido — do banal ao bizarro. Essa contenção só diminuiu com a aceleração da Europa renascentista, quando houve uma rápida disseminação de conhecimento com a produção em grande escala dos livros e da imprensa, com a escrita concebendo uma permissibilidade maior para as expressões sexuais. Foi na mistura de luxúria, na qualidade do que é sombrio, perigoso e beirando o anormal que a teratofilia&nbsp;encontrou refúgio.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06151133395402.jpg" alt="(Fonte: @Unrealien1/Twitter)">(Fonte: @Unrealien1/Twitter)Em um viés mais sociológico e político, quando Victor Hugo, autor de Os Miseráveis&nbsp;(1862), lançou O Corcunda de Notre-Dame, em 1831, a teratofilia foi impressa na concentração dos marginalizados da sociedade, como os deficientes, as mulheres e minorias, mostrando que ser diferente atrai semelhantes, gerando uma ligação de conforto em estar conectado com outra pessoa que compartilha da mesma realidade, ainda que de maneira diferente.O conto de fadas A Bela e a Fera (1740) de Gabrielle-Suzanne Barbot, praticamente coexiste nessa mesma narrativa, falando de duas pessoas que só estão separadas, no final das contas, por características físicas diferentes, mas dividem da mesma solidão e estranheza proporcionada pela sociedade.<h2>A "mania do vampiro"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/06/06151227864403.jpg" alt="Jonathan Frid. (Fonte: The Dark Shadows Wiki/Reprodução)">Jonathan Frid. (Fonte: The Dark Shadows Wiki/Reprodução)Na modernidade, a década de 1950 foi responsável por relançar a teratofilia através da "mania do vampiro", que fetichizou ainda mais a imagem da criatura construída e embelezada pela atração pelo sobrenatural que aconteceu nos anos de 1800.Em 1967, no que seria o ano final da novela da ABC, Dark Shadows, tudo mudou quando o vampiro Barnabas Collins, interpretado por Jonathan Frid, foi inserido na trama. O fim do personagem teria sido com uma estaca no peito se os fãs da novela não fizessem dele um símbolo sexual e de interesse amoroso, apesar de sua natureza.O mesmo aconteceu com as sereias, o Pé Grande, o King Kong, os lobisomens e até alguns personagens da Marvel Comics que se valeram da teratofilia. A internet permitiu que blogs e fóruns mais obscuros cultuassem histórias fictícias escritas por fãs, conhecidas como&nbsp;fanfiction, e compartilhassem comentários de internautas que sonham com todos os tipos de criaturas em sua cama.Se até a indústria de objetos sexuais moldou seus produtos de prazer a partir de a genitália de animais e personagens fictícios, como Venom, apenas pela sua natureza monstruosa, isso só deixa claro que o pico desse movimento de teratófilos está longe de ser alcançado.</body>

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Teratofilia: a estranha obsessão sexual por criaturas

Imagem de A freira do século XI que descreveu o orgasmo feminino pela primeira vez no megacurioso

E essa é apenas uma das realizações de Hildegard von Bingen

<head></head><body>É bem provável que a maioria das pessoas pense em santidade, reclusão e castidade quando o assunto é uma freira.&nbsp;É claro que isso também é verdade, mas a abadessa beneditina alemã, Hildegard von Bingen, foge um pouco à regra: a religiosa é considerada a primeira mulher a fazer uma descrição bastante vívida do orgasmo feminino. O que ela descobriu? Vamos te contar agora!<h2>Uma mulher única</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Wikimedia/Reprodução)&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/ba/Hildegard_von_Bingen.jpg/1200px-Hildegard_von_Bingen.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/02/02201210139495.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Hildegard von Bingen (1098 – 1179) era uma mulher de talentos. Além de abadessa, também foi autora, curandeira e compositora. Aliás, é uma das poucas compositoras do século XI cuja obra produzida está praticamente intacta.Em um período em que poucas mulheres tinham permissão para ler ou escrever, Hildegard von Bingen criou de textos teológicos a guias medicinais, passando pela invenção do próprio alfabeto.Embora muitas de suas ações sejam consideradas feministas, os escritos religiosos de Hildegard deixam claro que, apesar de ser uma mulher à frente de seu tempo, ela ainda era adepta de diversas ideias patriarcais vigentes na época.Por exemplo, considerava as mulheres como seres mais fracos, condenava a relação de pessoas do mesmo sexo — assim como a masturbação — e defendia a virgindade como o mais alto grau da espiritualidade feminina. Ainda assim, seus pensamentos eram únicos para a época.Um dos que mais destacam entre as ideias da freira alemã são as relações heterossexuais, defendendo que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/20889-pesquisa-prova-que-exercicios-podem-causar-orgasmo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prazer feminino deveria receber bastante enfoque</a>. Para uma freira, Hildergard parecia saber muito sobre o sexo. A descrição abaixo, feita pela religiosa poderia ser aplicada ao que hoje chamamos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/sexo/39721-o-que-acontece-com-seu-corpo-e-seu-cerebro-durante-um-orgasmo-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">orgasmo feminino</a> e todas as suas implicações, incluindo os aspectos próprios da concepção:“Quando uma mulher está fazendo amor com um homem, uma sensação de calor em seu cérebro, que traz consigo deleite sensual, comunica o sabor desse prazer durante o ato e convoca a emissão da semente do homem. E quando o sêmen cai em seu lugar, aquele calor muito forte do cérebro o atrai e o retém consigo, e imediatamente os rins da mulher se contraem, e todos os membros que durante a menstruação estão prestes a abrir se fecham, na mesma maneira como um homem forte segura algo em sua mão. ”<h2>A advinha curandeira</h2>Talvez você esteja se perguntando como uma pessoa que vivia em um convento poderia escrever textos tão destalhados sobre a sexualidade feminina.Bingen foi parar no convento como uma doação. Sua família era religiosa e, como era a décima filha, foi dada como dízimo. Ela também tinha visões desde os três anos e mais tarde confessou ter medo de escrever o que via desde.Uma vez no convento, no entanto, é bem possível que tenha se dedicado aos estudos de escritos medievais. Porém, não é possível afirmar que ela teve acesso a informações sobre o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112332-pesquisadora-quer-desvendar-as-origens-do-orgasmo-feminino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">orgasmo feminino</a> a partir deles.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/02/02203434530500.jpg" alt="Hildegard escrevendo sob inspiração divina. (Fonte: Wikimedia Commons)">Hildegard escrevendo sob inspiração divina. (Fonte: Wikimedia Commons)Outra possibilidade era seu próprio trabalho na área médica. A ordem beneditina da qual fazia parte tinha como dever oferecer ajuda e assistência médica à comunidade. O fato é que antes dela pouca coisa havia sobre o tema, ainda mais vindo de uma mulher.Talvez Hildegard tenha questionado as mulheres que ajudou a tratar sobre suas experiências sexuais para criar um guia de cuidados femininos. Ou tudo tenha vindo em uma visão, vai saber, né?</body>

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A freira do século XI que descreveu o orgasmo feminino pela primeira vez

Imagem de O julgamento de 1965 que legalizou o controle de natalidade no megacurioso

Durante parte do século XX, era ilegal nos Estados Unidos difundir informações sobre natalidade. Um julgamento em 1965 trouxe de volta esse direito aos americanos

<head></head><body>Quando as pessoas precisam de informações sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/112920-controle-de-natalidade-masculina-sera-possivel-atraves-de-injecao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">controle de natalidade</a>, elas podem buscar em vários lugares: com os médicos, os amigos, os professores e na <a href="https://www.megacurioso.com.br/internet/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">internet</a>. Mas saiba que alguém que vivesse nos Estados Unidos no fim do século XIX teria bastante dificuldade em encontrar este apoio.Isto porque, em 1873, o Congresso americano aprovou a chamada Lei para a Supressão do Comércio e Circulação de Literatura Obscena e Artigos de Uso Imoral, apelidada de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117066-lysol-o-desinfetante-que-ja-foi-usado-como-metodo-contraceptivo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lei Comstock&nbsp;</a>em homenagem ao seu proponente, o político Anthony Comstock.Basicamente, esta lei criminalizou o acesso a vários itens ligados à <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120139-voce-sabe-o-que-e-sexualidade-positiva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sexualidade humana</a>, como contraceptivos, brinquedos sexuais, abortivos e qualquer publicação que pudesse ser considerada obscena, incluindo cartas pessoais.Por conta desta lei federal, os médicos não poderiam tratar nem recomendar métodos de controle de natalidade para os seus pacientes. O serviço postal americano foi proibido de enviar qualquer item que pudesse ser configurado como um artigo proibido.<h2>O efeito rebote</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Getty Images&nbsp;" data-fonte-url="https://www.smithsonianmag.com/smithsonian-institution/the-revolutionary-1965-supreme-court-decision-that-declared-sex-was-a-private-affair-180980089/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/22/22100014837000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A proibição e a censura de algo dentro de uma sociedade tende a gerar, é claro, o efeito contrário: o desejo pelo que foi considerado ilegal e sua circulação de forma clandestina. Nos Estados Unidos do século XX, não foi diferente. Alguns museus americanos contêm itens que evidenciam que alguns médicos ajudavam seus pacientes a acessar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120193-banho-de-testiculo-o-novo-metodo-contraceptivo-masculino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">contraceptivos</a>.Na década de 1960, havia uma forte circulação secreta de contraceptivos e abortivos que chegavam a mulheres casadas e solteiras. Havia uma rede de médicos que fornecia informações às pacientes, com o risco de irem parar na prisão. Em muitos estados, inclusive, a polícia estadual fazia vista grossa a essa questão.O estado de Connecticut era o mais rígido quanto às leis locais. Os cidadãos pegos com contraceptivos poderiam pegar até 60 dias de prisão. No entanto, o efeito rebote era forte: Connecticut era o estado com uma das taxas de natalidade mais baixas do país.<h2>A oposição à Lei Comstock</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/22/22100647401006.jpg" alt="(Fonte: Connecticut History)">(Fonte: Connecticut History)Em 1961, ativistas da ONG Planned Parenthood (que fornece informações de saúde reprodutiva para americanos) recrutaram Estelle Griswold e C. Lee Buxton para tomarem frente contra esta lei. Ela, uma ativista "respeitável" pois era casada e católica; ele, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/39393-conheca-a-polemica-historia-por-tras-do-surgimento-da-ginecologia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ginecologista</a> que lecionava no curso de Medicina em Yale.Suas primeiras tentativas de enfrentar a lei foram fracassadas. Um dos argumentos usados no processo era de que, por causa da lei, Buxton era impedido de praticar a medicina. Como contrapartida à recusa de derrubar a lei, Estelle Griswold abriu uma agência da Planned Parenthood em New Haven, sua cidade natal. Logo ela foi denunciada por distribuir material imoral.Griswold e Buxton voltaram aos tribunais e, ao longo dos quatro anos seguintes, o caso foi ganhando repercussão em todo o país. Em 7 de junho de 1965, os Estados Unidos aguardavam com ansiedade o resultado de um julgamento que ficou conhecido como Griswold vs Connecticut.E a decisão foi surpreendente para muita gente. O juiz William O. Douglas englobou o caso na questão do "direito à privacidade" assegurado pela Constituição. O trabalho de anos de Estelle Griswold e C. Lee Buxton garantiu que mulheres e homens americanos tivessem direito às informações de contracepção, podendo decidir se querem ter uma família e qual será o tamanho dela.</body>

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O julgamento de 1965 que legalizou o controle de natalidade

Imagem de Por que a arte erótica era tão popular na antiga Pompeia? no megacurioso

Nova exposição na Itália exibe 70 exemplos de imagens sensuais que foram encontradas na antiga cidade romana

<head></head><body>Durante o século XIX, os arqueólogos encarregados pelas escavações feitas em <a href="https://www.megacurioso.com.br/desastres-naturais/103197-afinal-como-morreram-as-pessoas-em-pompeia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pompeia</a> e Herculano, antigas cidades do Império Romano, foram pegos de surpresa: era possível encontrar resquícios de arte erótica por todas as partes por onde olhavam — incluindo pinturas de casais copulando e estátuas de deuses pelados.As figuras foram consideradas tão explicitas e obscenas pelas autoridades da época que o Museu Arqueológico Nacional de Nápoles decidiu escondê-las em uma sala secreta para que somente pessoas autorizadas pudessem visitá-las. Mas qual o motivo dos habitantes de Pompeia serem tão obcecados pela arte erótica? Entenda mais nos próximos parágrafos.<h2>Nova exposição</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Parque Arqueológico de Pompéia/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://tf-cmsv2-smithsonianmag-media.s3.amazonaws.com/filer_public/08/61/0861abfb-a75e-4b80-9c5b-37140ca9da83/statue.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11174010222504.jpg" alt="(Fonte: Parque Arqueológico de Pompeia/Reprodução)">(Fonte: Parque Arqueológico de Pompeia/Reprodução)Após muito tempo, o acervo escondido de Pompeia voltou a ser revelado. Uma nova exposição do Parque Arqueológico de Pompeia intitulada "Arte e Sensualidade nas Casas de Pompeia" passou a expor todas as obras escondidas na sala secreta e outras imagens sensuais desenterradas na cidade antiga para demonstrar a importância desse tempo na antiga sociedade romana.A atração principal do show é a pintura do mito de Leda e o cisne — que posteriormente inspirou artistas como Leonardo Da Vinci e Miguel Ângelo. Descoberta em 2018, a obra mostra o momento em que o deus Zeus, disfarçado de cisne, força uma relação sexual com Leda, rainha de Esparta. Reza a lenda que Leda colocaria dois ovos mais tarde, de onde nasceriam Pollux e Helen.Essa é apenas uma das 70 obras apresentadas na exposição, que possui um guia de contextualização para os visitantes. Em entrevista ao London Times, o diretor do parque arqueológico, Gabriel Zuchtriegel, afirmou que muito da arte erótica romana existiu graças à influência dos gregos, que destacavam a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109115-projeto-brasileiro-usa-ia-para-identificar-e-cobrir-nudez-feminina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nudez</a> pesada em sua arte.<h2>Significado da nudez</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Parque Arqueológico de Pompeia/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://tf-cmsv2-smithsonianmag-media.s3.amazonaws.com/filer_public/e0/82/e08281d4-4228-45dd-9599-fbc999b54858/pompeya-villa-del-carmiano-kkcf-900x900abc.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11174242582509.jpg" alt="(Fonte: Parque Arqueológico de Pompeia/Reprodução)">(Fonte: Parque Arqueológico de Pompeia/Reprodução)A cidade de Pompeia existiu em uma época onde o sexo e a nudez faziam parte de uma cultura maior. Com o Império Romano sendo seguidor do politeísmo — não o cristianismo que estamos acostumados — o prazer sexual era motivo de celebração e inclusive era visto como motivo de orgulho pelos próprios deuses.No passado, os gregos nunca abordaram a nudez como motivo de vergonha. Na realidade, isso representava muito mais um símbolo de fertilidade do que qualquer outra coisa, algo que era tido como um tema central na religião grega. Esse modo de interpretar o erotismo, inclusive, foi o motivo pelo qual as obras encontradas em Pompeia ficaram escondidas por muito tempo.Por volta de 79 d.C., quando o <a href="https://www.megacurioso.com.br/geologia/100756-o-monte-vesuvio-que-destruiu-pompeia-pode-acordar-de-novo-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Monte Vesúvio</a> entrou em erupção e trouxe um fim abrupto à cidade, o cristianismo estava começando a se firmar pelo Império Romano e com isso houve uma grave mudança na forma como as pessoas enxergavam o sexo. Na concepção dos cristãos, o erotismo era obsceno e vergonhoso, fazendo com que os arqueólogos do século XIX escavassem a cidade para esconder tais artefatos do público geral. Logo, podemos assumir que nem sempre os romanos acreditaram que o sexo devia ser um assunto mantido dentro das quatro paredes.</body>

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Por que a arte erótica era tão popular na antiga Pompeia?

Imagem de A maconha realmente melhora o sexo? no megacurioso

Cientistas tentam entender o efeito da maconha na atividade sexual, mas proibições impostas à planta dificultam os estudos

<head></head><body>Em pleno ano de 2022, o sexo ainda é considerado um tema tabu para algumas pessoas. Falar sobre ele, pode gerar constrangimento e julgamento. O consumo de drogas recreativas, como a maconha, pode ser tão polêmico quanto esse assunto. Agora, imagine misturar esses dois tópicos?Acontece que existem pessoas que misturam sexo e <a href="https://www.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/41858-o-que-faz-mais-mal-a-saude-maconha-ou-alcool-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha&nbsp;</a>para além das rodas de conversa, levando a erva para a sua intimidade. Os resultados dessa experiência rendem relatos curiosos — e isso não é de hoje. Em 1971, o astrônomo Carl Sagan afirmou que o uso de maconha tornava a experiência sexual ainda mais agradável, aumentando o prazer e a sensibilidade.Recentemente, a indústria farmacêutica viu na cannabis uma forma de produzir medicamentos para os mais diversos males, entre eles a falta de libido. Esse novo mercado, fruto da descriminalização, seria capaz de gerar cifras bilionárias. Só no Brasil, seriam R$ 25 bilhões movimentados até 2025, gerando 100 mil empregos e pagando R$ 8 bilhões em tributos.Existe interesse científico sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/20401-e-possivel-ter-uma-overdose-de-maconha-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha</a>, relatos de que ela pode tornar o sexo mais prazeroso, mas será que existem pesquisas que corroboram com essa hipótese?<h2>Maconha torna o sexo melhor?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11155058269418.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Muito do que sabemos sobre esse tema é fruto das chamadas “experiências anedóticas”. Elas são resultado direto de causa e efeito e fazem com que uma pessoa acredite que o efeito vivenciado teve ligação direta com uma causa presenciada, o que nem sempre é verdade.Por exemplo: uma pessoa tem dor de cabeça e come banana porque alguém lhe diz que “banana cura dor de cabeça”. A dor passa e o indivíduo acredita que banana é mesmo um analgésico, ignorando que sua dor poderia ser resultado de um jejum longo.No caso da <a href="https://www.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/102732-os-efeitos-da-maconha-no-seu-corpo-e-no-seu-cerebro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha&nbsp;</a>e seus benefícios sexuais, ocorre algo parecido. Existem muitos relatos, feitos há décadas, que afirmam que há uma melhora no sexo após o consumo da droga. O problema é que não foram realizados estudos profundos sobre esse tema para comprovar isso — e uma das causas para a ausência desses estudos é justamente a proibição do consumo da maconha. Contudo, algumas pesquisas dão pistas sobre o tema.Cientistas canadenses ouviram 200 pessoas por meio de um questionário online e quase a metade disse que percebeu aumento no desejo sexual depois de consumir maconha. 74% notaram algum tipo de aumento na satisfação sexual.Um segundo estudo, dessa vez realizado nos EUA, ouviu 373 mulheres sobre o tema. Dessas, 34% afirmaram usar maconha antes do sexo, relatando aumento no prazer durante a prática.<h2>Nem tudo são flores</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/11/11155101238419.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Levantamento feito pela International Society for Sexual Medicine mostrou que o consumo de maconha antes do sexo causou problemas de ereção em alguns homens. Outros disseram lidar com ansiedade e falta de desejo sexual.Ao esbarrar nas barreiras legais, os estudos sobre o impacto da maconha na vida sexual ficam restritos a relatos e entrevistas, o que pode gerar resultados contraditórios e alimentar dúvidas sobre o tema, dúvidas que já duram décadas.</body>

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A maconha realmente melhora o sexo?

Imagem de Quais são os maiores equívocos sobre pessoas trans e não-binárias? no megacurioso

Entender a diferença entre pessoas trans, não-binárias e cisgênero envolve compreender a distinção entre sexo e gênero

No Brasil, todo 29 de janeiro marca o <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/233936-visibilidade-trans-falar-mes-preciso-agir-ano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dia Nacional da Visibilidade Trans</a>. Essa data objetiva promover reflex&otilde;es sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112429-ia-nao-consegue-identificar-pessoas-trans-e-nao-binarias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cidadania</a> das pessoas travestis, transexuais (homens e mulheres trans) e n&atilde;o-bin&aacute;rias (que n&atilde;o se reconhecem nem como homens nem como mulheres).
O dia foi escolhido porque, em 29 de janeiro de 2004, um grupo de ativistas transg&ecirc;nero esteve no Congresso Nacional para se manifestar em favor da campanha "Travesti e Respeito", em um ato pol&iacute;tico, que posteriormente se tornou hist&oacute;rico, em prol do respeito &agrave; diversidade de identidade de g&ecirc;nero no Brasil.
Mas por que &eacute; importante discutir isso? Porque, mesmo em pleno s&eacute;culo XXI, as pessoas trans e n&atilde;o-bin&aacute;rias seguem sendo alvo de muito preconceito e viol&ecirc;ncia &mdash; em parte, por conta da desinforma&ccedil;&atilde;o de uma camada da popula&ccedil;&atilde;o. Por isso, &eacute; necess&aacute;rio levantar quais s&atilde;o os equ&iacute;vocos mais comuns que s&atilde;o cometidos em rela&ccedil;&atilde;o a essas pessoas.
<h2>A diferen&ccedil;a entre g&ecirc;nero e sexo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30103356818096.jpg" alt="(Fonte: Direito Administrativo)" />(Fonte: Direito Administrativo)
&Eacute; comum que as pessoas confundam os conceitos de sexo (que tem a ver com a biologia) e g&ecirc;nero (focado na quest&atilde;o da identidade, que se relaciona a como a pessoa se v&ecirc;). O sexo de um sujeito costuma ser determinado por um m&eacute;dico logo ap&oacute;s o nascimento do beb&ecirc;, baseado na genit&aacute;lia externa. Ainda assim, vale lembrar que uma parcela das pessoas (estima-se que seja 1% a 2% da popula&ccedil;&atilde;o mundial) &eacute; de intersexuais &mdash; indiv&iacute;duos que t&ecirc;m caracter&iacute;sticas sexuais que n&atilde;o se encaixam nas no&ccedil;&otilde;es t&iacute;picas de sexo feminino ou masculino.
J&aacute; o g&ecirc;nero &eacute; um conceito menos focado em uma an&aacute;lise cl&iacute;nica ou biol&oacute;gica. A Human Rights Campaign j&aacute; definiu a identidade de g&ecirc;nero como &ldquo;o conceito mais &iacute;ntimo de si mesmo como masculino, feminino, uma mistura de ambos ou nenhum &mdash; como os indiv&iacute;duos se percebem e como eles se chamam&rdquo;.
Nesse sentido, a pessoa que se posiciona como transg&ecirc;nero &eacute; aquela que n&atilde;o se identifica com o g&ecirc;nero que lhe foi atribu&iacute;do ao nascer. Se ela nasceu com &oacute;rg&atilde;os sexuais femininos, ela foi biologicamente definida como mulher, mas pode desenvolver uma identidade mais voltada a outro g&ecirc;nero, como o masculino. Seria, neste caso, um homem trans.
J&aacute; a pessoa n&atilde;o-bin&aacute;ria &eacute; a que n&atilde;o se percebe como pertencente a um &uacute;nico g&ecirc;nero. Sua identidade, portanto, se expressa para al&eacute;m do feminino e masculino (ou seja, uma vis&atilde;o centralizada na binaridade).
O termo n&atilde;o-bin&aacute;rio &eacute; bastante amplo e acaba funcionando como um grande guarda-chuva que engloba v&aacute;rios modos de identifica&ccedil;&atilde;o, como o ag&ecirc;nero (n&atilde;o se encaixa em masculino e feminino), big&ecirc;nero (identidade de g&ecirc;nero amb&iacute;gua), genderfluid,&nbsp;entre v&aacute;rios outros.
<h2>Identidade de g&ecirc;nero n&atilde;o tem a ver com horm&ocirc;nios</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30103520506099.jpg" alt="(Fonte: QG Feminista)" />(Fonte: QG Feminista)
Em 2020, a escritora <a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/99885-como-rowling-superou-a-morte-da-mae-e-se-tornou-a-maior-referencia-infantil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">J.K. Rowling</a>, famosa por ter criado a saga de livros sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120537-como-harry-potter-mudou-o-mundo-do-cinema-e-da-literatura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Harry Potter,</a> causou revolta por coment&aacute;rios considerados transf&oacute;bicos. Ela compartilhou um texto do jornal The Times que tecia cr&iacute;ticas &agrave; pol&iacute;cia escocesa por registrar estupros cometidos por pessoas com genitais masculinos como crimes realizados por mulheres, uma vez que o criminoso se identificou dessa forma. J.K. Rowling escreveu: &ldquo;Guerra &eacute; paz. Liberdade &eacute; escravid&atilde;o. Ignor&acirc;ncia &eacute; for&ccedil;a. O indiv&iacute;duo com p&ecirc;nis que estuprou voc&ecirc; &eacute; uma mulher.&rdquo;
O coment&aacute;rio da escritora levantou uma s&eacute;rie de discuss&atilde;o sobre as confus&otilde;es entre g&ecirc;nero e a presen&ccedil;a, ou n&atilde;o, de genitais femininos ou masculinos. H&aacute; aqui um equ&iacute;voco, comumente cometido, sobre se uma pessoa trans seria aquela que operou seus genitais para adequar-se ao g&ecirc;nero com o qual se identifica. E a resposta &eacute;: n&atilde;o, isso n&atilde;o define quem &eacute; uma pessoa trans.
A professora Katie Spencer, diretora do Centro Nacional de Sa&uacute;de do Espectro de G&ecirc;nero em Minneapolis (Estados Unidos) diz que &eacute; equivocado pensar em horm&ocirc;nios sexuais como definidores do g&ecirc;nero de uma pessoa. "Homens cis t&ecirc;m estrog&ecirc;nio e mulheres cis t&ecirc;m testosterona, sem mencionar a grande variabilidade entre indiv&iacute;duos intersexuais. Na verdade, todos n&oacute;s temos uma mistura de horm&ocirc;nios em nossos corpos", explica.
A discuss&atilde;o sobre a presen&ccedil;a de horm&ocirc;nios no organismo ainda tem gerado muita pol&ecirc;mica &mdash; por exemplo, o debate sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118158-atletas-transexuais-devem-ser-proibidos-de-competir-com-pessoas-cisgenero.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atletas trans&nbsp;</a>em esportes de alta performance. Mas h&aacute; um erro em definir o g&ecirc;nero em termos de fun&ccedil;&otilde;es corporais &mdash; como, por exemplo, o fato de uma pessoa menstruar, engravidar, ou desenvolver test&iacute;culos.&nbsp;
Katie Spencer ainda esclarece que h&aacute; pessoas trans que n&atilde;o tomam horm&ocirc;nios ou fazem cirurgia, assim como h&aacute; pessoas cisg&ecirc;nero (as que se identificam com o g&ecirc;nero que foi designado a elas ao nascer) que tomam horm&ocirc;nios suplementares, bem como mulheres cisg&ecirc;nero que n&atilde;o menstruam. Por isso, a clareza entre a diferen&ccedil;a entre os dois conceitos &mdash; sexo e g&ecirc;nero &mdash; &eacute; fundamental para que as pessoas possam ser respeitadas e tenham seus direitos protegidos.

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Quais são os maiores equívocos sobre pessoas trans e não-binárias?

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O medicamento é indicado aos homens com disfunções eréteis

Imagina como deve ser horr&iacute;vel querer muito fazer uma coisa e simplesmente n&atilde;o conseguir. &Eacute; isso o que acontece com muitos homens por a&iacute;, que, mesmo quando est&atilde;o estimulados sexualmente, n&atilde;o conseguem ter uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121307-5-coisas-no-corpo-que-sao-comandadas-pelo-subconsciente.htm" target="_blank" title="5 coisas no corpo que s&atilde;o comandadas pelo subconsciente">ere&ccedil;&atilde;o</a>.
O melhor tratamento para esse grande problema surgiu h&aacute; 15 anos nos EUA e, desde ent&atilde;o, tem feito a diferen&ccedil;a na qualidade de vida de muita gente. A popularidade do rem&eacute;dio &eacute; tamanha que &eacute; muito dif&iacute;cil encontrar algu&eacute;m que nunca tenha ouvido a palavra &ldquo;Viagra&rdquo;. O que muita gente nem faz ideia &eacute; como um comprimido pequeno pode fazer o efeito praticamente milagroso.
<h2>Anatomicamente falando</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2013/11/materias/9775376737124444.jpg" alt=" />Fonte da imagem: <a href="http://www.shutterstock.com/pic-144037513/stock-photo-bent-wrench-in-hand.html?src=klUgotnxfYx9ZiSsYA5GjA-2-14" target="_blank">Shutterstock</a>
O corpo humano, voc&ecirc; j&aacute; deve ter percebido, &eacute; uma m&aacute;quina natural fascinante, cheia de mist&eacute;rios e engenhocas surpreendentes. No caso da ere&ccedil;&atilde;o peniana masculina, &eacute; fundamental que se entenda a anatomia do p&ecirc;nis em primeiro lugar.
O&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119344-faloplastia-como-funciona-a-cirurgia-de-aumento-do-penis.htm" target="_blank" title="Faloplastia: como funciona a cirurgia de aumento do p&ecirc;nis?">&oacute;rg&atilde;o sexual masculino</a> tem duas fun&ccedil;&otilde;es b&aacute;sicas: eliminar urina e liberar esperma e l&iacute;quido seminal por meio do que &eacute; conhecido como ejacula&ccedil;&atilde;o. Quando est&aacute; tudo bem, o processo de ejacula&ccedil;&atilde;o envolve tr&ecirc;s passos simples: o homem precisa estar estimulado sexualmente, o p&ecirc;nis responde ficando ereto e a ejacula&ccedil;&atilde;o ocorre depois que o &oacute;rg&atilde;o &eacute; estimulado.
<h2>Contextualizando</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2013/11/materias/9775376737124529.jpg" alt=" />Fonte da imagem: <a href="http://www.shutterstock.com/pic-44406268/stock-photo-brown-bottle-with-scattered-blue-pills.html?src=jMWVv9UsNCpLxvwdBUfZ7g-1-15" target="_blank">Shutterstock</a>
Em alguns casos, por&eacute;m, a ere&ccedil;&atilde;o n&atilde;o acontece, o que torna a ejacula&ccedil;&atilde;o muito dif&iacute;cil ou at&eacute; mesmo imposs&iacute;vel. &Eacute; para esses momentos que o medicamento &eacute; indicado.
Antes de querer saber tudo a respeito, voc&ecirc; precisa entender uma coisa: o que faz seu corpo mexer s&atilde;o os m&uacute;sculos; da ponta do ded&atilde;o do p&eacute; ao bra&ccedil;o para segurar a bolsa, tudo envolve contra&ccedil;&atilde;o muscular. O p&ecirc;nis, por sua vez, fica ereto n&atilde;o por causa dos m&uacute;sculos, mas pela press&atilde;o que recebe.
Imagine que voc&ecirc; tem um bal&atilde;o vazio e, de repente, come&ccedil;a a ench&ecirc;-lo com ar. Logo ele vai ficar maior e mais consistente, certo? Com o p&ecirc;nis a coisa &eacute; bem parecida, exceto pelo fato de que, em vez de ar pressurizado, o que faz a diferen&ccedil;a &eacute; a press&atilde;o do sangue.
<h2>Corpos cavernosos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2013/11/materias/9775376737124548.gif" alt=" width="640" />Fonte da imagem: <a href="http://www.cabuloso.xpg.com.br/Anatomia-Humana/Sistema-Reprodutor/Viagra.htm" target="_blank">Reprodu&ccedil;&atilde;o/Cabuloso</a>
O &oacute;rg&atilde;o sexual masculino tem duas cavidades cil&iacute;ndricas bastantes importantes conhecidas como corpos cavernosos, que ficam posicionadas paralelamente ao corpo esponjoso. Imagine que esses dois corpos cavernosos s&atilde;o dois bal&otilde;es cil&iacute;ndricos.
A verdade &eacute; que esses dois cilindros s&atilde;o constantemente inundados por sangue enviado diretamente de art&eacute;rias &ndash; depois, veias levam esse sangue a outras regi&otilde;es do p&ecirc;nis. E &eacute; basicamente isso o que garante a ere&ccedil;&atilde;o: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121074-6-fatos-pouco-conhecidos-sobre-o-sangue-humano.htm" target="_blank" title="6 fatos pouco conhecidos sobre o sangue humano">sangue</a>. Com a quantidade grande de sangue entrando, os corpos cavernosos ficam esticados e o p&ecirc;nis ereto.
<h2>Disfun&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2013/11/materias/9775376737124629.jpg" alt=" />Fonte da imagem: <a href="http://chasingyourfire.com/tag/life-planning/" target="_blank">Reprodu&ccedil;&atilde;o/Chasingyourfire</a>
Se as art&eacute;rias ligadas ao p&ecirc;nis n&atilde;o ficarem abertas o suficiente para exercer a press&atilde;o sobre os corpos cavernosos e as veias, fica muito dif&iacute;cil ou at&eacute; mesmo imposs&iacute;vel que o p&ecirc;nis venha a ficar ereto. Trata-se, ent&atilde;o, do que &eacute; conhecido como <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121582-dieta-com-muita-proteina-pode-reduzir-testosterona-em-homens.htm" target="_blank" title="Dieta com muita prote&iacute;na pode reduzir testosterona em homens">disfun&ccedil;&atilde;o er&eacute;til</a>.
Na d&eacute;cada de 1980, um tratamento bem popular para esse problema era a inje&ccedil;&atilde;o de fentolamina, uma subst&acirc;ncia capaz de fazer com que as art&eacute;rias se abram e o sangue jorre para o &oacute;rg&atilde;o. O problema das inje&ccedil;&otilde;es era o seguinte: elas faziam efeito na hora, mesmo que o homem n&atilde;o estivesse sexualmente excitado.
<h2>Melhoras no tratamento</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2013/11/materias/977537673712475.jpg" alt=" />Fonte da imagem: <a href="http://iltalehti.fi/terveys/2010111012669681_tr.shtml" target="_blank">Reprodu&ccedil;&atilde;o/Iltalehti</a>
O Viagra faz a mesma coisa, s&oacute; que de forma bem mais simples, com apenas o comprimido. Al&eacute;m do mais, o homem que toma o medicamento vai ter ere&ccedil;&atilde;o somente quando estiver excitado, gra&ccedil;as a uma capacidade de enviar as mensagens corretas e exatas aos neurotransmissores respons&aacute;veis pela movimenta&ccedil;&atilde;o muscular das art&eacute;rias e, consequentemente, pela ere&ccedil;&atilde;o do p&ecirc;nis.
Quando o homem est&aacute; sexualmente excitado, seu c&eacute;rebro &eacute; capaz de mandar mensagens ao p&ecirc;nis que, por sua vez, produz subst&acirc;ncias respons&aacute;veis por pedir mais sangue &agrave;s art&eacute;rias. Sem o rem&eacute;dio, as art&eacute;rias receberiam a mensagem e simplesmente n&atilde;o lhe responderiam. Todo mundo aqui sabe como isso &eacute; chato.
<h2>Resposta</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2013/11/materias/9775376737124740.jpg" alt=" />Fonte da imagem: <a href="http://www.huffingtonpost.com/2012/12/31/the-best-time-for-a-docto_n_2388391.html" target="_blank">Reprodu&ccedil;&atilde;o/Huffingtonpost</a>
O Viagra age como o corretor chato, que fica ali, estimulando a art&eacute;ria a responder &agrave;s mensagens que recebe. Assim que isso acontece, o p&ecirc;nis &eacute; irrigado com muito mais sangue e a ere&ccedil;&atilde;o ocorre.
Homens mais velhos podem ter problemas de ere&ccedil;&atilde;o mesmo assim, simplesmente porque as art&eacute;rias n&atilde;o conseguem se dilatar muito mesmo quando o c&eacute;rebro manda a ordem para que isso aconte&ccedil;a. Existem outros meios n&atilde;o t&atilde;o populares de lidar com o problema e, se o Viagra n&atilde;o resolver, &eacute; importante procurar ajuda m&eacute;dica.
Todo medicamento pode vir acompanhado de efeitos colaterais, e com o Viagra n&atilde;o &eacute; diferente. Muitos pacientes j&aacute; relataram mudan&ccedil;as na <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111719-9-curiosidades-sobre-daltonismo.htm" target="_blank" title="9 curiosidades sobre daltonismo">percep&ccedil;&atilde;o das cores verde e azul</a>, por exemplo. Isso sem falar em dores de cabe&ccedil;a e ataques card&iacute;acos &ndash; &eacute; fundamental estar em dia com o cardiologista antes de tomar o rem&eacute;dio. Casos de ere&ccedil;&otilde;es muito longas e ejacula&ccedil;&otilde;es doloridas tamb&eacute;m j&aacute; foram registrados.

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