Artes/cultura
17/10/2014 às 02:16•6 min de leitura
Reality shows em que as pessoas competem por prêmios e devem realizar provas bizarras não são algo incomum no Brasil. Por mais que você reclame, xingue, desligue a TV, ainda assim sempre vai ter aquele vizinho ou o amigo do trabalho que vai fazer algum comentário impertinente sobre alguma prova bizarra ou algum participante com quem se familiarizou.
Mas, mesmo entre os shows mais estranhos, existem alguns que são tão apelativos que dá até vergonha de assistir. E, diferente do que muita gente acredita, os mais insanos não são apresentados só nos Estados Unidos ou no Japão. A seguir, você confere os 10 mais cruéis.
Esse foi um programa bizarro inspirado no filme “O Show de Truman”, estrelado por Jim Carey, exibido até o final dos anos 90 no Japão. Nele, Nasubi, um homem de 23 anos, tinha que viver em um apartamento completamente vazio, contando apenas com um telefone, uma mesa de café e uma prateleira para revistas.
Não havia cama, TV, colchão e nem mesmo roupas que ele pudesse vestir. O desafio do jogo era que ele ganhasse itens que pudesse usar, entrando em quantas competições fosse possível. Ele se inscreveu para o programa sabendo que, se ganhasse, as gravações seriam editadas e exibidas como seguimentos de programas diferentes – o que ele não imaginava era que ele mesmo era o show.
Durante a exibição de Prize Contest Life, o participante ganhou uma série de itens aleatórios, tais como ingressos para a apresentação das Spice Girls – sendo que ele não podia sair do apartamento –, um par de calcinhas (as únicas peças de roupa que ele conseguiu até o fim do programa), uma bicicleta que ele não podia usar, uma melancia, uma caixa de bananas, alguns sacos de arroz, bolas de golf, carne de pato, entre outros.
Quando Nasubi finalmente conseguiu atingir a meta de 1 milhão de ienes, ele foi enviado para a Coreia, onde teve que entrar em mais competições para pagar por sua moradia. Após 15 meses de confinamento e sem nenhuma ideia de que era famoso, o jovem foi levado para um estúdio de TV e deixado no que ele acreditava ser uma sala vazia.
No grand finale, em frente a 15 milhões de pessoas e ao vivo, as paredes caíram e revelaram o jovem nu para uma plateia ensandecida. A cara de surpresa de Nasubi é impagável.
A ideia de Man Vs. Best era colocar humanos contra animais em diversos testes de habilidade e atletismo para ver quem venceria. Se você consegue adivinhar como a competição costumava terminar, então parabéns! Você com certeza é mais inteligente do que a maioria do pessoal envolvido na produção desse programa.
A menos que o desafio fosse descobrir “quem é melhor em ter polegares opositores”, os bichos levavam a melhor sempre. O programa foi acusado de maltrato contra os animais por diversos grupos ambientais, além de ser considerado sensacionalista, grosseiro e extremamente perigoso.
Entre as competições do show, teve o lutador de sumô contra o canguru no cabo de guerra, 44 anões contra um elefante asiático e um desafio de comida entre um homem e um urso.
Dadagirl foi um programa da TV indiana em que os participantes eram humilhados e sofriam bullying, visando assim ganhar o prêmio em dinheiro. Os apresentadores eram três dadas (valentões) e as ofensas não tinham limite. Vencia quem aguentasse todas as provocações sem reagir – a versão brasileira podia se chamar “Pede pra sair!” ou “Vai Chorar?”.
Em 2008, surgiu um vídeo no YouTube em que um episódio deu muito errado. Nele, um homem é humilhado e xingado por uma das apresentadoras que, após ser respondida, desfere um tapa no rosto do participante. Irritado, ele revida e começa a gritar “Como ela pôde me bater?”. Nisso, toda a produção, e até mesmo a plateia, entrou no palco e espancou o rapaz, que continuava a gritar.
O participante entrou com um processo contra o show, alegando que grande parte da apresentação era combinada, mas que ele não havia concordado em ser esbofeteado e que a surra que levou após o acontecido foi muito real.
Em 2007, estreou nos EUA o programa Armed & Famous. Nele, diversas subcelebridades eram treinadas para se tornarem policiais de verdade. Entre os famosos estavam: La Toya Jackson, Erik Estrada, Wee Man, Jack Osbourne e Trish Stratus. Após o fim do aprendizado, eles saíam para patrulhar junto com policiais e visitavam cenas de crimes reais.
O show foi cancelado no canal principal da CBS e foi para o VH1 para uma curta temporada. Entretanto, o programa foi processado por uma mulher que alegou que sua casa havia sido invadida ilegalmente por diversos policiais, entre eles La Toya Jackson e Jack Osbourne – algo que não acontece todos os dias. Outro incidente envolveu Erik Estrada, que gritou loucamente com uma vítima que tinha acabado de ser esfaqueada porque ela o confundiu com Emilio Estevez.
Por aqui, dá até para imaginar uma versão estrelada por Geisy Arruda, Compadre Washington, Gracyanne Barbosa e Serginho Mallandro, todos eles tentando impedir o crime enquanto inventam bordões e cobram atenção dos assaltados e sequestrados.
Em Who’s Your Daddy, da Fox, os participantes eram pessoas adotadas que estavam à procura de seus pais verdadeiros. Até aí, tudo bem – afinal, Ratinho, Gugu e Celso Portiolli fazem isso sempre – o problema é que o programa não era tão simples assim. Nele, havia oito pais falsos que deveriam enganar os filhos e fazerem com que eles os escolhessem.
Caso o adotado ficasse com o pai errado, ele ganhava todo o dinheiro. Sim, os produtores desse programa transformaram o medo de não saber quem são seus pais de verdade em um reality show com premiação de US$ 100 mil (mais de R$ 240 mil). É difícil pensar em um jogo tão cruel e de mau gosto do que “Quem é seu pai?”, não é mesmo?
Na época da apresentação, em 2004, o show foi inundado com publicidades ruins e avaliações negativas, tanto é que apenas um episódio foi ao ar – provando assim que até os fãs de reality shows têm algum bom senso.
Esse foi um programa britânico com um plot twist. Nele, seis homens competiram pela afeição de Miriam e uma bolsa com £ 10 mil (quase R$ 40 mil). Durante três semanas, eles flertaram com a moça, foram a encontros, beijaram e dormiram de conchinha. No fim do show, ela escolheu um vencedor e revelou um segredo: ela havia nascido homem.
Na frente das câmeras, os homens tentaram levar na brincadeira, e o vencedor saiu de mãos dadas com Miriam. Porém, depois da gravação, um deles começou a chorar e outro até mesmo socou o produtor no rosto.
Os participantes acabaram processando o programa, antes mesmo de ele ter ido para o ar. Os produtores defenderam que eles nunca especificamente poderiam dizer que Miriam havia sido um homem e que todos os rapazes também se sentiram atraídos por ela antes da revelação.
“Como Miriam é uma transexual, eu nunca me referiria a ela como homem ou mulher. Ela é uma criatura maravilhosa”, disse um dos representantes do show. Claro que nada disso foi bom para autoestima de Miriam, que acabou também sendo atingida pelas risadas e pelo deboche dos participantes.
Nesse show, diversos participantes deviam completar puzzles variados. Se perdessem, eles caíam em um buraco aparentemente infinito e sabe lá aonde iam parar – é melhor pensar que havia um colchão bem grande no final da queda, pois senão alguns braços, pernas e pescoços foram quebrados.
Por aqui, nós já tivemos alguns jogos parecidos apresentados por Datena e Eliana. Entretanto, na versão japonesa a situação é ainda mais perigosa: quando as pessoas caem, a queda é pra valer!
Em 2000, o Channel 5, do Reino Unido, exibiu o programa Naked Jungle. Nele, diversos participantes eram ex-astros mirins e apresentadores fora de forma – todos eles pelados e competindo em diversos testes físicos.
Quem esperava algo sexy ficou decepcionado pela escolha dos desafiantes; por sua vez, quem queria algo emocionante e repleto de ação se decepcionou pela lerdeza dos participantes. O show foi alvo de críticas ferrenhas e acusado de “atingir o mais baixo fundo do poço”.
Esse programa foi ao ar em 2007 e só durou uma temporada. A premissa era observar o que poderia acontecer quando 40 crianças – com idade entre 8 e 15 anos – fossem levadas para uma “cidade privada” e deixadas praticamente sem nenhuma vigilância adulta durante algumas semanas.
Durante o curso do programa, até que as crianças conseguiram se virar bem. Elas cozinharam, limparam, delegaram tarefas e até fizeram pequenos reparos sem muitos problemas.
Entretanto, o programa foi acusado de cometer abuso infantil, após diversos jovens se machucarem – alguns deles precisaram de auxílio médico depois de beberem cândida acidentalmente e um deles teve queimaduras faciais enquanto tentava cozinhar. Não demorou muito para o show ser considerado perigoso e irresponsável.
Nesse programa britânico, 11 participantes do público se inscreveram para serem os primeiros participantes de um reality show a serem enviados para o espaço. Durante duas semanas, eles receberam um treinamento especial em um local secreto. Até que o dia grande dia chegou: eles entraram na espaçonave e foram lançados para o espaço – só que não. Tudo não passava de uma brincadeira de mau gosto.
A “espaçonave” era um modelo construído em um estúdio televisivo, montado para se parecer com e passar a mesma impressão que a verdadeira. Após “reentrarem na órbita da Terra”, eles foram colocados no que pensaram ser um módulo de pouso. O objeto se abriu e revelou que eles estavam na verdade em frente a uma plateia na TV, a qual ria deles por terem caído em uma história tão ridícula.
Um dos cadetes disse: “Ah, cara! Nós não somos astronautas, somos apenas imbecis”. E você pensando que os reality shows brasileiros eram ruins, não é mesmo?