Ciência
21/03/2014 às 11:46•3 min de leitura
Você conferiu nessa semana no Mega Curioso mais cinco teorias sobre o desparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines, que levava 239 passageiros. O avião, um Boeing 777 que deveria seguir até Pequim, saiu de Kuala Lumpur, na Malásia, e perdeu a comunicação cerca de uma hora depois da partida e até agora não se sabe o que aconteceu de verdade.
As teorias sobre o desaparecimento vão de terrorismo, sequestro e queda (ou pouso) em um local totalmente difícil de localização e comunicação. São várias as especulações. A última vem de um piloto canadense chamado Chris Goodfellow, com 20 anos de experiência em aviação, que colocou uma teoria em sua página no Google+ e o site Wired republicou o que ele escreveu.
Basicamente, para Chris, o avião sofreu um incêndio e por essa razão os equipamentos que são detectados pelos radares das torres de comando (o transponder e o radar secundário da aeronave) foram desligados e, provavelmente, o avião entrou em colapso com o fogo e caiu antes de conseguir pousar em um lugar seguro.
Fonte da imagem: Shutterstock
Sabe-se que uma hora depois da decolagem o avião sumiu dos radares quando já estava próximo ao Vietnã. É de conhecimento geral também que dois dias depois foi noticiado que um radar militar malaio (primário, que busca por reflexão e não por transponder) localizou um sinal do avião num curso a sudoeste, fazendo uma curva 90 graus à esquerda da rota que ele deveria seguir.
Para ficar mais claro, o piloto canadense explicou que fez uma busca no Google Earth, procurando aeroportos localizados em torno dessa nova rota para procurar entender o porquê da mudança do caminho. Ao pesquisar a localização, ele concluiu que o desvio feito aconteceu porque o piloto da Malaysia resolveu buscar o aeroporto mais próximo para fazer um pouso de emergência devido ao fogo.
O aeroporto escolhido teria sido o de Langwaki, perto do estreito de Malaca. No entanto, os problemas não deixaram que a aeronave alcançasse essa salvação. De acordo com Goodfellow, o incêndio teria sido causado por uma falha elétrica no avião, mais precisamente provocado por um superaquecimento de um dos pneus do trem de pouso dianteiro, que tomou a cabine de comando.
Segundo ele, em situações como essa, a primeira atitude dos comandantes é desligar boa parte dos controles da aeronave para depois restaurar cada circuito até encontrar a causa do fogo. Com isso, enquanto os equipamentos estão desligados, o avião se torna praticamente invisível aos radares. Na hipótese levantada por Chris, o fogo e a fumaça não deram chance para que esses dispositivos fossem ligados novamente pela tripulação.
Imagem das buscas Fonte da imagem: Reprodução/The Telegraph
O piloto canadense crê que o avião seguiu viagem em piloto automático depois disso até acabar o combustível ou até a cabine ser toda consumida pelo incêndio, caindo no oceano Índico.
Goodfellow acha que o avião está em algum ponto da rota de desvio e critica a atitude de jornalistas e autoridades, que acreditam que talvez seja um caso de terrorismo e que os pilotos tenham algo a ver com isso. “Não faz sentido ficar especulando sem que haja evidências, mas também não faz sentido ficar demonizando os pilotos que podem ter lutado para salvar a aeronave de um incêndio ou de outro problema mecânico grave”, diz Chris.
No mesmo dia em que a hipótese de Goodfellow foi publicada pelo site Wired, o jornalista e escritor científico Jeff Wise declarou no blog Future Tense, do site Slate que ela está errada. Jeff ironicamente disse que Chris resolveu todo o mistério que o mundo está se perguntando em um piscar de olhos. Jeff diz também que Chris “reabilitou” as reputações do comandante e copiloto que está sob uma forte nuvem de suspeitas e investigações.
Segundo ele, a postagem de Goodfellow se tornou popular, saindo do Google+ para depois explodir no Twitter e ser republicado pela Wired. Jeff admite que o relato de Goodfellow seja emocionalmente convincente, mas afirma que é simplesmente um engano. Ele explica:
“Pegue todas as outras grandes conclusões da investigação e a teoria de Goodfellow desmorona. Por um lado, embora seja verdade que o voo MH370 tenha virado para Langkawi e acabou por sobrevoar o local, quem estava nos controles continuou a manobra após esse ponto, bem como, virou bruscamente à direita em um ponto chamado “Vampi” e depois à esquerda novamente em um ponto chamado “Gival”. E tal navegação teria sido impossível para os homens inconscientes (apenas no piloto automático).”
Jeff ainda afirma que a teoria de Goodfellow falha ainda mais quando lembra do ping eletrônico detectado pelo satélite Inmarsat às 8h11 na manhã de oito de março. De acordo com a análise feita pelos governos da Malásia e Estados Unidos, os pings restringiram a localização do MH370 naquele momento para um dos dois arcos, um na Ásia Central e outro no sul do Oceano Índico.
“Como o MH370 voou de seu curso original para Langkawi, ele estava indo em direção nenhuma. Sem intervenção humana, o que iria contra a teoria de Goodfellow, simplesmente o avião não poderia ter alcançado a posição que conhecemos que foi atingida às 8h11 daquele dia”, diz Jeff. E as buscas continuam ainda sem nada concreto.
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E você, leitor? Concorda com quem? Chris ou Jeff?