Cientistas solucionam mistério sobre a causa de grande cratera no Canadá

22/11/2014 às 04:522 min de leitura

No Canadá, existe um local chamado de Bacia de Sudbury que foi formado por uma grande cratera. Já era de conhecimento dos cientistas que a sua formação havia se dado pelo impacto de um grande objeto celeste, mas ainda não se sabia qual. Agora, os especialistas acabaram de concluir que esse objeto foi um enorme cometa, que atingiu a Terra a mais de 1,8 bilhões de anos.

A Bacia de Sudbury tem uma forma elíptica com 60 quilômetros de comprimento, 30 quilômetros de largura e cerca de 15 quilômetros de profundidade, estando localizada próxima a cidade de Sudbury, no estado canadense de Ontario.

De acordo com o artigo de Tia Ghose do Live Science, desde que alguns mineiros descobriram ricos depósitos de cobre, níquel, paládio e outros metais valiosos na década de 1880 no local, os cientistas se perguntam como o buraco gigante na Terra veio a existir.

Nos anos 1960 e 1970, alguns geólogos analisaram e dataram rochas da cratera, determinando que o impacto foi bastante antigo, entre 1,6 a 1,9 bilhões de anos.

Porém, uma avaliação mais recente concluiu que o impacto ocorreu a cerca de 1,8 bilhões de anos atrás (baseado na cristalização de zircônio depois do derretimento causado pelo impacto), de acordo com um artigo de 2008 publicado na revista Geology. Mas, ainda, ninguém sabia exatamente que tipo de impacto havia formado a característica geológica maciça.

Pesquisa

Bacia de Sudbury (em formato elíptico) e o grande Lago Wanapitei na extremidade direita

A pesquisa que concluiu que o impacto que causou a grande cratera da Bacia de Sudbury foi feita por cientistas da Laurentian University. Joseph Petrus, um doutorando de ciências, foi um dos líderes do estudo. Para solucionar o mistério da cratera, ele e seus colegas observaram mais uma vez os elementos químicos encontrados nas rochas.

De acordo com os cientistas, como a Terra atrai siderófilos — elementos atraídos pelo ferro — que são substâncias como irídio ou ouro dentro de seu núcleo, a crosta do planeta contém concentrações relativamente baixas dessas moléculas.

No entanto, o lixo espacial contém mais elementos siderófilos do que a crosta terrestre e as rochas espaciais, como os asteroides, normalmente contêm mais destes elementos do que os cometas, que são conhecidos como as "bolas de neve sujas" do sistema solar.

Os cometas são considerados como os restos cósmicos de uma mistura de gelo, gás e poeira rochosa da formação do sistema solar há 4,6 bilhões de anos, enquanto que os asteroides são corpos rochosos que orbitam o Sol, mas são muito pequenos para serem considerados planetas.

Avaliações e resultados

Segundo o Live Science, ao estudarem a concentração e distribuição dos elementos siderófilos nas rochas de impacto, para além do tamanho da área onde o impacto fundiu as rochas, Petrus e seus colegas identificaram o que formou a cratera.

De acordo com a descoberta de Petrus e sua equipe, um cometa preenchido com pedaços de asteroides rochosos, que é diferente de um asteroide comum, formou a cratera. Segundo os cientistas, o enorme cometa explodiu nos oceanos rasos perto das margens continentais de um supercontinente primitivo, conhecido como Nuna, há cerca de 1,9 bilhões de anos atrás.

A colisão supercarregada lançou detritos para bem longe, tanto que fragmentos de rocha do impacto chegaram até a região onde hoje fica o estado norte-americano de Minnesota.

Os especialistas disseram que o impacto deixou uma cratera gigantesca com uma forma complexa, medindo cerca de 150 quilômetros de diâmetro, mas que ao longo das eras gradualmente se transformou em seu tamanho e forma atuais. Petrus disse que naquela época todas as formas de vida na Terra eram de organismos primitivos unicelulares. 

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