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07/03/2016 às 12:21•3 min de leitura
Quando você está sentado em uma sala escura assistindo a um filme particularmente sangrento, sabe que, na verdade, tudo não passa de muito sangue falso e efeitos especiais.
Porém, nem sempre é assim: alguns filmes têm cenas tão reais que levaram os seus responsáveis a responder na Justiça por crimes de crueldade e até assassinato.
Muitos vão se lembrar de Carlo Rambaldi como “o homem dos efeitos especiais” no filme “E.T. – O Extraterrestre”, mas o artista já esteve envolvido em projetos bem menos “fofinhos”. O mais notório deles é “Uma Lagartixa num Corpo de Mulher”, filme de 1971.
Na obra, Carol Hammond, personagem de Florinda Bolkan, é filha de um respeitado político e tem sonhos constantes com a sua vizinha Julia Durer (Anita Strindberg). Em uma dessas noites, Carol sonha que mata Julia. No entanto, quando a jovem é encontrada sem vida em seu apartamento, Carol se torna a principal suspeita e faz de tudo para provar o contrário.
Na cena mais infame do filme, Carol, a possível assassina, caminha para um sanatório e encontra quatro cães com o peito aberto e seus corações ainda batendo. Os efeitos de Rambaldi foram tão convincentes que um tribunal italiano acusou o diretor Lucio Fulci de crueldade animal e ele quase enfrentou uma pena de dois anos.
A produção testemunhou e afirmou que Rambaldi havia usado bonecos de borracha e pele de coiote. As acusações foram suspensas e a produção achou melhor cortar a cena do filme.
Apesar de não ser o primeiro filme a tentar “enganar” o público fingindo mostrar imagens reais, “Holocausto Canibal”, de 1980, é, sem dúvidas, um dos mais famosos deles. A ideia da produção do longa era “revelar” as filmagens feitas por uma equipe que gravava um documentário sobre tribos canibais na Amazônia. Por isso, toda a filmagem é feita nesse estilo, usando inclusive indígenas da região como atores, o que levou muita gente a acreditar que as cenas de morte eram reais.
Com todos os boatos em torno da obra, o filme chegou a ser confiscado por dez dias depois da estreia e o diretor Ruggero Deodato foi acusado, acredite, de assassinato! Mais uma vez, os membros da equipe precisaram comparecer perante um tribunal para provar que eram apenas efeitos especiais. Deodato teve que quebrar o contrato que havia feito com os atores – de que eles ficariam fora da mídia por um ano – para levá-los a um programa de televisão.
Além das mortes chocantes, o filme ainda contém imagens de animais sendo abatidos – incluindo um macaco decapitado com um facão. O tribunal considerou o diretor e os produtores da obra culpados de obscenidade e crueldade animal.
Originalmente criado como uma série de quadrinhos de terror ultrassangrentos, “Guinea Pig” conta com cenas de tortura, mutilação e assassinatos que às vezes são tão convincentes que chegaram a ser consideradas reais.
A obra ganhou notoriedade no Japão em 1989, quando o filme foi descoberto na casa do serial killer Miyazaki Tsutomu. Porém, muitas pessoas ficaram sabendo do longa quando ninguém menos do que Charlie Sheen entrou em contato com o FBI pensando se tratar de um assassinato gravado.
Os oficiais iniciaram uma investigação para rastrear e questionar o distribuidor do filme, Chas Balun, e só desistiram do caso quando tiveram acesso ao making of da produção, que explica os efeitos utilizados nas cenas.
Os produtores realmente tentaram convencer o público de que aquilo a que eles assistiram era verdade. Com baixo orçamento, a distribuidora de filmes de Allan Shackleton lançou uma obra inspirada em Charles Manson de uma maneira inusitada.
Ao final do filme, Shackleton removeu os créditos e acrescentou um novo fim: depois de assistir ao abate mal produzido, o público teria acesso ao que parecia ser o famoso “por trás das câmeras”. Enquanto os membros da equipe começam a sair, alguns deles vão até uma mulher em cena e, sem motivo aparente, matam a jovem, puxando o seu intestino para fora. Se isso não fosse ruim o suficiente, é possível ouvir outros dois integrantes da equipe falando ao fundo e questionando se a cena sangrenta foi filmada. Uma vez que ele confirma, o longa termina.
A obra foi comercializada com o seguinte slogan: “O filme que só poderia ter sido feito na América do Sul... onde a vida é barata”. Logo a polícia de Nova York recebeu denúncias e resolve investigar. Eles conseguiram chegar à atriz que, supostamente, teria sido assassinada pela equipe de filmagem e ela afirmou que estava bem.
Aqui temos um caso diferente dos citados na lista, mas nem por isso menos curioso. Ninguém que assistiu a “New Terminal Hotel” acreditou se tratar de cenas reais – a história foi bem diferente. Algum tempo depois das gravações, os bombeiros foram chamados para apagar um incêndio no Hotel George Washington, em Washington, quando se depararam com um quarto completamente sujo de sangue e garrafas de álcool.
O chefe da polícia J.R. Blyth chamou a cena de “a mais macabra” que já havia presenciado em seus 35 anos de profissão. Depois de um dia inteiro de investigações é que os oficiais descobriram que se tratava de um cenário do filme.