Imagem de Micróbios no cérebro: bactérias causam doenças neuropsiquiátricas? no megacurioso

Estudiosos encontraram indícios de que um microbioma tão complexo quanto o do nosso intestino também pode existir no nosso cérebro

Voc&ecirc; sabia que podem existir bact&eacute;rias vivendo no nosso c&eacute;rebro? Pois &eacute;, estudiosos encontraram ind&iacute;cios de que um microbioma t&atilde;o&nbsp;<a href="http://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/43067-gases-do-bem-te-los-frequentemente-significa-que-voce-e-saudavel.htm" target="_blank" title="Gases do bem: t&ecirc;-los frequentemente significa que voc&ecirc; &eacute; saud&aacute;vel">complexo quanto o do nosso intestino</a> tamb&eacute;m pode existir no nosso c&eacute;rebro, fazendo com que os micro-organismos tenham fun&ccedil;&otilde;es essenciais nesse &oacute;rg&atilde;o central.
Tais descobertas foram feitas por pesquisadores da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, que cogitaram a hip&oacute;tese desses micr&oacute;bios serem respons&aacute;veis por problemas comportamentais. No entanto, acredito muito mais na quest&atilde;o gen&eacute;tica como precursora e que certos tipos de traumas ou obst&aacute;culos no desenvolvimento podem desencadear <a href="http://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122908-depressao-conheca-os-6-tipos-mais-comuns-da-doenca.htm" target="_blank" title="Depress&atilde;o: conhe&ccedil;a os 6 tipos mais comuns da doen&ccedil;a">problemas psicol&oacute;gicos</a>.
No recente estudo publicado intitulado&nbsp;Is there a brain microbiome? ("existe um microbioma no c&eacute;rebro?" em portugu&ecirc;s), &eacute; poss&iacute;vel ter mais detalhes de como as descobertas ajudaram os cientistas a desvendar mais coisas sobre o assunto.
"Numerosos estudos identificaram sequ&ecirc;ncias microbianas ou ep&iacute;topos em amostras patol&oacute;gicas e n&atilde;o patol&oacute;gicas de <a href="http://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123704-cientistas-debatem-papel-de-virus-em-casos-de-esclerose-multipla.htm" target="_blank" title="Cientistas debatem papel de v&iacute;rus em casos de esclerose m&uacute;ltipla">c&eacute;rebro humano</a>. N&atilde;o foi resolvido se essas observa&ccedil;&otilde;es s&atilde;o artefatos ou representam verdadeiramente a popula&ccedil;&atilde;o do c&eacute;rebro por micr&oacute;bios", diz trecho do estudo.
Esse estudo mostra que dada a especula&ccedil;&atilde;o tentadora de que os micr&oacute;bios residentes poderiam desempenhar um papel em muitas doen&ccedil;as neuropsiqui&aacute;tricas e neurodegenerativas que atualmente carecem de etiologias claras, h&aacute; uma forte motiva&ccedil;&atilde;o para determinar a "verdade fundamental" da exist&ecirc;ncia microbiana em c&eacute;rebros vivos.
Ou seja: os micr&oacute;bios podem ter, sim, liga&ccedil;&atilde;o com o desenvolvimento ou funcionamento de doen&ccedil;as neuropsiqui&aacute;tricas, mas ainda s&atilde;o necess&aacute;rios mais estudos que desvendem a real liga&ccedil;&atilde;o entre as bact&eacute;rias e eles. N&atilde;o descarto, por&eacute;m, a possibilidade da rela&ccedil;&atilde;o com as doen&ccedil;as &mdash; inclusive, os micr&oacute;bios podem, sim, ser respons&aacute;vel por alguns tipos, mas n&atilde;o podemos generalizar.

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Micróbios no cérebro: bactérias causam doenças neuropsiquiátricas?

Imagem de Déjà vu: o que ocorre no cérebro quando sentimos um? no megacurioso

Mesmo alvo de teorias da conspiração, o déjà vu pode ser explicado pela ciência

O d&eacute;j&agrave; vu &eacute; uma sensa&ccedil;&atilde;o muito comum que causa a impress&atilde;o de j&aacute; termos vivido certa experi&ecirc;ncia, por mais que seja a nossa primeira vez; de j&aacute; termos visto certa pessoa, mesmo que a estejamos conhecendo agora. Esse fen&ocirc;meno j&aacute; deu g&aacute;s a teorias da conspira&ccedil;&atilde;o e explica&ccedil;&otilde;es m&iacute;sticas, no entanto, ele pode ser explicado ao analisarmos o que ocorre no c&eacute;rebro durante ele.
Esse fen&ocirc;meno &eacute; considerado normal se ocorrer apenas ocasionalmente, mas caso aconte&ccedil;a com frequ&ecirc;ncia, pode ser um sinal de alguma condi&ccedil;&atilde;o mais grave, como a epilepsia do lobo temporal, como explico no artigo "<a href="https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/42639" target="_blank" rel="sponsored">O que &eacute; o d&eacute;j&agrave; vu?</a>", publicado pela revista cient&iacute;fica Brazilian Journal of Development.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2003, o&nbsp;d&eacute;j&agrave; vu est&aacute; relacionado a sintomas como cansa&ccedil;o, ansiedade, stress, grande imagina&ccedil;&atilde;o e elevado grau de instru&ccedil;&atilde;o e pode ser explicado por 4 situa&ccedil;&otilde;es.
<ul>
<li>Duplo processamento: uma falta de sincronia na mente, embora o indiv&iacute;duo acredite que j&aacute; viveu certo acontecimento, ele sabe que isso nunca aconteceu;</li>
<li>Fen&ocirc;menos neurol&oacute;gicos: pode decorrer de convuls&otilde;es epil&eacute;pticas, desmaios, les&otilde;es no lobo temporal, esquizofrenia, entre outras;</li>
<li>Mem&oacute;ria: lembran&ccedil;as similares a novas situa&ccedil;&otilde;es podem ser relacionadas pelo c&eacute;rebro, dando a impress&atilde;o que s&atilde;o iguais. Al&eacute;m disso, mem&oacute;rias obtidas por filmes e livros tamb&eacute;m podem ser confundidas com acontecimentos reais;</li>
<li>Aten&ccedil;&atilde;o: distra&ccedil;&otilde;es e falta de aten&ccedil;&atilde;o total &agrave; determinada situa&ccedil;&atilde;o podem dificultar a gera&ccedil;&atilde;o de mem&oacute;rias claras e, quando forem vivenciadas novamente, serem reconhecidas como uma situa&ccedil;&atilde;o familiar, enquanto o c&eacute;rebro n&atilde;o consegue lembr&aacute;-las totalmente devido &agrave; distra&ccedil;&atilde;o no momento em que elas ocorreram.</li>
</ul>
Apesar de a ci&ecirc;ncia ainda n&atilde;o conseguir detalhar totalmente os efeitos causadores dessa sensa&ccedil;&atilde;o, pesquisas apontam que o fen&ocirc;meno pode ter ra&iacute;zes multifatoriais que, a depender da sua frequ&ecirc;ncia, podem indicar problemas cerebrais graves.

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Déjà vu: o que ocorre no cérebro quando sentimos um?

Imagem de É possível ter um QI abaixo de 50? no megacurioso

Notícias de pessoas com níveis de inteligência extraordinários são sempre destaque, mas e o contrário? É possível que existam pessoas com QI bem abaixo do normal?

Observa&ccedil;&otilde;es e an&aacute;lises realizadas &agrave; capacidade cognitiva nos diferentes pa&iacute;ses sugerem que existem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118090-nota-de-qi-define-inteligencia-veja-as-pessoas-mais-inteligentes-do-mundo.htm" target="_blank" rel="sponsored">diferen&ccedil;as nas pontua&ccedil;&otilde;es de QI m&eacute;dio</a> entre diferentes nacionalidades. Essas diferen&ccedil;as se d&atilde;o por diversos fatores e podem estar amplamente ligadas a diversos tipos de eflu&ecirc;ncias, como a cultura, a economia, o clima, a esperan&ccedil;a m&eacute;dia de vida entre outras.
Tem-se por medida que o QI mundial anda numa m&eacute;dia de 100. Ser&aacute;, ent&atilde;o, poss&iacute;vel situar-se abaixo da metade? Sim, &eacute;, e existem casos documentados.
Um deles foi o de Joseph Arridy, nascido no in&iacute;cio do seculo passado nos Estados Unidos. Testado por 3 psic&oacute;logos diferentes, foi constatado possuir um QI de apenas 46 e, por isso, acabou indo parar numa <a href="http://www.megacurioso.com.br/misterios/115912-os-bizarros-experimentos-da-willowbrook-state-school.htm" target="_blank" title="Os bizarros experimentos da Willowbrook State School ">escola para crian&ccedil;as com defici&ecirc;ncias mentais</a>. Arridy ficou conhecido por ter sido condenado por um&nbsp;<a href="http://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117173-homem-e-libertado-apos-37-anos-preso-por-crime-que-nao-cometeu.htm" target="_blank" title="Homem &eacute; libertado ap&oacute;s 37 anos preso por crime que n&atilde;o cometeu">crime que n&atilde;o cometeu</a> ap&oacute;s ser influenciado pela pol&iacute;cia para confessar algo que nunca fez, sendo condenado &agrave; morte aos 23 anos.
O crime em quest&atilde;o foi o ataque e viola&ccedil;&atilde;o de duas jovens menores de idade (12 e 15 anos) enquanto elas dormiam, sendo que uma veio a falecer. Arridy n&atilde;o compreendeu o crime que foi perpetrado, a confiss&atilde;o que fez, nem a pr&oacute;pria execu&ccedil;&atilde;o. Admite-se que ele n&atilde;o entendia, nem tinha no&ccedil;&atilde;o, do que era certo ou errado.
Os testemunhos que prestou eram inconsistentes e o principal suspeito, Frank Aquilar, j&aacute; tinha sido detido. Apesar disso, Arridy foi condenado por homic&iacute;dio e &agrave;&nbsp;<a href="http://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119483-o-brasil-ja-teve-pena-de-morte.htm" target="_blank" title="O Brasil j&aacute; teve pena de morte?">pena de morte</a> por c&acirc;mara de g&aacute;s. Acabou por ficar conhecido como o &ldquo;homem mais feliz no corredor da morte&rdquo;, exatamente por n&atilde;o ter no&ccedil;&atilde;o da gravidade do que estava para acontecer. Inclusive, quando foi informado que ia ser morto, disse: "N&atilde;o, n&atilde;o, Joe n&atilde;o vai morrer". Ele era incapaz de analisar a realidade.&nbsp;
Em 2011, o governador do Colorado Bill Ritter perdoou oficialmente Arridy ap&oacute;s ter sido provado que ele nem sequer estava na cidade quando ocorreu o crime.
***
Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; PhD em Neuroci&ecirc;ncias, mestre em Psicologia, p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia entre outras p&oacute;s-gradua&ccedil;&otilde;es, licenciado em Biologia e em Hist&oacute;ria, tecn&oacute;logo em Antropologia, jornalista, especializado em programa&ccedil;&atilde;o Python, Intelig&ecirc;ncia Artificial e tem forma&ccedil;&atilde;o profissional em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica. Atualmente, &eacute; diretor do Centro de Pesquisas e An&aacute;lises Her&aacute;clito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ci&ecirc;ncias e Tecnologia da Logos University International, cientista no Hospital Martin Dockweiler, e professor e investigador cientista na Universidad Santander.

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É possível ter um QI abaixo de 50?

Imagem de Por que acordamos rápido quando morremos em nos nossos sonhos? no megacurioso

Já se perguntou a razão pela qual sempre que vamos morrer em um sonho, acordamos?

J&aacute; se perguntou a raz&atilde;o pela qual sempre que vamos morrer em um sonho, acordamos? Isso acontece porque somente conhecemos o que vivemos. Somos um "objeto de nossas mem&oacute;rias", ou seja, apenas conseguimos assimilar o que vivemos, as experi&ecirc;ncias que j&aacute; tivemos.
Quando estamos sonhando, entramos no denominado de sono REM (movimento r&aacute;pido dos olhos). O sono REM &eacute; apenas um pouco mais "profundo" do que o est&aacute;gio 1 do n&atilde;o-REM, ou seja, n&atilde;o &eacute; dif&iacute;cil acordar neste est&aacute;gio.
Mesmo que seja apenas em sonho, experienciar a morte &eacute; um evento que nos estressa e faz com que nosso c&eacute;rebro libere adrenalina. Como &eacute; imposs&iacute;vel dormir e ter uma descarga de adrenalina ao mesmo tempo, ent&atilde;o acordamos.
Mais de 95% das vezes as pessoas conseguem lembrar-se destes sonhos. Primeiramente, porque se acorda logo ap&oacute;s acontecer e depois porque &eacute; uma experi&ecirc;ncia marcante pela tem&aacute;tica. &Eacute; o inverso do que estamos programados: a sobreviv&ecirc;ncia.
Quando s&atilde;o particularmente assustadores ou amea&ccedil;adores, os pesadelos podem provocar respostas de "luta e fuga", e a libera&ccedil;&atilde;o de adrenalina enquanto ainda estamos dormindo. Depois que voc&ecirc; acorda de um pesadelo, pode demorar um pouco a sentir-se estabilizado, impedindo voc&ecirc; seja capaz de voltar a dormir t&atilde;o f&aacute;cil ou rapidamente.
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Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; PhD em Neuroci&ecirc;ncias, mestre em Psicologia, p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia entre outras p&oacute;s-gradua&ccedil;&otilde;es, licenciado em Biologia e em Hist&oacute;ria, tecn&oacute;logo em Antropologia, jornalista, especializado em programa&ccedil;&atilde;o Python, Intelig&ecirc;ncia Artificial e tem forma&ccedil;&atilde;o profissional em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica. Atualmente, &eacute; diretor do Centro de Pesquisas e An&aacute;lises Her&aacute;clito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ci&ecirc;ncias e Tecnologia da Logos University International, cientista no Hospital Martin Dockweiler, e professor e investigador cientista na Universidad Santander.

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Por que acordamos rápido quando morremos em nossos sonhos?

Imagem de Por que algumas músicas "grudam" na cabeça mesmo depois de anos? no megacurioso

Como nosso cérebro funciona para manter aquela música, muitas vezes que nem gostamos, presa o tempo todo em nossa memória?

J&aacute; se perguntou por que algumas m&uacute;sicas ficam na mem&oacute;ria? Por que nos pegamos cantando quase inconscientemente algumas m&uacute;sicas mesmo sem perceber?&nbsp;A ci&ecirc;ncia pode nos dar a resposta para estas quest&otilde;es. Este acontecimento &eacute; chamado formalmente de "S&iacute;ndrome da Can&ccedil;&atilde;o Presa", ou, informalmente, "vermes de ouvido" (earworms, em ingl&ecirc;s).
Como foi demonstrado, as m&uacute;sicas que geralmente ficam gravadas t&ecirc;m caracter&iacute;sticas comuns, tais como: s&atilde;o mais r&aacute;pidas, com uma melodia bastante gen&eacute;rica e f&aacute;cil de lembrar, mas com alguns intervalos &uacute;nicos, como saltos ou repeti&ccedil;&otilde;es que a distinguem das demais.&nbsp;Outro fator importante se prende com o fato de, por terem estas caracter&iacute;sticas, passam mais vezes nas r&aacute;dios e nos outros canais de m&iacute;dia.
O Dr. Kelly Jakubowski, do Departamento de M&uacute;sica da Universidade de Durham, comprovou em estudo cient&iacute;fico que realmente existem tipos musicais mais suscet&iacute;veis a este acontecimento, tais como o g&ecirc;nero pop e rap. Claro que ele n&atilde;o considerou as m&uacute;sicas brasileiras. Inclusive, este tipo de estudo mostrou aos cientistas que an&aacute;lises deste g&ecirc;nero ajudam a compreender como funcionam as redes cerebrais envolvidas na percep&ccedil;&atilde;o, mem&oacute;ria, emo&ccedil;&otilde;es e pensamento livre.
Srini Pillay, investigadora em Harvard, tamb&eacute;m estudou o tema e concluiu que pessoas com TOC, ansiosas e estressadas t&ecirc;m mais probabilidade ao acontecimento &mdash; o c&eacute;rebro estressado se agarra a uma ideia repetitiva e fica com ela. Al&eacute;m disso, pessoas com forma&ccedil;&atilde;o musical podem ser mais suscet&iacute;vel a esses "vermes de ouvido".
A Universidade de Dartmouth realizou um experimento social em que v&aacute;rios volunt&aacute;rios iriam ouvir uma m&uacute;sica sem saber com anteced&ecirc;ncia qual seria. Os investigadores perceberam que quando o ouvinte reconhecia a m&uacute;sica, o c&oacute;rtex auditivo continuava a trabalhar, relembrando a melodia. Por outro lado, quando o ouvinte n&atilde;o conhecia a m&uacute;sica, a mente do sujeito ficava vazia. Para ocupar esse espa&ccedil;o, o c&eacute;rebro come&ccedil;ava a repetir o que tinha acabado de ouvir.
O mecanismo exato que causa este fen&ocirc;meno no c&eacute;rebro ainda n&atilde;o foi totalmente descoberto, mas pode passar muito pela nossa evolu&ccedil;&atilde;o enquanto humanos. Mesmo antes da escrita, t&iacute;nhamos que passar informa&ccedil;&otilde;es adiante e as m&uacute;sicas eram um desses instrumentos para perpetuar hist&oacute;rias e conhecimento. Alguns cientistas acreditam que o c&eacute;rebro humano se tornou altamente propenso a gravar informa&ccedil;&otilde;es faladas ou cantadas e associar algumas palavras a sentimentos e emo&ccedil;&otilde;es que v&atilde;o, mais tarde, ativar mem&oacute;rias.

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Por que algumas músicas 'grudam' na cabeça mesmo depois de anos?

Imagem de Copa do Mundo 2022: O perigo das concussões durante os jogos no megacurioso

Com o início da Copa do Mundo e os diversos casos de choques de cabeça entre os jogadores, reacendeu-se o debate sobre os impactos das concussões em jogos

Com a passagem dos primeiros jogos da <a href="http://www.megacurioso.com.br/copa-do-mundo-2022/" target="_blank" title="Copa do Mundo 2022">Copa do Mundo do Catar</a>&nbsp;t&ecirc;m surgido v&aacute;rios casos de impactos na cabe&ccedil;a de jogadores. Um exemplo foi o caso do goleiro iraniano que quebrou o nariz e sofreu suspeita de concuss&atilde;o ap&oacute;s um choque de cabe&ccedil;a com outro jogador e, logo em seguida, foi liberado para voltar a jogar.
O caso chamou bastante aten&ccedil;&atilde;o, com raz&atilde;o, pela imprud&ecirc;ncia da equipe da&nbsp;Federa&ccedil;&atilde;o Internacional de Futebol Associado&nbsp;(FIFA) em permitir que, mesmo com a gravidade da situa&ccedil;&atilde;o do jogador, ele retornasse &agrave; partida. A concuss&atilde;o pode causar sintomas como fortes dores de cabe&ccedil;a, desequil&iacute;brio, tontura, amn&eacute;sia e n&aacute;useas que podem persistir em alguns casos, por isso, &eacute; fundamental que o tratamento seja realizado logo ap&oacute;s a les&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/24/a-24102104273079.jpg" alt="a" />O goleiro iraniano Alireza Beiranvand &eacute; atendido pelos m&eacute;dicos ap&oacute;s choque na cabe&ccedil;a. (Fonte: Clive Brunskill/Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Les&otilde;es no futebol</h2>
As concuss&otilde;es s&atilde;o bastante comuns no&nbsp;<a href="http://www.megacurioso.com.br/futebol/" target="_blank" title="Futebol">futebol</a> e diversos &oacute;rg&atilde;os e organiza&ccedil;&otilde;es esportivas t&ecirc;m se manifestado para regulamentar cuidados com a sa&uacute;de dos jogadores, no entanto, existem outros perigos que tamb&eacute;m devem ser considerados, como o aparentemente inofensivo cabeceio.
De acordo com uma pesquisa recente publicada pela revista cient&iacute;fica Radiology, jogadores que realizam muitos lances com cabeceio no futebol podem sofrer altera&ccedil;&otilde;es cerebrais e impactos na cogni&ccedil;&atilde;o compar&aacute;veis ao de concuss&otilde;es, mas existem outras causas comuns de les&otilde;es cerebrais no futebol, como colis&otilde;es com outros jogadores, bola, trave, ou at&eacute; mesmo quedas.
Ao contr&aacute;rio do protocolo seguido pela FIFA no caso do goleiro iraniano, em caso de concuss&otilde;es o jogador deve ser, por quest&otilde;es de precau&ccedil;&atilde;o, imediatamente retirado da partida e realizar exames de neuroimagem que s&atilde;o fundamentais para analisar o quadro mais a fundo e obter um diagn&oacute;stico mais completo, tamb&eacute;m &eacute; importante que sejam realizados os procedimentos m&eacute;dicos para evitar danos maiores &agrave; sa&uacute;de do jogador.
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Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; PhD em Neuroci&ecirc;ncias; mestre em Psicologia; p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia entre outras p&oacute;s-gradua&ccedil;&otilde;es; licenciado em Biologia e em Hist&oacute;ria; tecn&oacute;logo em Antropologia; jornalista; especializado em programa&ccedil;&atilde;o Python, Intelig&ecirc;ncia Artificial; tem forma&ccedil;&atilde;o profissional em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica. Atualmente, &eacute; diretor do Centro de Pesquisas e An&aacute;lises Her&aacute;clito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ci&ecirc;ncias e Tecnologia da Logos University International; cientista no Hospital Martin Dockweiler; e professor e investigador-cientista na Universidad Santander.

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Copa do Mundo 2022: o perigo das concussões durante os jogos

Imagem de Os inconvenientes sobre o QI medido em testes que as pessoas não aceitam no megacurioso

Nos últimos tempos, cresceram as notícias relacionadas ao QI, muitas delas com pautas tendo como protagonistas pessoas com alto nível desse quociente intelectual

Nos &uacute;ltimos tempos, cresceram as <a href="http://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122466-presidente-da-triple-nine-society-fala-sobre-sociedades-mais-inteligentes.htm" target="_blank" title="Presidente da Triple Nine Society fala sobre sociedades de alto QI">not&iacute;cias relacionadas ao QI</a>, muitas delas com pautas tendo como protagonistas pessoas com alto n&iacute;vel desse quociente intelectual.&nbsp;O problema &eacute; que muitas pessoas demonstram certo receio a esse fator, sobretudo as que mesmo n&atilde;o testando t&atilde;o alto se acham cultas e dominadoras de certas mat&eacute;rias e ci&ecirc;ncias. Diante disso, resolvi elencar alguns pontos que podem ser determinantes para a exist&ecirc;ncia de tamanha repulsa ao QI.
Inicialmente &eacute; preciso aceitar que evid&ecirc;ncias avassaladoras apontam que o quociente &eacute; a constru&ccedil;&atilde;o te&oacute;rica simples mais confi&aacute;vel e mais &uacute;til em toda a hist&oacute;ria da Psicologia, tendo rela&ccedil;&atilde;o com praticamente todo o tipo de sucesso educacional, socioecon&ocirc;mico, ou seja, determinante para quem se torna bem sucedido.
Outro ponto que &eacute; v&aacute;lido destacar &eacute; que o QI &eacute; um n&uacute;mero que pode ser atribu&iacute;do &agrave;s pessoas para orden&aacute;-las num ranking de intelig&ecirc;ncia, com as com &iacute;ndices mais altos ocupando as primeiras posi&ccedil;&otilde;es.
O QI n&atilde;o se distribui de forma equitativa ou baseada em m&eacute;rito pessoal, pois se comp&otilde;e muito fortemente pelo fator gen&eacute;tico. Por isso n&atilde;o sabemos como aument&aacute;-lo de forma relevante e at&eacute; duradoura por meio de interven&ccedil;&otilde;es socioculturais que sigam um sistema.
O mais impressionante de tudo &eacute; que esses fatores acabam ferindo quase que a totalidade da ideologia e&nbsp;sensibilidades pol&iacute;ticas de muitas pessoas, as quais, frequentemente, optam por negar a exist&ecirc;ncia desses fatos, mesmo, como j&aacute; dito, com evid&ecirc;ncias t&atilde;o fortes.
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Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; PhD em Neuroci&ecirc;ncias, mestre em Psicologia, p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia entre outras p&oacute;s-gradua&ccedil;&otilde;es, licenciado em Biologia e em Hist&oacute;ria, tecn&oacute;logo em Antropologia, jornalista, especializado em programa&ccedil;&atilde;o Python, Intelig&ecirc;ncia Artificial e tem forma&ccedil;&atilde;o profissional em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica. Atualmente, &eacute; diretor do Centro de Pesquisas e An&aacute;lises Her&aacute;clito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ci&ecirc;ncias e Tecnologia da Logos University International, cientista no Hospital Martin Dockweiler, e professor e investigador cientista na Universidad Santander.

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Os inconvenientes sobre o QI medido em testes que as pessoas não aceitam

Imagem de Exame de sangue pode diagnosticar transtornos psiquiátricos, diz estudo no megacurioso

Estudo realizado na Austrália revela relação entre biomarcadores possíveis de identificação via exame de sangue e distúrbios psiquiátricos

A ci&ecirc;ncia est&aacute; em constante evolu&ccedil;&atilde;o, sempre embasada por estudos que cada vez mais se aprofundam nas nuances e interconex&otilde;es do nosso organismo. Nos &uacute;ltimos dias, um novo estudo apontou que dist&uacute;rbios mentais podem ser identificados via exame de sangue, confirmando a abordagem apresentada por mim em 2020, no estudo Psicoconstru&ccedil;&atilde;o - A arquitetura da mente humana: da mem&oacute;ria, passando pela hip&oacute;fise protegida pelo esfen&oacute;ide, at&eacute; o eva mitocondrial.
No estudo que publiquei, s&atilde;o apresentadas algumas rela&ccedil;&otilde;es entre partes f&iacute;sicas do corpo e nossa mente, al&eacute;m de ressaltar a complexidade do corpo humano e como o sistema nervoso se interliga com as demais estruturas do corpo desde a sua concep&ccedil;&atilde;o at&eacute; o seu desenvolvimento.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/27/fonte-ljubaphoto-getty-images-27131539713234.jpg" alt="Fonte: ljubaphoto/Getty Images" />(Fonte: ljubaphoto/Getty Images)
O conceito &eacute; simples, a presen&ccedil;a de transtornos mentais est&aacute; ligada &agrave; presen&ccedil;a de diversos biomarcadores RNA e altera&ccedil;&otilde;es bioqu&iacute;micas e moleculares, e a identifica&ccedil;&atilde;o dessas altera&ccedil;&otilde;es&nbsp;&ndash;&nbsp;estima-se que existam mais de 2 milh&otilde;es &ndash;&nbsp;podem revelar a presen&ccedil;a dos transtornos psiqui&aacute;tricos.
No mesmo estudo, sugiro a realiza&ccedil;&atilde;o de exames de sangue e/ou gen&eacute;ticos como forma de detec&ccedil;&atilde;o mais abrangente desse tipo de condi&ccedil;&atilde;o mental, envolvendo todas as nuances do problema e, assim, tra&ccedil;ar tratamentos mais assertivos, conseguindo detectar transtornos psiqui&aacute;tricos atrav&eacute;s da identifica&ccedil;&atilde;o de biomarcadores.
Normalmente, o diagn&oacute;stico desse tipo de dist&uacute;rbio &eacute; baseado quase que exclusivamente em an&aacute;lises cl&iacute;nicas, o que pode gerar conclus&otilde;es subjetivas e atrasar o diagn&oacute;stico, mas a identifica&ccedil;&atilde;o desses biomarcadores pode facilitar e tornar mais assertiva a detec&ccedil;&atilde;o de transtornos psiqui&aacute;tricos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/27/fonte-edwin-tan-getty-images-27131627178236.jpg" alt="Fonte: Edwin Tan/Getty Images" />(Fonte: Edwin Tan/Getty Images)
As novas conclus&otilde;es foram apresentadas pelo atual estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Newcastle, na Austr&aacute;lia, que refor&ccedil;am a exist&ecirc;ncia de biomarcadores que podem ser localizados no sangue e possuem rela&ccedil;&atilde;o causal com transtornos psiqui&aacute;tricos, abrindo margem para uma nova abordagem no tratamento desses transtornos direcionado para esses tra&ccedil;os bioqu&iacute;micos.
Ambos os estudos convergem para um ponto em comum, agora ainda mais embasado e refor&ccedil;ado cientificamente, da necessidade de exames mais globais para o diagn&oacute;stico de transtornos psiqui&aacute;tricos e que, a identifica&ccedil;&atilde;o dos biomarcadores que indicam a presen&ccedil;a desses transtornos pode ajudar a trat&aacute;-los de forma melhor direcionada.
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Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, &eacute; um P&oacute;s-doutor e PhD em neuroci&ecirc;ncias, mestre em psicologia, licenciado em biologia e hist&oacute;ria; tamb&eacute;m tecn&oacute;logo em antropologia com v&aacute;rias forma&ccedil;&otilde;es nacionais e internacionais em neuroci&ecirc;ncias e neuropsicologia. &Eacute; diretor do Centro de Pesquisas e An&aacute;lises Her&aacute;clito (CPAH), Cientista no Hospital Universit&aacute;rio Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ci&ecirc;ncias e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat e da Society for Neuroscience, membro-s&oacute;cio da APBE - Associa&ccedil;&atilde;o Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro Mensa, Intertel e TNS.

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Exame de sangue pode diagnosticar transtornos psiquiátricos, diz estudo

Imagem de "Uma Garota de Muita Sorte": os danos à saúde mental da vítima de estupro no megacurioso

Após o trauma de uma violência sexual, a vítima sofre uma série de traumas, muitas vezes irreverssíveis

Com o lan&ccedil;amento da nova s&eacute;rie da Netflix Uma Garota de Muita Sorte,&nbsp;que narra a hist&oacute;ria de Ani, uma jovem que sofre um estupro na adolesc&ecirc;ncia e que, mesmo ap&oacute;s aparentemente super&aacute;-lo, os traumas decorrentes dessa&nbsp;<a href="http://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122547-artemisia-gentileschi-pintora-se-vingou-de-seu-estuprador-pela-arte.htm" target="_blank" title="Artemisia Gentileschi: pintora se vingou de seu estuprador pela arte">viol&ecirc;ncia sexual</a> ainda a atormentam, o debate sobre os impactos mentais ap&oacute;s um estupro foi reacendido.
Durante a viol&ecirc;ncia sexual, o sistema nervoso simp&aacute;tico &eacute; afetado e libera <a href="http://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123084-a-terapia-primal-funciona-conheca-o-tratamento-baseado-no-grito.htm" target="_blank" title="A terapia primal funciona? Conhe&ccedil;a o tratamento baseado no grito">horm&ocirc;nios do estresse</a>, o que gera um estado de alerta no c&eacute;rebro, fazendo com que sua prioridade seja sair dessa situa&ccedil;&atilde;o, deixando o processamento do evento para depois.
O trauma faz com que o c&eacute;rebro passe por mudan&ccedil;as biol&oacute;gicas que culminam no surgimento do&nbsp;<a href="http://www.megacurioso.com.br/ciencia/118790-por-que-lembramos-mais-de-memorias-ruins-do-que-boas.htm" target="_blank" title="Por que lembramos mais de mem&oacute;rias ruins do que boas?">Transtorno de Estresse P&oacute;s-Traum&aacute;tico</a> (TEPT), e gera altera&ccedil;&otilde;es no hipocampo, afetando a mem&oacute;ria, superativando a am&iacute;gdala cerebral e causando um menor desenvolvimento do hemisf&eacute;rio cerebral esquerdo.
<h2>Efeitos no c&eacute;rebro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/11/a-11101719368069.jpg" alt="a" />(Fonte: Netflix)
Quando passamos por momentos de muito estresse, terror ou medo, como em casos de estupro, nosso <a href="http://www.megacurioso.com.br/comportamento/26296-ciencia-explica-por-que-criancas-nao-gostam-de-compartilhar-objetos.htm" target="_blank" title="Ci&ecirc;ncia explica por que crian&ccedil;as n&atilde;o gostam de compartilhar objetos">c&oacute;rtex pr&eacute;-frontal</a>, o "centro executivo" do c&eacute;rebro, &eacute; afetado, em alguns casos &eacute; totalmente desligado, gerando uma incapacidade de controlar a aten&ccedil;&atilde;o, lembran&ccedil;a e gerar sentido &agrave;s nossas experi&ecirc;ncias.
Al&eacute;m disso, o trauma da viol&ecirc;ncia sexual altera o funcionamento do c&oacute;rtex somatossensorial, parte do c&eacute;rebro respons&aacute;vel pelas percep&ccedil;&otilde;es, causando dores cr&ocirc;nicas nas &aacute;reas do corpo envolvidas no estupro, redu&ccedil;&atilde;o do desejo sexual e altera&ccedil;&otilde;es na orienta&ccedil;&atilde;o sexual da v&iacute;tima.
Quando algu&eacute;m passa por um estupro, ele n&atilde;o volta a ser o mesmo. A v&iacute;tima de um estupro morre por dentro, n&atilde;o no sentido literal, mas os danos &agrave; mente s&atilde;o irrevers&iacute;veis. Esse &eacute;, sem d&uacute;vida, um dos crimes mais hediondos, pois "mata" algu&eacute;m que continua vivo para sofrer essa dor.
***
Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; PhD em Neuroci&ecirc;ncias, mestre em Psicologia, p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia entre outras p&oacute;s-gradua&ccedil;&otilde;es, licenciado em Biologia e em Hist&oacute;ria, tecn&oacute;logo em Antropologia, jornalista, especializado em programa&ccedil;&atilde;o Python, Intelig&ecirc;ncia Artificial e tem forma&ccedil;&atilde;o profissional em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica. Atualmente, &eacute; diretor do Centro de Pesquisas e An&aacute;lises Her&aacute;clito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ci&ecirc;ncias e Tecnologia da Logos University International, cientista no Hospital Martin Dockweiler, e professor e investigador cientista na Universidad Santander.

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'Uma Garota de Muita Sorte': os danos à saúde mental da vítima de estupro

Imagem de Jeffrey Dahmer: Transtornos que moldam um assassino no megacurioso

O serial killer Jeffrey Dahmer chocou o mundo com o relato de seus crimes, mas quais foram os aspectos mentais que o levaram a matar?

Quando falamos de um serial killer canibal no estilo de&nbsp;Jeffrey Dahmer &mdash; retratado na s&eacute;rie Dahmer: um canibal americano, da Netflix &mdash;, a primeira coisa na qual as pessoas &eacute; a psicopatia, o que n&atilde;o &eacute; o caso. Psicopatas tendem a buscar conex&otilde;es significativas com os outros, j&aacute; aqueles com impulsos canibais desenvolvem apegos extremos, assim como s&atilde;o mais inseguros e t&ecirc;m dificuldade em manter relacionamentos normais.
Ingerir a v&iacute;tima &eacute; uma demonstra&ccedil;&atilde;o de poder absoluto e uma maneira de "eternizar" a v&iacute;tima dentro dele, como se n&atilde;o fosse mais sair e estivesse fixada em seu interior. Isso tem rela&ccedil;&atilde;o com o abandono sofrido por ele, assim como a n&atilde;o aceita&ccedil;&atilde;o das pessoas pelo seu jeito diferente, que causava estranheza. O apego extremo, devido a essa falta, pode se tornar desejo sexual por meio de fantasias.
H&aacute; possibilidades, tamb&eacute;m, de maus tratos por parte de seus pais, omitidos por eles &agrave; justi&ccedil;a. Na escola, Jeffrey buscava maneiras de chamar a aten&ccedil;&atilde;o, mesmo que de forma bizarra &mdash; era um pedido de ajuda.
<h2>Perturba&ccedil;&otilde;es psiqui&aacute;tricas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/03/a-03160810497271.jpg" alt="a" />(Fonte: Netflix)
Analisando as perturba&ccedil;&otilde;es que Jeffrey tinha, divulgadas por psiquiatras do caso, e que se tratavam de transtorno de personalidade borderline, transtorno de personalidade esquizot&iacute;pica e psicose, j&aacute; podemos entender seu comportamento como mostrado na s&eacute;rie.
Pessoas com transtorno de personalidade borderline t&ecirc;m a maneira como pensam e sentem sobre si mesmos e os outros afetada, causando problemas de autoimagem, dificuldade em gerenciar emo&ccedil;&otilde;es e comportamentos e um padr&atilde;o de relacionamentos inst&aacute;veis.
O transtorno de personalidade esquizot&iacute;pica &eacute; caracterizado por ansiedade social grave, transtorno do pensamento, idea&ccedil;&atilde;o paranoide, desrealiza&ccedil;&atilde;o, psicose transit&oacute;ria (ou n&atilde;o ansiada) e, muitas vezes, cren&ccedil;as n&atilde;o convencionais, al&eacute;m de extremo desconforto em manter e formar relacionamentos pr&oacute;ximos, principalmente por achar que seus pares nutrem pensamentos negativos em rela&ccedil;&atilde;o a ele.&nbsp;Os transtornos psic&oacute;ticos s&atilde;o transtornos mentais graves que causam pensamentos e percep&ccedil;&otilde;es anormais.
<h2>Como tudo come&ccedil;a?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/03/a-03160848935272.jpg" alt="a" />(Fonte: Hollywood Forever TV)
Os acontecimentos ao longo de sua vida foram gatilhos desencadeadores. J&aacute; havia um precursor gen&eacute;tico que, junto &agrave; m&aacute; cria&ccedil;&atilde;o e acontecimentos em seu desenvolvimento, desencadearam o que hoje sabemos. &Eacute; poss&iacute;vel uma pessoa ter mais de um transtorno de maneira concomitante, bem como existe o transtorno misto de personalidade, onde a pessoa tem tra&ccedil;os de diferentes dist&uacute;rbios.
O que se pode afirmar &eacute; que ele tinha um desejo obsessivo por dominar, uma necessidade por controle e em possuir de forma permanente suas v&iacute;timas, tendo como ponto-chave a obsess&atilde;o pela beleza f&iacute;sica, uma esp&eacute;cie de conquista.
Jeffrey foi descrito como uma crian&ccedil;a solit&aacute;ria e com o bizarro interesse por animais mortos e pela conserva&ccedil;&atilde;o de suas ossadas, tendo pedido ao pai para ensin&aacute;-lo a conservar os ossos. Tamb&eacute;m era viciado em bebidas e cigarros e tinha problemas em se enturmar.
Os impulsos canibais do serial killer podem ser explicados por apegos extremos, inseguran&ccedil;a e dificuldade em manter relacionamentos. Como mencionei antes, ingerir partes da v&iacute;tima &eacute; visto como uma forma de mant&ecirc;-la dentro de si "eternamente".&nbsp;Sua m&atilde;e tinha hist&oacute;rico de depress&atilde;o e de discuss&otilde;es com vizinhos e com o marido, tendo tentado se suicidar. Seu pai era ausente devido aos estudos na universidade.
<h2>E seu c&eacute;rebro?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/03/a-03160929833273.jpg" alt="a" />(Fonte: Netflix)
O c&eacute;rebro de Dahmer n&atilde;o p&ocirc;de ser estudado, apesar de v&aacute;rios profissionais e sua pr&oacute;pria m&atilde;e terem interesse, mas seu pai n&atilde;o permitiu. Baseando-me em estudos sobre assassinos, posso determinar a neuroanatomia para entender melhor o comportamento e os transtornos derivados.
Em teste de varredura cerebral (PET) de um controle normal comparado ao de um assassino, &eacute; vista a falta de ativa&ccedil;&atilde;o no c&oacute;rtex pr&eacute;-frontal no serial killer.&nbsp;O funcionamento deficiente do c&oacute;rtex pr&eacute;-frontal predisp&otilde;e um indiv&iacute;duo &agrave; viol&ecirc;ncia de v&aacute;rias maneiras:
<ul>
<li>Em um n&iacute;vel neurofisiol&oacute;gico, o funcionamento pr&eacute;-frontal reduzido pode resultar em perda de controle sobre estruturas subcorticais, como a am&iacute;gdala, relacionada &agrave; origem de sentimentos agressivos;</li>
<li>Em um n&iacute;vel neurocomportamental, o dano pr&eacute;-frontal tem sido associado a riscos, irresponsabilidades, quebra de regras, explos&otilde;es emocionais e agressivas, e comportamento argumentativo &mdash; todos os quais geram predisposi&ccedil;&atilde;o a atos criminosos violentos;</li>
<li>Em se tratando da personalidade, o dano frontal em pacientes neurol&oacute;gicos est&aacute; associado &agrave; impulsividade, perda de autocontrole, imaturidade, falta de tato, incapacidade de modificar e inibir o comportamento adequadamente e mau julgamento social. Estes, tamb&eacute;m, podem predispor &agrave; viol&ecirc;ncia;</li>
<li>No n&iacute;vel social, a perda de flexibilidade intelectual, habilidades de resolu&ccedil;&atilde;o de problemas e capacidade reduzida de usar informa&ccedil;&otilde;es fornecidas por pistas verbais &mdash; todas resultantes de disfun&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-frontal &mdash; podem prejudicar habilidades sociais essenciais para formular solu&ccedil;&otilde;es n&atilde;o agressivas para encontros turbulentos.</li>
</ul>
O giro angular esquerdo, na jun&ccedil;&atilde;o das regi&otilde;es temporal, parietal e occipital do c&eacute;rebro apresenta redu&ccedil;&atilde;o da habilidade verbal em assassinos.&nbsp;Uma confirma&ccedil;&atilde;o interessante dessa interpreta&ccedil;&atilde;o &eacute; que os d&eacute;ficits de aprendizado s&atilde;o anormalmente comuns em infratores violentos. Jeffrey &eacute; um exemplo disso &mdash; era um p&eacute;ssimo aluno.
Tamb&eacute;m foram encontrados em assassinos redu&ccedil;&atilde;o do funcionamento do corpo caloso &mdash; a faixa de fibras nervosas brancas de comunica&ccedil;&atilde;o entre os hemisf&eacute;rios cerebrais esquerdo e direito.&nbsp;O hemisf&eacute;rio direito est&aacute; envolvido na gera&ccedil;&atilde;o de emo&ccedil;&atilde;o negativa. Em testes com ratos, o hemisf&eacute;rio esquerdo normalmente atua para inibir a tend&ecirc;ncia de matar do hemisf&eacute;rio direito.
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/4zaekr-ocXA?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Tamb&eacute;m &eacute; observado em assassinos um funcionamento incomum em regi&otilde;es subcorticais, incluindo am&iacute;gdala, hipocampo e t&aacute;lamo.&nbsp;A am&iacute;gdala, o hipocampo e o c&oacute;rtex pr&eacute;-frontal est&atilde;o envolvidos no controle das emo&ccedil;&otilde;es e juntamente com o t&aacute;lamo, s&atilde;o fundamentais para a aprendizagem, mem&oacute;ria e aten&ccedil;&atilde;o.
As anormalidades na am&iacute;gdala concordam com a teoria destemida da viol&ecirc;ncia, uma vez que os ofensores t&ecirc;m reduzido a excita&ccedil;&atilde;o auton&ocirc;mica.&nbsp;Os assassinos parecem ter recrutado a &aacute;rea visual do c&oacute;rtex occipital do c&eacute;rebro para uma a&ccedil;&atilde;o vigorosa para ajud&aacute;-los a realizar a tarefa visual, compensando assim seu mau funcionamento pr&eacute;-frontal. A atividade subcortical excessiva pode predispor a um temperamento agressivo.
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Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; PhD em Neuroci&ecirc;ncias, mestre em Psicologia, p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia entre outras p&oacute;s-gradua&ccedil;&otilde;es, licenciado em Biologia e em Hist&oacute;ria, tecn&oacute;logo em Antropologia, jornalista, especializado em programa&ccedil;&atilde;o Python, Intelig&ecirc;ncia Artificial e tem forma&ccedil;&atilde;o profissional em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica. Atualmente, &eacute; diretor do Centro de Pesquisas e An&aacute;lises Her&aacute;clito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ci&ecirc;ncias e Tecnologia da Logos University International, cientista no Hospital Martin Dockweiler, e professor e investigador cientista na Universidad Santander.

Fabiano de Abreu - colunista