Chamado de maior cardume da Terra, a horda de sardinhas inicia sua migração devido a uma ressurgência momentânea das águas do Atlântico.

Embora a migração dos gnus das planícies do Serengeti, entre o Quênia e a Tanzânia, seja considerada oficialmente a maior do mundo, com 1,5 milhão de animais percorrendo anualmente 1,6 mil quilômetros, outra espécie pode ganhar a pole position quando considerada a biomassa: a das sardinhas da África do Sul.Chamado de “o maior cardume da Terra”, a corrida das sardinhas ocorre anualmente de maio a julho, e leva centenas de milhões desses pequenos peixes a deixar sua área de distribuição central temperada no sul do país, ao longo das águas subtropicais da costa de KwaZulu-Natal, em direção ao Oceano Índico.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128691-conheca-essas-6-espetaculares-migracoes-de-animais-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça essas 6 espetaculares migrações de animais pelo mundo</a></li></ul><h2>Por que as sardinhas migram?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/1A2MRrd3GYs" title="Sardine Run 2024 - The moments we live for" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>O apelido de maior cardume do mundo não é exagero: esses cardumes de sardinha chegam a se estender por sete quilômetros de comprimento, por 1,5 quilômetro de largura e 30 metros de profundidade. Se somadas, essas sardinhas podem chegar a bilhões de indivíduos em cada migração, o que significa que são acompanhadas por um exército de predadores, de golfinhos e tubarões até aves marinhas e focas.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127348-predadores-estao-longe-de-serem-os-viloes-da-natureza-defende-pesquisador.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Predadores estão longe de serem os vilões da natureza, defende pesquisador</a></li></ul>Qual seria então a vantagem dessa migração, na qual as sardinhas acabam devoradas? Alguns estudos sugerem que esse movimento é uma “migração de desova de um estoque subtropical distinto”. Ou seja, essas sardinhas seriam naturais das águas subtropicais e, após um tempo em águas mais frias, estariam “voltando para casa” para se reproduzir.Mas um estudo de 2021 contesta essa teoria. Por meio de informações genéticas, os autores descobriram que a maioria das participantes da “corrida” é de sardinhas de origem atlântica, onde as águas são naturalmente mais frias. O que faz com que elas iniciem a migração é um período breve de ressurgência (subida de águas mais frias do fundo). Mas elas acabam imprensadas entre a costa e uma corrente quente à qual não estão adaptadas.<h2>Por que as sardinhas nadam para uma "armadilha ecológica"?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/21/21212421613357.jpg" alt="X. (Fonte: Fonte: Peter Teske et al./ScienceAdvances, 2021)"><figcaption>Área de desova no Oceano Atlântico (em azul) e no Índico (em laranja). (Fonte: Fonte: Peter Teske et al./ScienceAdvances, 2021)</figcaption></figure></figure>O estudo de 2021 conclui que a tradicional corrida da sardinha é "um raro exemplo de migração em massa que não tem benefícios aparentes de aptidão", ou seja, não há nenhum tipo de benefício observável ou mensurável com o nosso conhecimento atual. Além disso, esse volumoso deslocamento sem volta é uma imensa armadilha ecológica.Para o primeiro autor do artigo da ScienceAdvances, Peter Teske, da Universidade de Joanesburgo, "a migração das sardinhas pode ser um vestígio do comportamento de desova que remonta ao período glacial. O que hoje é um habitat subtropical no Oceano Índico era, naquela época, uma importante área de berçário para sardinhas com águas frias".<ul><li>Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128381-o-que-aconteceria-se-os-danos-climaticos-pudessem-ser-revertidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O que aconteceria se os danos climáticos pudessem ser revertidos?</a></li></ul>Lembrando que "as sardinhas que participam da corrida são originadas de águas mais frias", o coautor Luciano Beheregaray, da Universidade de Flinders, alerta que, com o aquecimento global, a corrida das sardinhas poderá acabar, pois não haverá mais motivo para essa migração.

large_maior-migracao-animal-da-terra-pode-ser-uma-armadilha-ecologica-sem-volta-banner.png

medium_maior-migracao-animal-da-terra-pode-ser-uma-armadilha-ecologica-sem-volta-banner.png

small_maior-migracao-animal-da-terra-pode-ser-uma-armadilha-ecologica-sem-volta-banner.png

thumbnail_maior-migracao-animal-da-terra-pode-ser-uma-armadilha-ecologica-sem-volta-banner.png

maior-migracao-animal-da-terra-pode-ser-uma-armadilha-ecologica-sem-volta-banner.png

Maior migração animal da Terra pode ser uma armadilha ecológica sem volta

Pesquisadores usaram ressonância magnética de campo ultra-alto para mostrar evidências de alterações no tronco cerebral de sobreviventes de covid-19. 

Pesquisadores das universidades de Cambridge e Oxford, na Inglaterra, conseguiram obter recentemente fortes indícios de que uma lesão cerebral pode ser a causa da chamada covid longa. Nessa condição, pessoas que tiveram covid-19 continuam apresentando sintomas, mesmo após a recuperação do quadro agudo da doença.Segundo o estudo, publicado na revista Brain, alguns sintomas como fadiga, falta de ar e dor no peito persistem em alguns pacientes pós-hospitalizados com covid-19. Os autores propõem que essas manifestações corporais "são em parte devidas a danos aos principais núcleos neuromoduladores do tronco cerebral", diz o artigo.&nbsp;Como o envolvimento do tronco encefálico foi amplamente demonstrado durante a fase aguda da doença, o estudo atual se concentrou nas alterações de longo prazo dessa estrutura essencial para a vida. Para isso, os autores usaram o mapeamento quantitativo de suscetibilidade (QSM) em campo ultra-alto, uma técnica de ressonância magnética que melhora a resolução da imagem e detecta alterações invisíveis na RM tradicional.&nbsp;<h2>Importância do tronco cerebral para a vida humana</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/20/20002514868001.png" alt="x"><figcaption>O tronco cerebral controla funções vitais importantes. (Fonte: Rua et al., Brain, 2024)</figcaption></figure></figure>Composto por mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano, o tronco cerebral é a parte do encéfalo que conecta o cérebro à medula espinhal. Parte integrante do sistema nervoso central, ele controla importantes funções vitais e automáticas, como respiração, batimentos cardíacos, pressão arterial e reflexos (tosse, engolir).Para a primeira autora do artigo, Catarina Rua, professora em Cambridge, "O fato de vermos anormalidades nas partes do cérebro associadas à respiração sugere fortemente que os sintomas duradouros são um efeito da inflamação no tronco cerebral após a infecção por covid-19".<h2>Resultados dos exames do tronco cerebral de pacientes com covid longa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/20/20000911231000.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Pesquisadores detectaram anormalidades no tronco paciente até 18 meses após primeira infecção por covid-19. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os pesquisadores escanearam os cérebros de 31 pessoas no pico da pandemia que haviam sido hospitalizadas com covid-19 antes da disponibilização das vacinas. Realizados pelo menos três meses após a alta hospitalar, foram detectadas sinais de inflamação nas três partes do tronco cerebral.Usando o QSM de campo ultra-alto de sete teslas, os autores detectaram anormalidades microscópicas que revelam sinais de inflamação cerebral em pacientes, até 18 meses após a primeira infecção pelo vírus SARS-CoV-2.A principal conclusão foi que "o tronco cerebral é um local de vulnerabilidade aos efeitos de longo prazo da covid-19, com mudanças duradouras visíveis nos meses após a hospitalização". Isso ficou mais evidente em pacientes com internações mais longas, covid mais grave, respostas inflamatórias marcantes e maior impacto na qualidade de vida.

large_GettyImages-1789012092.jpg

medium_GettyImages-1789012092.jpg

small_GettyImages-1789012092.jpg

thumbnail_GettyImages-1789012092.jpg

GettyImages-1789012092.jpg

Covid longa pode ser a consequência de uma lesão cerebral

Curiosamente, o ponto de interrogação no Quaestio abre uma questão sobre o surgimento dos animais complexos na Terra. 

Dizer que pesquisadores encontraram um bicho estranho na Austrália já virou pleonasmo. Mas foi o que ocorreu recentemente quando paleontólogos da Universidade Estadual da Flórida, nos EUA, se depararam com o fóssil de um animal que poderia caber na palma de uma mão, e com uma estrutura em forma de ponto de interrogação dividindo o seu corpo ao meio.Com idade estimada em 555 milhões de anos, o que o coloca no final do Período Ediacarano (véspera da Explosão Cambriana de animais complexos), o bicho foi batizado de Quaestio simpsonorum em um estudo recente publicado na revista Evolution and Development. Em um comunicado, os pesquisadores o comparam a um “pequenos robô aspirador marinho", comendo algas e bactérias microscópicas no fundo do mar.<ul><li>Descubra:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/estudo-encontra-caminho-para-identificar-ancestral-de-toda-vida-na-terra" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estudo encontra caminho para identificar ancestral de toda vida na Terra</a></li></ul>Descoberto no Parque Nacional Nilpena Ediacara, no sul da Austrália, o que mais chamou a atenção nesse bichinho, explica em comunicado a coautora Mary Droser, é que esse desenho semelhante a um ponto de interrogação é um sinal de uma assimetria esquerda-direita definitiva, uma característica de formas de vida mais complexas,<h2>Descobrindo o Quaestio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/25/25132628138168.jpg" alt="Co autores Emily e Ian Hughes usam um palito de dente para limpar uma laje de pedra com fósseis. (Fonte: Scott Evans/Divulgação)"><figcaption>Co autores Emily e Ian Hughes usam um palito de dente para limpar uma laje de pedra com fósseis.&nbsp;</figcaption></figure></figure>Para o coautor Ian Hughes, da Universidade de Harvard, um dos momentos mais emocionantes da descoberta do Q. simpsonorum foi quando viraram uma pedra e descobriram um rastro fóssil através de um espécime. "Ele podia se mover”, comemorou Hughes.No fundo do mar antigo, os micróbios possivelmente formavam uma "tapete" nutritivo, como uma camada de lodo, onde o Quaestio vinha se banquetear, deixando uma textura particular nas rochas que hoje formam os leitos fósseis do parque.&nbsp;<h2>Qual a importância da descoberta do Quaestio?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/25/25132212677167.jpg" alt="O Cambriano é conhecido como o início "><figcaption>O Cambriano é conhecido como o início "repentino" dos organismos complexos no mundo.</figcaption></figure></figure>Como os sítios naturais do Nilpena Ediacara são muito extensas (cerca de 61 mil hectares), os autores têm escavado há mais de dez anos em leitos fósseis e lajes de rochas. Quando trabalhavam com uma ajudinha extra de voluntários do Museu da Austrália do Sul, em um dos mais novos locais de escavação do parque, descobriram o Quaestio.Para o primeiro autor do artigo, Scott Evans, ao estudar os genes que criaram a assimetria no Quaestio, um animal extinto há mais de meio bilhão de anos, podemos entender melhor como a vida complexa surgiu na Terra, pois os animais atuais usam genes parecidos para desenvolver suas diferenças entre os lados esquerdo e direito.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/89364-afinal-qual-a-diferenca-entre-o-lado-direito-e-o-esquerdo-do-cerebro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afinal, qual é a diferença entre o lado direito e o esquerdo do cérebro?</a></li></ul>Descobrir um animal complexo antes da explosão cambriana desafia o conhecimento tradicional que a complexidade surgiu de repente. Nesse sentido, assim como expresso no seu nome, o Quaestio cria uma importante questão para os paleontólogos, pois a ponte evolutiva entre animais simples e complexos pode ser mais longa do que se pensava.&nbsp;

large_fossil-estranho-com-ponto-de-interrogacao-e-de-um-dos-primeiros-animais-do-mundo-thumb.png

medium_fossil-estranho-com-ponto-de-interrogacao-e-de-um-dos-primeiros-animais-do-mundo-thumb.png

small_fossil-estranho-com-ponto-de-interrogacao-e-de-um-dos-primeiros-animais-do-mundo-thumb.png

thumbnail_fossil-estranho-com-ponto-de-interrogacao-e-de-um-dos-primeiros-animais-do-mundo-thumb.png

fossil-estranho-com-ponto-de-interrogacao-e-de-um-dos-primeiros-animais-do-mundo-thumb.png

Fóssil estranho com "ponto de interrogação" é de um dos primeiros animais do mundo!

Para entender uma inundação dramática do lago da cratera, pesquisadores estão examinando a dinâmica da erupção vulcânica do Changbaishan

O vulcão Changbaishan, na fronteira da Coreia do Norte com a China, foi declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1979, e é hoje um dos principais destinos do vulcanoturismo mundial. Ele ficou conhecido por protagonizar uma das maiores erupções vulcânicas dos últimos 10 mil anos: a “Erupção do Milênio”, ocorrida no ano 946 d.C.A erupção foi tão poderosa que, ao liberar dezenas de quilômetros cúbicos de magma, causou o colapso do topo do vulcão, formando uma grande caldeira vulcânica a 2,2 mil metros de altura. Esta caldeira depois se encheu de água, formando o atual Lago Celestial (Tianchi em chinês, ou Cheonji em coreano). Com área oval de quase 10 km², o lago contém cerca de 2 km³ de água cristalina.<ul><li>Veja mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126877-erupcao-vulcanica-pode-ter-causado-a-era-da-terra-bola-de-neve-ha-700-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Erupção vulcânica pode ter causado a Era da 'Terra bola de neve' há 700 milhões de anos</a></li></ul>Como o Changbaishan (Baeku em coreano) pode entrar em erupção de novo, os vulcanólogos querem ter uma exata compreensão dos possíveis riscos envolvidos. Em um estudo recente, propriamente chamado de “Reconstrução da dinâmica de uma inundação catastrófica no lago da cratera”, pesquisadores da Universidade de Jilin, na China, geraram um modelo da tragédia no lago.<h2>Reconstruindo a inundação do lago</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22135746374170.jpg" alt="Paisagem do Changbaishan hoje. (Fonte: Clube Med/Divulgação)"><figcaption>Paisagem do Changbaishan hoje. (Fonte: Clube Med/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para "reconstruir" a história da inundação catastrófica ocorrida logo depois da Erupção do Milênio, a equipe de geólogos e engenheiros liderada por Shengwu Qin, cavou para examinar as diferentes camadas de material vulcânico e sedimentos.<ul><li>Conheça:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/desastres-naturais/98001-7-maiores-explosoes-vulcanicas-da-historia-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">7 maiores explosões vulcânicas da história da humanidade</a></li></ul>Sua hipótese é que pelo menos um quilômetro cúbico de água pode ter sido derramado da caldeira do vulcão, o equivalente a duas vezes o lago Paranoá, em Brasília. Isso causou uma erosão imediata dos segmentos, à razão de 34 metros por hora, durante três horas.&nbsp;Segundo os pesquisadores, a erupção ocorreu em duas fases, e a grande inundação pode ter ocorrido entre as duas. Contra uma corrente de especialistas que defende que a erupção rachou a borda do vulcão, os autores atuais argumentam que o sedimento encontrado deveria estar mais espalhado se fosse de fato uma explosão repentina.<h2>Três cenários para uma catástrofe</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22131603061147.jpg" alt="A antiga caldeira do Changbaishan voltou a se encher de água. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A antiga caldeira do Changbaishan voltou a se encher de água. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para explicar uma taxa de incisão da brecha de 30-38 metros por hora, com liberação de cerca de 1,2 km3 de água, os autores construíram três diferentes cenários. No primeiro deles, a água simplesmente transborda em virtude do fluxo de magma subindo debaixo dela, e escorre pela borda da antiga caldeira.No segundo cenário, o vulcão provoca um terremoto que faz desmoronar uma parede interna da caldeira, causando o transbordamento por deslocamento da água. Na terceira projeção, chuvas intensas anteriores ao evento enchem a caldeira até sua capacidade máxima: a água acaba rompendo a borda da cratera e vaza.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/afinal-alguem-sobreviveu-a-erupcao-do-vesuvio-em-pompeia-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afinal, alguém sobreviveu à erupção do Vesúvio em Pompeia?</a></li></ul>Para os autores, uma correta compreensão da dinâmica dessa catástrofe é crucial para orientar populações vulneráveis a se prepararem convenientemente para possíveis desastres naturais futuros, não só na jusante do Lago Celestial, mas também em outras áreas de influência vulcânica espalhadas pelo mundo.&nbsp;A pesquisa foi publicada na revista Advancing Earth and Space Sciences.

large_erupcao-de-vulcao-antigo-pode-explicar-inundacao-em-lago-celestial-banner.png

medium_erupcao-de-vulcao-antigo-pode-explicar-inundacao-em-lago-celestial-banner.png

small_erupcao-de-vulcao-antigo-pode-explicar-inundacao-em-lago-celestial-banner.png

thumbnail_erupcao-de-vulcao-antigo-pode-explicar-inundacao-em-lago-celestial-banner.png

erupcao-de-vulcao-antigo-pode-explicar-inundacao-em-lago-celestial-banner.png

Erupção de vulcão antigo pode explicar inundação em lago celestial 

O estudo conclui que a injeção de partículas de diamante de 150 nm poderiam reduzir as temperaturas globais em até 1,6°C.

Na tentativa desesperada para<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/clima-extremo-deve-afetar-70-da-populacao-mundial-em-20-anos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;mitigar de forma rápida as mudanças climáticas</a>, alguns pesquisadores estão propondo realizar intervenções climáticas diretamente na estratosfera, a segunda camada principal da atmosfera terrestre. A ideia é injetar nesse local, entre 10 e 50 km acima da superfície da Terra, algumas toneladas de partículas para funcionar como um “guarda-sol” gigante.Em um estudo publicado recentemente na revista Geophysical Research Letters, uma equipe internacional de cientistas, liderados por pesquisadores da prestigiada ETH Zurique, da Suíça, propõe “um modelo global de química-clima com microfísica interativa de partículas sólidas”, no caso, cinco milhões de toneladas de partículas de diamante de 150 nm cada.A expectativa é que, se tudo corresse conforme os planos da equipe, essa riquíssima poluição seria capaz de reduzir as temperaturas globais em até 1,6&nbsp;°C. Esse número é impressionante, pois é maior até do que o teto de 1,5&nbsp;°C acima dos níveis pré-industriais proposto no Acordo de Paris em 2015.&nbsp;<h2>Testando aerossóis estratosféricos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22182022921332.jpeg" alt="x. (Fonte S. Vattioni et al., 2024/Divulgação)"><figcaption>Esquema gráfico da injeção de dióxido de enxofre na atmosfera. (Fonte S. Vattioni et al., 2024/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Originalmente, a injeção de aerossol estratosférico deveria ser feita com partículas de dióxido de enxofre (SO2), um gás incolor, fedorento, mais pesado que o ar e, por incrível que pareça, altamente poluente. Para piorar a situação, testes mostraram que o elemento químico teve um efeito oposto, ou seja, aqueceu a estratosfera.&nbsp;Para testar alternativas ao SO2, os autores desenvolveram um modelo climático 3D para simular a reação de diferentes aerossóis na atmosfera. Foram testados os seguintes elementos: alumínio, calcita, carboneto de silício, anatase e rutilo, além dos citados diamante e dióxido de enxofre.O teste abrangeu diversas características, como a capacidade de cada material em absorver ou refletir calor, quanto tempo eles passam na atmosfera (sedimentação) e sua tendência de se manterem juntos ou separados ao longo do tempo (coagulação). Após a simulação de 45 anos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quanto-mais-perto-do-sol-mais-frio-o-fascinante-paradoxo-das-montanhas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o diamante provou ser o melhor em refletir a radiação solar</a>, e o SO2 o pior.<h2>É possível injetar pó de diamante na atmosfera?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22182727956338.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O custo de espalhar diamantes na atmosfera seria o dobro do PIB mundial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/diamantes-sao-criados-do-zero-em-15-minutos-em-novo-processo-cientifico-revolucionario" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Após o diamante ter se destacado como a melhor opção</a> entre as seis partículas e o gás de dióxido de enxofre, surgiu um obstáculo, e é bem grande: a conta.&nbsp;Em entrevista à Science, o primeiro autor do artigo, Sandro Vattioni explicou que, para chegar à meta de 1,6&nbsp;°C, seriam necessárias cinco milhões de toneladas de partículas por ano, com um custo, até o final do século 21, de US $ 200 trilhões, ou R$ 1,1 quatrilhão.Só para ter uma ideia do que representa essa quantia, basta lembrar que a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no mundo em 2023, ou seja, o PIB global foi de US$ 105,44 trilhões, segundo dados do Bando Mundial. Então, teremos que trabalhar o dobro só para ter diamantes em nossa estratosfera.

large_po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

medium_po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

small_po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

thumbnail_po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

po-de-diamante-na-atmosfera-pode-reduzir-aquecimento-global-e-salvar-o-mundo-banner.png

Pó de diamante na atmosfera pode reduzir aquecimento global e salvar o mundo

Uma estatueta de dragão de antiga tumba no China pode fornecer algumas pistas esclarecedoras sobre a cultura neolítica Hongshan.

Uma importante descoberta arqueológica, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128871-por-que-o-ano-do-dragao-e-tao-importante-no-calendario-chines.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a estatueta de um dragão de jade de cinco mil anos</a> foi anunciada recentemente pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. Desenterrado em uma antiga tumba em Chifeng, o artefato, considerado um símbolo de poder e realeza, é o maior dragão de jade já descoberto da civilização neolítica Hongshan.Extraordinária cultura do nordeste da China, os hongshan habitaram as atuais províncias de Liaoning e Mongólia Interior entre os anos de 4700 a.C. e 2900 a.C. Eles são conhecidos por suas incríveis esculturas de jade e argila. Às vezes representavam seus dragões com “cara de porco” e outras criaturas simbólicas.Além do sofisticado artesanato da antiga cultura, foram encontradas outras peças na tumba Hongshan: bacias de cerâmica pintadas, xícaras em forma de tripé, além de restos humanos. O conjunto fornece indícios importantes sobre os rituais e o dia a dia da cultura Hongshan.<h2>O túmulo e as relíquias hongshan</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23004859834014.jpg" alt="Vista aérea do túmulo construído pela cultura Hongshan. (Fonte: Xinhua/Divulgação)"><figcaption>Vista aérea do túmulo construído pela cultura Hongshan. (Fonte: Xinhua/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Segundo o The Independent, foram desenterrados ao todo mais de 100 artefatos "estranhos" de jade, datados da Idade da Pedra na Mongólia interior. O túmulo escavado é o maior já descoberto naquela província.&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121380-dragao-chines-entenda-por-que-essas-criaturas-eram-reverenciadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Além do dragão maior, que é do tamanho da palma de uma mão e de cor verde-esmeralda,</a> segundo a Xinhua, foram desenterrados outros dois dragões, também de jade, mas de cores diferentes, igualmente datados em cinco mil anos.&nbsp;O monte funerário, uma estrutura elevada construída para enterros, tem uma tumba circular que fica ao norte de um altar quadrado e idade estimada entre 5 mil e 5,1 mil anos. "A variedade de artefatos de jade descobertos preenche lacunas importantes em nossa compreensão do uso de jade desta antiga civilização", afirmou o diretor do Instituto de Relíquias Culturais e Arqueologia, Sun Jinsong, ao Archaeology News.<h2>É ou não um dragão?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/23/23005756050016.jpg" alt="O dragão de jade tem 15,2 cm de comprimento, 10,2 cm de largura e 2,5 cm de espessura. (Fonte: Xinhua/Divulgação)"><figcaption>O dragão de jade tem 15,2 cm de comprimento, 10,2 cm de largura e 2,5 cm de espessura. (Fonte: Xinhua/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Após a divulgação apoteótica da notícia pela agência estatal chinesa, destacando principalmente o ineditismo da descoberta, alguns pesquisadores não se mostraram tão impressionados com o artefato.&nbsp;Para o acadêmico e arqueólogo israelense Gideon Shelach-Lavi, que já trabalhou no sítio arqueológico chinês, mas não esteve envolve na recente descoberta, apesar de "muito bom", o dragão de jade "não é tão único", explicou o professor de Estudos do Leste Asiático da Universidade Hebraica de Jerusalém ao Live Science.Ele afirma que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128205-homem-dragao-o-parente-mais-proximo-dos-humanos-modernos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">muitos artefatos parecidos com o dragão de jade já haviam sido desenterrados</a> em outras tumbas da cultura Hongshan antes. Além disso, diz o pesquisador, os historiadores não são capazes de afirmar seguramente se esses objetos foram esculpidos com o objetivo de se parecerem com dragões.&nbsp;E conclui: "Não sabemos realmente qual era o significado deles durante o período Neolítico, então chamá-los de 'dragões' é meio 'anacrônico".

medium_dragao-de-jade-de-5000-anos-revela-segredos-sobre-civilizacao-pre-historica-thumb.png

small_dragao-de-jade-de-5000-anos-revela-segredos-sobre-civilizacao-pre-historica-thumb.png

thumbnail_dragao-de-jade-de-5000-anos-revela-segredos-sobre-civilizacao-pre-historica-thumb.png

dragao-de-jade-de-5000-anos-revela-segredos-sobre-civilizacao-pre-historica-thumb.png

Dragão de jade de 5 mil anos revela segredos sobre civilização pré-histórica

Depois de praticamente dobrar durante o século 20, a expectativa de vida humana desacelerou e pode se fixar em uma média de 87 anos.

Animados com <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/japoneses-descobriram-o-segredo-da-longevidade-e-e-fazer-exatamente-o-que-voce-nao-quer" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um dramático aumento na expectativa de vida dos seres humanos</a> nos últimos dois séculos, somos às vezes tentados a acreditar que passaremos a viver cada vez mais nos próximos anos. Quem sabe até os 150 anos, propõe a chamada ciência da longevidade ou a moderna medicina antienvelhecimento.Agora, um estudo recente, liderado pelo epidemiologista S. Jay Olshansky, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Illinois em Chicago, joga um balde d'água em nosso chope. Para os autores, embora os avanços médicos continuem ocorrendo "em uma velocidade vertiginosa", o impacto desses progressos na extensão da vida tem diminuído aos poucos.Em outras palavras, isso significa que os casos de pessoas com 100 anos ou mais neste século "continuarão sendo exceções que não aumentarão significativamente a expectativa de vida média", sugere Olshansky. A sobrevivência centenária deverá ficar restrita a 15% das mulheres e 5% dos homens, diz o estudo.<h2>Testando as novas perspectivas de sobrevivência</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/20/20213809103000.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O estudo mostrou que está difícil aumentar a expectativa de vida. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Quando se leva em conta que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/as-pessoas-realmente-viviam-ate-os-100-anos-ou-mais-nos-tempos-antigos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a expectativa de vida no século 19 ficava entre 20 e 50 anos</a>, faz todo sentido flertar com a ideia de que um aumento acelerado da longevidade continuaria bombando no século 21.&nbsp;Para testar isso, eles usaram métricas de sobrevivência demográfica de estatísticas vitais nacionais dos oito países com populações mais longevas no planeta (Austrália, França, Itália, Japão, Coreia do Sul, Espanha, Suécia e Suíça), no período de 1990 a 2019. Os anos da covid-19 foram propositalmente desconsiderados.&nbsp;A análise de tendências mostrou que, embora tenha ficado mais difícil aumentar a expectativa de vida em geral, as pessoas estão vivendo de forma mais igualitária e as mortes passaram a se concentrar em idades mais avançadas.&nbsp;<h2>Conclusões do estudo sobre expectativa de vida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/20/20205937501002.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A qualidade do tempo de vida restante está aumentando, diz o estudo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Após examinar os dados demográficos de 1990 a 2019 para avaliar o aumento da expectativa de vida nos oito países de vida média mais longa, a equipe descobriu que essa taxa caiu nas últimas décadas. Após crescer cerca 2,5 anos por década em 1990, esse número caiu para 1,5 ano na década de 2010. Olshansky sugere que o teto provavelmente se fixará em uma média de 87 anos.Quando confrontado com as perspectivas dos especialistas em saúde da linha “extensão radical da vida”, Olshansky foi categórico na CNN: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/pesquisador-descobre-farsa-sobre-longevidade-humana-e-ganha-premio-ignobel" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"Esses números são todos inventados"</a>. Para ele, essa indústria não tem como testar empiricamente suas projeções de extensão da vida humana.No entanto, o fato de o envelhecimento continuar imutável não deve ser encarado como um fato negativo, diz Olshansky. Para ele, isso significa que a qualidade do tempo de vida restante,&nbsp;e não a quantidade, está aumentando. “Podemos ultrapassar esse teto de vidro de saúde e longevidade com gerociência e esforços para retardar os efeitos do envelhecimento”, conclui o bioestatístico.O estudo foi publicado na revista Nature Aging.

large_expectativa-de-vida-humana-pode-estar-chegando-em-seu-nivel-maximo-banner.png

medium_expectativa-de-vida-humana-pode-estar-chegando-em-seu-nivel-maximo-banner.png

small_expectativa-de-vida-humana-pode-estar-chegando-em-seu-nivel-maximo-banner.png

thumbnail_expectativa-de-vida-humana-pode-estar-chegando-em-seu-nivel-maximo-banner.png

expectativa-de-vida-humana-pode-estar-chegando-em-seu-nivel-maximo-banner.png

Expectativa de vida humana pode estar chegando em seu nível máximo

O estudo propõe que um QI mais alto durante a adolescência potencializa as chances de um consumo moderado ou excessivo de álcool mais tarde na vida.

O QI (Quociente de inteligência), uma pontuação em testes padronizados <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118090-nota-de-qi-define-inteligencia-veja-as-pessoas-mais-inteligentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que teoricamente mede o nível de inteligência de uma pessoa</a>, sempre foi o queridinho dos pais. Eles acreditam que, se tiverem um QI alto, seus filhos conseguirão obter notas maiores e um bom desempenho escolar.&nbsp;Recentemente, pesquisadores da Universidade do Texas Southwestern, nos EUA, apresentaram uma versão até agora desconhecida dos testes de QI: uma relação entre os resultados do teste no ensino médio e o futuro consumo de álcool na meia-idade.Segundo um estudo, publicado na revista Alcohol and Alcoholism, cada aumento de um ponto no resultado do QI resulta em um aumento de 1,6% na probabilidade de o examinando relatar consumo moderado ou pesado de bebida alcoólica em comparação à abstinência.<h2>Como os pesquisadores descobriram a relação entre QI e consumo de álcool?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/19/19205823666000.jpg" alt="Estudantes que se formaram em 1957 forneceram os dados do QI. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Estudantes que se formaram em 1957 forneceram os dados do QI. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo se baseou em uma população de 6,3 mil homens e mulheres que participaram do chamado Estudo Longitudinal de Winsconsin, formado por estudantes do ensino médio que se formaram em 1957. Todas as pontuações de QI foram coletadas de resultados do teste realizado durante o primeiro ano do ensino médio dos participantes.Quase meio século depois, em 2004, os participantes relataram <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/o-grave-problema-com-consumo-de-bebida-alcoolica-na-coreia-do-sul" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o número de bebidas alcoólicas que haviam consumido nos últimos 30 dias</a>, e também o número de vezes em que haviam consumido cinco ou mais doses de bebidas alcoólicas em uma única sessão. Esta medida foi considerada um "consumo excessivo de álcool".&nbsp;Em seguida, eles usaram uma técnica estatística chamada regressão logística multinomial para entender como o QI dos adolescentes pode influenciar o seu consumo futuro de álcool. Outra técnica, a regressão de Poisson, foi usada para examinar o número de episódios de bebedeira. Renda e educação foram dois fatores também explorados, por poder interferir nos resultados.<h2>Pessoas com QI alto poderão se tornar alcoólatras?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/19/19210454902001.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O QI no ensino médio não controla o destino, dizem os autores. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Autor sênior do estudo, o psiquiatra Sherwood Brown, professor da UT Southwestern, afirma: “Não estamos dizendo que seu QI no ensino médio controla seu destino”. Para ele, o QI pode levar a fatores sociais que, estes, sim, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/experimento-agricola-centenario-protegeu-a-cerveja-das-variacoes-climaticas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">podem influenciar em um maior consumo de bebida</a>.&nbsp;Isso significa que não é o nível de educação que afeta a relação entre QI e o hábito de consumir álcool, mas fatores socioeconômicos, como a renda familiar, por exemplo, explica a coautora Jayme Palka, neurocientista da UT. Essa "lógica" se baseia em estudos anteriores que associam pontuações de QI mais altas a rendas familiares mais altas.&nbsp;No entanto, esse consumo mais frequente de álcool, associado a normas sociais "relacionadas a prestígio/sucesso", foi menos comum entre mulheres do que entre homens. Mas, como a pesquisa foi conduzida entre uma grupo específico de indivíduos em sua maioria brancos e não hispânicos, os resultados podem não se aplicar a outras populações.

large_adolescentes-com-qi-mais-alto-beberao-mais-alcool-na-meia-idade-diz-estudo-banner.png

medium_adolescentes-com-qi-mais-alto-beberao-mais-alcool-na-meia-idade-diz-estudo-banner.png

small_adolescentes-com-qi-mais-alto-beberao-mais-alcool-na-meia-idade-diz-estudo-banner.png

thumbnail_adolescentes-com-qi-mais-alto-beberao-mais-alcool-na-meia-idade-diz-estudo-banner.png

adolescentes-com-qi-mais-alto-beberao-mais-alcool-na-meia-idade-diz-estudo-banner.png

Adolescentes com QI mais alto beberão mais álcool na meia-idade, diz estudo

A Amphisbaena amethysta se parece com uma minhoca, mas tem esqueleto; e é chamada de cobra-de-duas-cabeças, mas só tem uma.

Nova espécie de réptil sem patas, a chamada Amphisbaena amethysta foi identificada por cientistas brasileiros durante um trabalho de conservação da vida selvagem realizado pela empresa Bamin (Bahia Mineração), na região de Caetité, no Alto Sertão da Bahia.Segundo o estudo, publicado na revista&nbsp;ZooKeys, a nova anfisbena, conhecida popularmente no Brasil como cobra-de-duas-cabeças, pode <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nova-ferramenta-promete-revolucionar-a-identificacao-de-cobras-venenosas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ser distinguida das outras 20 espécies já registradas na Caatinga</a> por alguns traços característicos distintos.Essas características únicas morfológicas e fisiológicas incluem: “(1) focinho convexo em vista de perfil, ligeiramente comprimido e não quilhado; (2) escamas peitorais dispostas em anéis regulares; (3) quatro poros pré-cloacais; (4) escudos cefálicos distintos; (5) 185-199 meio-anéis dorsais; (6) 13-16 anéis caudais; (7) local autotômico conspícuo entre o 4º e 6º anéis caudais; (8) 16-21 segmentos dorsais e ventrais no meio do corpo; (9) 3/3 supralabiais e 3/3 infralabiais; (10) ponta da cauda lisa e arredondada”, explicam os autores.<h2>Como é a Amphisbaena amethysta?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/19/19001319770000.jpg" alt="x. (Fonte: Ribeiro et al./ZooKeys/Divulgação) "><figcaption>A anfisbena não tem na realidade duas cabeças. (Fonte: Ribeiro et al./ZooKeys/Divulgação)</figcaption></figure></figure>As anfisbenas constituem um clado (família evolutiva) dentro da ordem Squamata (répteis escamados) que inclui também as serpentes e os lagartos. Com seus 26 centímetros de comprimento, ela se parece mais com um minhoca gigante do que com uma cobra, embora tenha esqueleto, como as serpentes.&nbsp;Diferente da anfisbena da mitologia grega, sua similar da porção baiana da Serra do Espinhaço <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121989-cobra-de-duas-cabecas-como-acontece-esse-fenomeno-da-natureza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não tem, na verdade, duas cabeças</a>, mas a ponta da sua cauda é arredondada, parecida com uma cabeça, uma estratégia para confundir os predadores.&nbsp;Outra característica que aproxima as anfisbenas das minhocas é o fato de ambas serem animais fossoriais, o que significa que vivem a maior parte de suas vivas abaixo da superfície do solo. Seus habitats são geralmente escuros, úmidos e com temperaturas mais estáveis que a superfície, além de ter pouco oxigênio, espaços apertados e proteção contra predadores.<h2>Importância da descoberta da nova espécie de anfisbena</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/19/19095830919000.jpg" alt="Cauda de Amphisbaena amethysta. (Fonte: Ribeiro et al./ZooKeys/Divulgação)"><figcaption>Cauda de Amphisbaena amethysta. (Fonte: Ribeiro et al./ZooKeys/Divulgação)</figcaption></figure></figure>A identificação dessa nova espécie durante um trabalho de pesquisa específico indica que, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125189-6-misterios-escondidos-abaixo-da-superficie-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">debaixo da superfície da região da Serra do Espinhaço</a>, pode existir uma grande fauna fossorial totalmente desconhecida.&nbsp;Segundo os pesquisadores, a região "pode abrigar uma diversidade muito maior de táxons endêmicos&nbsp;[espécies únicas de uma região] do que se percebeu até agora", além de outros grupos de animais.Além da ampliação do nosso conhecimento científico, a descoberta da Amphisbaena amethysta destaca a importância da Serra do Espinhaço como um hotspot de biodiversidade. A relevância de preservar habitats únicos indica que os ecossistemas da região devem ser preservados e alvos de cuidadosa pesquisa científica.

large_anfisbena-nova-especie-de-cobra-de-duas-cabecas-e-descoberta-no-brasil-thumb.png

medium_anfisbena-nova-especie-de-cobra-de-duas-cabecas-e-descoberta-no-brasil-thumb.png

small_anfisbena-nova-especie-de-cobra-de-duas-cabecas-e-descoberta-no-brasil-thumb.png

thumbnail_anfisbena-nova-especie-de-cobra-de-duas-cabecas-e-descoberta-no-brasil-thumb.png

anfisbena-nova-especie-de-cobra-de-duas-cabecas-e-descoberta-no-brasil-thumb.png

Anfisbena: nova espécie de cobra-de-duas-cabeças é descoberta no Brasil

O ciclone extratropical que chegou ao deserto do Saara transformou as dunas de Merzouga em uma região de lagos.

<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125061-por-que-os-desertos-sao-tao-secos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quem disse que não chove no deserto?</a> Embora seja uma das regiões mais áridas e estéreis da Terra, o deserto do Saara foi visitado, nos dias 7 e 8 de setembro, por um forte ciclone extratropical, que inundou áreas de sua região noroeste, no Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia.Amargando uma seca que dura seis anos, a representante da Direção Geral de Meteorologia do Marrocos, Houssine Youabeb, explicou à AP que "Já se passaram de 30 a 50 anos desde que tivemos tanta chuva em um espaço de tempo tão curto". As imagens da inundação foram capturadas em satélites e também por um exército de dronesComo resultado, as dunas de Merzouga, um dos destinos turísticos mais procurados no Marrocos, se transformaram em uma curiosa região de lagos, e o próprio lago Iriqui, no parque nacional de mesmo nome, que há décadas não via sinal de água, transbordou. &nbsp; &nbsp;<h2>O impacto das enchentes no Saara</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/OY8Yy2G02xc" title="Drone footage shows rare flooding in the Sahara desert" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/poeira-do-saara-e-fundamental-para-a-vida-no-oceano-revela-estudo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A ocorrência de chuvas torrenciais após uma seca prolongada</a> pode parecer, a princípio, uma boa notícia, mas as enchentes trouxeram também um alto custo humano. No dia 10 de setembro, pelo menos 20 pessoas haviam morrido no Marrocos e na Argélia em consequência das chuvas, segundo a BBC.&nbsp;Além disso, a distribuição de água potável e a infraestrutura de estradas e rede elétrica ficaram comprometidas.&nbsp;Segundo a CNN, uma cidade tradicionalmente desértica do sudeste do Marrocos, Errachidia registrou nos dois dias de setembro quase 76 mm de chuva. O valor é mais de quatro vezes a precipitação normal para todo o mês de setembro, e&nbsp;mais da metade do valor do esperado para um ano inteiro na região. &nbsp;<h2>O que causou chuvas tão fortes no Saara neste ano?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/20/20124334623000.jpg" alt="x. (Fonte: NASA Earth Observatory/Divulgação)"><figcaption>Imagens de satélite do Saara, antes e depois da chuva. (Fonte: NASA Earth Observatory/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Em entrevista ao Observatório da Terra da NASA, o professor Moshe Armon, da Universidade Hebraica de Jerusalém, explicou que, embora seja normal que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/os-nadadores-do-saara-a-arte-rupestre-que-revela-um-deserto-perdido" rel="noopener noreferrer" target="_blank">essa região saariana receba alguma precipitação durante o verão</a>, o que se viu neste ano foi totalmente atípico, porque as chuvas vieram acompanhadas de um ciclone extratropical.&nbsp;Os ciclones extratropicais são parecidos com os tropicais, como o furacão Milton que impactou a Flórida recentemente. O problema é que esses sistemas atmosféricos rotativos se formam em latitudes afastadas do equador, no caso acima dos 30° de latitude norte. No caso do ciclone que atingiu o Saara, ele começou no Oceano Atlântico, mas retirou sua água das regiões equatoriais mais úmidas da África.Além do impacto momentâneo, de formação de lagos entre as dunas, os especialistas se preocupam com possíveis impactos no clima da região a longo prazo. Segundo Youabeb, um provável aumento da evaporação e da umidade no ar pode trazer um padrão de aguaceiros rotineiros sobre o Saara.&nbsp;

Jorge Marin