Em alguns países, como Austrália e EUA, existem prisões apenas para pessoas presas por embriaguez em público — e elas são consideradas um inferno na Terra

Além de Austrália, Polônia e Chile, os Estados Unidos estão entre os países mais famosos por suas políticas de restrição de bebida alcoólica e pela criminalização da embriaguez pública. As leis contra o consumo de álcool em locais públicos, de ruas a praias e estádios, porém, variam muito entre os estados e até mesmo outros locais específicos do país.<ul><li>Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118847-5-das-bebidas-alcoolicas-mais-fortes-do-mundo.htm">5 bebidas alcoólicas mais fortes do mundo</a></li></ul>O que há em comum, no entanto, é que o consumo público é punível com multa ou pena de prisão na grande maioria dos EUA. Dezessete estados proíbem a prática completamente, fazendo ela ser ilegal em 89 das 100 cidades estadunidenses mais populosas, incluindo as 10 principais, como Nova York e Washington. Existe uma gama enorme de penalidades para os infratores, desde uma simples multa de US$ 25 até uma de US$ 1 mil ou uma sentença de reclusão de até 6 meses.No entanto, o que poucas pessoas sabem, pelo menos nós, brasileiros, é que em vários países do mundo, sobretudo nos EUA, pessoas embriagadas podem ir parar em um drunk tank,&nbsp;cuja existência é&nbsp;considerada um problema social.<h2>Insalubres e amontoados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26151418525204.jpg" alt="(Fonte: Boston Public Library/Reprodução)">Os drunk tank são vistos como um problema social. (Fonte: Boston Public Library/Reprodução)</figure>Um drunk tank ("tanque de bêbado" em tradução livre para o português) são celas menores destinadas a manter pessoas que flagradas bêbadas pelas ruas de certos países onde a embriaguez é criminalizada. Essas instalações podem variar em tamanho, chegando acomodar de duas até 200 pessoas de uma vez.Os drunk tanks se proliferaram durante o século XX a ponto de, na primeira metade da década de 1970, quase metade de todas as prisões estadunidenses contarem com pelo menos um. Foi lá, inclusive, que essas celas ganharam a fama de insalubres, pois, ainda que algumas tivessem luzes, colchões e ventilação; a maioria não possuía janelas, banheiro, aquecimento ou camas. Além disso, pouco ou quase nenhum serviço médico era disponibilizado para as pessoas que terminavam nelas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152514973216.jpg" alt="(Fonte: Boston Public Library/Reprodução)">Antigamente os drunk tanks eram conhecidos por suas condições insalubres. (Fonte: Boston Public Library/Reprodução)</figure>Ironicamente, essas condições eram uma melhoria em relação ao que eram os drunk tanks do final do século XIX, quando alguns deles nem faziam parte do edifício prisional, em vez disso, eram barracos isolados como os que ficavam nas esquinas das áreas urbanas de algumas cidades. As celas eram feitas de madeira ou pedra, e os encarcerados precisavam lidar com temperaturas extremas.Para se ter uma ideia, em 1904, os drunk tanks da União Soviética podiam comportar até 30 pessoas. Aqueles que tinham dinheiro pagavam a fiança cobrada; os demais, no entanto, eram encaminhados a um hospital mais próximo para desintoxicação e tratamento após alguns dias. O número de embriagados que passavam pelos drunk tanks soviéticos era muito alto, com até 15% da população adulta da época os visitando pelo menos uma noite a cada ano.<h2>A morte como fuga</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152649781217.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">No século XX os hospitais psiquiátricos eram comparados com os drunk tanks. (Fonte: Getty Images)</figure>No início do século XX, o psiquiatra norueguês Johan Scharffenberg escreveu que os drunk tanks localizados na fronteira da Noruega eram comparáveis a instituições mentais antiquadas. Por quase um século, a prevalência dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/98134-10-fotos-chocantes-da-desumanidade-em-hospitais-psiquiatricos-da-indonesia.htm">hospitais psiquiátricos serviu como verdadeiros depósitos humanos</a>, confinando todo o tipo de pessoa — de prostitutas a mendigos, de bandidos a guerrilheiros.Uma vez que a ideia de manicômio foi dissolvida no final do século passado, os drunk tanks cumprem o papel de "depósitos humanos modernos". Esses locais recebem pouca ou quase nenhuma supervisão do poder político, de tal modo que qualquer pessoa, mesmo não embriagada, pode passar repetidas noites confinada. Não é para menos que, devido a tamanha rotatividade, nos EUA os drunk tanks são chamados informalmente de "portas giratórias".Em vários estados dos EUA, a polícia é conhecida por prender crianças, desabrigados e ativistas em drunk tanks como forma de confinamento solitário e tortura psicológica. Na década de 1950, pessoas sem-teto passavam mais tempo em drunk tanks do que os embriagados. Um estudo feito por Jacqueline P. Wiseman descobriu que, em lugares como Pacific City, no Oregon, homens desabrigados representavam quase metade de todas as prisões publicas por intoxicação, apesar de serem apenas 3% da população da cidade.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152732269218.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> A relatos da brutalidade com que as pessoas embriagadas eram tratadas, pela polícia. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Apesar de o abuso físico da polícia nem sempre ser flagrado por câmeras, em agosto de 2016, a ABC 13 divulgou uma filmagem de segurança de um drunk tank em Houston, no Texas, mostrando um policial batendo a cabeça de um homem embriagado contra o batente da porta da instalação, deixando um rastro de sangue no local.Um relatório da Human Rights Watch descobriu também que policiais em Saskatchewan, uma das 10 províncias do Canadá, abusaram repetidamente de mulheres indígenas em drunk tanks. Eles chegaram a pulverizar pimenta em uma mulher embriagada após forçá-la a se despir, além de negar água e alimento.<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128876-as-sensacoes-provocadas-por-diferentes-bebidas-alcoolicas-de-acordo-com-a-ciencia.htm">As sensações provocadas por diferentes bebidas alcoólicas, de acordo com a ciência</a></li></ul>A "Primeira conferência nacional sobre embriaguez pública" exibiu uma pesquisa, em 1980, apontando que pessoas bêbadas colocadas em drunk tanks têm um alto risco de suicídio enquanto estão presas. Um estudo sobre prisões da Carolina do Norte, entre 1972 e 1976, descobriu que mais de 80% das pessoas que tiraram a própria vida na prisão estavam embriagadas.<h2>Tentando resolver um problema</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152817722219.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">Algumas iniciativas foram desenvolvidas na tentativa de humanizar o acolhimento das pessoas embriagadas na cidade de Houston, estado do Texas. &nbsp;(Fonte: Getty Images)</figure>Há quase 10 anos que se fala sobre alternativas menos perigosas para prender e isolar pessoas bêbadas. Desde 2017 que em Houston, no Texas, os bêbados são encaminhados para um centro de recuperação clínica que fez parte das reformas locais do sistema carcerário estadunidense, resultando em uma queda de 95% nas internações por intoxicação, de 20.508 em 2010 para 835 em 2017, quando os dados foram colhidos.Essas instalações fornecem monitoramento seguro, transporte para casa e <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/235383-duas-cervejas-dia-encolher-cerebro-acelerar-envelhecimento.htm">encaminhamento para cuidados médicos e de saúde mental</a> — tudo o que é necessário, mas que geralmente não existe no ambiente prisional dos drunk tanks. Fazendo isso, os recursos policiais e judiciais são aliviados e voltados para o que realmente importa: a segurança pública. Esse caminho também coopera com o departamento de emergência dos hospitais locais.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152917433222.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> Apesar da conscientização e tentativas de humanização, os drunk tanks, ainda são vistos com lugares fatais. &nbsp;(Fonte: GettyImages)</figure>Apesar disso, alguns países, como a Inglaterra, insistem em métodos que em nada contribuirão com o bem-estar das pessoas embriagadas. Em 2013, a Association of Chief Police Officers (ACPO) propôs que empresas privadas administrassem os drunk tanks em vez de criar um sistema médico adequado.“Não vejo por que os serviços de polícia ou de saúde devem assumir o dever de cuidar de uma pessoa embriagada. Então por que não os levamos para um 'tanque de bêbado' de uma empresa comercial e fazemos com que ela cuide deles” disse Adrian Lee, chefe de polícia de Northamptonshire, ao The Guardian. Além disso, as pessoas ainda seriam multadas em US$ 500 pela empresa por sua estadia nessas instalações.Essa ideia não considerou, porém, que historicamente centros administrados por empresas privadas foram considerados inseguros pela falta de treinamento médico dos policiais. Considerando a frequência com que pessoas morrem em drunk tanks administrados pelo Estado, que têm o mínimo de regulamentação, é mais do que provável que as instalações particulares acabem sendo ainda mais fatais.Ficou com alguma dúvida? Conte para gente em nossas redes sociais!

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"Drunk tanks": as controversas prisões para bêbados

O Irã e a Rússia são países sancionados que usam e abusam de stablecoins na evasão de sanções

Em meados de 2008, o mercado imobiliário dos Estados Unidos começou a ruir como consequência direta dos empréstimos hipotecários de alto risco, conhecidos como subprime, que consiste no oferecimento de empréstimos a pessoas físicas que não se encaixam nas condições "prime rate". Esse problema começou no início dos anos 2000, atingindo seu ápice em 2007.Assim que os preços dos imóveis começaram a cair e muitos mutuários não puderam mais pagar suas hipotecas, os "títulos lastrados em hipotecas" (empréstimos empacotados em produtos financeiros complexos) perderam valor e os problemas se espalharam pelos mercados financeiros globais, causando perdas significativas de grandes instituições financeiras e até falências.Em um efeito cascata que causou uma recessão global, com queda na produção econômica, aumento de desemprego e uma série de impactos sociais e econômicos, nasceu a criptomoeda. O Bitcoin foi introduzido em janeiro de 2009 por uma pessoa ou um grupo, sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto, como uma moeda digital peer-to-peer que poderia oferecer uma alternativa ao sistema financeiro tradicional.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23131829072122.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>A popularidade criou milhares de criptomoedas, apesar de algumas, como o Bitcoin e a Ethereum, seguirem como as mais famosas, bem como sua volatilidade a curto e longo prazo a consideraram um investimento puramente especulativo.&nbsp;Pensando em resolver esse problema, foi criado um tipo de criptomoeda apoiada por investimentos mais tradicionais, como moedas fiduciárias (dólar americano, euro etc.) ou commodities, mantendo seu valor estável em relação a esses ativos. Isso proporciona a conveniência das transações digitais sem a volatilidade extrema associada a algumas criptomoedas.Essas são as stablecoins, maior alvo de crimes e fraudes de criptomoedas.<h2>Uma brecha no sistema</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23131939883124.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>A estabilidade e fluidez das stablecoins se tornou o futuro das transações de tal forma que, em 2022, ultrapassou o valor total do próprio Bitcoin. Segundo o CryptoSlate, o mercado de stablecoin estabeleceu um valor surpreendente de mais de US$ 11 trilhões, traçando paralelos com empresas gigantes de pagamentos, como a Visa, que fez US$ 11,6 trilhões em transações.Esse poder de influência e popularidade, no entanto, abriu margem para que acontecesse uma gama de crimes, como evasão de sanções internacionais e fraudes contabilizadas em milhões de dólares. Segundo um levantamento feito pela Chainalysis, as stablecoins foram usadas em 70% das transações criptográficas fraudulentas em 2023, sendo que 83% dos pagamentos foram para países sancionados, como Irã e Rússia, e 84% para indivíduos e empresas especificamente sancionados.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23131958067125.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Descobriu-se um rombo de US$ 40 bilhões em transações criptográficas criminosas. As stablecoins acabam atraindo pessoas e países sancionados porque permite que os alvos de sanções contornem qualquer tentativa de negar uma moeda física estável, como o dólar americano. Alguém que tenta lavar dinheiro de qualquer forma se beneficia da estabilidade do dólar americano que as pessoas procuram obter. Se a pessoa está em uma jurisdição onde não há acesso daquela moeda em específico, as stablecoins se tornam uma alternativa interessante.<h2>A raiz do problema</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23132150457126.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Um país só é sancionado devido a comportamentos considerados inaceitáveis na frente internacional, e isso pode acontecer de maneira econômica, política ou diplomática. Esse comportamento pode incluir violações de direitos humanos, agressões militares, desenvolvimento de armas nucleares, e entre outras ações que violem normas internacionais.&nbsp;Ao longo dos anos, o Irã tem enfrentado sanções econômicas como parte da pressão internacional sobre seu programa nuclear, que levantou suspeitas e resultou em uma série de resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de sanções impostas por vários países e organizações.Quando é falado em uma pessoa sancionada, isso significa um indivíduo, que pode ser personalidade da mídia ou políticos, penalizado por organizações internacionais ou governos por suas ações, como envolvimento em atividades consideradas inaceitáveis.Com isso, é usado algumas bolsas e redes, como a Nobitex, no Irã, e a Garantex, na Rússia, para poder dar vasão às ações criminosas dessas pessoas e países. O uso de stablecoins no Nobitex supera o Bitcoin em uma proporção de 9:1, e no Garantex de 5:1. A Chainalysis percebeu que a criptomoeda enfrenta uma grande diferença em relação à proporção em algumas exchanges convencionais não sancionadas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23132223902127.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>A empresa também afirmou que seus dados foram baseados no tipo de criptomoeda enviada diretamente a um ator ilícito, o que pode deixar de fora outras moedas usadas em processos de lavagem de dinheiro que trocam repetidamente um tipo de criptomoeda por outra para dificultar seu rastreamento.O uso de stablecoins na evasão de sanções é um problema perturbador porque mina um sistema destinado a responsabilizar países, indivíduos e empresas por comportamento criminoso e violações do direito internacional. Empresas como a Tether Holdings, que emite a moeda estável que compartilha seu nome e que também é alvo de uso criminoso, disse em uma declaração à Wired Magazine que colabora ativamente com agências policiais globais para identificar e prevenir o uso ilícito de sua criptomoeda. Para ilustrar, a Tether apontou que contribuiu para congelar os ativos de usuários envolvidos em fraudes ou que violaram as listas de sanções do Tesouro dos EUA, e salientou que todas suas transações, como muitas criptomoedas, podem ser acompanhadas publicamente em blockchains.Diferente de a maioria das demais criptomoedas, a Tether tem a capacidade de congelar os fundos dos usuários, sendo que desde 2014 já congelou mais de US$ 835 milhões em fundos considerados suspeitos ou vinculados a atividades ilícitas. Em entrevista, a empresa argumentou que esse tipo de atitude é o mínimo que pode ter para tentar combater um problema com raízes tão profundas.

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Stablecoins: o que são e por que são alvos dos maiores crimes envolvendo criptomoedas?

Com mais de 10 mil pessoas à espera de uma doação de fígado, cientistas conseguiram fazer o fígado de um porco funcionar no corpo humano pela primeira vez

A doença hepática&nbsp;se tornou uma pandemia. Estima-se que 1 em cada 25 mortes no mundo são devido a problemas relacionados ao fígado, contabilizando uma média de 2 milhões de mortes anuais. Cerca de dois terços das mortes por doença hepática ocorrem em homens, grande parte em decorrência de complicações de cirrose e carcinoma hepatocelular, sendo a hepatite aguda responsável por uma proporção menor dos óbitos.Desde meados da década de 1950 que os médicos atribuem as causas mais comuns de cirrose ao álcool, depois vieram as hepatites virais e doença hepática gordurosa não alcoólica. Globalmente, 43% da população consome álcool, considerando que seu consumo abusivo é um importante fator de risco para doenças, incapacidade e mortalidade.&nbsp;Os países de alta renda são os que mais sofrem com a falência hepática por álcool, e a doença hepática gordurosa não alcoólica que afeta um quarto da população global é a segunda causa de doença hepática terminal e motivo de transplantes de fígado na Europa e na América.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21141103423231.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Além disso, a cirrose também é uma doença extremamente cara. Só nos Estados Unidos, em 2016, um levantamento mostrou que os gastos relacionados ao fígado foram de US$ 32,5 bilhões, com dois terços desses custos atribuíveis a pacientes hospitalizados ou ao departamento de emergência.Com o consumo de álcool em uma crescente vertiginosa, associado ao envelhecimento da população em geral e ao aumento da prevalência de fatores de risco metabólicos, prevê-se um aumento na falência hepática nas próximas décadas. Enquanto isso, segundo a Administração de Recursos e Serviços de Saúde dos EUA, 10.500 pessoas estão na fila para um transplante de fígado, sendo que 17 pessoas morrem a cada dia à espera do órgão.Uma vez que esse número excede em muito o número de fígados de doadores falecidos disponíveis, a espera se tornou mais um flerte com a morte do que com a esperança. Pensando nisso, cientistas estão aprimorando técnicas e conseguiram usar um fígado de porco geneticamente modificado em um corpo humano.<h2>O avanço promissor</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21141255356234.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>No começo de janeiro desse ano, cirurgiões da Universidade da Pensilvânia emitiram um comunicado à imprensa informando que anexaram com sucesso pela primeira vez na história um fígado de porco geneticamente alterado a uma pessoa com morte cerebral e descobriram que o órgão funcionou normalmente durante 72 horas.O experimentou foi recebido com comoção pela comunidade médica, visto que representa não só um passo imenso em direção ao uso dos órgãos de porcos para transplante, como também no potencial alívio do sistema de doação de órgãos.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21141320560235.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages </a>(Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Os pesquisadores por trás do experimento acreditam que o fígado de porco também pode ser usado para estabilizar pacientes que precisam de um transplante e aguardam um doador, evitando a piora de seu quadro clínico. No caso daqueles pacientes que só precisam que os próprios fígados se recuperem, o órgão do animal poderia oferecer apoio temporário, evitando a necessidade de um transplante no futuro.O fígado é o maior órgão do corpo, responsável por realizar muitas funções vitais, como produção de bile, necessária para digerir os alimentos; conversão de amônia tóxica em uma substância que pode ser excretada pela urina; bem como regula a coagulação do sangue e o nível de açúcar, removendo resíduos e ajudando a combater infecções.<h2>Como aconteceu</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21141413338236.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages </a>(Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>O procedimento experimental consistiu em manter o paciente em ventilação mecânica após ter sido determinada a morte encefálica. O fígado da pessoa foi preservado enquanto o do porco foi colocado fora do corpo em um dispositivo chamado máquina de perfusão. Os tubos circularam o sangue de uma veia na virilha do paciente para o fígado de porco na máquina, devolvendo o sangue para uma veia no pescoço do paciente.Ao longo de 3 dias, o fígado do porco não só produziu bile e manteve a acidez sanguínea normal no corpo do paciente, que permaneceu em uma condição estável, como também surpreendeu os médicos por parecer em ótimo estado mesmo após tantas horas.Desde 1960 que cientistas procuram usar animais como uma forma de aliviar a escassez de órgãos humanos para transplante, um processo chamado de xenotransplante. Os porcos sempre foram explorados como doadores em potencial porque estão prontamente disponíveis e possuem a anatomia de tamanho semelhante aos órgãos dos humanos, apesar de não serem naturalmente compatíveis. Por essa razão, eles são rapidamente rejeitados pelo sistema imunológico humano se forem transplantados diretamente no corpo. Isso ainda pode acontecer com o órgão do porco fora do corpo humano, visto que anticorpos no sangue podem reconhecê-lo como estranho e tentar atacá-lo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21141514130238.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages </a>(Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Alterar geneticamente o fígado do porco foi a alternativa que os pesquisadores da Universidade da Pensilvânia encontraram para tentar tornar o órgão mais parecido com o humano. Com a ajuda da empresa de biotecnologia eGenessis, de Cambridge, eles realizaram 68 edições genéticas no animal, desativando os três genes do fígado do porco para evitar a rejeição imunológica imediata do paciente, inserindo sete genes humanos envolvidos no processo de inflamação, imunidade e coagulação do sangue. As demais edições focaram em desativar vírus inatos encontrados no genoma do porco que poderiam infectar o paciente.Considerando que os pesquisadores conseguiram transplantar um rim de porco com as mesmas edições em um macaco, e que funcionou por mais de 2 anos, eles confiam que em breve os humanos poderão se beneficiar dos avanços.&nbsp;A equipe da Penn ainda planeja refinar o procedimento em mais três pessoas com morte cerebral. Mike Curtis, CEO da eGenesis, também se reunirá com o Food and Drug Administration (FDA) para discutir planos para um teste de fase inicial para usar seu sistema suíno em pacientes com insuficiência hepática.

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Como fígados de porco geneticamente modificados poderão ser usados em humanos

Namorar era algo considerado tão absurdo que foi confundido com prostituição

Há séculos que as pessoas se relacionam, mas o encontro e o namoro são invenções sociais historicamente recentes. A literatura aponta que o conceito surgiu devido a um influxo de mulheres nas grandes cidades em busca de trabalho na virada do século XX. A palavra dating, que no inglês significa "sair em um encontro romântico" em tradução livre, ou date, como é falado atualmente pelos brasileiros, apareceu pela primeira vez na coluna de George Ade, no Chicago Record, em 1896.A estrutura da monarquia permeou muitos aspectos sociais com sua manutenção da hierarquia de poder e o tipo de linhagem por meio da união de casais. Portanto, era importante que os príncipes se unissem a duquesas e imperatrizes que tivessem posses e sangue real de relevância.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/27/27141734236209.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>No século XVII, por exemplo, o governo francês chegou a lançar um sistema formal de cortesãs para garantir que a aristocracia tivesse um grupo adequado de parceiras para escolher. Em outros lugares da Europa, os casamentos arranjados se tornaram cada vez mais populares, visto que as razões eram baseadas em preocupações financeiras em vez de motivações românticas, criando uma espécie de indústria de "corretores de casamento", que eram mediadores entre famílias que tentavam arranjar parceiras para seus filhos.Foi nos Estados Unidos da década de 1960 que surgiu o primeiro sistema que mais se assemelhava ao namoro moderno. Os jovens saíam nas noites de sexta ou sábado e se encontravam em esquinas específicas pelas cidades para conhecer alguém atraente o suficiente para iniciar uma conversa. Se o papo fosse bom, trocavam números de telefone e informações pessoais antes de finalmente decidirem se queriam iniciar um relacionamento fora desse local de encontro casual.Foram essas circunstâncias que deram origem a rituais de namoro e outras tradições estranhas. Esses são 3 fatos perturbadores sobre o namoro no século XX.<h2>1. Tabuleiro ouija</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/27/27141832194210.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Ainda hoje, a sociedade ocidental é permeada por diversas influências célticas que se enraizaram na nossa cultura. Procurar um amor sempre foi um deles, tanto quanto recorrer a métodos que envolviam a adivinhação. Vários conceitos sociais tiveram os deuses, as estrelas, e as forças espirituais como objeto de tomada de decisões, compreensão do futuro e orientação.Sempre existiu a ideia que o mundo está repleto de forças espirituais e que a adivinhação é a maneira de comunicar e obter vislumbres sobre eventos futuros, questões importantes e até cotidianas, como encontrar um amor.Enquanto olhar para um espelho segurando uma vela, supostamente, garantia que a pessoa veria como era o rosto do seu "amor verdadeiro" em uma rápida aparição acima do seu ombro esquerdo em uma noite de Halloween, o uso dos famosos e infames tabuleiros ouija também poderia ter uma função "romântica".<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/27/27141901140211.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>No imaginário popular, esses tabuleiros invocatórios sempre foram vistos como um mecanismo para contatar forças sobrenaturais para comunicação, visando saber sobre o futuro, finanças ou sobre a própria vida. Essa, no entanto, sempre foi a versão banalizada que a mídia e as peças de entretenimento criaram ao redor do instrumento espiritual, mas nem sempre foi assim.Apesar de os vitorianos terem contribuído em certa escala para disseminar essa imagem ruim do tabuleiro ouija por fazerem um culto excessivo à morte, eles também foram fascinados pelo espiritualismo a ponto de contagiar outras culturas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/27/27162013334277.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Nos Estados Unidos pós-Guerra Civil, a perspectiva de poder contatar aqueles que morreram no campo de batalha se tornou sedutora, sobretudo pelas mães e esposas abandonadas. Rapidamente, a empresa Kennard Novelty Company percebeu que poderia capitalizar em cima disso e foi assim que o tabuleiro foi parar em qualquer loja de conveniência e banca de jornal.&nbsp;Na década de 1920, durante a Era do Jazz, os tabuleiros começaram a ser usados pelas pessoas para que pudessem se tocar em público, ainda que minimamente, em uma época em que o contato físico era considerado tabu. Em festas e encontros, o tabuleiro ouija fazia homens e mulheres tocarem os dedos quando precisavam colocá-los sobre o ponteiro usado para indicar as letras.<h2>2. As Charity Girls</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/27/27151447279236.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Quando as mulheres começaram a sair para encontros românticos, a estrutura social inteira se moveu, inclusive, em direção a elas. Uma vez que a ideia patriarcal era que mulheres precisavam se resguardar em todos os aspectos possíveis, na década de 1910, aquelas que iam a encontros casuais poderiam acabar na prisão. Isso porque, para o governo, elas não eram muito diferentes das prostitutas, podendo, portanto, serem presas pela prática de trabalho sexual.As mulheres que queriam sair para namorar foram chamadas de Charity Girls ("garotas da caridade" em tradução livre), porque não aceitavam dinheiro, ou seja, "faziam o trabalho" de graça. Sair para namorar teve um impacto tão grande na cultura das metrópoles, como Nova York, que as próprias profissionais do sexo se ergueram para protestar contra as Charity Girls, alegando que elas estavam colocando em perigo a prostituição.Enquanto o Estado impunha leis para tentar reduzir a incidência do namoro, empresários, como John D. Rockfeller Jr., se envolveram e financiaram investigações focadas em conter a tendência do namoro. Pior do que parar na prisão, as mulheres que queriam namorar podiam parar também em hospitais psiquiátricos ou nos famosos reformatórios.<h2>3. Lavagem cerebral em propaganda</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/27/27151542923238.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Existe um mundo e uma sociedade antes e depois da Segunda Guerra Mundial. Apesar de todo o ônus humano que o conflito trouxe, é inegável o quanto o panorama social de todos os países foi alterado para sempre em todos os aspectos – para o bem ou para o mal.O início da década de 1950 testemunhou um mar recheado de um novo conjunto de desafios, vistudes e obrigações nas quais os jovens se viram obrigados a navegar. Para isso, foram criados os "filmes de higiene mental", responsáveis por explicar como e de qual forma os jovens precisavam agir, inclusive na hora de namorar.Olhando de fora, esses filmes até pareciam educativos, como o Dating Do's and Don'ts, lançado em 1949. Nele, uma situação hipotética apresentava um jovem encontrando um par de ingressos para um parque de diversão. O filme instruía sobre como o garoto deveria escolher sua parceria, como chamá-la para sair e como se comportar diante dela. Era salientado, inclusive, que em nenhum momento ele poderia ser muito insistente ou muito imparcial.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/27/27152012194241.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Ken Smith, autor do livro Mental Hygiene: Better Living Through Classroom Films 1945-1970, em uma matéria ao The New York Times, comentou que centenas desses filmes foram feitos e que milhões de pessoas o assistiram. O que ninguém sabia, no entanto, era que os filmes foram feitos não com o intuito de criar jovens respeitosos que sabiam como cortejar uma mulher e levá-la a um encontro, mas ditar a maneira como deveriam viver no geral.Os filmes eram presunçosos, dogmáticos e frequentemente brutais, pregando as alegrias da domesticidade e da uniformidade de uma maneira que mantinha a sociedade “como deveria ser aos olhos do Estado”. Isso teria ensinado os jovens a serem tão machistas quanto sem personalidade e opinião.

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3 fatos perturbadores sobre o namoro no século XX

Imagem de Como a humanidade pode ser extinta em 2026? no megacurioso

Segundo o cientista Heinz von Foerster, só há uma alternativa para que os humanos não desapareçam da Terra

Quatro meses ap&oacute;s as bombas Little Boy e Fat Man terem dizimado as cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki, foi fundada a Bulletin of the Atomic Scientis (BAS), uma organiza&ccedil;&atilde;o sem fins lucrativos da Universidade de Chicago. Ela visa apontar quest&otilde;es cient&iacute;ficas e de seguran&ccedil;a global resultantes dos avan&ccedil;os tecnol&oacute;gicos que t&ecirc;m consequ&ecirc;ncias negativas para a humanidade.
Em 1947, os cientistas desenvolveram o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124194-6-vezes-em-que-o-relogio-do-juizo-final-foi-alterado.htm" target="_blank" rel="sponsored">Rel&oacute;gio do Ju&iacute;zo Final</a>, uma iniciativa voltada a ser um alerta &agrave; humanidade sobre os perigos de uma guerra nuclear com base nas movimenta&ccedil;&otilde;es pol&iacute;ticas, mostrando o qu&atilde;o perto a humanidade pode estar de sua extin&ccedil;&atilde;o. Anualmente, o Conselho de Ci&ecirc;ncia e Seguran&ccedil;a disponibiliza um boletim em que aumentam, diminuem ou mant&ecirc;m a dist&acirc;ncia do ponteiro do Rel&oacute;gio para a meia-noite, hor&aacute;rio simb&oacute;lico que representaria a nossa extin&ccedil;&atilde;o.
<ul>
<li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128677-guerras-mudancas-climaticas-e-ia-relogio-do-fim-do-mundo-nunca-esteve-mais-perto-da-meia-noite.htm" target="_blank" rel="sponsored">Guerras, mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas e IA: Rel&oacute;gio do Ju&iacute;zo Final nunca esteve mais perto da meia-noite</a></li>
</ul>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/20/20152100086251.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Ao longo dos anos, j&aacute; estivemos 6 vezes pr&oacute;ximo do apocalipse, sempre em circunst&acirc;ncias diferentes. Em 2015, o Rel&oacute;gio do Ju&iacute;zo Final marcou 3 minutos para a meia-noite devido ao significante avan&ccedil;o da R&uacute;ssia sobre a Ucr&acirc;nia. Al&eacute;m disso, os russos e estadunidenses espantaram o mundo ao darem in&iacute;cio ao processo de moderniza&ccedil;&atilde;o de seus programas de armas nucleares. A mudan&ccedil;a clim&aacute;tica dr&aacute;stica tamb&eacute;m ergueu preocupa&ccedil;&atilde;o e ajudou a piorar a possibilidade de um futuro.
Mas nunca estivemos t&atilde;o pr&oacute;ximos do apocalipse, visto que em 2023 o BAS posicionou os ponteiros de seu rel&oacute;gio em 90 segundos. E isso est&aacute; alinhado com o que o cientista Heinz von Foerster acreditava em 1960: a humanidade pode ser extinta at&eacute; 2026.
<h2>Espremidos at&eacute; a morte</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/20/20152139744253.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
O f&iacute;sico austr&iacute;aco-americano, professor da Universidade de Illinois, nascido em Viena, na &Aacute;ustria, em 1911, explicou em uma entrevista para a revista Time que a humanidade n&atilde;o vai acabar devido &agrave;s condi&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas desesperadoras, a tirania das elites governamentais, tampouco de uma crise econ&ocirc;mica destrutiva ou o flagelo de uma doen&ccedil;a esmagadora; mas porque a Terra est&aacute; cheia demais.
Partindo do princ&iacute;pio que prosperidade &eacute; igual &agrave; morte, von Foerster acredita que a humanidade ser&aacute; espremida at&eacute; a morte &ndash; se at&eacute; l&aacute; n&atilde;o se explodir ou extinguir com a falta de suprimento. Em 2022, a popula&ccedil;&atilde;o mundial chegou a 8 bilh&otilde;es, mostrando como o n&uacute;mero disparou ao longo do s&eacute;culo XX, escalando rapidamente dos 3 bilh&otilde;es em 1960. H&aacute; 2 mil anos, havia cerca de 275 milh&otilde;es de seres vivos, o que mostra que n&atilde;o s&oacute; a popula&ccedil;&atilde;o humana est&aacute; aumentando, como est&aacute; o fazendo cada vez mais r&aacute;pido.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/20/20152241043254.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
As an&aacute;lises prospectivas da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (OMS) apontam que a popula&ccedil;&atilde;o humana chegar&aacute; a quase 10 bilh&otilde;es em 2050 e mais de 11 bilh&otilde;es at&eacute; 2100. Isso como consequ&ecirc;ncia de uma das maiores taxas de sobreviv&ecirc;ncia humana em idade reprodutiva, uma das principais causas desse boom populacional &ndash; apesar de tudo o que j&aacute; foi informado sobre a diminui&ccedil;&atilde;o dos &iacute;ndices de fertilidade nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas.
N&atilde;o s&oacute; isso &eacute; verdade quanto as empresas j&aacute; est&atilde;o tentando entender como v&atilde;o colocar tantas pessoas em centros urbanos, sendo que &eacute; estimado que 60% da popula&ccedil;&atilde;o mundial esteja vivendo em cidades at&eacute; 2050. Isso significa que &eacute; preciso encontrar moradia para cerca de 2,5 bilh&otilde;es de pessoas at&eacute; l&aacute;, considerando que o solo urbano se tornou um recurso cada vez mais limitado devido &agrave; expans&atilde;o do setor da agropecu&aacute;ria.
N&atilde;o &eacute; para menos que governos de alguns pa&iacute;ses est&atilde;o pensando em alternativas para dar um jeito no problema, como fez a Fran&ccedil;a com seu projeto "Reinvent Paris 2", que pedia a designers que criassem usos para terrenos urbanos atualmente n&atilde;o utilizados ou subutilizados.
<h2>A antiga alternativa</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/20/20152306285255.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Von Foerster n&atilde;o acreditava na corrente de pensamento do s&eacute;culo XIX, que pregava que humanos se reproduziriam ao infinito e que pereceriam devido &agrave; falta de recursos, como defendia o economista brit&acirc;nico Thomas Malthus. Ele formulou a "teoria da popula&ccedil;&atilde;o" argumentando que os humanos cresceriam em progress&atilde;o geom&eacute;trica, enquanto a produ&ccedil;&atilde;o de alimentos cresceria em progress&atilde;o aritm&eacute;tica, levando eventualmente a crises de fome e escassez.
Ao usar a matem&aacute;tica elaborada, von Foerster defendia que nossos tataranetos n&atilde;o morreriam de fome, mas seriam espremidos at&eacute; a morte. Isso porque, segundo o f&iacute;sico, qualquer popula&ccedil;&atilde;o que aumente a uma taxa acelerada, como os humanos t&ecirc;m feito, est&aacute; caminhando para "problemas finais".
Atualmente, 40% da terra do planeta &eacute; coberta por fazendas industriais, segundo o relat&oacute;rio de 2019 emitido pela Plataforma Intergovernamental de Pol&iacute;ticas Cient&iacute;ficas sobre Biodiversidade e Servi&ccedil;os Ecossist&ecirc;micos, sendo que 60% das terras agr&iacute;colas do mundo s&atilde;o utilizadas para a ind&uacute;stria da carne.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/20/20152335299256.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
At&eacute; mesmo a melhor tecnologia de alimentos, segundo von Foerster, n&atilde;o pode correr &agrave; frente da curva cada vez mais dificultosa que &eacute; o crescimento populacional. Usando seu conhecimento em "princ&iacute;pios computacionais em organismos vivos" para estabelecer um paralelo, o homem alegava que, uma vez que o ambiente do homem se torna cada vez menos influenciado por &ldquo;for&ccedil;as naturais&rdquo; e cada vez mais por for&ccedil;as sociais determinadas pelo homem, ele mesmo pode assumir o controle sobre seu destino.
Na opini&atilde;o do austr&iacute;aco-americano, significa que, no momento, o controle de natalidade &eacute; a solu&ccedil;&atilde;o para que a humanidade n&atilde;o entre em extin&ccedil;&atilde;o. Ao contr&aacute;rio da extinta pol&iacute;tica do filho &uacute;nico da China, a sugest&atilde;o de von Foerster eram m&eacute;todos comparativamente indolores, como a tributa&ccedil;&atilde;o pesada sobre fam&iacute;lias com mais de dois filhos. Essa alternativa, no entanto, n&atilde;o se aplicava ao recorte social e o quanto fam&iacute;lias pobres sofreriam em uma sociedade ainda mais defeituosa.

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Como a humanidade pode ser extinta em 2026?

Imagem de O atentado ao Taj Mahal Palace e o que ele revelou ao mundo sobre seus funcionários no megacurioso

O atentado terrorista ao hotel de luxo na Índia em 2008 também chamou atenção do mundo sobre a conduta dos funcionários com os hóspedes

Tamb&eacute;m conhecido como &ldquo;diamante &agrave; beira-mar&rdquo;, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/104364-taj-mahal-confira-5-curiosidades-sobre-o-mausoleu.htm" target="_blank" rel="sponsored">Taj Mahal</a> Palace foi fundado em 1898 por Jamshedji Tata, ent&atilde;o magnata indiano pioneiro da ind&uacute;stria moderna e dono do Grupo Tata &mdash; que se tornou o maior conglomerado empresarial da hist&oacute;ria da &Iacute;ndia.
H&aacute; algumas hist&oacute;rias conflitantes sobre os motivos que inspiraram Tata a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120720-quando-o-imperador-shah-jahan-quis-construir-um-taj-mahal-preto.htm" target="_blank" rel="sponsored">construir o magnificente</a> hotel. Alguns dizem que a ideia surgiu ap&oacute;s ele ter sua entrada recusada no Watson&rsquo;s Hotel, que era restrito apenas a brancos. A &Iacute;ndia ficou 89 anos sob <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128800-exonimos-porque-grecia-india-e-outros-paises-tem-nomes-diferentes.htm" target="_blank" rel="sponsored">dom&iacute;nio brit&acirc;nico</a>, de 1858 a 1947, e os indianos n&atilde;o s&oacute; sofreram com discrimina&ccedil;&otilde;es em seu pr&oacute;prio pa&iacute;s como tamb&eacute;m em outros. Muitos hot&eacute;is pela Europa negavam a entrada de indianos porque os consideravam como c&atilde;es de rua: "sujos, portadores de doen&ccedil;as e feios".
<ul>
<li>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128336-por-que-o-ganges-e-um-dos-rios-mais-poluidos-do-mundo.htm" target="_blank" rel="sponsored">Por que o Ganges &eacute; um dos rios mais polu&iacute;dos do mundo?</a></li>
</ul>
Por outro lado, h&aacute; anos essa hist&oacute;ria &eacute; contestada por comentaristas e historiadores. Segundo eles, Tata construiu o grande hotel para presentear o povo com uma experi&ecirc;ncia "digna de Mumbai", e como forma de reafirmar as ra&iacute;zes raciais, apesar de o eurocentrismo tentar apag&aacute;-las.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/08/08152736483311.jpg" alt="Jamshedji Tata. (Fonte: Tata Group/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Jamshedji Tata. (Fonte: Tata Group/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Seja como for, em 16 de dezembro de 1902, o hotel abriu seus imensos port&otilde;es para os h&oacute;spedes conhecerem pela primeira vez suas depend&ecirc;ncias. Com seus 560 quartos e 44 su&iacute;tes, empregando atualmente cerca de 1.600 funcion&aacute;rios, o hotel est&aacute; localizado em Colaba, ao lado do Portal da &Iacute;ndia. Ele era a primeira vis&atilde;o para navios que ancoravam no porto de Mumbai antes da constru&ccedil;&atilde;o do Portal, se tornando o primeiro edif&iacute;cio da cidade a ser iluminado por eletricidade.
As revolu&ccedil;&otilde;es arquitet&ocirc;nicas e hist&oacute;ricas que o edif&iacute;cio proporcionou &agrave; &Iacute;ndia poderiam ser sua &uacute;nica mem&oacute;ria, mas n&atilde;o foi o que aconteceu. Essa &eacute; a hist&oacute;ria do atentado terrorista ao Taj Mahal Palace e o que ele revelou ao mundo sobre a conduta dos seus funcion&aacute;rios.
<h2>Os primeiros disparos</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/22/22123121199164.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
&Agrave;s 21h38 do dia 26 de novembro de 2008, muitas coisas aconteciam ao mesmo tempo no Taj Mahal Palace. Na sala de banquetes do segundo andar do hotel, o presidente e o CEO do bra&ccedil;o indiano da empresa Unilever, Harish Manwani e Nitin Paranjpe, estavam reunidos com alguns diretores e executivos seniores para dar as boas-vindas a Paul Polmna, o novo CEO eleito. Al&eacute;m disso, acontecia um casamento em um dos p&aacute;tios.
O Taj havia alocado cerca de 35 dos seus funcion&aacute;rios para administrar o evento corporativo. Foi Mallika Jagad, gerente de banquetes de apenas 24 anos, que percebeu que havia algo de errado enquanto todos acreditavam que os estampidos que ouviam eram apenas dos fogos de artif&iacute;cio do casamento pr&oacute;ximo.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/08/08152955024315.jpg" alt="(Fonte: Ritam Banerjee/Getty Images)" />(Fonte: Ritam Banerjee/Getty Images)
Na verdade, os sons vinham de dois entre quatro terroristas, Abdul Rehman Bada e Abu Ali, que atravessaram a entrada principal da se&ccedil;&atilde;o da torre do hotel, disparando em quem avistassem pelo caminho. Eles fizeram isso logo ap&oacute;s plantarem uma bomba RDX em frente a um posto policial pr&oacute;ximo.
Tamb&eacute;m armados com uma AK-47, muni&ccedil;&otilde;es e granadas, outros dois terroristas, Shoib e Umer, entraram pela porta La-Pat do Pal&aacute;cio e come&ccedil;aram a atirar contra os h&oacute;spedes na &aacute;rea da piscina, por volta de 21h43.
O fato de eles estarem cientes de que a porta, geralmente fechada ao p&uacute;blico, estaria aberta naquele dia espec&iacute;fico devido &agrave; algumas reuni&otilde;es corporativas e o casamento, mostra o qu&atilde;o bem articulado o plano de ataque era.
<h2>O Taj em chamas</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/08/08153022707316.jpg" alt="(Fonte: Uriel Sinai/Getty Images)" />(Fonte: Uriel Sinai/Getty Images)
Quando a pol&iacute;cia de Mumbai cercou o Taj, por volta da meia-noite, pelo menos 450 dos 1.500 h&oacute;spedes do hotel estavam amontoados pela equipe em quartos pequenos para tentar fugir da mira assassina dos terroristas. Uma hora depois, a c&uacute;pula central do hotel foi bombardeada e houve um grande inc&ecirc;ndio no pr&eacute;dio, que queimou por dois dias e duas noites.
Demorou mais duas horas para que o Ex&eacute;rcito e os bombeiros chegassem ao Taj, sendo que o primeiro ciclo de evacua&ccedil;&atilde;o de ref&eacute;ns, ainda com os terroristas no pr&eacute;dio, s&oacute; aconteceu &agrave;s 4h. Foi durante a sa&iacute;da do segundo grupo de evacua&ccedil;&atilde;o, comandado por fuzileiros navais, que Gautam Singh, chef tandoor do Taj, foi baleado e morto.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/08/08153049194317.jpg" alt="(Fonte: Julian Herbert/Getty Images)" />(Fonte: Julian Herbert/Getty Images)
A essa altura, 30 h&oacute;spedes j&aacute; haviam sido mortos e mais 28 estavam gravemente feridos. No total, foram 12 ataques perpetrados pelos terroristas contra estruturas da cidade: a esta&ccedil;&atilde;o de trem Chhatrapati Shivaji; o restaurante Leopold Caf&eacute;; o centro de extens&atilde;o judaico Casa Nariman; o cinema Metro Cinema; o quartel-general da pol&iacute;cia da cidade; o Hospital Cama; um t&aacute;xi pr&oacute;ximo ao aeroporto internacional de Mumbai; o estaleiro Mazagaon e o hotel de luxo The Oberoi Trident.
Tamb&eacute;m aconteceram duas explos&otilde;es atr&aacute;s do edif&iacute;cio do jornal Times of India e do St. Xavier&rsquo;s College. Nessa noite aterrorizante, pelo menos 159 pessoas foram mortas na cidade em decorr&ecirc;ncia dos ataques, e mais 200 ficaram feridas. &Agrave;s 6h30, uma equipe de 200 homens da Seguran&ccedil;a Nacional chegou a Mumbai vindo de Nova D&eacute;lhi e assumiu o comando das opera&ccedil;&otilde;es de resgate do Taj e do Oberoi.&nbsp;
Nove entre os dez terroristas envolvidos nos ataques foram mortos, enquanto um foi preso. Em maio de 2010, o atirador detido foi considerado culpado, condenado &agrave; morte e executado em 2012.
<h2>A devo&ccedil;&atilde;o ao cliente</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/08/08153149381318.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Al&eacute;m da gravidade de todos os atentados que aconteceram naquele dia na &Iacute;ndia terem sido pauta de centenas de mat&eacute;rias televisivas e jornal&iacute;sticas pelo mundo inteiro, tamb&eacute;m foi o que aconteceu no Taj durante a invas&atilde;o dos terroristas.
O hotel j&aacute; era conhecido por ter os mais altos n&iacute;veis de qualidade em quest&atilde;o de treinamento de funcion&aacute;rios, s&oacute; que ningu&eacute;m esperava que eles fossem dar outro significado no que diz respeito ao atendimento ao cliente durante o ataque terrorista. A cultura extremamente centrada no cliente permaneceu at&eacute; em um momento cr&iacute;tico como aquele, e funcion&aacute;rios ap&oacute;s funcion&aacute;rios ficaram para resgatar os h&oacute;spedes quando poderiam simplesmente ter se salvado.
Ergueu-se um interesse de outras organiza&ccedil;&otilde;es sobre como poderiam imitar esse n&iacute;vel de servi&ccedil;o, tanto em tempos de crise como em per&iacute;odos de normalidade, podendo expandir e perpetuar a extrema centraliza&ccedil;&atilde;o no zelo pelo cliente.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/22/22123425783166.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Um estudo de caso feito pela Universidade Harvard apontou que o comportamento dos funcion&aacute;rios do Taj n&atilde;o constava em nenhum manual da institui&ccedil;&atilde;o, tampouco pol&iacute;ticas ou procedimentos oficiais em caso de eventos como o de 28/11. Concluiu-se que tudo se baseia na antiga cultura de hospitalidade indiana, que se tornou o valor central do Grupo Tata, que opera 108 hot&eacute;is em 12 pa&iacute;ses, inclusive no quesito contrata&ccedil;&atilde;o.
A cultura organizacional em que os funcion&aacute;rios est&atilde;o dispostos a fazer quase tudo pelos h&oacute;spedes, transformando-os em her&oacute;is incomuns, em situa&ccedil;&otilde;es como a do 28/11, &eacute; buscada no processo de recrutamento da empresa. Ao contr&aacute;rio daquelas que fazem processos seletivos nas &aacute;reas metropolitanas da &Iacute;ndia, o Grupo Taj contrata a maioria do seu pessoal em cidades menores, pois &eacute; onde os valores tradicionais indianos prevalecem, como o respeito pelos mais velhos, a humildade, a considera&ccedil;&atilde;o pelos outros, disciplina e a honestidade.&nbsp;
De acordo com executivos seniores, nos centros urbanos, os jovens s&atilde;o cada vez mais movidos pelo dinheiro, ficam felizes em poupar custos e &eacute; pouco prov&aacute;vel que sejam leais &agrave; empresa ou emp&aacute;ticos com os clientes.
<h2>A pol&iacute;tica</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/08/08153312638320.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
O Grupo Taj n&atilde;o descarta os jovens, mas busca a maioria deles rec&eacute;m-sa&iacute;dos do ensino m&eacute;dio ou at&eacute; mesmo desistentes de pequenas cidades e &aacute;reas semiurbanas. A equipe de recrutamento come&ccedil;a por escolas que consideram com um bom padr&atilde;o de ensino, recorrendo a diretores para ajud&aacute;-los a selecionar os poss&iacute;veis candidatos. Eles n&atilde;o procuram pelos melhores falantes de ingl&ecirc;s ou os que tenham destreza com n&uacute;meros, apenas aqueles com fortes tra&ccedil;os de car&aacute;ter, gentileza, car&ecirc;ncia e que tenha uma vis&atilde;o positiva sobre a vida mesmo em meio adversidades.
Os escolhidos s&atilde;o enviados para centros residenciais de certifica&ccedil;&atilde;o de habilidades do Grupo Taj, onde ganham pelos pr&oacute;ximos 18 meses de treinamento, comendo de gra&ccedil;a e recebendo uma bolsa anual de cerca de 5 mil r&uacute;pias por m&ecirc;s, o equivalente a cerca de US$ 100 no primeiro ano, subindo para US$ 142 no segundo ano.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/08/08165602343372.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
A maioria dos estagi&aacute;rios envia esses valores &agrave;s fam&iacute;lias, uma vez que o Grupo Taj arca com seus custos de vida de maneira integral. Com isso, eles trabalham duro e demonstram bons valores. Acredita-se que sejam esses benef&iacute;cios e a perspectiva de uma vida ainda melhor do que aquela que impedem que caiam nas tenta&ccedil;&otilde;es da cidade grande.
Desde 1960 que o Grupo Taj foca no processo de forma&ccedil;&atilde;o e mentoria de funcion&aacute;rios com pensamentos centralizados no cliente. O esfor&ccedil;o se tornou cada vez mais orientado ao longo do tempo. Os executivos seniores alegam at&eacute; hoje que a raz&atilde;o n&atilde;o &eacute; nem a maior dimens&atilde;o da m&atilde;o-de-obra que h&aacute; fora das grandes cidades, tampouco do desejo de reduzir os custos salariais &ndash; embora saibamos que se beneficiam muito disso.

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O atentado ao Taj Mahal Palace e o que ele revelou ao mundo sobre seus funcionários

Imagem de Como a indústria da carne cultivada em laboratório está sendo boicotada no megacurioso

Desde que surgiu, a indústria da carne cultivada sofre perseguições e é alvo de fake news, mas por qual motivo?

<head></head><body>Os humanos foram feitos para comer o quê? Pensando em comportamento, nós somos onívoros, visto que comemos uma grande variedade de alimentos de origem tanto animal como vegetal. Por outro lado, biologicamente, falando em fisiologia e anatomia, temos características de herbívoros.Em nenhum momento os humanos se assemelham aos carnívoros. Não possuímos a mesma abertura de mandíbula, posição dos dentes, extensão do trato intestinal, resfriamento de corpo, forma de deglutição ou volume e pH estomacal.Apesar disso, humanos consomem uma média de 346 milhões de toneladas de carne por ano, sendo que há projeções de um aumento de 44% até 2030, alcançando 453 milhões anuais. Segundo uma pesquisa feita pelo Statista, cerca de 86% das pessoas entrevistadas em 39 países disseram que mantêm uma dieta com a presença de carne, apesar de fazer a substituição por outros tipos de fontes de proteína.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/31/31173733790316.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Os países mais carnívoros do mundo são os Estados Unidos, em primeiro lugar, com 120 kg de carne em consumo per capita por ano, seguidos pela Austrália, Uruguai, Argentina e Hong Kong. Atualmente, o setor da pecuária está estimado em US$ 838,3 bilhões, conforme as estatísticas de 2020 mostraram, com previsão de aumento para US$ 1,157 trilhão até 2025. Em 2018, o centro de estudos Faunalytcs estimou que mais de 70 bilhões de animais terrestres são abatidos para a indústria da carne anualmente. A organização Global Agriculture aponta que 60% das terras agrícolas do mundo são utilizadas para essa finalidade.Pelos números, é possível entender o valor inestimado da pecuária para a economia, então a mera perspectiva desse ciclo de capital ser diminuído ou interrompido é coibida rapidamente por um lobismo muito bem estruturado. É por esse motivo que existe uma forte&nbsp;campanha para boicotar a carne cultivada em laboratório.<h2>O hambúrguer de Mark Post</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093349087015.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A indústria da carne e sua rápida aceleração ao longo do tempo, desde a segunda metade do século XX, é um problema que saiu de controle. Ainda que a carne signifique 2% das calorias diárias da dieta base do ser humano, sua produção é maior do que sua demanda e muitos especialistas a definem como um verdadeiro vício. Não é para menos que o nível de produção não só fez das fazendas industriais fábricas de incubação de patógenos que alcançam estados de hipervirulência, criando surtos que evoluem para epidemias e pandemias, como também afeta o planeta com seus níveis de emissões de gases de efeito estufa.E isso não é tudo. Um relatório de 2019 emitido pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos diz que 40% da terra do planeta é coberta por fazendas. Enquanto isso, é estimado que 60% da população mundial esteja vivendo em centros urbanos até 2050, o que significa que é preciso encontrar moradia para cerca de 2,5 bilhões de pessoas até lá, sendo que a área urbana se torna um recurso cada vez mais limitado, refém da própria densidade demográfica. Ou seja, não temos mais espaço.Foi pensando nesses aspectos insidiosos e no bem-estar dos animais que, em 2013, Mark Post, da Universidade de Maastricht, criou o primeiro hambúrguer de carne bovina cultivada em laboratório. O pedaço de carne foi feito a partir de células-tronco de uma vaca e composto por 20 mil fios musculares.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093609617020.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)O primeiro hambúrguer feito em laboratório custou cerca de US$ 325 mil (aproximadamente R$ 1,6 milhão), mas o aperfeiçoamento da tecnologia diminuiu seu preço. A startup holandesa Mosa Meat estimou que o preço da carne pode ser de US$ 80 por quilo (quase R$ 400) se conseguirem atingir a produção em larga escala. Isso significa que um hambúrguer de 140 gramas de carne custaria pouco mais que US$ 11, cerca de R$ 55.A carne cultivada se lançou como uma alternativa mais consciente do que a carne bovina convencional porque requer 45% menos uso de energia e 99% menos uso da terra.<h2>A campanha de boicote</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093712557021.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Bilhões de dólares foram investidos no setor de carne cultivada na esperança de que o produto seja mais ecológico que a carne bovina. Muito embora seja verdade que a carne de laboratório elimina os requisitos de terra, água e antibióticos da criação de gado, os pesquisadores acreditam que muito do interesse nesse segmento foi impulsionado por análises imprecisas de emissões de carbono.É bom ressaltar, no entanto, que não há registros precisos de qual será o impacto da carne artificial no meio ambiente ou na saúde humana a longo prazo, nem das startups estadunidenses, como Good Meat e Upside Foods, tampouco dos especialistas em geral, muito menos da oposição.&nbsp;Até o momento, os únicos países que aprovaram a comercialização da carne artificial foram os Estados Unidos e Cingapura, e isso já foi o suficiente para que fosse criado um lobby altamente financiado para boicotar o produto, espalhar pânico e informações falsas por meio de anúncios de TV e na internet.<ul><li style="font-weight: bold;">Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128129-italia-proibe-carnes-cultivadas-em-laboratorio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Itália proíbe carnes "cultivadas" em laboratório</a></li></ul><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093858192025.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em 2023, o Centro para o Meio Ambiente e Bem-Estar (Center for the Environment &amp; Welfare, ou CEW), cujo diretor-executivo é Jack Hubbard, sócio da empresa de relações públicas Berman and Company, que tem um longo histórico de apoio organizações sem fins lucrativos que defendem os interesses da indústria alimentícia –, lançou uma campanha de informação pública com o suposto intuito de educar sobre a carne cultivada. A peça de propaganda faz uso de dados e análises inverídicas ou sem fundo científico para desacreditar essa nova indústria.Hubbard alegou que a Bernman and Company ajuda a fornecer serviços para o CEW visando educar e informar os consumidores. Jessica Almy, vice-presidente sênior de relações públicas do Good Food Institute, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para acelerar a adoção de alternativas à proteína animal, disse à Wired que o CEW é uma fonte de desinformação. “Acho que eles estão alimentando o medo sobre uma escolha clara e segura que está presente em alguns cardápios de restaurantes nos EUA e em Cingapura”, afirma ela.<h2>Horizonte de incertezas</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093814918024.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A Fox News veiculou um anúncio do CEW apresentando uma carne cultivada em uma feira de ciências escolar fictícia, em que era dito que as células da carne crescem como um tumor e são banhadas com produtos químicos. O CEW também se baseou em um artigo publicado pela Bloomberg Businessweek, em fevereiro de 2023, que levantou temores sobre células imortalizadas, para criar um site que compara as células usadas para cultivar carne de laboratório a células tumorais.&nbsp;Células imortalizadas são um tipo de célula valorizada pela indústria da carne cultivada porque se duplicam indefinidamente, tornando muito mais fácil o cultivo em abundância de carne a partir de pequenas amostras de células. Essa capacidade ilimitada de crescimento também é marca registrada das células cancerígenas, mas, fora isso, ambas não possuem relação.Já ficou mais do que claro que as campanhas do CEW são montadas a fim de explorar os receios que as pessoas têm sobre novos alimentos. Não é para menos que em seu site existe uma seção com uma lista enumerando todos os tipos de produtos químicos que, segundo o CEW, podem ser usados na produção de carne cultivada. É bom ressaltar que nem o governo possui acesso à lista de componentes ou corantes usados pela indústria alimentícia na fabricação de alimentos ultraprocessados.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/01/01093946815026.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A campanha mais recente do CEW criticou as credenciais ambientais da carne cultivada, citando um suposto estudo feito pela Universidade da Califórnia sobre o quão poluente essa indústria será, caso implementada. Amplamente divulgado na imprensa, o estudo apontou que seriam liberados 25 vezes mais emissões de gases de efeito estufa do que é necessário para processar a carne bovina tradicional. Isso porque os componentes da carne artificial só são possíveis de serem produzidos por meio de um processo misturando nutrientes de grau farmacêutico em um reator nuclear, purificados a um nível muito mais alto do que o comum.O Good Food Institute rebateu que esses métodos de produção citados são improváveis. Outros estudos descobriram que a carne cultivada poderia ter emissões de carbono muito mais baixas do que a carne convencional, embora, até que os fabricantes aumentem a produção, seja difícil saber exatamente até que ponto a produção poderá ser intensiva em emissões.A guerra entre carne cultivada e carne convencional está tão longe de acabar tanto quanto nós de saber se ela é benéfica, quase milagrosa, como diz ser, ou maligna como a oposição afirma. “Só podemos saber que não sabemos de nada”, já diria Tolstoy em seu Guerra e Paz.</body>

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Como a indústria da carne cultivada em laboratório está sendo boicotada

Imagem de Caso Escadinha: a fuga presidiária mais surpreendente da história do Brasil no megacurioso

Como o criminoso José Carlos dos Reis Encina escapou de helicóptero de um dos presídios de segurança máxima do Rio de Janeiro

Jos&eacute; Carlos dos Reis Encina, mais conhecido como Escadinha, foi preso 5 vezes antes do fat&iacute;dico ano de 1985. Isso porque um delegado chegou a afirmar que o criminoso n&atilde;o passava de mais um pe&atilde;o no tr&aacute;fico de drogas e que estava muito longe de ser um traficante respeitado e de porte. S&oacute; que nada disso condizia com a hist&oacute;ria de Escadinha, tampouco com sua trajet&oacute;ria.
Isso at&eacute; poderia ser verdade se, no momento em que foi finalmente preso, ele apenas estivesse carregando uma arma na cintura e n&atilde;o tivesse uma extensa ficha criminal, como aconteceu em setembro de 1974, no auge dos seus 19 anos. Escadinha foi surpreendido por policiais enquanto subia um morro na Piedade, no Rio de Janeiro, sendo autuado em flagrante, condenado a pagar uma multa e libertado em seguida.
<ul>
<li>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118679-assalto-ao-banco-central-o-crime-que-parou-o-brasil.htm" target="_blank" rel="sponsored">Assalto ao Banco Central: o crime que parou o Brasil</a></li>
</ul>
No entanto, no dia em que foi preso por acaso, em 1985, ele simplesmente j&aacute; tinha 6 passagens pela pol&iacute;cia e era um dos fundadores, junto ao irm&atilde;o Paulo Maluco, da organiza&ccedil;&atilde;o criminosa Falange Vermelha, que mais tarde se tornou o Comando Vermelho (CV).
Essa &eacute; a hist&oacute;ria do Caso Escadinha, a fuga presidi&aacute;ria mais surpreendente da hist&oacute;ria do Brasil.
<h2>Seguran&ccedil;a m&aacute;xima</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/29/29162816099256.jpg" alt="(Fonte: Sind Sistema/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Sind Sistema/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nascido em 21 de maio de 1956, no Morro do Juramento, uma favela situada no bairro Vicente de Carvalho, Rio de Janeiro, foi l&aacute; que Escadinha iniciou sua vida no crime e onde tamb&eacute;m montou seu quartel-general. Em novembro de 1976, dois anos ap&oacute;s ter sido fichado pela primeira vez, o criminoso foi preso por tr&aacute;fico de drogas. Em 1980, novamente, mas por porte de arma, tr&aacute;fico de drogas e forma&ccedil;&atilde;o de quadrilha.
Um ano depois, a pol&iacute;cia pegou Escadinha e o autuou por porte de armas, mas novamente ele foi liberado. Sua ficha engrossou depois de 1982, quando ele se envolveu em tr&ecirc;s latroc&iacute;nios (roubo seguido de morte).
Em 1986, Escadinha foi preso por acaso enquanto sa&iacute;a da Favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. Ele foi condenado a 30 anos de pris&atilde;o em regime fechado e designado ao antigo Instituto Penal C&acirc;ndido Mendes, anteriormente Col&ocirc;nia Penal Dois Rios, situado na Ilha Grande, litoral sul do Rio.
Fundado em 1884 por ordem de Dom Pedro II, o local foi um hospital-col&ocirc;nia para tratar viajantes que chegavam da Europa e estavam <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127466-a-dolorosa-historia-das-pessoas-com-lepra-no-brasil-do-seculo-xx.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">contaminados por lepra</a> ou c&oacute;lera. O edif&iacute;cio era dividido em tr&ecirc;s pavilh&otilde;es que separavam os doentes que eram ricos e podiam andar pelas depend&ecirc;ncias da institui&ccedil;&atilde;o, dos pobres, que eram amontoados em um pr&eacute;dio pr&oacute;ximo &agrave; ba&iacute;a.
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/29/29163021074258.jpg" alt="Escadinha. (Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Escadinha. (Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em meados de 1913, o lazareto foi desativado e voltou &agrave; ativa apenas em 1939, quando o governo passou a us&aacute;-lo como alojamento de fuzileiros navais. Um ano depois, j&aacute; ganhou o nome Col&ocirc;nia Penal C&acirc;ndido Mendes e passou a receber presos que estavam na Col&ocirc;nia de Dois Rios, normalmente presos pol&iacute;ticos de Fernando de Noronha, na &eacute;poca base militar para os Estados Unidos.
No ano em que Escadinha nascia, em 1954, o governador Carlos Lacerda formalizava a institui&ccedil;&atilde;o como um complexo penitenci&aacute;rio considerado de seguran&ccedil;a m&aacute;xima devido sua estrutura prisional e as condi&ccedil;&otilde;es naturais que o envolviam. O local era cercado por mata densa e cerrada, impossibilitando a chegada de ve&iacute;culos por terra.
Quando Escadinha foi parar no C&acirc;ndido Mendes, o intuito era que ele nunca conseguisse escapar, mas ele arranjou um jeito &ndash; e de uma forma espetacular.
<h2>A fuga cinematogr&aacute;fica</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/29/29163140460259.jpg" alt="(Fonte: Mais Go&iacute;as/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mais Go&iacute;as/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na tarde de 31 de dezembro de 1985, enquanto o Brasil e o mundo se preparavam para estourar a champanhe em comemora&ccedil;&atilde;o ao novo ano que estava prestes a come&ccedil;ar, Escadinha se preparava para executar seu plano de fuga orquestrado por Jos&eacute; Carlos Greg&oacute;rio, mais conhecido como "Gordo". Durante 3 meses, a c&uacute;pula do Comando Vermelho arquitetou como seria feita a fuga do fundador da fac&ccedil;&atilde;o, fazendo conex&otilde;es e subornando quem fosse necess&aacute;rio para que tivessem &ecirc;xito.
Chegada a hora, o helic&oacute;ptero FH1100, sob o controle do Comandante Luiz Pires, que havia sigo alugado por Gordo, foi sequestrado e for&ccedil;ado a pousar em uma clareira a cerca de 1 km do pres&iacute;dio, bem no hor&aacute;rio de visita&ccedil;&atilde;o. Vale ressaltar que a a&ccedil;&atilde;o de resgate do criminoso foi facilitada pela falta de qualquer proibi&ccedil;&atilde;o de voos para a regi&atilde;o.
A fuga s&oacute; deu certo porque Escadinha prestava servi&ccedil;o na Vila Dois Rios, nas imedia&ccedil;&otilde;es do pres&iacute;dio, cujo per&iacute;metro era fortemente vigiado por barcos da pol&iacute;cia. Era comum que os presos recebessem essa esp&eacute;cie de passe dos guardas penitenci&aacute;rios exatamente porque n&atilde;o havia uma forma de eles fugirem, uma vez que as &aacute;guas eram vigiadas.
Desse modo, Escadinha conseguiu fugir a vista de todos, e nem os policiais ou agentes penitenci&aacute;rios conseguiram atirar na aeronave, tamanha a rapidez que tudo aconteceu. O criminoso foi escoltado por dois carros e transportado de volta ao seu reduto no Morro do Juramento.
<h2>O fim</h2>
<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/01/29/29163504531263.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
O Departamento de Investiga&ccedil;&otilde;es Especiais (DIE) organizou uma for&ccedil;a-tarefa com 300 homens para ca&ccedil;ar Escadinha. Ele passou 3 meses foragido, enquanto pistas da opera&ccedil;&atilde;o de escape foram sendo desvendadas pela pol&iacute;cia por meio de depoimentos e uma investiga&ccedil;&atilde;o minuciosa para pegar as conex&otilde;es que a facilitaram.
Escadinha s&oacute; conseguiu ser preso novamente em mar&ccedil;o de 1986, em um hospital, ap&oacute;s levar dois tiros durante um confronto com a pol&iacute;cia militar no Morro do Juramento. Ironicamente, ele foi transportado de volta ao pres&iacute;dio C&acirc;ndido Mendes por um helic&oacute;ptero, uma vez que a pol&iacute;cia temia que membros do Comando Vermelho intervissem na transfer&ecirc;ncia.
No ano seguinte, Escadinha foi transferido para o Pres&iacute;dio Frei Caneca, onde tentou uma fuga novamente por helic&oacute;ptero, mas que fracassou, resultando na morte de dois dos seus comparsas. Com isso, ele finalmente foi parar na penitenci&aacute;ria Lemos de Brito. Em um momento, o criminoso conseguiu o direito a responder em regime semi-aberto, tendo que voltar ao pres&iacute;dio todos os dias para dormir. Em seu hor&aacute;rio comercial, Escadinha administrou uma cooperativa de t&aacute;xi.
Ele manteve essa rotina at&eacute; 23 de setembro de 2004, quando foi assassinado no carro que conduzia junto ao tamb&eacute;m detento Luciano da Silva Wanderley, no meio da Avenida Brasil, na altura de Padre Miguel. Aos 48 anos, morria o homem respons&aacute;vel por uma das fugas presidi&aacute;rias mais espetaculares da hist&oacute;ria do Brasil, e at&eacute; hoje a pol&iacute;cia n&atilde;o descobriu quem encomendou a morte de Escadinha e por qual motivo.

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Caso Escadinha: a fuga presidiária mais surpreendente da história do Brasil

Imagem de Griselda Blanco: a "rainha da cocaína" que conspirou para matar filho de JFK no megacurioso

Antes de Pablo Escobar, Griselda era a peça central no tráfico de drogas da Colômbia

<head></head><body>Houve um nome mais infame antes de Pablo Escobar fazer sua fama na história do narcotráfico colombiano, e esse era o de&nbsp;Griselda Blanco, a "rainha da cocaína", que conspirou para assassinar o filho de John F. Kennedy.O nome da mulher ressurgiu com o lançamento da minissérie Griselda, da Netflix, mas sua trajetória já é notória tanto no crime organizado como para as autoridades nacionais e internacionais. Apesar de não ter sido mencionada na série Narcos, que retratou a trajetória de Escobar, é inegável o quanto Griselda estruturou o tráfico de drogas colombiano com unhas, dentes e muito sangue.<h2>O nascimento na violência</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06151836625216.jpg" alt="Griselda Blanco jovem. (Fonte: Sportskeeda/Reprodução)">Griselda Blanco jovem. (Fonte: Sportskeeda/Reprodução)A vida de Griselda Blanco sempre esteve associada à violência. Nascida em 15 de fevereiro de 1943, em Cartagena das Índias, na Colômbia, ela cresceu durante o conturbado período chamado "La Violencia", que começou em abril de 1948, envolvendo apoiadores do Partido Liberal Colombiano e do Partido Conservador Colombiano. Ao longo de 10 anos de duração, mais de 200 mil pessoas foram mortas no conflito.Foi dessa maneira que Griselda percebeu e aprendeu que o poder frequentemente vinha por meio de atos violentos. Com isso, aos 11 anos, crescendo na pobreza de Medellín, ela se iniciou no crime quando sequestrou um menino local e o assassinou depois que a tentativa de resgate pela família não deu certo. Os detalhes sobre o acontecimento são nublados, mas é certo que o episódio a empurrou de vez para a vida criminosa, associada a roubos de carteiras e à falsificação de dinheiro.Aos 13 anos, Griselda conheceu o ponto de virada de sua vida, Carlos Trujillo, que ganhava a vida falsificando documentos e traficando pessoas. Eles mantiveram uma relação amorosa por 10 anos, resultando em 3 filhos e na morte de Trujillo, em meados da década de 1970. Há quem diga que o homem morreu por problemas de saúde, mas muitos acreditam que Griselda estava por trás disso.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152013782217.jpg" alt="(Fonte: World Cinema Paraside/Reprodução)">(Fonte: World Cinema Paraside/Reprodução)O que importa, no entanto, é que foi nessa mesma época a mulher conheceu o contrabandista de drogas Alberto Bravo. Ele que a apresentou a um novo e promissor negócio: a cocaína. A tumultuada Nova York, durante o boom das discotecas nos Estados Unidos, foi o epicentro do mercado de drogas ilícitas para pessoas da década de 1970.Contando com uma rede de contrabandistas que usavam roupas íntimas projetadas especialmente para esconder drogas para passar pelas fronteiras internacionais, rapidamente o casal formou um império poderoso de venda de cocaína, que colocou a Colômbia como o centro do comércio da droga, trazendo riqueza e perigo.<h2>O ponto sem retorno</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152241706218.jpg" alt="(Fonte: All That's Interesting/Reprodução)">(Fonte: All That's Interesting/Reprodução)Em abril de 1975, a Operação Banshee, liderada pela Polícia de Nova York e a Administração de Repressão às Drogas (DEA), pode ser considerada o ponto sem retorno na relação e na vida criminosa do casal. Eles foram indiciados com mais 30 associados por acusações federais de tráfico, sendo forçados a fugirem de volta para Colômbia.Foi em meio a esse caos que a relação da dupla se deteriorou de vez, resultando no assassinato de Bravo pelas mãos de Griselda após uma discussão. Por muito tempo, acreditou-se que o homem havia sido morto por outros mafiosos, porém, mais tarde, Griselda alegou que ela mesma o assassinou com um tiro na boca.Com o apelido de "Viúva Negra" agora em suas costas, a mulher voltou para os EUA para continuar seu império de drogas em Miami. Em seu auge, a rede rendeu mais de US$ 80 milhões em cocaína por mês, distribuída entre Nova York, Los Angeles e Miami.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;World Cinema Paradise&nbsp;" data-fonte-url="https://worldcinemaparadise.com/wp-content/uploads/2024/01/Carlos-Trujillos-age-remains-a-mystery-adding-intrigue-to-his-enigmatic-character.png"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152401801219.jpg" alt="(Fonte: World Cinema Paradise/Reprodução)">(Fonte: World Cinema Paradise/Reprodução)A violência foi o óleo que manteve Griselda Blanco no poder por tanto tempo. Sua frieza ficou marcada em um dos ataques mais públicos e famosos que aconteceu a mando seu, em 1982, quando ordenou o assassinato de seu sócio Jesus Castro por ele ter supostamente chutado um de seus filhos. No entanto, eles acabaram matando por engano o filho de Castro, o pequeno Johnny, de apenas 2 anos.Segundo Jorge Ayala, um de seus assassinos, a dona do cartel de Medellín recebeu bem o erro. A princípio, ficou muito brava porque perderam o pai, mas, quando soube do filho, disse que estava feliz, pois dessa forma ela e Castro estavam quites. Em entrevista à OK Magazine, o ex-policial de homicídios de Miami e chefe do departamento de polícia de West Miami, Nelson Andreu, disse que Griselda foi responsável por cerca de 50 ou 100 homicídios em todo o mundo, principalmente no sul da Flórida.Em 1985, agentes do DEA a prenderam e ela foi condenada a mais de 10 anos de prisão. Foi a partir desse evento que ela teria planejado o sequestro do filho de John F. Kennedy.<h2>Um alvo desprotegido</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152452400220.jpg" alt="John Fitzgerald Kennedy Jr. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">John Fitzgerald Kennedy Jr. (Fonte: GettyImages/Reprodução)A notícia da prisão e a história de Griselda repercutiu nas telas e páginas dos jornais, atraindo a atenção de Charles Cosby, um traficante de crack de Oakland, uma cidade a 24 km de São Francisco, Califórnia. Ele se encantou com a "rainha da cocaína" e passou a trocar correspondências que culminaram em uma visita à Prisão Federal Feminina.Com o suborno de funcionários do presídio, o casal se tornou amantes e confidentes de maneira tão intensa que Griselda confiou seu império de drogas ao traficante depois que morreu seu filho Osvaldo.Em 1994, Jorge Rivi Ayala, principal matador contratado pela criminosa, se tornou testemunha em 3 casos de assassinato em que ela era acusada. Caso condenada, Griselda poderia acabar no corredor da morte. Foi ao saber disso que ela teve a ideia de sequestrar John Fitzgerald Kennedy Jr., e como resgate exigir sua libertação e retorno à Colômbia. Ele foi escolhido como alvo porque não havia uma segurança realmente séria ao seu redor naquela época.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152559446221.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em certa ocasião, os sequestradores quase concluíram o plano, chegando a cercar o carro de Kennedy Jr., mas uma viatura da polícia acabou se aproximando e eles desistiram da ideia. No podcast Fatal Voyage: The Death of JFK Jr., Colin McLaren, ex-detetive de homicídios, e o jornalista investigativo James Robertson analisaram documentos e descobriram que o próprio Cosby denunciou o plano de Griselda ao Departamento Federal de Investigação (FBI).É provável que isso tenha acontecido porque os conselheiros de Griselda pensavam que o sequestro de Kennedy Jr. resultaria em uma resposta militar massiva das Forças Armadas, podendo destruir o império de drogas – que era muito maior do que livrar sua fundadora do corredor da morte.<h2>De volta ao chão de Medellín</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/06/06152844002222.jpg" alt="(Fonte: Harper's Bazaar/Reprodução)">(Fonte: Harper's Bazaar/Reprodução)Griselda Blanco foi indiciada pelo Ministério Público do Estado de Miami-Dade, em julho de 1995, por 3 assassinatos. Após um acordo, ela se declarou culpada e foi condenada a cumprir apenas o tempo restante de sua sentença federal. Em 2004, a mulher foi deportada para a Colômbia e viveu por 8 anos em El Poblado, o bairro mais rico de Medellín.Em 3 de setembro de 2012, aos 69 anos, a criminosa foi executada com dois tiros nas costas enquanto deixava um açougue em Medellín, no mesmo lugar onde lavou tanto as ruas de sangue na vontade de prosperar.</body>

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Griselda Blanco: a 'rainha da cocaína' que conspirou para matar filho de JFK

Imagem de Jacarta: por que a segunda maior metrópole do mundo está afundando? no megacurioso

O problema alcançou um nível tão crítico que o governo da Indonésia está construindo uma nova capital para os 11 milhões de habitantes de Jacarta

<head></head><body>Localizada na costa noroeste da ilha de Java, na Indonésia, a cidade de Jacarta está afundando com sua população de 10,56 milhões de habitantes, conforme o Censo de 2020 da Indonésia. Veneza está afundando, bem como Bangkok, Nova York, Roterdã, a Cidade do México e Tianjin. No entanto, atualmente, nada se compara ao índice de emergência de Jacarta.A segunda maior metrópole do mundo sofre da história mais antiga de todos os tempos: a exploração. Um em cada três jacarteses não tem acesso à água encanada, que alcança apenas 64% de sua população total. Não é à toa que a cidade reivindica a maior economia do Sudeste Asiático, se expandindo em um centro internacional nos últimos 30 anos, com altas taxas de crescimento populacional que aumentou sua dependência de fontes de água subterrânea.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05154433561270.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Como resultado, os moradores de comunidades rurais e assentamentos informais em áreas urbanas, as famosas favelas, lutando com a falta de infraestrutura e saúde precária, foram forçados a cavar milhares de poços ilegais ao longo da cidade, esgotando os aquíferos e causando um enfraquecimento do solo.&nbsp;A conversão extensiva do uso da terra, a superexploração das águas subterrâneas e a interrupção da principal função ecológica das bacias hidrográficas para recarga de águas subterrâneas, criaram condições privilegias para que a cidade de Jacarta afundasse quase cinco metros em direção ao mar de Java.<h2>A cidade onde se morre de sede</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05154543007271.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Um artigo feito por três pesquisadores da Universidade de Tóquio apontou que a captação excessiva de água pelos jacarteses em situação de vulnerabilidade levou à intrusão de água do mar na região norte da cidade. Descobriram isso porque 80% das amostras de águas dos poços nas bacias de águas subterrâneas do norte de Jacarta são consideradas impróprias para consumo devido à alta salinidade. Para piorar, os mananciais de água bruta também têm sido contaminados por poluentes antrópicos que entram nos corpos hídricos, uma vez que apenas 4% da população da cidade possui acesso a esgoto adequado. Ou seja, essa condição indica que as águas subterrâneas de Jacarta são um atentado à saúde de sua população.A capital da Indonésia tem até 2030 para descobrir uma solução para o seu afundamento, caso contrário, os especialistas acreditam que será tarde demais. Como forma de consertar o crescimento econômico que não foi distribuído uniformemente pelas cinco regiões administrativas da cidade, o governo contratou a empresa PT Air Bersih Jakarta (ABJ), do bilionário Cue Anthoni Salim, para expandir o acesso à água encanada para os quase 11 milhões de habitantes.Se a ABJ conseguir cumprir o proposto de encerrar as atividades ilícitas de extração de água para consumo com seu empreendimento, que custará US$ 1,7 bilhões, entre estação de tratamento, dutos e conexões; Jacarta terá uma chance – e a empresa de Salim arrecadará bilhões de dólares. Caso contrário, é possível que testemunhemos o maior êxodo do século XXI, porque nada parará as consequências do afundamento incontrolável da cidade, combinada com a intensificação das tempestades e o aumento do nível do mar. Nenhum paredão erguido pelo governo será páreo.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05154643432272.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Com cerca de 90% da água do mundo sendo de propriedade pública, Jacarta é uma das poucas cidades a envolver o setor privado em seus sistemas de água, e isso acontece porque a cidade não tem dinheiro suficiente para geri-lo sozinha.Seu parceiro privado não apenas investe mais capital como ajuda a operar as estações de tratamento, também sofrendo com os problemas logísticos intrínsecos de Jacarta. A cidade precisa comprar a maior parte de sua água bruta, uma vez que suas águas superficiais são contaminadas por esgoto. Com isso, ela é tratada e depois distribuída por meio de uma rede de tubos, alguns dos quais têm mais de 100 anos.&nbsp;Estima-se que pelo menos 40% da água é perdida ao longo do caminho, e a maioria do que sobra é contaminada um pouco à medida que flui pelo sistema. Ou seja, algumas famílias que tem acesso à água encanada também acabam recorrendo a poços ilegais em vez de pagar a Pam Jaya por uma água que não é potável.<h2>Substituindo Jacarta</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05155422082275.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em 2002, Megawati Sukarnoputri, então presidente da Indonésia, ergueu um muro costeiro de 2 metros de altura no norte de Jacarta para dar aos moradores da região um pouco de paz de espírito em relação ao constante afundamento de terra e a subida do mar. Nada disso impediu que, em fevereiro de 2007, a cidade sofresse a pior enchente da história, responsável por deslocar 340 mil pessoas e causar 40 mortes. Devido às chuvas torrenciais de vários dias, a água subiu mais de 5 metros de altura em algumas regiões de Jacarta.Em 2019, o presidente indonésio Joko Widodo começou um projeto para deslocar a capital do país para uma nova cidade que está sendo construída na ilha de Bornéu, a 1.300 km de distância de Jacarta, em Kalimantan Oriental.Conforme o Censo mais recente, a região abriga apenas 3,7 milhões de pessoas, e é rica em selvas, população de orangotangos e minerais. Em janeiro de 2022, Suharso Monoarfa, ministro do Planejamento, falou do Parlamento que “a nova capital tem uma função central e é um símbolo da identidade da nação, bem como um novo centro de gravidade econômica”.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/05/05155444253276.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)E é exatamente sobre isso que os críticos e a população indígena de Bornéu temem. A construção de uma nova cidade levará à expansão das plantações de óleo de palma e extração de madeira em uma área rica em vida selvagem diversificada e florestas tropicais. Além disso, a cultura local também pode ser drasticamente apagada. O projeto de construção da nova capital da Indonésia custará cerca de US$ 32,4 bilhões, e está sendo financiado pelo orçamento nacional, empresas estatais e investidores privados, e tem previsão para ficar pronto até 2045.O que está acontecendo com Jacarta é o reflexo de um futuro em que as mudanças climáticas venceram em todos os aspectos, e que os humanos precisam se adaptar a uma realidade totalmente alterada pelo clima.</body>

Julio Cezar de Araujo