Imagem de Como bonecas "assombradas" fundaram um mercado milionário no eBay no megacurioso

As apostas em itens intitulados 'amaldiçoados' ou possuídos por espíritos demoníacos podem ultrapassar US$ 5 mil. Você compraria?

Era outono de 2001 quando uma pequena caixa parecida com um arm&aacute;rio foi upada no site de compra e venda eBay, acompanhada de uma ins&oacute;lita descri&ccedil;&atilde;o: &ldquo;Caixa de vinho judaica assombrada&rdquo;.
O vendedor do produto era um estudante universit&aacute;rio do Missouri (EUA) chamado Iosif Nietzke, que alegava que a caixa continha mais do que duas mechas de cabelo, uma placa de granito, um bot&atilde;o de rosa seco, uma ta&ccedil;a, duas moedas de trigo e um casti&ccedil;al &mdash;, carregava tamb&eacute;m uma entidade inumana do folclore i&iacute;diche, um dibbuk. Nietzke pedia para que os interessados tivessem cuidado, porque a caixa possu&iacute;a um perturbador hist&oacute;rico de v&aacute;rios propriet&aacute;rios que sofreram em sua posse devido ao bombardeio de atividades paranormais doentias que proporcionou.
A caixa foi arrematada por US$ 280 por Jason Haxton, curador de um museu universit&aacute;rio. Conforme a hist&oacute;ria da caixa se espalhou, logo em seguida, um intenso frenesi ao redor do produto cresceu a ponto de ruptura, angariando mais de 140 mil acessos para a p&aacute;gina de leil&otilde;es do eBay em apenas um dia.
<h2>Como come&ccedil;ou</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Travel Channel&nbsp;" data-fonte-url="https://travel.home.sndimg.com/content/dam/images/travel/fullrights/2016/03/29/0/TPOS101H_215929_761477.1304868.jpg.rend.hgtvcom.1280.960.suffix/1491593805712.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26181916841456.jpg" alt="(Fonte: Travel Channel/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Travel Channel/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Um jornal judeu de 107 anos na Costa Leste, chamado Forward, escreveu uma mat&eacute;ria imensa explicando ao p&uacute;blico os poderes e a hist&oacute;ria de um dibbuk, o que s&oacute; aumentou o interesse das pessoas, que ficaram ainda mais obcecadas pela caixa.
Nos meses que se seguiram, Haxton foi assediado por cineastas, jornalistas e documentaristas que queriam saber sobre os mist&eacute;rios da caixa, incluindo rabinos, judeus, ortodoxos e intelectuais hebreus se oferecendo para decifr&aacute;-la.
Haxton teve que tirar da lista telef&ocirc;nica seu n&uacute;mero residencial, bem como mudar seu endere&ccedil;o de e-mail e abrir o site dibbukbox.com, onde tudo sobre o produto foi postado para que os f&atilde;s pudessem ler.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26182018513457.jpg" alt="(Fonte: Boing Boing/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Boing Boing/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A hist&oacute;ria da caixa dibbuk repercutiu em tantos aspectos que adquiriu car&aacute;ter de lenda urbana nos Estdos Unidos, sendo inspira&ccedil;&atilde;o para o artigo de Leslie Gornstein, Jin in a Box, publicado em 2004 no&nbsp;Los Angeles Times. Em 2012, o diretor Orle Bornedal produziu o famoso filme Possess&atilde;o, inspirado tanto no artigo da jornalista quanto em tudo o que a caixa reuniu de testemunhos ao longo de 11 anos de hist&oacute;ria.
E foi a partir desse estranho objeto, que segue sendo um verdadeiro mist&eacute;rio sobre seus efeitos malignos &mdash; visto que muita inven&ccedil;&atilde;o foi criada devido ao hype &mdash; que pessoas viram no eBay um &oacute;timo meio de faturar com a venda de objetos malignos.
<h2>As bonecas do eBay</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26182137497458.jpg" alt="(Fonte: NPR/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NPR/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O sucesso da caixa dibbuk na aba de leil&otilde;es do site fez crescer um mercado independente de venda de peda&ccedil;os de madeira, feixe de seixo, roupas, espelhos, livros e qualquer outro tipo de objeto que estaria, supostamente, habitado, amaldi&ccedil;oado ou enfeiti&ccedil;ado &mdash; inclusive as bonecas.
Carregando um longo hist&oacute;rico, das bonecas de vodu de Nova Orleans do in&iacute;cio do s&eacute;culo XIX at&eacute; a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118348-o-que-foram-as-bonecas-de-luto-na-era-vitoriana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Era Vitoriana</a>, as denominadas "bonecas assombradas" s&atilde;o descritas como objetos que cont&eacute;m esp&iacute;ritos, basicamente o mesmo que acontece com a famosa boneca<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/115614-annabelle-escapou-suposto-sumico-movimenta-internautas-na-web.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Annabelle</a>, guardada no Museu Warren.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26182311841459.jpg" alt="(Fonte: TripAdvisor/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: TripAdvisor/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Acredita-se que esses esp&iacute;ritos sejam crian&ccedil;as mortas ou adultos torturados que viviam na pobreza urbana ou em casas coloniais do s&eacute;culo XX no sul dos Estados Unidos, em sua maioria, mortas em inc&ecirc;ndios, ou em qualquer tipo de assassinato que voc&ecirc; possa imaginar.
E isso parece ter aumentado o desejo das pessoas &mdash; e tamb&eacute;m das apostas, que podem ultrapassar US$ 5 mil. Portanto, para chamar a aten&ccedil;&atilde;o dos compradores, o produto precisa seguir uma narrativa de tr&ecirc;s partes: detalhar a hist&oacute;ria de como o antigo possessor da boneca morreu; o que a torna amaldi&ccedil;oada e potencialmente perigosa; e por fim seu tra&ccedil;o de personalidade &mdash; brincalhona, travessa, amig&aacute;vel etc.
<h2>Medo e emo&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/04/04185353314736.jpg" alt="(Fonte: Medium/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Medium/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os leiloeiros premium podem adicionar uma linha especial que inclui os poderes contidos nas bonecas, como desligar luzes e se mover dos lugares. Devido a isso, o eBay teve que colocar um an&uacute;ncio no final de todas as listagens, ressaltando que n&atilde;o se responsabiliza sobre os atributos sobrenaturais dos objetos.
No entanto, isso n&atilde;o impediu que compradores enchessem se&ccedil;&otilde;es de coment&aacute;rios com feedbacks negativos porque n&atilde;o obtiveram o resultado esperado com o produto. A maioria dos leiloeiros responde que o cliente n&atilde;o deu tempo o suficiente para que a atividade paranormal acontecesse.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/04/04185524174737.jpg" alt="(Fonte: Times Higher Education/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Times Higher Education/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Eu acho que acredito em esp&iacute;ritos. Eu quero pelo menos esperar que haja alguma m&aacute;gica no mundo, ou alguma coisa que n&atilde;o podemos ver&rdquo;, respondeu Eric Oglander, apaixonado por procurar coisas estranhas no site, em entrevista ao The New York Times, ao ser indagado se acredita no sobrenatural.
De acordo com uma pesquisa feita pela YouGov em outubro de 2019, mais de 4 em cada 10 norte-americanos acreditam em esp&iacute;ritos, dem&ocirc;nios, fantasmas e outros seres sobrenaturais. Mais de um em cada cinco deles (22%) s&atilde;o enf&aacute;ticos em dizer que esp&iacute;ritos existem.
Apesar de reservar uma parcela bem grande do seu dia para procurar por itens assombrados no eBay, Oglander revelou que nunca teve coragem de comprar nada.

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Como bonecas 'assombradas' fundaram um mercado milionário no eBay

Imagem de Catador de ratos: a profissão secular que criou um império de lucros no megacurioso

Em vez de exterminar os animais, os homens passaram a cultivá-los para soltar na sociedade e ganhar mais dinheiro os capturando

<head></head><body>Com 1 mil toneladas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/114891-o-grande-fedor-de-1858-que-quase-intoxicou-londres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esterco sendo despejadas</a> diariamente nas ruas, por mais de 300 mil cavalos de comércio e uso pessoal, produzindo cerca de 300 anos de poluição na atmosfera — com suas chaminés fabris e pessoas lançando dejetos e lixos no Rio Tâmisa —, era de se esperar que a Londres da Era Vitoriana, em plena metade do século XIX, fosse infestada por ratos.Se um dos trabalhos mais lucrativos, ainda que ingrato e muito arriscado, era o desempenhado pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118313-homens-do-solo-os-catadores-de-fezes-publicos-do-seculo-xix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"homens do solo"</a>, catadores de fezes públicas, claro que algo parecido teria que ser feito para os ratos também. Isso porque Londres era a metrópole que mais crescia na Europa naquele período, e tudo o que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120708-a-doenca-que-a-rainha-vitoria-espalhou-pelas-familias-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rainha Vitória</a> mais desejava era que a cidade ficasse apresentável para a quantidade avassaladora de visitantes diários.&nbsp;Então, nada melhor do que recrutar pessoas para fazer o trabalho mais sujo o possível, afinal de contas, a profissão de catador de ratos ajudou a controlar a maré avassaladora da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121490-4-metodos-de-cura-insanos-usados-para-deter-a-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Negra</a> na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121347-5-refeicoes-bizarras-que-eram-normal-na-era-medieval.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade Média</a>. No entanto, é a maneira como esses homens tiraram vantagem de sua posição que torna a história dela ainda mais fascinante.<h2>Império de sujeira &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03203438155644.jpg" alt="(Fonte: Rare HIstorical Photos/Reprodução)">(Fonte: Rare HIstorical Photos/Reprodução)Originada no Quebec do início século XIX, a profissão de catador de ratos era desempenhada por homens pobres, mas com o crescimento da demanda, alguns ricos se sentiram inspirados pelo negócio e abriram pequenas empresas para empregar os catadores e poder lucrar.Boa parte disso porque esses profissionais encontraram uma forma de construir um império ao comprar, caçar e vender esses ratos, aumentando a demanda de pedidos de exterminação devido ao crescimento populacional dos animais e, consequentemente, aumentando seus salários.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03203625248645.jpg" alt="(Fonte: Welcome Collection/Reprodução)">(Fonte: Welcome Collection/Reprodução)Portanto, quando a prática chegou em uma Londres infestada, os truques do negócio acompanharam os homens que se especializaram em capturar ratos. Muito ocupados em manter os animais longe dos estoques de alimentos que não tinham proteção o suficiente, os contratantes não chegaram a suspeitar do trabalho escuso dos catadores. Pelo contrário, eles foram colocados em uma posição muito respeitada e relevante na sociedade londrina.Afinal, as pessoas percebiam que não era uma ocupação fácil, tendo que entrar em lugares insalubres e sujos, lidando com ratos potencialmente infectados ou raivosos, depois levando toda essa sujeira para as próprias casas. Nenhum dos dispositivos usados por eles, as varas de 3 metros e as gaiolas, os protegiam dessa possibilidade.<h2>Fazendo dinheiro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03203715920646.jpg" alt="(Fonte: Rare HIstorical Photos/Reprodução)">(Fonte: Rare HIstorical Photos/Reprodução)A criação de ratos para serem soltos na cidade não apenas engordou os salários, como também originou os chamados "ratos chiques", basicamente animais de estimação mantidos em gaiolas douradas pelos ricos.Personalidades históricas, como Beatrix Potter e a rainha Vitória, estão na lista das pessoas que compravam os ratos de estimação, geralmente de um homem chamado Jack Black, o mais famoso de Londres na prática de criação.A popularização da função de caçador de ratos deu origem a rinhas de luta com os animais para apostas, angariando mais dinheiro ainda, visto que o Ato contra Crueldade Animal (1835), impediu que animais populares, como ursos e touros, fossem usados como iscas ou em esportes sangrentos de lazer.</body>

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Catador de ratos: a profissão secular que criou um império de lucros

Imagem de Juramento à bandeira dos EUA não foi escrito só por patriotismo no megacurioso

Ainda que fosse um patriota convicto, Francis Bellamy tinha outro objetivo em mente, que envolvia mais cifrões do que amor à pátria

O patriotismo dos Estados Unidos, em sua maioria proveniente de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119442-excepcionalismo-americano-porque-os-eua-se-acham-o-centro-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">exarcebado expecionalismo americano</a>, &eacute; refletido, principalmente, no juramento &agrave; bandeira, um h&aacute;bito e ato que costuma se chocar em aspectos culturais com outros pa&iacute;ses, incluindo o Brasil.
Ainda que seja esquecido pela Hist&oacute;ria, o primeiro juramento foi criado em meados de 1887 pelo capit&atilde;o George T. Balch, um veterano da Guerra Civil Americana, que veio a se tornar auditor do Conselho de Educa&ccedil;&atilde;o de Nova York. Ele foi o respons&aacute;vel por introduzir a ideia de que as crian&ccedil;as deveriam ser ensinadas nas escolas a jurarem &agrave; bandeira americana para demonstrar sua lealdade ao pa&iacute;s. Sua obstina&ccedil;&atilde;o foi tamanha que ele chegou a distribuir bandeiras em todas as salas de aula e escolas que p&ocirc;de.
Cinco anos depois, Francis Bellamy escreveu o famoso&nbsp;Pledge of Allegiance ("Juramento &agrave; bandeira"), em comemora&ccedil;&atilde;o ao anivers&aacute;rio de 400 anos da viagem de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120900-cristovao-colombo-acreditava-que-a-terra-era-plana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Crist&oacute;v&atilde;o Colombo</a> &agrave;s Am&eacute;ricas. O presidente Benjamin Harrison, portanto, proclamou dia 21 de outubro o "Dia de Colombo", incluindo o juramento ao "Programa Oficial para a Celebra&ccedil;&atilde;o da Escola P&uacute;blica Nacional Colombiana de 21 de outubro de 1892".
Desse dia em diante, as crian&ccedil;as nas escolas foram instru&iacute;das a jurarem &agrave; bandeira diariamente. Essa &eacute; a hist&oacute;ria em linhas gerais de como tudo come&ccedil;ou, mas n&atilde;o foi s&oacute; assim que aconteceu.
<h2>Por tr&aacute;s do patriotismo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03194038114612.jpg" alt="Francis Bellamy. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Francis Bellamy. (Fonte: Wikimedia Commons)
Na &eacute;poca em que o juramento foi escrito, devido ao maquin&aacute;rio da industrializa&ccedil;&atilde;o, os EUA passavam por um momento de turbul&ecirc;ncia social, essencialmente pela massa de pessoas das fazendas se deslocando para os centros populosos, com os imigrantes pobres e sem instru&ccedil;&atilde;o vindo da Europa.
Os nativos e os pol&iacute;ticos dividiram opini&otilde;es sobre o quanto aqueles povos eram "americanos de verdade" por estarem ali e, principalmente, se o teor da palavra estava mudando com tantas pessoas &ldquo;desconhecidas&rdquo; invadindo o pa&iacute;s.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03194141911613.jpg" alt="(Fonte: MPI/Stringer/Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: MPI/Stringer/Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ex-pastor batista, socialista crist&atilde;o e ent&atilde;o editor assistente da revista Youth&rsquo;s Companion, destinada &agrave;s crian&ccedil;as e seus pais, Bellamy decidiu que a maneira de amenizar esse sentimento de confus&atilde;o e &oacute;dio para com os imigrantes era americanizando todos os aspectos da sociedade. Como o ensino &eacute; a base de tudo, portanto, o primeiro passo seria incorporar pacificamente programas patri&oacute;ticos nas escolas p&uacute;blicas &mdash; cujo conceito mal existia no pa&iacute;s antes da guerra.
Foi entre as d&eacute;cadas de 1870 e 1880 que as pessoas come&ccedil;aram a enxergar as escolas p&uacute;blicas como um local onde era poss&iacute;vel criar uma sociedade melhor, ensinando as crian&ccedil;as a serem leais a sua p&aacute;tria.
No entanto, ainda que Bellamy fosse um patriota convicto, ele n&atilde;o escreveu o Pledge of Allegiance pensando nisso, mas sim em vender revistas e bandeiras.
<h2>Um desfile de lucros</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03194252177614.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Bellamy se uniu aos seus chefes da Youth's Companion, que adoraram a ideia de capitalizar a pr&oacute;xima Exposi&ccedil;&atilde;o Colombiana, e embarcaram na ca&ccedil;ada em fazer alian&ccedil;as com grupos c&iacute;vicos patri&oacute;ticos, como o Grande Ex&eacute;rcito da Rep&uacute;blica (GAR), que tinha um p&uacute;blico de mais de meio milh&atilde;o de pessoas pelo pa&iacute;s para vender as bandeiras americanas que fabricaram.
A revista tamb&eacute;m imprimiu um programa patri&oacute;tico com a r&eacute;cita do Pledge of Allegiance e da Celebra&ccedil;&atilde;o Nacional Colombiana, que Bellamy ficou encarregado de elaborar. De repente, o ato de jurar &agrave; bandeira se tornou um desfile completo, com orquestra, outras can&ccedil;&otilde;es patri&oacute;ticas e homenagens aos veteranos da Guerra Civil.

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Juramento à bandeira dos EUA não foi escrito só por patriotismo

Imagem de Banir o leite gratuito das escolas quase arruinou Margaret Thatcher no megacurioso

Antes de ser intitulada 'Dama de Ferro', a ex-primeira-ministra foi denominada 'a ladra de leite'

<head></head><body>Entre 1979 e 1990, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117238-3-fatos-fascinantes-sobre-margaret-thatcher-a-dama-de-ferro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Margaret Thatcher</a> foi a primeira-ministra do Reino Unido, se tornando uma figura política histórica que atraiu uma legião de apoiadores e opositores devido às suas campanhas políticas.Enquanto alguns dizem que ela apenas destacou as divisões que já existiam na sociedade britânica da época, outras a condenaram por ter, por exemplo, presidido as taxas de juros de 15%; votado contra o relaxamento das leis do divórcio; apoiado a retenção da pena capital; e destruído a indústria manufatureira da Grã-Bretanha, levando ao desemprego em massa.Mas antes de ser chamada de "a Dama de Ferro", Thatcher ganhou a alcunha de "Ladra de leite".<h2>O problema dos leites</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03202417811640.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em 1946, durante o governo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120259-racismo-genocidio-e-esterilizacao-o-legado-de-winston-churchill.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Winston Churchill</a> e no final da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118612-a-blitz-de-belfast-o-bombardeio-destrutivo-feito-pelos-nazistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, foi aprovada a Provisão de Regulamentos de Leite Gratuito, sob a Seção 49 da lei de 1944, cujo objetivo era fornecer leite escolar gratuito para todas as crianças menores de 18 anos, como um impulso nutricional extra em um momento em que a guerra havia tornado os alimentos tão escassos e racionados.Portanto, diariamente, creches e escolas recebiam engradados com garrafas de 189ml para abastecer a dieta dos alunos. Mas 30 anos depois, em 1970, o então primeiro-ministro britânico Edward Health, diante a uma crise econômica que devastava o país, pediu para que todos os seus ministros encontrassem cortes orçamentários em seus departamentos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03202827451641.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)No ano seguinte, Thatcher, então ministra da Educação, obrigada a fazer uma economia de 9 milhões de libras, optou por cortar o leite das escolas como saída, afirmando que ele era muito caro. Custando cerca de 14 milhões de libras por ano, a ministra adotou uma legislação que limitava a bebida para crianças com menos de 7 anos.Isso porque ela achava mais interessante gastar dinheiro construindo prédios e distribuindo livros, porque, para ela, merenda escolar era um serviço social que não tinha nada a ver com educação. Thatcher explicou sua decisão encontrando uma solução ao dizer que as mães poderiam fornecer o leite para seus filhos ou dar 10 centavos por semana para que eles o comprassem para levar para a escola.&nbsp;Três anos antes, o Partido Trabalhista já havia cortado o leite para alunos do ensino médio — o que já havia sido controverso o suficiente —, mas Thatcher viu sua decisão como uma extensão disso.<h2>A mulher mais impopular do país</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03202924654642.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)O resultado foi um verdadeiro levante público contra a imagem de Thatcher, chamada de ladra de leite e denominada "a mulher mais impopular do país" pelo jornal The Sun, então muito apoiado pelos parlamentares trabalhistas.Os alunos ficaram desgostosos com a decisão porque o leite era entregue de acordo com a temperatura do dia, aqueles que tiveram dinheiro para comprá-lo todos os dias tiveram que consumi-lo coagulado em tempos de calor.Thatcher foi ostensivamente perseguida por protestantes raivosos, tanto que só conseguia visitar escolas com escolta policial. William Hamilton, um deputado trabalhista da época, disse que a mulher estava se comportando como um "Scrooge de cara pintada", e Gerald Kauffman disse que ela precisava ter vergonha em, literalmente, tirar comida da boca das crianças.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03203123436643.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)Os Arquivos Nacionais divulgaram documentos que mostram que, 19 anos após ter tomado aquela derradeira decisão, Thatcher se arrependeu, ficando horrorizada quando o secretário de Saúde, Ken Clarke, propôs acabar com o leite gratuito para crianças em idade pré-escolar também.“Não, isso causará uma briga horrível. Tudo por 4 milhões de libras. Eu sei como é, eu passei por isso há 19 anos”, escreveu ela em um bilhete. A ex-primeira-ministra ainda completou que olharia qualquer esquema para economizar 400 milhões de libras, mas não míseros 4 milhões porque não valia a pena.</body>

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Banir o leite gratuito das escolas quase arruinou Margaret Thatcher

Imagem de Semeadura de nuvens: a prática que ajuda a 'mudar o tempo' no megacurioso

Inventada em 1946, essa maneira de controlar o tempo, apesar de benéfica, pode ter efeitos adversos críticos

<head></head><body>Sofrendo com um período drástico de seca, o Conselho Municipal de San Diego (Califórnia, EUA), decidiu tomar uma atitude desesperada e contratar <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/119207-charles-hatfield-o-homem-que-fazia-chover.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Charles Hatfield</a>, um autodenominado "fazedor de chuva". Em 1902, o homem criou uma mistura de 23 produtos químicos em tanques de evaporação a partir de uma pseudociência, acreditando que a chuva viria no processo de evaporação de misturas de dinamite, nitroglicerina e outros componentes que ele nunca revelou a origem.Durante o século XIX, os Estados Unidos sofreram muito com períodos de seca devastadoras, que destruíram plantações e mataram milhares de pessoas, porém o excesso de chuvas também se mostrou um inimigo perigoso para o país, causando os mesmos efeitos adversos.Contudo, o avanço científico promovido pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119905-como-teria-sido-o-mundo-sem-a-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, possibilitou que governos recorressem à ciência em vez de charlatões que viviam de marketing, como era Hartfield no início do século.Assim surgiu o método revolucionário chamado semeadura de nuvens.<h2>Mudando o tempo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26190145903509.jpg" alt="(Fonte: GE News Bureau/Reprodução)">(Fonte: GE News Bureau/Reprodução)Pensando em evitar que o granizo ou outras formas prejudiciais de precipitação em algumas regiões, a semeadura de nuvens surgiu em 1946 quando o químico e meteorologista Vincent Schaefer trabalhava no laboratório da General Eletric tentando criar nuvens em uma sala de congelamento mantida em temperatura abaixo de zero.Foi ao adicionar um pouco de gelo seco em sua câmara de criação de nuvens, que ele achava não estar fria o suficiente, que viu se formar uma nuvem ao redor do gelo seco. O que aconteceu foi que os cristais de gelo microscópios forneceram uma espécie de "semente" quase perfeita, no qual o vapor de água poderia se condensar.A partir disso, com a ajuda do físico Bernard Vonnegut, Schaefer descobriu que o composto químico iodeto de prata era uma semente de nuvem melhor do que os cristais de gelo seco.<h2>Mudando a guerra</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26190352325510.jpg" alt="(Fonte: Collier's magazine/Reprodução)">(Fonte: Collier's magazine/Reprodução)Em 1947, o governo e a indústria privada se uniram para a criação do Projeto Cirrus, visando explorar a semeadura de nuvens em seu espectro total, que terminou em desastre ao tentar enfraquecer um furacão, acabando por mudar seu curso e fazê-lo atingir Savannah, na Geórgia, causando uma destruição sem precedentes.Nem por isso as tentativas de semeadura pararam. Vinte anos depois, durante a notória <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119223-fragging-o-ato-de-matar-os-proprios-companheiros-de-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra do Vietnã</a>, o Departamento de Defesa semeou nuvens durante a Operação Popeye, em 1967, com o objetivo de inundar uma importante rota inimiga de abastecimento. A prática também foi usada contra civis durante o movimento de contracultura e hippie nos EUA para dispersar, por exemplo, o público do Festival Woodstock.A prática foi proibida após a guerra com a ratificação da Convenção sobre a Proibição de Uso Militar ou Qualquer Outro Uso Hostil de Técnicas de Modificação Ambiental, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1976, garantindo que a modificação do clima fosse usada apenas para fins pacíficos.<h2>Mudando o presente</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Herald&nbsp;" data-fonte-url="https://live.mrf.io/statics/i/ps/www.herald.co.zw/wp-content/uploads/sites/2/2018/10/cloud-seeding-680x380.jpg?width=1200&amp;enable=upscale"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26190457309512.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Na modernidade, os cientistas usam a semeadura para tornar menos severas as tempestades de granizo, esperando que a água super-resfriada que lançam pelos ares, congele em temperaturas mais quentes e caia como chuva ou granizo pequeno, em vez de granizos maiores. Ainda que possa ser usado na mitigação de secas severas, a prática ainda não consegue fazer isso em céu limpo porque é necessário nuvens próximas ou se precipitando.As operações de semeadura de nuvens podem acontecer tanto do solo, com geradores que liberam aerossóis no ar, quanto do ar através de aviões, que injetam o iodeto de prata nas nuvens.Apesar da prática ajudar muito áreas que sofrem com inundações, também acaba por causar um efeito adverso ao deixar para trás uma massa de ar mais seca a favor do vento, dando origem ao termo "roubo de chuva". O resultado disso são as secas devastadoras.</body>

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Semeadura de nuvens: a prática que ajuda a 'mudar o tempo'

Imagem de Imperador Frederico II realizou um experimento grotesco com crianças no megacurioso

Dono de uma mente inquieta, o homem ficou obcecado em descobrir o que aconteceria se uma criança fosse criada sem ouvir nenhuma palavra

<head></head><body>Alguns especialistas acreditam que as crianças constroem um conjunto básico de regras sobre a linguagem que aprendem ouvindo das pessoas ao seu redor, escolhendo palavras e as colocando em uma ordem em que elas possam se fazer entender com eficiência, através da tentativa e do erro.Há também quem acredite que elas adquirem a capacidade de falar por interação com seus pais, outros adultos e, principalmente, com outras crianças. Ou seja, de qualquer uma das formas, as crianças aprendem com os demais.Mas o que a criança aprende a falar quando não tem ninguém com quem interagir? Em que plano fica a capacidade de comunicação, sobretudo com o fato de que o aprendizado de uma língua na vida adulta é muito mais dificultoso?Atualmente a ciência explica todas as variáveis do que pode acontecer. Porém, no século XIII, quando essa mesma dúvida surgiu na mente do sacro imperador romano Frederico II, não havia nem sombra de respostas. E foi assim que ele criou um experimento execrável em sua insaciável jornada por resultados.<h2>Uma mente inquieta</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26184603170485.jpg" alt="(Fonte: Gianni Dagli Orti/Shutterstock)">(Fonte: Gianni Dagli Orti/Shutterstock)Considerado “a maravilha do mundo”, Frederico II era uma das maiores personalidades da Alta Idade Média, membro da família guerreira alemã que controlava grande parte da Alemanha moderna e da Itália. Ele era neto de Frederik Barbarossa, que buscou estabelecer a predominância germânica na Europa, inspirando, centenas de anos mais tarde, a operação fracassada de <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/39134-conheca-5-das-batalhas-mais-sangrentas-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a>.Frederico fundou uma universidade em seu nome, proveu conhecimento para sua comunidade por meio de livros, foi um governante tolerante e protetor das minorias judaicas e muçulmanas; mas tudo isso apenas na Sicília. Fora, ele foi excomungado pelo papa, perseguido, desprezado e taxado como cruel e luxurioso.<span class="img-fc" data-fonte="Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_verger%27s_dream-_Saints_Cosmas_and_Damian_performing_a_miraculous_cure_by_transplantation_of_a_leg._Oil_painting_attributed_to_the_Master_of_Los_Balbases,_ca._1495._WDL3251.png"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26184646091488.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Isso tudo devido à sua inclinação inegável para a ciência, fruto de um desejo indomável por conhecimento. Contudo, conforme um livro intitulado&nbsp;As Doze Calamidades do Imperador Frederico II, escrito pelo frade chamado Salimbene, essa curiosidade toda possuía um tom sádico.Em seus experimentos científicos, por exemplo, Frederico chegou a colocar um prisioneiro em um barril para vê-lo passar fome através de um olho mágico. Seu intuito era saber se a alma do homem deixaria seu corpo de maneira visível durante a morte. Ele também estripou dois homens para descobrir como funcionava o processo de digestão de uma refeição quando uma pessoa ia dormir e a outra sair para trabalhar.<h2>Indo além</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26184838017490.jpg" alt="(Fonte: Wellcome Images/Reprodução)">(Fonte: Wellcome Images/Reprodução)Quando Frederico foi além e introduziu um experimento usando crianças, ele ultrapassou qualquer linha que ainda o identificava como humano perante a sociedade da época. Obcecado pela linguagem, falante fluente de idiomas que iam do latim ao árabe, o imperador inventou um experimento para constatar se as crianças falariam se fossem criadas sem ouvir nenhuma palavra.Ele sequestrou recém-nascidos e ordenou que as enfermeiras os criassem no silêncio. Frederico esperava que a língua falada fosse recriada no Jardim do Éden quando as crianças pronunciassem uma palavra, mesmo sem jamais ter ouvido nada parecido. Após observar suas cobaias dia e noite, o resultado foi que todas morreram mudas, apenas chorando em suas celas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26185106709491.jpg" alt="(Fonte: Sibeaster/Wikimedia Commons)">(Fonte: Sibeaster/Wikimedia Commons)Apesar do teor grave do experimento, é incerto dizer se Salimbene inventou tudo isso, ou se de fato Frederico II cometeu todos esses tipos de crimes. Verdade ou não, o imperador realmente carregou um traço perturbador de megalomania, encorajando as pessoas a chamá-lo de Jesus Cristo ao entrar em Jerusalém durante a Sexta Cruzada.Todo esse narcisismo, maquiavelismo e psicopatia em seu nome, não só inspirou obras que falaram sobre como a bússola moral da ciência pode ir para qualquer lado quando o assunto são as descobertas sobre a vida, quanto encontrou mentes pervertidas como a de Mengele e Hitler.</body>

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Imperador Frederico II realizou um experimento grotesco com crianças

Imagem de Batalha de Pelúsio: como os persas dominaram o Egito usando gatos no megacurioso

O carinho que os egípcios tinham pelos felinos foi a tática perfeita montada pelos inimigos

Para entender como essa &eacute;pica batalha aconteceu, &eacute; preciso saber o quanto os gatos eram populares no <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121334-6-mitos-sobre-o-egito-antigo-que-voce-provavelmente-acredita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Egito Antigo.</a> Sempre associados &agrave; deusa Bastet, referenciada na arte eg&iacute;pcia com o corpo de uma mulher e a cabe&ccedil;a de um gato, os gatos eram reverenciados e vistos como divindades que protegiam a casa dos esp&iacute;ritos malignos, das doen&ccedil;as e desempenhavam um papel fundamental na vida ap&oacute;s a morte.
Ou seja, os eg&iacute;pcios acreditavam que fazer qualquer tipo de mal para um gato infligiria pragas e outros tipos de desastres naturais sobre o povo. Do ponto de vista social, saindo um pouco da lente m&iacute;stica, os gatos tamb&eacute;m eram adorados porque ca&ccedil;avam ratos e camundongos, o que era essencial em uma sociedade que prosperava por meio de celeiros cheios de gr&atilde;os.
Al&eacute;m disso, os animais exigiam pouca manuten&ccedil;&atilde;o do ponto de vista higi&ecirc;nico e n&atilde;o espalhavam doen&ccedil;as. E foi exatamente devido a sua associa&ccedil;&atilde;o com seres divinos e todo o seu desempenho no imp&eacute;rio, que os gatos deram a vit&oacute;ria a Cambises II na Batalha de Pel&uacute;sio, durante a invas&atilde;o persa do Egito, lan&ccedil;ando a pot&ecirc;ncia em seu derradeiro decl&iacute;nio.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121334-6-mitos-sobre-o-egito-antigo-que-voce-provavelmente-acredita.htm" target="_blank">6 mitos sobre o Egito Antigo que voc&ecirc; provavelmente acredita</a>
<h2>De m&atilde;os atadas</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fa/The_Wall_Street_Persians_and_the_Washington_Egyptians_-_L.M._Glackens._LCCN2011647189.jpg/640px-The_Wall_Street_Persians_and_the_Washington_Egyptians_-_L.M._Glackens._LCCN2011647189.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/26/26141924899215.jpg" alt="(Fonte: Library of Congress/Wikimedia Commons)" />(Fonte: Library of Congress/Wikimedia Commons)
Em maio de 525 a.C., no s&eacute;culo VI, j&aacute; havia ficado claro para os eg&iacute;pcios que eles n&atilde;o eram p&aacute;reos para os persas, que os conquistaram facilmente depois da batalha que aconteceu em Pel&uacute;sio naquele dia.
Fora a disparidade dos ex&eacute;rcitos, o rei dos persas, Cambises II, piorou o cen&aacute;rio para os eg&iacute;pcios quando teve a ideia de coletar o m&aacute;ximo de gatos poss&iacute;veis para us&aacute;-los como escudo durante a invas&atilde;o. Os animais foram carregados no alto, amarrados em escudos, flanqueando comboios em gaiolas e at&eacute; pintados para se camuflarem. Al&eacute;m disso, os persas tamb&eacute;m se cercaram de um ex&eacute;rcito de c&atilde;es e ovelhas.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a class="gs-title" href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120895-como-era-a-piramide-social-do-egito-antigo.htm" target="_top" dir="ltr" data-cturl="https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&amp;cx=004238318321071068280:rcwgwv4dsro&amp;q=https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120895-como-era-a-piramide-social-do-egito-antigo.htm&amp;sa=U&amp;ved=2ahUKEwim-KHbn7L3AhUKkZUCHUo3AxEQFnoECAEQAg&amp;usg=AOvVaw3S1Xaa02sov-bl7kGdPeJE" data-ctorig="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120895-como-era-a-piramide-social-do-egito-antigo.htm">Como era a&nbsp;pir&acirc;mide social do Egito&nbsp;Antigo?</a>
<span class="img-fc" data-fonte="Mus&eacute;e d&rsquo;Art et d&rsquo;Histoire de Gen&egrave;ve/Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cat_mummy-MAHG_23437-P8050394-black.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/19/19152742912398.jpg" alt="(Fonte: Mus&eacute;e d&rsquo;Art et d&rsquo;Histoire de Gen&egrave;ve/Wikimedia Commons)" /><span class="img-fc" data-fonte="Mus&eacute;e d&rsquo;Art et d&rsquo;Histoire de Gen&egrave;ve/Wikimedia Commons" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cat_mummy-MAHG_23437-P8050394-black.jpg">(Fonte: Mus&eacute;e d&rsquo;Art et d&rsquo;Histoire de Gen&egrave;ve/Wikimedia Commons)
O rei persa sabia que os eg&iacute;pcios relutariam em matar os gatos por temerem demais a ira eterna da deusa Bastet&nbsp;sobre eles. Portanto, quando o ex&eacute;rcito persa se aproximou, os eg&iacute;pcios fugiram do campo de batalha e perderam a Batalha de Pel&uacute;sio. O historiador Her&oacute;doto documentou a efic&aacute;cia da t&aacute;tica persa registrando as 50 mil mortes eg&iacute;pcias durante a invas&atilde;o contra as 7 mil persas.
N&atilde;o demorou muito para que o Egito ca&iacute;sse sobre as m&atilde;os de Cambises II, dando in&iacute;cio ao Per&iacute;odo Persa dos Fara&oacute;s no Egito, que duraria quase 200 anos. Ao longo desses dois s&eacute;culos, o Egito foi governado por eg&iacute;pcios apenas por breves per&iacute;odos, at&eacute; que Alexandre, o Grande, e os gregos tomassem conta do territ&oacute;rio depois dos persas, come&ccedil;ando um governo que terminou quando o Imp&eacute;rio Romano anexou o Egito como prov&iacute;ncia, em 30 a.C.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120644-por-que-as-estatuas-do-egito-antigo-tem-o-nariz-quebrado.htm" target="_blank">Por que as est&aacute;tuas do Egito Antigo t&ecirc;m o nariz quebrado?</a>

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Batalha de Pelúsio: como os persas dominaram o Egito usando gatos

Imagem de "Roar": o filme que quase matou seu elenco com animais selvagens no megacurioso

O diretor Noah Marshall colocou 132 leões e diversos outros animais ferozes sem adestrador algum para interagirem com os atores durante as gravações,

<head></head><body>É possível que você já tenha visto que o filme <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115256-the-conqueror-o-filme-mais-letal-da-historia-do-cinema.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Conqueror</a> (1956), do produtor Howard Hughes, foi o "mais letal da História" pelo quanto expôs seus atores à poeira radioativa, causando a morte a longo prazo de vários daqueles que estiveram envolvidos na produção, incluindo de suas estrelas.Bem como o fiasco perigoso que foi a produção do filme <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120617-a-arca-de-noe-o-filme-de-1928-que-foi-um-desastre-mortal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A Arca de Noé</a> (1928), do diretor Michael Curtiz, lendário por sua direção de Casablanca, conhecido por ser responsável pela implementação de normas de segurança nos sets de filmagem de Hollywood, visando criar um ambiente mais seguro para os trabalhadores.Mas demorou até a década de 1980 para que essas reformas se tornassem eficientes, além de significantemente atualizadas e controladas, porque a indústria de filmes ainda não havia se deparado com o terror que foi o filme Roar&nbsp;(Homens e Feras)A comédia no estilo aventura foi escrita, produzida, dirigida e estrelada por Noah Marshall, em 1981, contando a história de Hank, um naturalista que vive em uma reserva natural na África com todos os tipos de animais selvagens, incluindo leões e tigres.&nbsp;Então já é possível imaginar, tendo como base as loucuras hollywoodianas daquele tempo, por que o filme se tornou o mais perigoso de todos os tempos.<h2>Uma selva de verdade</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03195415356619.jpg" alt="(Fonte: Black Hole Reviews/Reprodução)">(Fonte: Black Hole Reviews/Reprodução)Quando as filmagens começaram, em outubro de 1976, envolvendo toda a família de Marshall entre papéis principais e coadjuvantes, o homem também recrutou um elenco de animais que incluía 132 leões, tigres, leopardos, pumas e onças que teriam participação interativa com todos os atores.Marshall e sua esposa, Tippi Hedren, com quem contracenava, queriam traduzir nas telas exatamente o que viram em uma reserva de caça em Moçambique: um edifício antigo repleto de leões, o que deu a inspiração para ambos escreverem o roteiro cinematográfico.Uma vez que a premissa era de um cientista vivendo em plena harmonia com os leões, protegendo-os dos caçadores, o casal quis exatamente essa mesma atmosfera, e era obrigação contratual que o elenco estivesse confortável com isso. Em nenhum momento eles pensaram o quão perigosa a experiência poderia ser, sobretudo com uma quantidade enorme de animais selvagens de diferentes espécies, como um elefante touro de 450 quilos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03195509872620.jpg" alt="(Fonte: The Pulp/Reprodução)">(Fonte: The Pulp/Reprodução)Em 1971, anos antes do início das filmagens, ideia saiu tão fora de controle que o casal começou a criar filhotes de leão em sua casa, em Sherman Oaks, na Califórnia, imaginando que assim minimizaria as chances de o elenco e a equipe serem atacados quando as gravações começassem. Ou seja, ficou claro que em nenhum momento os animais foram profissionalmente treinados para serem inseridos naquele tipo de ambiente.Em entrevista, Marshall admitiu que conviveu com os animais com a possibilidade de ser devorado todas as noites, mas sempre que isso não acontecia, ele foi desenvolvendo mais confiança.Mas ele não fazia ideia do horror que estava por vir. &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;<h2>Temendo pela vida</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03195604856623.jpg" alt="(Fonte: The Screening Room/Reprodução)">(Fonte: The Screening Room/Reprodução)O resultado disso é que os ataques e uma atmosfera de angústia e medo foi traduzida para as telas, porque os atores simplesmente não conseguiam transmitir a coabitação pacífica entre espécies que a mensagem do filme inspirava.A começar por Marshall, que foi tão mordido pelos animais que precisou ser hospitalizado por 6 meses devido às múltiplas lesões nas pernas após ser arrastado pelo set de filmagem, levando anos para se recuperar.Melanie Griffith, filha adolescente do primeiro casamento de Hedren, foi escalada para o projeto e desistiu ao ver a situação de calamidade dos atores. Ceder à insistência da mãe foi o maior erro de sua vida, pois sofreu ataques tão severos no rosto de um leão que precisou de cirurgia reconstrutiva facial.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;News.com&nbsp;" data-fonte-url="https://www.news.com.au/entertainment/movies/roar-the-most-dangerous-movie-youve-never-heard-of/news-story/6e09eda48f7518f0bfd72008db5c97ac"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03195844247625.jpg" alt="Como a cabeça de Jan de Bont ficou. (Fonte: News.com/Reprodução)">Como a cabeça de Jan de Bont ficou. (Fonte: News.com/Reprodução)John Marshall, filho do casal, teve a cabeça mordida por um leão macho durante 25 minutos, tendo que receber 56 pontos. Apesar do trauma, ele voltou para a produção dois dias depois por insistência do próprio pai.O diretor de fotografia, Jan de Bont, tendo que ficar tão próximo dos animais para poder capturá-los nas câmeras, sofreu um ataque que o escalpelou, terminando com 120 pontos para recolocar sua pele. Ainda assim, ele terminou de rodar o filme após sua recuperação, tendo sua postura definida por Marshall como a "de um verdadeiro soldado”.Hedren foi espancada e severamente atacadas pelos animais por várias vezes, o que a fez desenvolver gangrena quando o elefante esmagou sua perna com a tromba. Ela também foi mordida na nuca por um leão, sofreu fraturas por uma das pernas e teve que ser submetida a vários enxertos de pele.<h2>Fiasco em duas partes</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Bloody Disgusting&nbsp;" data-fonte-url="https://bloody-disgusting.com/editorials/3612840/insane-cult-film-roar-plays-like-twisted-disney-turned-horror-story-vod-pick/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03200334482626.jpg" alt="(Fonte: Bloody Disgusting/Reprodução)">(Fonte: Bloody Disgusting/Reprodução)O filme Roar foi rodado em Soledad Canyon, na Califórnia, a cerca de 80 quilômetros de Los Angeles, e teve que lidar com várias adversidades técnicas, como ser destruído por dois incêndios florestais e uma inundação.O dilúvio foi responsável por matar vários leões, destruir equipamentos caros, fazer os animais selvagens fugirem e serem mortos por policiais. Como resultado, as gravações que deveriam durar apenas 6 meses, em meio as tragédias que os atores foram submetidos, levaram 5 anos para serem concluídas, sob um custo de US$ 17 milhões, em sua maioria financiado pelo casal após os investidores abandonarem o projeto.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03200541373629.jpg" alt="(Fonte: Movie Web/Reprodução)">(Fonte: Movie Web/Reprodução)A maior parte de todas as mutilações e ataques que aconteceram por trás das câmeras, foram mantidos no corte final do longa, incluindo a cena de Hedren tendo a perna fraturada a olhos nus pelo elefante touro.Pensando apenas na produção, Marshall colocou sua equipe e sua família em risco para obter os takes desejados, e não desistiu até que conseguisse, se recusando a falar "corta" mesmo quando os atores clamavam por ajuda durante os ataques.Todo o abuso, desgaste e traumas psicológicos colocaram um fim no relacionamento de Marshall com Hedren, em 1982.<h2>Trinta e quatro anos depois</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;John Rieber&nbsp;" data-fonte-url="https://johnrieber.com/2015/10/30/the-shocking-madness-of-roar-melanie-griffith-mauled-by-lions-movie-the-most-dangerous-film-ever-made/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03200719138630.jpg" alt="(Fonte: John Rieber/Reprodução)">(Fonte: John Rieber/Reprodução)Apesar de todo o processo de edição de Roar ter sido concluído em 1981, ele nunca foi exibido nos cinemas dos EUA devido aos anos de atrasos na produção. O filme tentou compensar o fiasco de nem passar perto do público de Hollywood, entrando em cartaz em vários cinemas ao redor do mundo, porém conseguiu arrecadas míseros US$ 2 milhões em bilheterias.Foi só em 2015 que a produtora Drafthouse Films colocou a obra de Marshall para rodar em uma tela dos EUA, com direito a lançamento em DVD e exibição no SXSW Festival.Em entrevista ao The New York Post durante as promoções feitas durante aquele ano, Noah Marshall declarou que toda a produção havia sido uma estupidez. "E papai também foi um idiota por fazer aquilo tudo com a nossa família", afirmou ele.</body>

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'Roar': o filme que quase matou seu elenco com animais selvagens

Imagem de William Thorton tentou ressuscitar o presidente George Washington  no megacurioso

Inconformado com a morte do presidente, o médico estava convicto de que poderia trazê-lo dos mortos com uma técnica absurda

A fat&iacute;dica e emblem&aacute;tica noite de 14 de dezembro de 1799, &agrave;s 22h, n&atilde;o s&oacute; entrou para a hist&oacute;ria pela morte declarada do 1&deg; presidente dos Estados Unidos e her&oacute;i da Revolu&ccedil;&atilde;o Americana, George Washington, como tamb&eacute;m pela maneira como tudo aconteceu.
Na noite anterior, Washington chegou em casa em cima da hora ap&oacute;s passar por uma chuva intensamente gelada, com neve e granizo, recusando-se a tirar suas roupas &uacute;midas para n&atilde;o se atrasar para o jantar &mdash; o que fazia sentido, pois o ex-presidente detestava atrasos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03194521770615.jpg" alt="(Fonte: A Cr&iacute;tica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: A Cr&iacute;tica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Contudo, o h&aacute;bito lhe custou a vida. No meio da madrugada, Washington acordou com uma dor horr&iacute;vel no peito e sem conseguir respirar direito. Rapidamente, sua esposa, Martha Washington, pediu ajuda e foi atendida pelo coronel Tobias Lear, o principal assessor do presidente, que se apressou a convocar o Dr. James Craik, m&eacute;dico que cuidava h&aacute; anos do presidente, e o especialista em sangria George Walings.
Antes que os profissionais chegassem, Lear deu um t&ocirc;nico feito de mela&ccedil;o, manteiga e vinagre que s&oacute; piorou a condi&ccedil;&atilde;o de Washington, fazendo Rawlings ter que recorrer &agrave; t&eacute;cnica de tirar sangue para esfriar a febre do presidente.
Na noite de 14 de dezembro, o m&eacute;dico j&aacute; havia retirado quase 40% do sangue do corpo de Washington, que morreu &agrave;s 22h de uma infec&ccedil;&atilde;o viral combinada com o tratamento absurdo de sangria.
<h2 class="uk-text-justify">Um homem inconformado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03194655927616.jpg" alt="Dr. William Thorton. (Fonte: US Capitol Historical Society/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Dr. William Thorton. (Fonte: US Capitol Historical Society/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando a tr&aacute;gica not&iacute;cia foi anunciada, a na&ccedil;&atilde;o lamentou profundamente a perda do ent&atilde;o presidente, por&eacute;m ningu&eacute;m sentiu tanto quanto o Dr. William Thornton. Na verdade, ele literalmente se recusou a aceitar a morte de Washington &mdash; portanto elaborou um plano, no calor do desespero, para traz&ecirc;-lo dos mortos.
Thornton&nbsp;era especializado em traqueotomia, abertura cir&uacute;rgica da traqueia para melhorar a insufici&ecirc;ncia respirat&oacute;ria. Por&eacute;m, estamos falando do s&eacute;culo XVIII, uma &eacute;poca em que, na Medicina, nem sequer sabia-se muito sobre como tratar de doen&ccedil;as comuns, como uma infec&ccedil;&atilde;o de garganta.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03194907930617.jpg" alt="(Fonte: Science Photo Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Science Photo Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ele tamb&eacute;m acreditava que a transfus&atilde;o de sangue, procedimento t&atilde;o perigoso na &eacute;poca e que foi proibido na Fran&ccedil;a por causar a morte do Papa Inoc&ecirc;ncio VIII, em 1492, poderia funcionar, apesar de Washington j&aacute; estar morto. Ele se apressou at&eacute; o Mount Vernon, em Virg&iacute;nia, onde ficava a resid&ecirc;ncia presidencial, para encontrar o cad&aacute;ver gelado de seu amigo de longa data.
Para Thornton, seria poss&iacute;vel reviv&ecirc;-lo mesmo depois que o rigor mortis ocorresse, combinando calor, ar e sangue. Sendo assim, ele pediu &aacute;gua fria para lentamente aquecer o corpo de Washington, depois embrulh&aacute;-lo em cobertores e aquec&ecirc;-lo por fric&ccedil;&atilde;o. Em teoria, essa t&eacute;cnica ajudaria a reviver os vasos sangu&iacute;neos frios do homem.
<h2 class="uk-text-justify">O desespero</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Smithsonian Magazine&nbsp;" data-fonte-url="https://th-thumbnailer.cdn-si-edu.com/2Lt9JqWn6ozpVaXWUtnxIxNdnzk=/1000x750/filters:no_upscale()/https://tf-cmsv2-smithsonianmag-media.s3.amazonaws.com/filer/e4/f9/e4f9f896-6e74-4d73-b827-247584d3b9e0/life_of_george_washington_deathbed.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03195029713618.jpg" alt="(Fonte: Smithsonian Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Smithsonian Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
S&oacute; ent&atilde;o, ap&oacute;s aquecido, que&nbsp;Thornton faria sua traqueotomia, sem esteriliza&ccedil;&atilde;o ou antibi&oacute;ticos, que eram inexistentes naquele per&iacute;odo. Apesar dos riscos, o m&eacute;dico achava que teria mais efici&ecirc;ncia por se tratar de um cad&aacute;ver.
Thornton&nbsp;planejava inflar os pulm&otilde;es de Washington em uma esp&eacute;cie de ventila&ccedil;&atilde;o mec&acirc;nica, e usaria sangue de cordeiro para fornecer energia vital para despertar a for&ccedil;a do presidente. No entanto, a fam&iacute;lia Washington interviu e impediu&nbsp;Thornton de tentar ressuscitar o ex-presidente, alegando ser melhor deixar o legado dele intacto do que traz&ecirc;-lo de volta, angariando pol&ecirc;mica para seu nome.
Thornton discordou e resistiu, porque queria o amigo de volta e estava convicto de que tinha tudo para ser bem-sucedido, mas n&atilde;o conseguiu vencer a opini&atilde;o da fam&iacute;lia.

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William Thornton tentou ressuscitar o presidente George Washington 

Imagem de 3 eventos históricos que você pode ter aprendido errado no megacurioso

Já ouviu o ditado 'quem conta um conto, aumenta um ponto'? Então é possível que você já tenha aprendido errado sobre estes 3 eventos

&Eacute; prov&aacute;vel que voc&ecirc; j&aacute; tenha ouvido falar no ditado popular &ldquo;quem conta um conto, aumenta um ponto&rdquo;. Mentir e distorcer a Hist&oacute;ria &eacute; algo t&atilde;o famoso quanto antigo &mdash; n&atilde;o &eacute; para menos que o escritor grego e fil&oacute;sofo Her&oacute;doto tamb&eacute;m era conhecido como &ldquo;pai da mentira&rdquo;.
No entanto, como disse o juiz e governador indiano P. Sathasivam, &ldquo;a Hist&oacute;ria que engana gera&ccedil;&otilde;es &eacute; mais perigosa que uma arma de destrui&ccedil;&atilde;o em massa&rdquo;, isso porque esse tipo de distor&ccedil;&atilde;o, principalmente durante a constru&ccedil;&atilde;o do pensamento cr&iacute;tico e vis&atilde;o de mundo que, essencialmente, come&ccedil;a nas escolas, pode afetar totalmente a maneira como um indiv&iacute;duo se porta perante a sociedade.
Ainda que o s&eacute;culo XXI venha sofrendo com as j&aacute; conhecidas <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109942-quer-descobrir-como-nasce-uma-fake-news-vem-que-a-gente-te-conta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fake news</a>, mudar a Hist&oacute;ria data de centenas de anos atr&aacute;s, e isso sempre foi feito baseado em impulsos de propaganda pol&iacute;tica, em preconceito ou visando benef&iacute;cio pr&oacute;prio.
Para Sathasivam, os alunos cujo estudo da Hist&oacute;ria termina no n&iacute;vel escolar vivem com vis&otilde;es pela metade de muitas partes dela e podem ser absorvidos por mentes que se aproveitam dessas informa&ccedil;&otilde;es incompletas para obter alguma vantagem ou poder &mdash; exatamente porque alguns autores ou historiadores educacionais relataram nos livros "apenas as partes mais essenciais".
Para isso, seria necess&aacute;rio que os conselhos estudantis revessem grades curriculares e os professores fossem instru&iacute;dos a oferecer uma abordagem correta e mais honesta no estudo da Hist&oacute;ria.
Estes s&atilde;o tr&ecirc;s eventos hist&oacute;ricos que nunca aconteceram, mas sobre os quais voc&ecirc; j&aacute; deve ter ouvido falar ou aprendeu assim:
<h2>1. "Que comam brioches"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03193130442609.jpg" alt="(Fonte: Curieuse Histoires/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Curieuse Histoires/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Se n&atilde;o tem p&atilde;o, que comam brioches&rdquo; se tornou uma frase imensamente difundida na Hist&oacute;ria como tendo sa&iacute;do da boca de Maria Antonieta, esposa do rei Lu&iacute;s XVI da Fran&ccedil;a, em 1789, ao saber que o povo n&atilde;o tinha p&atilde;o para comer.
Com isso, tamb&eacute;m foi endossado que a mulher foi guilhotinada, em 1793, sob o jugo do Tribunal Revolucion&aacute;rio, culpada por crimes contra o Estado, mas tamb&eacute;m como uma forma de retribuir o descaso que ela teve ao dizer a emblem&aacute;tica frase, que refletia o &aacute;pice de seu desprezo por aqueles que morriam nas ruas de Paris.
No entanto, essa fala nunca aconteceu. N&atilde;o existem evid&ecirc;ncias hist&oacute;ricas que Maria Antonieta tenha dito a frase, mas sim que pode ter surgido como propaganda pol&iacute;tica dos revolucion&aacute;rios para destruir com for&ccedil;a total a ideia monarquista, inspirados pelo que Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) mencionou em um de seus livros.
A primeira ocorr&ecirc;ncia impressa da vers&atilde;o da frase, como uma piada em l&iacute;ngua francesa, apareceu no livro do fil&oacute;sofo sendo atribu&iacute;da a uma princesa an&ocirc;nima.
<h2>2. Uma orelha inteira</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03193332364610.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De fato, em 23 de dezembro de 1888, o pintor holand&ecirc;s <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118434-van-gogh-por-que-o-pintor-bebia-tinta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vincent van Gogh</a>&nbsp;(1853-1890)&nbsp;cortou sua orelha esquerda com uma navalha enquanto estava em Arles, na Fran&ccedil;a, dando origem &agrave; pintura Autorretrato com orelha enfaixada. No entanto, muito diferente do que &eacute; dado a entender, ele cortou apenas uma parte pequena do l&oacute;bulo.
O motivo foi difundido de maneira t&atilde;o errada e confusa quanto o acontecimento. Alguns historiadores disseram que Van Gogh fez isso ap&oacute;s se desentender com seu amigo de longa data, Paul Gauguin (1848-1903), e ser acometido por uma doen&ccedil;a metab&oacute;lica que o deixou agressivo demais. Historiadores alem&atilde;es que estudaram a vida do pintor por 10 anos contrapuseram, alegando que Gauguin teria cortado a orelha do amigo durante uma briga de espadas &mdash; e ambos teriam concordado em calar a verdade.
Mas os curadores do Museu Van Gogh, em Amsterd&atilde;, na Holanda, defendem a teoria da automutila&ccedil;&atilde;o, afirmando que o pintor fez isso ap&oacute;s descobrir que seu irm&atilde;o Theo, que o sustentava financeiramente, estava se casando. O pintor deu a entender isso em algumas cartas que escreveu para ele.
<h2>3. A chave e a pipa</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/05/03/03193421864611.jpg" alt="(Fonte: Art Prints for Sale/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Art Prints for Sale/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; improv&aacute;vel que o famoso "renascentista tardio" <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120245-benjamin-franklin-quis-implementar-um-novo-alfabeto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Benjamin Franklin</a> teria empinado uma pipa de seda durante uma tempestade de raios com uma chave presa &agrave; corda. Mais absurdo ainda, que quando a pipa foi atingida por um raio, ele tenha recebido um choque ao tocar a chave, provando que o raio tem natureza el&eacute;trica.
Foi em um de seus artigos de 1752 que o experimento foi proposto como uma maneira poss&iacute;vel de testar a origem da eletricidade, por&eacute;m &eacute; consenso entre os historiadores que isso nunca foi realizado, exatamente porque um raio tem centenas de milh&otilde;es de volts e o homem jamais teria aguentado.
Ainda que uma pequena fra&ccedil;&atilde;o de energia el&eacute;trica tivesse sido "armazenada" pela chave, qualquer contato resultaria em morte. Mas a consci&ecirc;ncia popular insiste em dizer o contr&aacute;rio &mdash; inclusive alguns pa&iacute;ses estabeleceram leis contra a recria&ccedil;&atilde;o do experimento perigoso.

Julio Cezar de Araujo