Ciência
04/10/2016 às 03:54•1 min de leitura
Se você é do tipo que gosta de uma boa tacinha de vinho ao final do dia, temos uma boa notícia: bebidas alcoólicas agem no cérebro humano como uma espécie de antidepressivo, provocando a mesma série de mudanças neurais proporcionadas pelos remédios para depressão.
Essa afirmação faz parte da conclusão de um novo estudo, publicado na Nature Communications. A pesquisa, conduzida por cientistas do Wake Forest Baptist Medical Center, foi feita por meio de experimentos em camundongos.
Basicamente, os bichinhos receberam doses tóxicas de bebidas alcoólicas, e os pesquisadores observaram que depois do porre os animais apresentavam comportamento não depressivo por pelo menos um dia. A partir desses resultados, os cientistas esperam entender melhor a velha e íntima relação entre álcool e depressão.
A responsável pela pesquisa, Kimberly Raab-Grahamm, disse, em declaração publicada no Science Daily, que a intenção do estudo é entender por que pacientes com transtorno depressivo acabam recorrendo ao álcool com frequência e, inclusive, se sentem melhor por isso. Agora, depois dos experimentos realizados com os ratinhos, já foram obtidos dados que comprovam que, de fato, bebidas alcoólicas diminuem os sintomas da depressão.
Isso não quer dizer, obviamente, que temos incentivo científico para beber excessivamente e tentar, dessa forma, resolver nossos problemas. O que se sabe até o momento é que o álcool pode gerar essa sensação de bem-estar em pessoas depressivas por um determinado período – remédios antidepressivos, por outro lado, trazem benefícios e chances de cura quando administrados da maneira correta e em longo prazo.
Raab-Grahamm faz questão de lembrar também que existe uma linha tênue entre o benefício e o perigo do consumo de álcool e que, justamente por isso, não devemos jamais apostar em uma espécie de terapia alcoólica para a depressão – em vez do efeito esperado, podemos acabar desenvolvendo um vício.