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1 homem para 17 mulheres: fenômeno diminuiu diversidade social no Neolítico

11/06/2018 às 09:002 min de leitura

Um fato bizarro chamou a atenção de cientistas de diversas áreas com relação ao período Neolítico e incentivou um grupo de pesquisadores a desenvolver uma metodologia que utiliza sociologia, biologia e matemática para compreender o que aconteceu com os homens cerca de 7 mil anos atrás. Nesse período, a diversidade social foi afetada no Velho Continente, fazendo com que as análises da época dessem a entender que havia apenas 1 homem a cada 17 mulheres.

O que causa essa impressão é a redução drástica da diversidade de cromossomos Y, que gera um verdadeiro gargalo no equilíbrio de sexos desse período histórico. Ao menos essa é a hipótese dos pesquisadores Tian Chen Zeng, sociólogo da Universidade de Stanford; Alan J. Aw, matemático e cientista da computação também de Stanford; e Marcus W. Feldman, biólogo.

Como assim?

Diferente de grandes fenômenos da natureza — meteoros, por exemplo —, eles acreditam que o que causou essa variação atípica foi um fenômeno social. Durante o período Neolítico, o sistema de organização mais comum das comunidades era o patrilineal, que faz com que as pessoas construam uma vivência muito voltada aos clãs, sem transição genética entre eles.

Somente os laços derivados dos homens eram considerados parentescos e, por conta disso, eles precisavam se relacionar com pessoas dentro dos próprios clãs, enquanto as mulheres podiam transitar entre diferentes famílias e comunidades  já que elas não precisavam de parentesco para se reproduzir.

Para chegar a essa percepção e formular uma hipótese sociocultural a respeito do gargalo observado na região que corresponde à África, Europa e Ásia, envolvendo a formação patrilineal e a competição entre os grupos, os pesquisadores utilizaram teorias da antropologia, recentes estudos de genoma e modelos matemáticos.

Em outras palavras, reproduzir-se apenas dentro dos clãs e competir com os adversários diminuiu tanto a variedade de homens na época que, basicamente, quase todos os membros masculinos de um clã eram parecidos física e biologicamente. Como os cromossomos Y são passados apenas pelo lado paterno da reprodução, essa variedade foi diminuindo drasticamente e muito rápido, causando essa impressão a quem estudava o Neolítico até agora.

Até a chegada desse novo estudo, outros pesquisadores já vinham tentando explicar esse fenômeno bizarro. Entre as hipóteses apresentadas até então, estão explicações centradas em uma espécie de "domínio" da reprodutibilidade. Isso significaria que, em vez de existirem menos homens, na verdade menos homens estariam se reproduzindo.

Outro cenário possível seria o de que apenas homens com maior acúmulo de bens e poder dentro dessas sociedades se reproduziam de forma mais ampla. No entanto, nenhum desses últimos explica a falta de variedade mesmo entre clãs diferentes.

E é aí que entrariam as disputas entre esses grupos. Graças a elas, famílias inteiras poderiam ter sido dizimadas, e as remanescentes exerceriam poder sobre elas, de forma que esses clãs mais poderosos dominavam não apenas o poder social, mas também a genética.

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