Artes/cultura
09/08/2018 às 09:59•2 min de leitura
Não é de hoje que pessoas desejam poder e riquezas. Existem diversas maneiras de se atingir esse patamar, mas nem sempre elas são fáceis ou até mesmo viáveis para a maioria da população.
Espertinhos podem tentar imprimir dinheiro em casa, mas o custo para que as notas possuam todos os dispositivos de segurança utilizados é alto demais. Conseguir transformar chumbo em ouro através de algum composto químico simples seria um golpe certeiro, pois com a autenticidade do metal garantida, fica fácil largar tudo e só aproveitar a vida sem preocupações com boletos.
Transformar um metal qualquer em ouro é algo que se deseja há muito tempo. Os primeiros registros sobre o assunto são do ano 300 d.C, nos livros escritos por Zosimos, um greco-egípcio que dedicou toda sua vida à alquimia. Através do uso de vapor sulfuroso, ele fazia com que metais se tornassem amarelados, mas passou longe de transformá-los em ouro.
Além dele, diversos cientistas famosos, como Isaac Newton, Roger Bacon e Robert Boyle, registraram suas tentativas de encontrar a fórmula mágica. Nenhum obteve sucesso, mas os experimentos utilizados nos processos criaram avanços de grande relevância no mundo acadêmico.
Tamanha era a vontade de se encontrar essa fórmula mágica que surgiram até lendas, como a da Pedra Filosofal. A criação do objeto era um dos principais objetivos dos alquimistas durante a Idade Média, pois, com ele, além de transformar qualquer metal em ouro, seria possível produzir um elixir da vida eterna. Se você leu o primeiro livro da saga Harry Potter, sabe do que estamos falando.
Antes dele, muitos tentaram, mas não conseguiram. O cientista Glenn T. Seaborg utilizou seu vasto know-how de química e, em 1980, transformou chumbo em ouro. Embora pouco conhecido pela maioria das pessoas, ele foi o responsável por isolar o elemento plutônio, em 1941, tornando possível a construção da bomba atômica nos EUA.
Apesar disso, ele era totalmente contra o uso da arma de forma indiscriminada, tanto que tentou, com diversos cientistas, evitar o lançamento das bombas sobre o Japão, sugerindo que antes fossem feitos testes para alertar os nipônicos sobre os riscos que corriam ao não se renderem.
O prêmio Nobel que recebeu em 1951 não foi à toa, pois ele participou da descoberta de dez elementos químicos, criados em laboratório, além de isolar mais de 100 isótopos. Conselheiro para assuntos de energia nuclear dos presidentes americanos John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, foi um grande defensor da proibição de testes com bombas nucleares em qualquer lugar do planeta Terra.
Ele alcançou sucesso na produção de ouro ao utilizar um acelerador de partículas que impulsionava feixes de núcleos de carbono e neon a velocidades próximas da luz em folhas de metal. O trabalho foi feito em conjunto com um grupo de cientistas, obtendo o tão desejado ouro em laboratório.
O experimento foi feito em 1980, mas utilizando o bismuto em vez de chumbo, por possuir características que tornam o processo mais fácil. Como nada vem de graça neste mundo, o custo para se produzir 30 gramas de ouro em laboratório, na época do experimento, passava de 1 quatrilhão de dólares.
No mesmo período, era possível comprar a mesma quantidade do precioso metal por apenas 590 dólares. Seu trabalho não se tornou menos relevante por isso, visto que, ao produzir ouro em laboratório, ele alcançou o objetivo a que muitos outros cientistas dedicaram suas vidas — e isso já é um grande mérito!
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