Ciência
02/09/2018 às 06:00•2 min de leitura
As cidades estão cada vez mais violentas e, por isso, novas formas de proteção surgem a cada dia. Em um mundo ideal, não precisaríamos nos preocupar com esse tipo de situação, pois, com condições sociais mínimas e um policiamento suficiente, acessórios de proteção contra projéteis existiriam somente em conflitos armados.
Para o bem ou para o mal, soluções que prometem segurança contra disparos existem e são utilizadas por pessoas que vivem sob risco constante de um ataque, seja pela influência que possuem ou por serem testemunhas de um crime. Para a maioria de nós, esse tipo de situação só é vista em filmes, mas você já se perguntou como funciona um vidro à prova de balas?
Um acidente de carro é sempre agressivo, mas imagine a potencialização do estrago se o para-brisa não fosse feito com vidro laminado. Esse problema foi resolvido logo no início da popularização dos automóveis, quando o químico francês Édouard Bénédictus descobriu acidentalmente que a colocação de uma camada de plástico no material evitava que ele se estilhaçasse quando quebrado.
Baseado no mesmo princípio, o vidro à prova de balas é composto por vidro e um composto plástico específico, conhecido como polivinil butiral (PVB). Os dois materiais são intercalados em finas camadas, formando algo semelhante a um sanduíche, que é aquecido posteriormente para funcionar como um composto único.
A espessura final do material é definida por sua resistência e pelos limites impostos em seu uso. O vidro é um material frágil, ou seja, ao chegar no limite de suas capacidades elásticas, quebra repentinamente e permite que uma bala o atravesse com um mínimo de resistência.
Quando ocorre o impacto de um projétil em um vidro à prova de balas, ele estilhaça da mesma forma que uma lâmina comum, mas a camada de PVB distribui a energia de uma maneira mais eficiente, absorvendo os esforços de forma eficaz e conseguindo evitar a perfuração.
Essa técnica é amplamente utilizada, pois viabiliza um material transparente e resistente aos tipo de munição mais comuns em armas leves. Existem outros também muito resistentes e com uma alta eficiência quando o assunto é impedir perfurações, mas eles não são transparentes.
O material mais conhecido com essas propriedades, que não à toa é utilizado em coletes à prova de balas, é o kevlar. Sua estrutura molecular possui alta resistência à tração, que pode chegar a ser até 5 vezes maior que a do aço, mas com a maleabilidade de uma fibra de tecido.
Quando uma trama de kevlar recebe um disparo, consegue dissipar a energia de forma muito mais eficiente, rompendo algumas fibras, mas impedindo que o projétil atravesse o material. No caso de um colete, são dispostas várias camadas, garantindo que a vítima receba somente o impacto e evitando a perfuração. Não existe segredo quando o objetivo é absorver um tiro; o material precisa ser eficiente na dissipação da energia.
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