CSI Marte: como vamos investigar crimes no Planeta Vermelho?

18/10/2018 às 09:012 min de leitura

Os seres humanos batem o pé: vamos colonizar Marte. Ok, beleza. Hoje em dia, é comum ver empresas e cientistas pesquisando formas de nos manter vivos no planeta alienígena, planejando moradias apropriadas, formas eficientes de gerar alimentos e outros detalhes básicos que garantam a segurança dos primeiros colonos que vão pisar lá. Porém, existe um detalhe para o qual poucos estão atentos: como reagiremos a crimes marcianos?

Por mais que quase ninguém pense nessa possibilidade, é válido lembrar que os humanos não deixarão de ser humanos mesmo em um astro diferente. É possível que os primeiros aventureiros convivam em paz (até porque eles estarão ocupados demais), mas, depois que uma sociedade minimamente organizada nascer, o surgimento dos mesmos problemas de convivência social que temos aqui na Terra será um fenômeno natural.

Sim, estamos falando de roubos, brigas e até mesmo assassinatos — motivados por razões egoístas ou conflitos políticos, culturais ou econômicos. E, por mais que se crie um Código Penal marciano e uma força policial específica para o Planeta Vermelho, as autoridades terão muito trabalho para investigar um crime. Afinal, estamos falando de um ambiente hostil e bem diferente daquele a que estamos acostumados.

Parecido, mas diferente

Embora estejamos acostumados a ouvir que “Marte é parecido com a Terra”, as coisas não funcionam exatamente desse jeito. De fato, o astro compartilha várias similaridades com nosso planeta; porém, ele é bem mais gelado (-140 ºC no inverno e -14 ºC no verão), sofre com constantes chuvas de meteoritos (que alteram sua geografia) e é atormentado por violentas tempestades de areia.

Tais condições climáticas alteram completamente a dinâmica das investigações policiais. Por conta do frio excessivo, um cadáver demoraria muito mais para se decompor — isto é, caso ele não esteja em um local com ventos fortes. Nesse segundo cenário, ocorreria o inverso, e o corpo da vítima poderia se desintegrar e se tornar irreconhecível em pouquíssimo tempo.

Precisaríamos também repensar os exames de DNA, posto que as moléculas envelhecem mais rápido em Marte e isso afetaria a nossa genealogia. Já a baixa gravidade faria com que gotas de sangue se espalhassem pela cena de um assassinato de um jeito bem distinto — até o famoso personagem Dexter, do seriado homônimo, teria dificuldades para reconstituir um homicídio com base em suas técnicas forenses de padrões de sangue.

Quer mais? Por conta da composição química do planeta alienígena, seria mais difícil fazer datação por radiocarbono — ou seja, quanto mais antigo for o crime, mais complexo seria resolvê-lo.

Foi morte morrida?

Também não podemos deixar de especular que, em Marte, será muito mais difícil distinguir um assassinato de uma morte acidental. Uma queda em um precipício durante a exploração de novas regiões, uma bomba de oxigênio defeituosa, um traje espacial furado… Qualquer problema “técnico” poderia ser utilizado para mascarar um homicídio, e, por conta de todas as dificuldades citadas, esses casos provavelmente seriam postos de lado.

Aliás, a geografia inusitada do Planeta Vermelho facilita a vida de quem deseja esconder corpos — o astro certamente possui uma série de locais de difícil acesso ou que não serão mapeados tão cedo. Embora tal visão distópica possa parecer exagerada, vale a pena ter em mente que a colonização de Marte pode não dar tão certo quanto os cientistas esperam, e, no lugar de colônias pacíficas, podemos vislumbrar verdadeiras batalhas de gangues à la "Mad Max".

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