Ciência
16/10/2018 às 09:31•2 min de leitura
É fato que dietas vegetarianas encontram cada vez mais adeptos em todo o mundo, mas é verdade também que algumas pessoas simplesmente não querem ou não conseguem parar de comer carne. O problema é que o consumo de carne vai além das ideologias relacionadas à vida dos animais, e não é de hoje que cientistas que estudam o meio ambiente e o clima afirmam que a ingestão de carne está ligada às grandes emissões de gases para a atmosfera, contribuindo com o aquecimento global e suas inúmeras consequências.
Um estudo publicado no jornal Nature trouxe uma complexa análise sobre como o sistema alimentar de todas as populações do planeta afeta o meio ambiente. No fim das contas, além das emissões de gases, o que pesa também é o desmatamento e a quantidade de água necessária para o cultivo de animais que são diariamente abatidos para virar comida. Para os pesquisadores, reduzir o consumo de carne é uma forma eficiente e rápida de diminuir as mudanças negativas sofridas pelo meio ambiente.
O autor do estudo, Marco Springmann, disse, em declaração publicada no Mental Floss, que tanto mudanças na dieta das pessoas quanto na tecnologia usada para abater animais são formas complementares de cuidar do ecossistema.
Não se trata de virar vegetariano ou vegano, que fique claro. A recomendação é a adoção do que os pesquisadores chamam de dieta flexível, que significa consumir carne menos vezes, com moderação.
Para que essa dieta flexível tenha resultados efetivos, cada pessoa do planeta teria que consumir 90% a menos de carne de porco, 75% de carne vermelha e metade da quantidade de ovo que geralmente consome. Sempre bom frisar que diminuir o consumo de carne significa balancear a ingestão de proteínas através de outros alimentos como feijão, castanhas e sementes.
De acordo com os cientistas, uma dieta flexível seria capaz de reduzir as emissões de gases em até 56%, diminuindo outros impactos ambientais também em até 22%. Só para você ter ideia do tamanho do problema, a alimentação global emitiu, em 2010, cerca de 5,7 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, o que é muito, muito menos.
Em relação ao futuro, os pesquisadores acreditam que mudanças socioeconômicas tendem a intensificar essas emissões, piorando cada vez mais a atual situação. A expectativa é a de que, em 2060, o planeta simplesmente entre em colapso por causa da produção intensa de alimentos. Para fazer a sua parte, além de reduzir o consumo de carnes, você pode diminuir o desperdício de comidas, andar menos de carro e diminuir o consumo de plástico, por exemplo. Cada mudança faz a diferença.
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