Estas formigas sinistras arrancam e colecionam as cabeças de suas inimigas

22/11/2018 às 13:002 min de leitura

Nós no Mega Curioso já falamos sobre algumas culturas que tinham o hábito macabro de decepar e colecionar as cabeças de seus oponentes, como era o caso dos gauleses, dos astecas e dos maori, por exemplo. Mas se engana quem pensa que o mesmo comportamento não pode ser observado entre os animais! Pois é, caro leitor, você sabia que existem formigas nervosas que devoram os corpos de suas inimigas e guardam os seus crânios?

Pequenas e nervosas

De acordo com Gemma Tarlach, do site Discover, as tais formiguinhas são nativas da Flórida, pertencem à espécie Formica archboldi e já faz algum tempo que os cientistas notaram que seus formigueiros continham uma grande quantidade de cabeças e outras partes do corpo de outras formigas — principalmente as do gênero Odontomachus, composto por criaturas carnívoras e donas de mandíbulas poderosas capazes de aberturas de 180 graus.

FormiguinhaFormiguinha do gênero Odontomachus (Discover)

O interessante é que, enquanto os insetos desse gênero são conhecidos por serem predadores formidáveis, as formigas da espécie F. archboldi sempre foram vistas como bem... pacatas. Por conta disso, durante décadas, os entomologistas pensaram que essas formiguinhas “tranquilas” viviam entre cabeças e membros porque invadiam os formigueiros das formigonas carnívoras após eles serem abandonados.

Entretanto, segundo os cientistas, das mais ou menos 15 mil espécies de formiga que já foram identificadas no mundo, a massiva maioria delas não tem o hábito de atacar uma presa específica, mas apresenta uma dieta mais... generalista. Por sorte alguém achou estranho encontrar tantas cabeças e corpinhos destruídos nos formigueiros das F. archboldi e resolveu investigar essa história melhor — e foi aí que descobriram que as bichinhas são sinistras!

Comportamento incomum

O pesquisador que resolveu dar uma investigada nas F. archboldi se chama Adrian Smith — do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte — e descobriu que elas, ao contrário da maior parte de formigas já descritas pela Ciência, têm predileção pelas Odontomachus. E quando essas criaturas dão sopa, as F. archboldi cobrem seus corpos com uma substância que imita o odor que elas exalam, espirram ácido fórmico sobre as grandalhonas, as imobilizam e as arrastam para o formigueiro, onde rola um banquete.

Formiga assassinaVeja a mandíbula da F. archboldi, como é bem menor (Discover)

De acordo com o cientista, as formigas, assim como ocorre com todos os insetos, possuem um revestimento em seus corpos chamado “hidrocaboneto cuticular”, uma espécie de cera que, entre outras coisas, exala um odor característico de cada espécie que serve para que os indivíduos possam identificar uns aos outros e se comunicar.

No caso das F. archboldi, elas evoluíram a habilidade de produzir o mesmo odor exalado pelas formigas do gênero Odontomachus, provavelmente como mecanismo de defesa, mas, com o tempo, “notaram” que a artimanha tinha funcionado e que elas não eram mais caçadas — e passaram ao ataque. E, falando nele, a coisa funciona mais ou menos assim: depois de espirrar o ácido e arrastar as presas para o formigueiro, as F. archboldi lambem suas vítimas até que seus corpos se desmanchem.

Cabeças de formigaColeção de cabeças (Discover)

É nesse processo de desmembrar os corpos das presas que as pobres Odontomachus perdem suas cabeças — e, como as sinistrinhas F. archboldi parecem devorar apenas o “recheio” delas (isso quando não descartam as cabeças), as carcaças vão se acumulando pelo formigueiro, como se fosse uma macabra coleção. É... tamanho não é documento mesmo!

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