Esqueleto achado na costa do Mar Báltico pode ser de princesa trabalhadora

18/04/2019 às 12:002 min de leitura

Há mais de um século, um tronco caiu de um penhasco à beira-mar na vila polonesa de Bagicz e revelou ser a urna funerária de uma mulher. Recentemente, pesquisadores determinaram que ela viveu há 2 mil anos e acreditam que se tratava de alguém importante.

Cientistas das universidades de Szczecin e Varsóvia uniram forças para descobrir a idade dos restos mortais. Por meio de uma datação por radiocarbono dos ossos, eles chegaram à conclusão de que a mulher morreu por volta de 30 d.C. ou antes.

Junto ao esqueleto foram encontrados itens objetos como um fecho, pulseiras, um colar, um alfinete e um banquinho. Também havia um pedaço de couro e roupas de lã – itens raros de se encontrar em sítios arqueológicos da Polônia por conta dos padrões de decomposição locais.

Em conjunto, essas peças indicam que a mulher enterrada tinha uma condição social elevada para a época em que viveu. Anteriormente submetidos à datação, eles revelaram que o enterro ocorreu no fim do século II, o que fez alguns pesquisadores acreditarem que o esqueleto era 100 anos mais jovem.

“Nós achávamos que essa discrepância podia ser um erro da própria datação. Porém, os resultados podem ser diferentes quando a dieta da pessoa morta é rica em peixe. Pode ser o que aconteceu”, explicou a arqueóloga Marta Chmiel-Chrzanowska, da Universidade de Szczecin, ao site Science in Poland.

(Reprodução/Mantas Volungevicius)

Uma mulher misteriosa

No entanto, uma análise dos isótopos presentes nos dentes revelou que a dieta da mulher não contava com peixes típicos do oceano. Esse resultado pegou os cientistas de surpresa, já que provavelmente ela vivia na costa do Mar Báltico e, portanto, deveria se alimentar dos seus frutos.

“Não encontramos vestígios de peixes naturais do Mar Báltico na dieta dela, mas ela consumia muitas proteínas de origem animal, como evidenciam os vestígios encontrados nos dentes. Ela podia comer peixes de rios e lagos, por exemplo”, conjecturou o pesquisador Rafal Fetner, da Universidade de Varsóvia.

Outros mistérios que os cientistas encararam foram mudanças patológicas significativas nas articulações associadas a uma osteoartrite na parte inferior da coluna da mulher. Normalmente, essa doença afeta pessoas que são idosas ou trabalham muito, mas ela morreu entre os 20 e os 35 anos.

Portanto, os pesquisadores estão diante do esqueleto de uma mulher que pode muito bem ter sido princesa e trabalhadora ao mesmo tempo. Aparentemente, ela também vivia perto do mar, mas não era muito chegada em comer peixes. Sem dúvidas, são mistérios suficientes para mais um século de investigações.

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