Agência espacial indiana reencontra sonda perdida na Lua

09/09/2019 às 13:002 min de leitura

A Índia perdeu o contato com seu módulo lunar, o Vikram, na última sexta-feira (6) durante uma ousada tentativa de fazer história como o primeiro país a pousar na face sul da lua. O contratempo pode ter frustrado os sonhos indianos de se tornar o quarto país a pousar com sucesso uma sonda na Lua, depois dos Estados Unidos, Rússia e China. 

A notícia chegou ao centro de controle de missões da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), que projetou a espaçonave Chandrayaan-2, às 16h48 do horário local. "A descida do Vikram foi tão planejada e desempenho normal foi observado até uma altitude de 2,1 quilômetros", disse explicou K. Sivan, diretor da ISRO. "Posteriormente, as comunicações do lander com a estação terrestre foram perdidas. Os dados estão sendo analisados".

Dados comparam a trajetória planejada da sonda Vikram com a telemetria da sonda. (Fonte: Divulgação/ISRO)

Sivan não especificou quando a organização seria capaz de fornecer atualizações sobre o destino da sonda. De acordo com os dados mostrados durante a manobra de descida, a altitude mais baixa relatada de volta à Terra era de 0,33 quilômetros acima da superfície lunar. Um gráfico comparando dados ao vivo sugeria que o Vikram estava a cerca de 1 quilômetros horizontalmente do caminho de aterrissagem quando a comunicação foi perdida.

O Chandrayaan-2 consistia em três elementos - um orbital, um lander chamado Vikram e um rover chamado Pragyan - que foram projetados à Lua no dia 22 de julho no foguete Geosynchronous Satellite Launch Vehicle Mark III (GSLV Mk III). Demorou quase 7 semanas para chegar ao seu destino, chegando à órbita lunar em 20 de agosto, sendo que o módulo de aterrissagem se separou da sonda em 2 de setembro para iniciar sua descida para a superfície lunar.

O objetivo da missão, que custou aproximadamente US$ 140 milhões, é investigar a superfície lunar com uma variedade de instrumentos científicos a fim de confirmar se existem depósitos de água. Esses instrumentos incluem: uma câmera de alta resolução, uma câmera de mapeamento do terreno lunar; um monitor solar de raios-X; um espectrômetro de infravermelho de imagem; um radar de abertura sintética de dupla frequência para estudar o gelo da água da lua e o mapeamento lunar; um sensor para estudar a fina exosfera da lua; e um experimento de radiofrequência de dupla frequência para estudar a ionosfera da lua.

Reaparecimento

Neste domingo (8) o Chandrayaan-2 avistou a sonda Vikram perdida na superfície lunar, mas a comunicação ainda não foi restabelecida, segundo informações da mídia indiana. Sivan afirmou que os esforços para restabelecer o contato com a sonda continuarão por pelo menos 14 dias, de acordo com um relatório do Times of India. Oficiais do ISRO ainda não divulgaram a imagem do Vikram na superfície lunar ou descreveram a condição potencial do módulo de aterrissagem. Mas eles afirmaram que, apesar da suposta falha na aterrissagem na Lua, a nave já demonstrou as principais tecnologias para futuras missões.

Enquanto o ISRO tenta recuperar o contato com a sonda lunar Vikram, a espaçonave Chandrayaan-2 está tendo um bom desempenho em órbita lunar, afirmou a agência espacial indiana. Acrescentando que o orbitador poderia durar muito além da missão planejada de um ano. "A câmera Orbiter é a câmera de mais alta resolução já utilizada em uma missão lunar até agora e deve fornecer imagens de alta resolução que serão imensamente úteis para a comunidade científica global", afirmaram autoridades da ISRO. "O lançamento preciso e o gerenciamento de missões garantiram uma vida longa de quase 7 anos, em vez do planejado para um ano".

Missões indianas

A Chandrayaan-2 é a segunda missão da Índia na Lua, depois da missão Chandrayaan-1 que aconteceu em 2008 e 2009. Um instrumento nessa primeira missão descobriu a assinatura espectral da água em grandes faixas da lua, com grandes concentrações nos polos lunares, onde permanentemente crateras sombreadas permitem que o gelo da água fique congelado. 

Nesta edição, o ISRO já está testando novas tecnologias para futuras missões planetárias, como sua próxima missão prevista a Marte. Além disso, a Índia também anunciou planos preliminares para lançar uma missão da Chandrayaan-3 em 2024. 

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