
Ciência
05/03/2020 às 12:00•1 min de leitura
Gilson Machado Neto, presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur), anunciou que será liberada a entrada de cruzeiros marítimos no arquipélago de Fernando de Noronha. A área é composta por 21 ilhas e considerada um dos ecossistemas nacionais mais sensíveis de biodiversidade. Atualmente, ela é administrada com muito rigor, e o governo pernambucano afirmou que esta decisão irá causar grandes impactos na infraestrutura do local.
A confirmação desta liberação veio de um vídeo que está circulando pelas redes sociais, onde Machado afirma que Noronha é um dos locais com “maior vocação do mundo para mergulho de contemplação”. No mesmo vídeo, o senador Flávio Bolsonaro diz que a Embratur está “desatando os nós dessa legislação para permitir que esses segmentos também sejam muito melhor explorados pelo nosso país”.
Atualmente, os barcos com autorização para atracar em Noronha são aqueles com capacidade de 150 a 200 passageiros, mas a decisão atual abrirá o arquipélago para navios de grande porte, com cerca de 600 ocupantes, além de criar “recifes artificiais” que servirão como atrações de mergulho.
José Bertotti, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, afirmou em uma nota que “Fernando de Noronha é um patrimônio natural da humanidade, as 21 ilhas do arquipélago abrigam uma biodiversidade única e não podem ser alvo do modelo de turismo predatório sugerido no vídeo publicado pelo senador Flávio Bolsonaro e pelo presidente da Embratur, Gilson Machado”.
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco também ressaltou que o local possui uma capacidade limitada para receber visitantes, e as consequências de colocar mais de 600 pessoas dentro do Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha podem ser preocupantes.