Artes/cultura
11/10/2020 às 11:00•2 min de leitura
Pandemia, incêndios, tempestades e altas temperaturas estão tornando 2020 inesquecível – não no bom sentido. Infelizmente, outro recorde foi batido pelo planeta, despertando preocupações de especialistas ao redor do globo: setembro deste ano foi o mais quente desde que registros mundiais foram iniciados pelo ERA5, há mais de três décadas.
Nesse mês, de acordo com Climate Change Service, parte do programa European Union’s Earth Observation, a Terra esteve 0,5 °C mais aquecida que em 2019, último recorde estabelecido. Diversas regiões, inclusive, enfrentaram condições nada comuns para o período.
Entre as ocorrências de meses anteriores, uma cidade da Sibéria, em junho, chegou à maior temperatura registrada acima do Círculo Polar Ártico, impressionantes 38 °C. Além disso, inverno e primavera, por lá, também não foram os mesmos, com uma média de 10 °C acima do normal. Já em agosto, na Califórnia, o Vale da Morte apresentou a maior temperatura registrada em mais de um século e uma das mais altas do planeta: 54,4 °C.
Los Angeles não ficou de fora das estatísticas, com 49,4 °C, recorde de todos os tempos documentados. Entretanto, engana-se quem pensa que tudo isso acabou em setembro.
No Brasil, na última terça (6), sete cidades do Paraná superaram todas as marcas desde o início da série do Sistema Meteorológico do Paraná, sendo que Loanda atingiu 43 °C. Em Curitiba, conhecida pelo frio, 35,6 °C foi a máxima no dia 2 de outubro (última sexta). Lins, em São Paulo, na última quinta (7), marcou 43,5 °C. Estes são apenas alguns exemplos, pois a lista é longa… Bem longa!
Não é apenas a população que sofre as consequências dessas mudanças drásticas, já que eventos climáticos ainda mais intensos são gerados a partir do clima seco e quente.
Incêndios na Califórnia destruíram cerca de 1,6 milhão de hectares e têm crescido cada vez mais desde 1950, afirma a California Environmental Protection’s Agency’s Air Resources Board. A temporada está longe de acabar. No Brasil, o fogo já consumiu 26,5% do Pantanal: quase 4 milhões de hectares, área pouco menor que o estado do Rio de Janeiro. A Amazônia pode não se recuperar.
Por fim, em setembro, também foi registrado a segunda menor quantidade de gelo marítimo no mundo. “Isso não foi totalmente inesperado, já que a extensão do material tem diminuído há várias décadas, e este é o mês que tende a apresentar as menores taxas do ano”, explica em nota o Copernicus Climate Change Service.